27 setembro 2014

1º Domingo de Lucas

PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
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Brasília, 28 de setembro de 2014
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1º Domingo de Lucas






Matinas

Tropário:
Destruístes com a Tua Cruz a morte, abristes ao ladrão o paraíso, transformaste o luto das mirróforas e ordenaste, aos Teus Apóstolos pregarem que Tu ressuscitaste, ó Cristo Deus, dando ao mundo a grande misericórdia.
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo,
Destruístes com a Tua Cruz a morte, abristes ao ladrão o paraíso, transformaste o luto das mirróforas e ordenaste, aos Teus Apóstolos pregarem que Tu ressuscitaste, ó Cristo Deus, dando ao mundo a grande misericórdia.

Theotokion:
Virgem gloriosa, tesouro de nossa ressurreição, arrancai dos abismos do pecado aqueles que colocam a sua esperança em Ti, pois salvaste os pecadores subjugados às suas faltas, Tu que destes nascimento à nossa salvação, Tu que permanecestes virgem no parto, durante o parto e após o parto.

Katisma:
O sepulcro está aberto, o inferno se lamenta e Maria exclama aos apóstolos prostrados: "Saí, operários da vinha, proclamai a nova da ressurreição. O Senhor ressuscitou e deu ao mundo a grande misericórdia."
Glória ao Pai, Filho e Espírito Santo
Ao lado de Teu sepulcro, Senhor, Maria Madalena chora e se lamenta: Ela Te fala e, pensando que eras o jardineiro, e diz: "Onde colocaste a vida eterna? Onde colocaste aquele que se assenta sobre o trono dos querubins?" E quando ela viu os guardas gelados, caírem como mortos, exclamou: "Dai-me o meu Senhor, ou então clamai comigo: glória a Ti que desceste até os mortos, glória a que ressuscitaste dos mortos."
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos.

Theotokion:
Ó virgem Mãe de Deus, intercede por nós ao Cristo Deus que foi crucificado por nós, e que com a Sua ressurreição destruiu o império da morte. Intercede sem cessar, Ó Mãe de Deus, para que ele salve as nossas almas.

Ypakoí
Porque Tu amas a humanidade, ó Cristo nosso Deus, Tu Te puseste na forma humana e na carne sofreste a Cruz; salva-me por Tua Ressurreição.


Antífona:
Ó Tu, que resgataste os cativos de Sião de seus erros. Ó Salvador dá-me a vida e arranca-me da escravidão das paixões. Aquele que vem do Sul semeia as penas da abstinência e ceifará com alegria os frutos da vida eterna.
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Do Espírito Santo, fonte dos tesouros divinos, jorra toda sabedoria, julgamento e temor de Deus. A Ele o louvor e a glória, a honra e o poder.

Prokimenon:
Levanta-Te, Senhor, que Teus braços se elevem e não Te esqueças de Teus pobres até o fim dos tempos. (2 vezes).

Stichos
Eu Te louvarei, Senhor, de todo o meu coração e celebrarei todas as Tuas maravilhas (repete a primeira).

Evangelho                                                                              Lc 24, 13-35
Evangelho de Nosso Senhor Jesus + Cristo, segundo o Evangelista São Lucas.

Nesse mesmo dia, dois discípulos caminhavam para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. Iam falando um com o outro de tudo o que se tinha passado. Enquanto iam conversando e discorrendo entre si, o mesmo Jesus aproximou-se deles e caminhava com eles. Mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram. Perguntou-lhes, então: De que estais falando pelo caminho, e por que estais tristes? Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: És tu acaso o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes dias? Perguntou-lhes ele: Que foi? Disseram: A respeito de Jesus de Nazaré... Era um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo. Os nossos sumos sacerdotes e os nossos magistrados o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem havia de restaurar Israel e agora, além de tudo isto, é hoje o terceiro dia que essas coisas sucederam. É verdade que algumas mulheres dentre nós nos alarmaram. Elas foram ao sepulcro, antes do nascer do sol; e não tendo achado o seu corpo, voltaram, dizendo que tiveram uma visão de anjos, os quais asseguravam que está vivo. Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam assim como as mulheres tinham dito, mas a ele mesmo não viram. Jesus lhes disse: Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas! Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na sua glória? E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras. Aproximaram-se da aldeia para onde iam e ele fez como se quisesse passar adiante. Mas eles forçaram-no a parar: Fica conosco, já é tarde e já declina o dia. Entrou então com eles. Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu-lho. Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram... mas ele desapareceu. Diziam então um para o outro: Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras? Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que com eles estavam. Todos diziam: O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão. Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão.


