A Igreja Ortodoxa

A Santa Igreja Católica
Apostólica Ortodoxa

Ortodoxo (do grego "orthos" [όρθος] = reto, correto e “doxa” [δόξα] = louvor, doutrina), ou seja, aqueles que professam a fé correta e assim louvam a Deus.
Chama-se Ortodoxia o grupo de Igrejas Cristãs orientais que professam a mesma fé e, com algumas variantes culturais, praticam basicamente os mesmos ritos.
Catedral de São Jorge, no Phanar (em
Constantinopla, atual Instambul),
sede do Patriarcado Ecumênico.  
Sua origem está no próprio berço do Cristianismo, uma vez que a Igreja de Cristo teve início no Oriente e de lá se expandiu para todo o mundo.
Com a perseguição dos seguidores de Cristo logo após sua morte, muitos cristãos deixaram Jerusalém e se dispersaram por toda a Judéia, Samaria, Antioquia e outras regiões, anunciando o Evangelho, e assim foram se formando as primeiras Comunidades Cristãs.
As Igrejas de Roma, Constantinopla, Antioquia, Jerusalém e Alexandria formaram no primeiro milênio do Cristianismo uma “pentarquia”. Sendo que ao Bispo de Roma era conferida a honra da primazia (primus inter pares).
Em 381 foi conferido ao Arcebispo da sede imperial, Constantinopla, o primado de honra e o título de Patriarca, colocando-o, em honra, logo depois do Bispo de Roma, e em 451 recebeu a igualdade em honra e primazia em relação ao mesmo. Finalmente, em 587 recebeu o título de Patriarca Ecumênico.
Interior da Catedral Patriarcal de São Jorge 
No ano de 1054, divergências políticas, culturais e religiosas, culminaram na separação entre cristãos do Oriente e do Ocidente. A Igreja de Roma rompeu com as demais igrejas, passando este fato a denominar-se de “Grande Cisma”.
As Igrejas de Constantinopla (Patriarcado Ecumênico), Antioquia, Jerusalém e Alexandria continuam seguindo os legados e tradições herdados de Cristo e dos santos Apóstolos, pelo que passaram a adotar o nome de “Igreja Ortodoxa”, para designar a Igreja indivisa de Cristo.
Com o passar dos séculos e, consequentemente, a evangelização de novos povos, principalmente os eslavos, outros Patriarcados foram fundados e reconhecidos pelo Patriarcado Ecumênico.
Atualmente, há 14 Igrejas Ortodoxas que mantêm comunhão canônica e sacramental plena umas com as outras.
Patriarcados e Igrejas Autocéfalas
Atualmente, existem 14 Igrejas Ortodoxas em comunhão entre si, consubstanciando a Igreja indivisa de Cristo.
9 são Igrejas Patriarcais:
  • Patriarcado Ecumênico de Constantinopla.
  • Patriarcado de Alexandria.
  • Patriarcado de Antioquia.
  • Patriarcado de Jerusalém.
  • Patriarcado de Moscou.
  • Patriarcado da Sérvia.
  • Patriarcado da Romênia.
  • Patriarcado da Bulgária.
  • Patriarcado da Geórgia.
5 são Igreja Autocéfalas:
  • Igreja da Grécia.
  • Igreja de Chipre.
  • Igreja da Polônia.
  • Igreja da Albânia.
  • Igreja da República Checa e Eslováquia.
* Ressalte-se que a Igreja de Roma (atual Igreja Católica Apostólica Romana) esteve em comunhão com as demais Igrejas até o ano de 1054 quando então houve a separação entre os cristãos do Oriente e do Ocidente, que passou à história sob o título de "Grande Cisma".
** Em 17 de maio de 2007, a Igreja Ortodoxa Russa fora da Rússia (ROCOR) e o Patriarcado de Moscou assinaram o "Ato de Comunhão Canônica", que restabeleceu a comunhão entre as duas Igrejas separadas desde 1920. Atualmente a Igreja Ortodoxa Russa fora da Rússia tem a natureza de igreja semi-autônoma, sendo parte integrante do Patriarcado de Moscou.        
O Patriarcado Ecumênico
Águia Bicéfala
Símbolo do Patriarcado Ecumênico
O Patriarcado Ecumênico de Constantinopla é uma Igreja Greco-Ortodoxa por excelência, tendo sido fundada pelo Apóstolo André no ano 37 d.C.
Nas mãos dos Cruzados em torno do ano 1204 e depois dos Otomanos no ano de 1453, o Patriarcado sofreu muitas baixas, embora os ortodoxos estivessem sob o resguardo do sistema Millet (estatuo pessoal de direitos em sociedades multiconfessionais). Com a sucessão do Império Otomano pelo Estado Turco moderno, no ano de 1923, tal sistema de direitos foi extinto, de modo que ainda atualmente o Patriarcado não é reconhecido pelo Governo Turco.

