26 dezembro 2014

Domingo após a Natividade do Senhor

PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910 - Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 28 de dezembro de 2014
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Domingo após a Natividade do Senhor
Comemoração de São José, Esposo da Mãe de Deus, de São Tiago, irmão de Jesus e de David, o Profeta-rei


Matinas


Tropário:
As discípulas do Senhor aprenderam do Anjo a anunciar jubilosamente a ressurreição e rejeitaram a sentença dos nossos primeiros pais e conversaram com os Apóstolos, orgulhosas, dizendo: A morte já é cativa e o Cristo Deus já ressuscitou, dando ao mundo grande misericórdia.
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo,
 
As discípulas do Senhor aprenderam do Anjo a anunciar jubilosamente a ressurreição e rejeitaram a sentença dos nossos primeiros pais e conversaram com os Apóstolos, orgulhosas, dizendo: A morte já é cativa e o Cristo Deus já ressuscitou, dando ao mundo grande misericórdia.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
 
Theotokion:
Mistério desconhecido dos anjos; mistério oculto desde toda a eternidade; ó virgem, por Ti Deus se revelou a todos os habitantes da terra; uniu-se à carne sem corrupção, e livremente aceitou a cruz por nós; ressuscitou o primeiro homem e salvou nossas almas da morte.
 
Katisma:
As santas mulheres olharam para a entrada do túmulo, mas, não poderam suportar o brilho flamejante do anjo. Assustadas e tremendo, elas diziam: "Roubaram aquele que abriu as portas do céu ao bom ladrão? Será que ressuscitou Aquele que, antes de sua paixão, havia proclamado sua ressurreição? Em verdade, o Cristo, nosso Deus, ressuscitou dando aos que estavam no inferno. A vida e a ressurreição."
Glória ao Pai +, Filho e ao Espírito Santo.
 
Ó meu salvador, livremente escolheste a cruz. Homens mortais Te colocaram em um sepulcro novo, a Ti que com Tua palavra, estabeleceste os .confins do universo. Despojaste a morte e todos os habitantes dos infernos cantam a Tua vivificante ressurreição, clamando: "Cristo ressuscitou, ele que é o dispensador da vida e permanece pelos séculos dos séculos."
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos.
 
Theotokion:
Os coros dos anjos, ó puríssima, ficaram tomados de terror, diante do terrível mistério do teu parto. Como tu tens em teus braços Aquele que, com um só gesto tem todo o universo? Como Aquele que existe antes dos séculos, nasce e se alimenta de teu leite, aquele que cuja inefável bondade alimenta todo o ser vivente? Os anjos te bendizem e te proclamam a verdadeira Mãe de Deus.
 
 
 
Ypakoí:
As portadoras de aromas se apressaram em proclamar aos Apóstolos a boa-nova de Tua gloriosíssima Ressurreição, e anunciaram que Tu havias ressuscitado como Deus, ó Cristo, e concedeste ao mundo Tua grande misericórdia.
 
Antífona (sl. 128):
Desde minha juventude, numerosas são as paixões que me assaltam, mas Tu, ó meu Salvador, protege-me e salva-me. Vós que odiais Sião, sede confundidos pelo Senhor, pois, como a erva pelo fogo, sereis dissecados.
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Pelo Espírito Santo, toda a alma vive, pela pureza se eleva e pelo mistério sagrado da unidade Trinitária, ela se ilumina.
 
Prokimenon (salmo 44):
Levanta-Te, Senhor, vem em nosso socorro, resgata-nos pela glória de Teu nome. (2 vezes).
 
Stichos:
Ó Deus, ouvimos com nossos próprios ouvidos (repete a primeira).
 