Divina Liturgia


Tropário da Ressurreição - 7º tom:
Destruístes com a Tua Cruz a morte, abristes ao ladrão o paraíso, transformaste o luto das mirróforas e ordenaste, aos Teus Apóstolos pregarem que Tu ressuscitaste, ó Cristo Deus, dando ao mundo a grande misericórdia.

Kondakion – 7º tom:
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo.
O domínio da morte já não pode submeter o homem, pois Cristo, descendo, aboliu e destruiu o seu poder, o Hades está vencido, e os profetas se alegram, clamando em uníssono: "O Salvador apareceu àqueles que têm fé! Corram, fiéis, para a Ressurreição!"

Theotokion – 7º tom:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Como templo da nossa ressurreição, ó Toda-gloriosa retira do túmulo e da desolação aqueles que esperam em ti, tu nos salvaste da escravidão do pecado, gerando a nossa Salvação, permanecendo sempre virgem.

Anunciação - Modo 4
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”.


Prokimenon:
O Senhor dará poder a seu povo (Sl 29, 11).
O Senhor abençoará seu povo com a paz (Sl 28, 1).

Epístola                                                                                  2Cor. 6, 1-10
Leitura da 2ª Epistola de São Paulo aos Coríntios.

Na qualidade de colaboradores seus, exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão. Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação (Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação. A ninguém damos qualquer motivo de escândalo, para que o nosso ministério não seja criticado. Mas em todas as coisas nos apresentamos como ministros de Deus, por uma grande constância nas tribulações, nas misérias, nas angústias, nos açoites, nos cárceres, nos tumultos populares, nos trabalhos, nas vigílias, nas privações; pela pureza, pela ciência, pela longanimidade, pela bondade, pelo Espírito Santo, por uma caridade sincera, pela palavra da verdade, pelo poder de Deus; pelas armas da justiça ofensivas e defensivas, através da honra e da desonra, da boa e da má fama. Tidos por impostores, somos, no entanto, sinceros; por desconhecidos, somos bem conhecidos; por agonizantes, estamos com vida; por condenados e, no entanto, estamos livres da morte. Somos julgados tristes, nós que estamos sempre contentes; indigentes, porém enriquecendo a muitos; sem posses, nós que tudo possuímos!

Aleluia!
É bom exaltar o Senhor e cantar louvores ao teu Nome, ó Altíssimo (Sl 92, 1)
Aleluia, aleluia, aleluia!
Proclamar pela manhã o teu amor e a tua fidelidade pela noite (Sl 91, 2)
Aleluia, aleluia, aleluia!

Evangelho                                                                                          Lc. 5, 1-11
Evangelho de Nosso Senhor Jesus + Cristo, segundo o Evangelista São Lucas:

Naquele tempo, estando Jesus um dia à margem do lago de Genesaré, o povo se comprimia em redor dele para ouvir a palavra de Deus. Vendo duas barcas estacionadas à beira do lago, - pois os pescadores haviam descido delas para consertar as redes -, subiu a uma das barcas que era de Simão e pediu-lhe que a afastasse um pouco da terra; e sentado, ensinava da barca o povo. Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. Simão respondeu-lhe: Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas por causa de tua palavra, lançarei a rede. Feito isto, apanharam peixes em tanta quantidade, que a rede se lhes rompia. Acenaram aos companheiros, que estavam na outra barca, para que viessem ajudar. Eles vieram e encheram ambas as barcas, de modo que quase iam ao fundo. Vendo isso, Simão Pedro caiu aos pés de Jesus e exclamou: Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador. É que tanto ele como seus companheiros estavam assombrados por causa da pesca que haviam feito. O mesmo acontecera a Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram seus companheiros. Então Jesus disse a Simão: Não temas; doravante serás pescador de homens. E atracando as barcas à terra, deixaram tudo e o seguiram.