Entrozinação de S.S. Patriarca Ecumênico Bartolomeu I
(02.11.1991, Catedral de São Jorge - Phanar)
Nos últimos anos, Bartolomeu I, a frente do Patriarcado, tem realizado incessantes diálogos com o Governo a fim de garantir o pleno reconhecimento do Patriarcado. Um dos impasses atuais é a reabertura da Escola Teológica de Halki, fechada desde 1971 em razão de reformas na legislação do ensino universitário na Turquia.
Escudo do Patriarcado Ecumênico 
 Não obstante, a jurisdição eclesiástica do Patriarcado Ecumênico é bastante vasta. Em princípio de acordo com o Canôn 28 do Concílio da Calcedônia (451), todas as igrejas fora dos territórios das demais Igrejas Ortodoxas deveriam estar sob a jurisdição do Patriarcado Ecumênico, o que de fato não ocorre.
Na Grécia, estão sob a jurisdição do Patriarcado:
  • Dodecaneso (Metrópole de Rhodes etc.);
  • Arquidiocese de Creta (semi-autônoma);
  • As Novas Terras “Νέαι Χώραι” (Metrópole de Tessalônica, etc); e
  • mosteiros do Monte Athos.
Toda a diáspora grega está sob a jurisdição do Patriarcado, como as Arquidioceses da América (EUA), de Buenos Aires e América do Sul; da Austrália; da Grã-Bretanha; da Itália; etc. E ainda as Metrópoles da França, Bélgica, Alemanha, Canadá, etc. Outras Metrópoles na Ásia são: Metrópole da Coreia; Metrópole de Hong Kong e Sudeste Asiático; Metrópole de Singapura e Sul da Ásia.
Afora os gregos, também estão abaixo do Patriarcado a:
  • Arquidiocese das Igrejas Ortodoxas Russas na Europa Ocidental (Paris);
  • Diocese Ortodoxa Carpato-Russa da América;
  • Diocese Ortodoxa Albanesa da América;
  • Igreja Ortodoxa Ucraniana no Canadá;
  • Igreja Ortodoxa Ucraniana dos EUA;
  • Eparquia Ucraniana da América do Sul.
Duas Igrejas Autônomas também estão vinculadas ao Patriarcado. São elas:
  • Igreja Ortodoxa da Finlândia; e
  • Igreja Ortodoxa Apostólica da Estônia.
* A Igreja da Grécia, cuja autocefalia foi reconhecida pelo Patriarcado Ecumênico em 1850, possui jurisdição eclesiástica plena exclusivamente sobre o território que a Grécia possuía à época de sua independência em 1833. As dioceses localizadas nas Novas Terras (Νέαι Χώραι), como por exemplo a Metrópole da Tessalônica, embora sejam administradas pela Igreja da Grécia, estão sob a jurisdição eclesiástica do Patriarcado Ecumênico. Já as dioceses localizadas em Creta (Arquidiocese de Creta), Dodecaneso e os mosteiros do Monte Athos permanecem sob a jurisdição do Patriarcado Ecumênico e não estão vinculados à Igreja da Grécia.
Hierarcas do Patriarcado Ecumênico
BARTOLOMEU I
Arcebispo de Constantinopla, 
Nova Roma e Patriarca Ecumênico.
Entronizado em 02.11.1991.

Dom TARASIOS
Arcebispo Metropolitano de Buenos Aires, 
Primaz e Exarca da América do Sul.
 Entronizado em 14.07.2001.

Dom IOSIF Bosch
Bispo de Patara e Auxiliar da 
Arquidiocese de Buenos Aires
 Entronizado em 23.08.2012.

Organização da Igreja Ortodoxa
A autoridade suprema na Igreja Ortodoxa é o Santo Sínodo Ecumênico, que se compõe de todos os Patriarcas e dos Arcebispos Primazes das Igrejas Autocéfalas, que se reúnem por convocação do Patriarca Ecumênico. Já a autoridade regional em todos os Patriarcados e Igrejas Autocéfalas é o Santo Sínodo Local, que é composto pelos Metropolitas.
Um Patriarcado ou uma Igreja Autocéfala possui o direito de resolver de per si todos os seus problemas internos, nomear e remover seus próprios bispos, incluindo o próprio patriarca, arcebispo ou metropolita que presida esta Igreja. Cada Igreja Autocéfala atua independentemente mantendo, todavia, comunhão canônica e sacramental plena umas com as outras.
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* Para mais informações sobre a Igreja Ortodoxa, acesse a biblioteca virtual da nossa Arquidiocese: www.ecclesia.com.br. 

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