Evangelho                                                                                          Jo 20, 1-10
Evangelho de Nosso Senhor Jesus + Cristo, segundo o Evangelista São João:
 
No primeiro dia que se seguia ao sábado, Maria Madalena foi ao sepulcro, de manhã cedo, quando ainda estava escuro. Viu a pedra removida do sepulcro. Correu e foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava: Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram! Saiu então Pedro com aquele outro discípulo, e foram ao sepulcro. Corriam juntos, mas aquele outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. Inclinou-se e viu ali os panos no chão, mas não entrou. Chegou Simão Pedro que o seguia, entrou no sepulcro e viu os panos postos no chão. Viu também o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus. Não estava, porém, com os panos, mas enrolado num lugar à parte. Então entrou também o discípulo que havia chegado primeiro ao sepulcro. Viu e creu. Em verdade, ainda não haviam entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dentre os mortos. Os discípulos, então, voltaram para as suas casas.
 
Ó Senhor, ressuscitado do sepulcro, rompeste os grilhões do inferno, eliminaste o poder da morte, salvando todos dos laços do inimigo; e quando apareceste a teus discípulos, os enviaste a evangelizar e, através deles, deste tua paz ao mundo, tu que és o Único Misericordioso.
 
Divina Liturgia
 
Anunciação - Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”.
 
Tropário da Ressurreição – 4º tom:
As discípulas do Senhor aprenderam do Anjo a anunciar jubilosamente a ressurreição e rejeitaram a sentença dos nossos primeiros pais e conversaram com os Apóstolos, orgulhosas, dizendo: A morte já é cativa e o Cristo Deus já ressuscitou, dando ao mundo grande misericórdia.
 
Tropário da Festa:
José, anuncia a Davi, ancestral do Senhor, os prodígios: Viste a Virgem grávida, glorificaste com os Pastores, adoraste com os Magos e foste avisado pelo Anjo. Intercede perante o Cristo Deus pela salvação de nossas almas!
 
Kondakion – 4º tom:
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo.
O Salvador e Redentor meu, sendo Deus, rompeu as portas do Hades, libertando de suas cadeias os habitantes da terra, e, sendo Soberano, ressuscitou ao terceiro dia.
 
Theotokion - 4º tom:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
O mistério eternamente oculto e dos anjos desconhecido, através de ti, ó Mãe de Deus, encarnando-se, apareceu na terra, voluntariamente aceitou a Cruz, e com ela ressuscitou o primeiro criado, e salvou da morte as nossas almas.
 
Kondakion da Festa:
Hoje o Divino Davi enche de alegria, e José, e Tiago oferecem louvores. Coroados pelo seu parentesco com Cristo, rejubilam-se e louvam Aquele que nasceu sobre a terra de modo inefável e clamam: Compassivo, salva os que te amam!
 
Prokimenon:
Tu és bendito Senhor, Deus de nossos pais e teu nome é louvado e glorificado pelos séculos.
Pois és justo em todas as coisas que nos fizeste tuas obras são verdadeiras e retos os teus caminhos.
 
 
 
 
 
 
Epístola                                                                                              Gl. 1, 11-19
Leitura da Epistola do Apóstolo São Paulo aos Gálatas.
 
Irmãos, asseguro-vos que o Evangelho pregado por mim não tem nada de humano. Não o recebi nem aprendi de homem algum mas através de uma revelação de Jesus Cristo. Certamente ouvistes falar como outrora vivia eu no judaísmo. Perseguia ferrenhamente a Igreja de Deus e procurava exterminá-la. E no zelo pelo judaísmo ultrapassava muitos dos companheiros de idade da minha nação, mostrando-me extremamente zeloso das tradições paternas. Mas, quando aprouve àquele que me reservou desde o seio de minha mãe e me chamou por sua graça, para revelar seu Filho em minha pessoa, a fim de que o tornasse conhecido entre os pagãos, imediatamente parti para a Arábia, sem recorrer a nenhum conselho humano, sem ir a Jerusalém ver os que, antes de mim, eram apóstolos. Da Arábia voltei a Damasco. Três anos depois, subi a Jerusalém para conhecer Cefas e fiquei com ele quinze dias. Dos outros apóstolos não vi mais nenhum, mas somente Tiago, irmão do Senhor.
 
Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Cinge a tua espada, com majestade e esplendor, cavalga vitorioso, pela causa da verdade e da justiça.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Amaste a justiça e detestaste a iniquidade, por isso Deus te ungiu com o óleo da alegria.
Aleluia, aleluia, aleluia!
 
Evangelho                                                                                          Mt 2, 13-23
Evangelho de Nosso Senhor Jesus + Cristo, segundo o Evangelista São Mateus:
 
Naquele tempo, depois que os magos se retiraram, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo. José levantou-se, de noite, pegou o menino e sua mãe, retirou-se ao Egito e lá ficou até à morte de Herodes. Assim se cumpriu o que o Senhor tinha dito pelo profeta: Do Egito chamei o meu filho. Quando Herodes percebeu que os magos o tinham enganado, ficou furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo, de acordo com o tempo indicado pelos magos. Assim se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias: «Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos e não quer ser consolada, pois não existem mais.» Quando Herodes morreu, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e lhe disse: Levanta-te, pega o menino e sua mãe, e volta para a terra de Israel; pois já morreram aqueles que queriam matar o menino. Ele levantou-se, pegou o menino e sua mãe e entrou na terra de Israel. Mas quando soube que Arquelau reinava na Judéia, no lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Depois de receber em sonho um aviso, retirou-se para a região da Galiléia e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelos profetas: «Ele será chamado nazareno».
 