Sinaxe


O primeiro Domingo de Lucas inicia um novo tempo no Calendário Litúrgico Bizantino e dá-se após o encerramento das solenidades da Festa da Exaltação da Santa Cruz.
O terceiro Evangelista é também autor dos Atos dos Apóstolos. No Evangelho, Lucas relata a vida do Senhor enquanto esteve com seus discípulos ensinando, operando milagres e pregando o Reino de Deus. Nos Atos dos Apóstolos, Lucas relata a vida da Igreja primitiva, uma continuação da missão do Senhor.
Lucas era médico e ocupava uma posição social privilegiada, conhecia muito bem a língua grega e os costumes e tradições helênicas . Há fortes indícios de que acompanhou São Paulo em algumas de suas viagens, pois este refere-se a um “querido médico” que o auxiliava em sua árdua missão (Fl 24).
Mesmo pertencendo a uma classe social abastada, acentuou em seus escritos as passagens em que Jesus anunciava o Reino aos pobres, aos pecadores, às prostitutas. Este é o Reino anunciado por Jesus e que Lucas transmite através dos seus escritos.
Mas, para anunciar este Reino, esta Boa-Nova, o Senhor necessitou de colaboradores, ou seja, dos seus discípulos. Ele é o iniciador do Reino. É n'Ele que os seres humanos atingem a condição de Filhos e são libertados do pecado. N'Ele os homens se tornam colaboradores de Deus na obra da Salvação. Em torno d'Ele, como Pedra Angular, organiza-se uma comunidade de amor e de serviço missionário. Primeiramente, doze, depois muitos outros.
É de singular importância observarmos que Lucas relata que o Senhor está dentro da barca quando começa a pregar.
Depois da pregação, eis que surgiu um pedido feito ao proprietário do barco: “Avança para as águas mais profundas”. Em meio à uma mescla de admiração, com tons de contestação, diante daquele pedido, no entanto, surgiram palavras de confiança: “Senhor, trabalhamos a noite toda e nada pescamos. Mas por tua palavra, lançarei as redes”. A ordem de Jesus seria cumprida, não porque concluíssem que havia nelas uma razão plausível, mas porque Jesus pediu. “Por tua palavra”, disse Pedro, “lançarei as redes”.
Diante de um pedido de Deus, a razão humana cede seu lugar à obediência e a lógica passa a se orientar não mais por premissas do homem, mas por premissas explicáveis somente pela fé.
A palavra de Deus está presente no mundo, porém poucos a ouvem e por isso poucos a praticam. Por não se ouvir tais palavras, as redes teimam em permanecer no chão, ou quando são jogadas ao mar, são lançadas em águas rentes.
Nosso Deus é o Deus da profundidade. Ele conhece o coração do homem. Ele sonda nossos caminhos. “Sondas-me, ó Deus, e conheces o meu coração! Prova-me, e conheces os meus sentimentos!. Conheces até o fundo de minha alma” (Sl 139).
Por isso mesmo, pede que joguemos as redes da pesca nas profundezas, pois lá encontra-se o verdadeiro homem, e é este homem que Deus quer “pescar” em suas redes.
Para lançar as redes em águas mais profundas, é necessário sair da margem e da superfície. Nas margens, as águas são tranquilas, calmas e não oferecem perigo nenhum. As águas mais profundas estão no mar aberto, longe do litoral, onde rodeia o perigo e a insegurança e é neste lugar que Jesus pede que façamos a pesca. Os que querem segurança e calmaria, continuarão a sentir a frustração de uma pesca fracassada. Os que se arriscam, “por Tua palavra”, sentirão insegurança, medo por causa das intempéries das águas profundas, porém terão uma dupla satisfação: a de obedecer a Palavra de Deus e se arriscar por ela e a alegria de sentir o peso das redes cheias, pois a pesca foi abundante.
Na superfície, poucos peixes existem, talvez inexistem totalmente. Se quisermos encontrar coerência na obediência da palavra de Deus que prestamos, é preciso sair da superfície e lançar as redes longe dela, para trazer para o Senhor peixes melhores.
Hoje somos convidados a seguir Jesus e nos tornar pescadores de homens para o Reino. Estes homens estarão nos lugares mais escondidos, mais insondáveis, isto é, nas águas mais profundas. Os chamados por Jesus, nos tempos hodiernos, antes de tudo, são convidados a experimentar o convívio com o Senhor, para depois partirem. É desta experiência pessoal com Deus que brota a coragem de se fazer ao largo e pescar longe das calmarias. É por causa dela que, de fato, nos reconheceremos pecadores, mas mesmo assim responderemos positivamente ao chamado que nos é feito, como aconteceu com Pedro, Tiago e João. A experiência pessoal com Jesus fará que tenhamos consciência de outra realidade: para lançarmos as redes em águas mais profundas, teremos necessidade de uma embarcação. É impossível permanecer longe das margens sem se fazer uso delas, ainda mais quando somos chamados a pescar.
O símbolo do barco é forte. A Igreja é este barco. A certeza de estarmos pescando para o Reino é o fato de estarmos cumprindo nossa vocação inseridos nela. Sem o barco ou sem a Igreja, corremos o risco de estar pescando não para Deus, mas para satisfazer nosso próprio ego. A vocação dos primeiros chamados se deu quando Jesus estava sentado no barco e, de dentro dele, lançou o convite para que Pedro, Tiago e João se tornassem pescadores de homens. O que nos credencia, de fato, a sermos vocacionados é a pertença a uma comunidade eclesial. Deus ainda é quem dirige este barco e, dele, ainda lança convites, ainda chama mais pescadores que tenham a coragem e o desprendimento de deixar tudo para segui-Lo.
A palavra grega «ECCLESIA», significa assembleia, reunião daqueles que são chamados, convocados. A Igreja é a comunhão dos chamados por Deus a viver no amor. Cada batizado é chamado pelo Senhor a «lançar as redes em águas mais profundas», lançar-se ao largo, sem medo. E, para isso é necessário fazer a experiência do ENCONTRO com o Senhor, como fizeram os discípulos, seguir seus passos, sentir sua PRESENÇA em nossas vidas. Quem faz esta experiência com o Deus-Amor, é imediatamente compelido a uma adesão e a um compromisso de anunciar, de evangelizar. Amém

FONTES CONSULTADAS:
Storniolo, Ivo - Como Ler o Evangelho de Lucas - Ed. Paulus - SP



Folheto Dominical da Igreja Anunciação da Mãe de Deus


Responsável

Reverendo Ecônomo Padre Emanuel Sofoulis


Editoração e Diagramação

Antonio José


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21 setembro 2014

Domingo após a Festa da Exaltação da Santa, Venerável e Vivificante Cruz

PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
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Brasília, 21 de setembro de 2014
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Domingo após a Festa da Exaltação da Santa, Venerável e Vivificante Cruz




Matinas
Tropário:
As potestades angélicas apareceram no Teu venerado Sepulcro, e os guardas ficaram como mortos, e Maria colocou--se junto do Sepulcro, procurando o Teu puríssimo Corpo. Entretanto, subjugaste o inferno, sem ser tentado por ele, e encontraste a Virgem, revelando a vida, Senhor, que ressuscitaste dos mortos, glória a Ti!
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo,

As potestades angélicas apareceram no Teu venerado Sepulcro, e os guardas ficaram como mortos, e Maria colocou--se junto do Sepulcro, procurando o Teu puríssimo Corpo. Entretanto, subjugaste o inferno, sem ser tentado por ele, e encontraste a Virgem, revelando a vida, Senhor, que ressuscitaste dos mortos, glória a Ti!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Ó Tu que chamaste Tua Mãe bendita e voluntariamente assumiste a paixão, brilhaste sobre a cruz para reencontrar Adão, dizendo aos Teus anjos: alegrai-vos comigo pois encontrei a dracma perdida. Ó nosso Deus, que com sabedoria ordenaste todas as coisas, glória a Ti.

Katisma:
O sepulcro está aberto, o inferno se lamenta e Maria exclama aos apóstolos prostrados: "Saí, operários da vinha, proclamai a nova da ressurreição. O Senhor ressuscitou e deu ao mundo a grande misericórdia."
Glória ao Pai +, Filho e Espírito Santo.

Ao lado de Teu sepulcro, Senhor, Maria Madalena chora e se lamenta: Ela Te fala e, pensando que eras o jardineiro, e diz: "Onde colocaste a vida eterna? Onde colocaste aquele que se assenta sobre o trono dos querubins?" E quando ela viu os guardas gelados, caírem como mortos, exclamou: "Dai-me o meu Senhor, ou então clamai comigo: glória a Ti que desceste até os mortos, glória a Ti que ressuscitaste dos mortos."
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos.

Theotokion:
Ó Mãe de Deus, Gedeão anuncia tua concepção e profetiza teu parto. Porque o verbo do Pai desceu ao teu seio como a chuva na lã das ovelhas e tu, ó santa terra, e cheia de graça fizeste germinar para nós, sem semente, este fruto, a salvação do mundo, o Cristo nosso Deus.

Evangelho                                                                                          Lc 24,1-12

Evangelho de Nosso Senhor Jesus + Cristo, segundo o Evangelista São Lucas.

No primeiro dia da semana, muito cedo, dirigiram-se ao sepulcro com os aromas que haviam preparado. Acharam a pedra removida longe da abertura do sepulcro. Entraram, mas não encontraram o corpo do Senhor Jesus. Não sabiam elas o que pensar, quando apareceram em frente delas dois personagens com vestes resplandecentes. Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, disseram-lhes eles: Por que buscais entre os mortos aquele que está vivo? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como ele vos disse, quando ainda estava na Galiléia: O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores e crucificado, mas ressuscitará ao terceiro dia. Então elas se lembraram das palavras de Jesus. Voltando do sepulcro, contaram tudo isso aos Onze e a todos os demais. Eram elas Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; as outras suas amigas relataram aos apóstolos a mesma coisa. Mas essas notícias pareciam-lhes como um delírio, e não lhes deram crédito. Contudo, Pedro correu ao sepulcro; inclinando-se para olhar, viu só os panos de linho na terra. Depois, retirou-se para a sua casa, admirado do que acontecera.

Divina Liturgia

Tropário da Ressurreição - 6º tom:
As potestades angélicas apareceram no Teu venerado Sepulcro, e os guardas ficaram como mortos, e Maria colocou--se junto do Sepulcro, procurando o Teu puríssimo Corpo. Entretanto, subjugaste o inferno, sem ser tentado por ele, e encontraste a Virgem, revelando a vida, Senhor, que ressuscitaste dos mortos, glória a Ti!

Kondakion – 6º tom:
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo.
Levantando com sua vivificante mão todos os mortos dos vales tenebrosos, Cristo Deus, Doador da vida, quis conceder a Ressurreição ao gênero humano; pois Ele é o Salvador, a Ressurreição, a Vida e o Deus de todos.

Theotokion – 6º tom:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Clamando com a tua bendita Mãe, voluntariamente, viste padecer, irradian
do na cruz, desejaste encontrar Adão, dizendo aos anjos: Alegrem-se comigo, porque foi encontrado o dracma perdido, Deus nosso, que com sabedoria tudo consolidaste, glória a Ti!

Triságion:
A Tua Cruz +, ó Senhor, prostramo-nos + e a Tua Santa Ressurreição +, glorificamos. (3 vezes)
Glória ao + PAI, ao FILHO e ao ESPÍRITO SANTO, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
E a Tua Santa Ressurreição, glorificamos.
A Tua Cruz +, ó Senhor, prostramo-nos + e a Tua Santa Ressurreição +, glorificamos.

Prokimenon:
Salva, Senhor, o teu povo e abençoa a tua herança. (Sl 28, 9)
Clamo a Ti, Senhor, meu rochedo presta ouvido aos meus rogos. (Sl 28, 1)

Epístola                                                                                              Gl. 2, 16-2
Leitura da Epistola de São Paulo aos Gálatas.

Irmãos, sabemos que ninguém se justifica pela prática da lei, mas somente pela fé em Jesus Cristo. Também nós cremos em Jesus Cristo, e tiramos assim a nossa justificação da fé em Cristo, e não pela prática da lei. Pois, pela prática da lei, nenhum homem será justificado. Pois, se nós, que aspiramos à justificação em Cristo, retornamos, todavia, ao pecado, seria porventura Cristo ministro do pecado? Por certo que não! Se torno a edificar o que destruí, confesso-me transgressor. Na realidade, pela fé eu morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou pregado à cruz de Cristo. Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.

Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Quem habita ao abrigo do Altíssimo e vive à sombra do Senhor Onipotente (Sl 91, 1)
Aleluia, aleluia, aleluia!
Diz ao Senhor, sois meu refúgio e proteção sois o meu Deus no qual confio inteiramente. (Sl 91, 2).
Aleluia, aleluia, aleluia!





Evangelho                                                                              Mc. 8, 34-38; 9, 1
Evangelho de Nosso Senhor Jesus † Cristo, segundo o Evangelista São Marcos

Naquele tempo, convocando Jesus, a multidão, juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á. Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida? Ou que dará o homem em troca da sua vida? Porque, se nesta geração adúltera e pecadora alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os seus santos anjos. E dizia-lhes: Em verdade vos digo: dos que aqui se acham, alguns há que não experimentarão a morte, enquanto não virem chegar o Reino de Deus com poder.

Hirmos
Ó Mãe de Deus, tu és o paraíso místico, pois sem ser cultivada, produziste Cristo, que plantou a árvore da Cruz. Por isso, agora O adoramos crucificado e a ti exaltamos.

Kinonikon
Gravada está sobre nós, Senhor, a luz da tua face.
Aleluia, aleluia, aleluia!

Anunciação - Modo 4
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”.

Sinaxe

A crucifixão era uma forma de pena oriental que foi introduzida no Ocidente pelos persas. Foi pouco usada pelos gregos, mas muito utilizada pelos cartagineses e romanos.
Na literatura romana, a crucifixão é descrita como punição cruel e temida, não sendo aplicada aos cidadãos romanos, mas apenas aos escravos e aos não-romanos que houvessem cometido crimes atrozes, como assassinato, furto grave, traição e rebelião. Seguindo a forma romana de crucifixão Jesus provavelmente carregou somente a parte transversal da cruz, pois a parte vertical era deixada no local da execução à espera do condenado. Os braços eram inicialmente amarrados e somente ao chegar no local eram pregados ao madeiro. Acontecia o mesmo procedimento com as pernas e pés.
A vítima era suspensa pouco mais de um metro do chão para que as pessoas pudessem dar de beber uma mistura de água e fel ou vinagre para ser mantida o tempo inteiro consciente, sem haver possibilidade de desmaios (Mt 27,48). Os romanos crucificavam os criminosos inteiramente nus e não há motivo para se pensar que tenha sido feita alguma exceção para Jesus. As vestes do crucificado eram entregues aos soldados para serem divididas. As vestes de Jesus não foram divididas mas sorteadas pois era de tecido fino e sem costuras. Tal indumentária e feitio não poderiam ser destruídas, por isso preferiu-se lançar sorte. (Mt 27,35ss).
Uma inscrição com o nome do criminoso e a natureza do seu crime era feita sobre uma tabuinha, que o condenado levava pendurado no pescoço até o local da execução; essa tabuinha foi afixada acima da cabeça de Jesus na cruz. Por ironia de Pilatos, a inscrição de Jesus não indicava um crime, mas registrava simplesmente a expressão "rei dos judeus" (Mt 27,37). A inscrição era feita em três línguas: aramaico, o dialeto local; o grego, a língua do mundo romano e o latim, a língua oficial da administração romana.
A morte de Jesus foi muito rápida. Ele ficou suspenso à cruz algumas horas. Geralmente a morte dos condenados à cruz se dava depois de alguns dias após pregado. Este foi o caso dos dois ladrões que ladeavam Jesus: foram- lhe quebradas as pernas para que o fim fosse apressado pois a Páscoa judaica se aproximava (Jo 19,32ss).
No Novo Testamento, o simbolismo teológico da Cruz só aparece em uma afirmação do próprio Senhor e nos escritos de São Paulo. Jesus disse que aqueles que o seguem devem tomar a sua própria Cruz, perdendo assim a vida, para depois conquistá-la (Mt 10,38). Não se trata apenas de alusão à sua própria morte, mas também da afirmação de que seu seguimento exige a negação de si mesmo ( Mc 8,34), o total desprezo pela própria vida, pelo bem-estar, pelas posses pessoais, a tudo aquilo a que se deve renunciar para seguir Jesus.
Paulo pregava o Cristo crucificado, embora isto fosse escândalo para os hebreus e loucura para os gentios (1Cor 1,23). A linguagem da Cruz é absurda para aqueles que, sem ela, se perdem; entretanto é poder de Deus para aqueles que se salvam. (1Cor 1, 18)
Ao encerrarmos a Festa da Exaltação da Santa Cruz, cabe-nos dar à Cruz seu devido valor. O sofrimento nos dá a possibilidade da redenção. Reclamar dele nos atesta que ainda precisamos crescer espiritualmente.
Mckenzie, John L, Dicionário Bíblico, Ed Paulinas, 1983



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