Sinaxe
 
Festa dos Santos Inocentes foi introduzida na Igreja Oriental no século IV e reveste-se da alegria do martírio. Herodes vendo-se iludido pelos Magos que regressaram aos próprios países por outro caminho, ordenou a horrível matança dos meninos de Belém e dos arredores, de idade inferior a dois anos, no intuito de matar o "Rei dos Judeus" recém-nascido. A morte fez-se presente em muitas famílias e a dor instalou-se nos corações das mães que viam ser arrancados de seus braços os seus filhos para serem executados a olhos vistos.
A Sagrada Família, no entanto, escapou a este flagelo graças aos avisos do Anjo que apareceu a José, alertando-o que fugisse com Maria e o Menino para o Egito. Relata a tradição que cerca de 30 meninos abaixo de 2 anos foram assassinados à espada, por ordem do tirano Herodes. A Igreja os proclama mártires, pois suas vidas foram arrancadas como conseqüência da certeza de que o Messias já estava entre os homens. Deram suas vidas por Alguém que ainda não conheciam; foram testemunhas da Verdade ainda não plenamente revelada.
Tendo celebrado a Festa do Nascimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, segundo a Carne, a Igreja quer destacar, neste domingo pós-Natal, três nomes que são fundamentais para reforçar o Mistério da encarnação do Verbo: José, Tiago e Davi.
José é lembrado por ser homem de fé e que esteve ao lado do Menino como pai adotivo; Tiago aparece como o personagem que vai confirmar o dogma da Virgindade de Maria antes e depois do parto; e Davi, porque de sua linhagem nasceu o Salvador, o Messias esperado.
José, Esposo de Maria: Baseados nos relatos da Genealogia, José é filho de Jacó ( Mt 1, 16) ou de Eli (Lc 3, 23) e esposo de Maria, a mãe de Jesus. Aparece nos evangelhos da infância em Mateus e Lucas como também em outros lugares, mas apenas como o humilde "Guardião" de Jesus (Lc 4, 22; Jo 1, 46; Jo 6, 42). No Evangelho de Mateus é chamado de o "Justo". A ele foi revelado o nascimento virginal de Jesus (Mt 1, 10-25).
Foi também responsável por Maria e Jesus durante a fuga para o Egito. São Mateus não menciona qualquer residência de José em Nazaré antes do retorno do Egito. Já, São Lucas, diz que Maria e José moravam em Nazaré antes mesmo do nascimento do Messias. Após a fuga para o Egito conforme as narrativas de São Lucas, José aparece como figura secundária, presente no Nascimento, na Apresentação do Menino no Templo, na perda e no Encontro de Jesus em Jerusalém. Após estes acontecimentos, a Sagrada Escritura nada mais menciona.
(1) - The Bible Has the Answer (A Bíblia Tem a Resposta), de Henry Morris e Martin Clark, Master Books, 1987. Trad. Avelar Guedes Junior, Provido por Eden Communications com permissão de Master Books.
"Por ser homem justo foi escolhido por Deus para guardar a virgindade de Maria com quem se casou aos 30 anos. Era carpinteiro, trabalhador, tanto que, em Nazaré, perguntaram em relação a Jesus, "Não é este o filho do carpinteiro?" (Mt 13, 55). Apesar de seu humilde trabalho e suas condições simples, José era de linhagem real. Lucas e Mateus citam sua descendência de Davi, o maior rei de Israel (Mt 1, 1-16 e Lc 3, 23-38). Realmente o Anjo, que primeiro conta a José sobre Jesus, o saúda como "filho de Davi", um título real usado também para Jesus.
José foi um homem compassivo, carinhoso. Quando soube que Maria estava grávida, ainda não tendo com ela se casado. sabendo que a criança não era sua, pois respeitava sua noiva, planejou separar-se de Maria de acordo com a lei, mas temeu pela segurança e sofrimento dela e do bebê. José sabia que mulheres acusadas de adultério poderiam ser apedrejadas até a morte. Então, decidiu deixá-la silenciosamente para não expor Maria a vergonha ou crueldade (Mt 1, 19-25).
José foi um homem de fé, obediente a tudo o que Deus pedisse a ele. Quando o Anjo apareceu a José em um sonho e contou-lhe a verdade sobre a criança que Maria estava carregando, José imediatamente e sem questionar ou preocupar-se com o que poderiam dizer, tomou-a como esposa.
Cita o Evangelho de Lucas que, tendo se completado o tempo para Jesus nascer, surgiu um decreto que todos deveriam se recensear na cidade de origem. Sendo José da casa de Davi, foi com Maria para Belém, nascendo lá o Salvador. Quando o Anjo de Deus reapareceu para lhe dizer que sua família estava em perigo, ele imediatamente deixou tudo o que possuía, todos os seus parentes e amigos, e fugiu para um país estranho, desconhecido, com sua jovem esposa e o bebê. Ele aguardou no Egito sem questionar até que o Anjo disse a ele que era seguro retornar (Mt 2, 13-23).
José não era rico: quando levou Jesus ao Templo para ser circuncidado e Maria para ser purificada, ofereceu o sacrifício de um par de rolas ou dois pombinhos, o que era permitido apenas àqueles que não tinham condições de comprar um cordeiro (Lc 2, 24 . José amava Jesus. Sua única preocupação era a segurança desta criança confiada a ele. Ele não apenas deixou seu lar para proteger Jesus, mas na ocasião de seu retorno fixou residência na obscura cidade de Nazaré sem temer por sua vida. Quando Jesus ficou no Templo, José, junto com Maria, procurou por Ele com grande ansiedade, por três dias (Lc 2, 48). José tratava a Jesus como seu próprio filho, tanto que as pessoas de Nazaré constantemente repetiam com relação a Jesus, "Não é este o filho de José?" (Lc 4, 22) Pelo fato das Escrituras não citarem José nos fatos da vida pública de Jesus, em sua morte e ressurreição, muitos historiadores acreditam que provavelmente deve ter morrido antes que Jesus iniciasse seu ministério".
Tiago, irmão de Jesus: Os irmãos de Jesus são mencionados em Mt 12,46, Mc 3, 31; Lc 8, 19; Jo 2, 12; At 1, 14; 1Cor 9, 5 e Gl 1, 19. São mencionados quatro: Tiago, José, Simão e Judas (Mt 13, 55 e Mc 6, 13).
A Igreja, em todos os Concílios, reafirmou a Virgindade de Maria antes e depois do parto, descartando a possibilidade de que estes fossem também seus filhos. Alguns Santos Padres inicialmente sustentaram a possibilidade de serem filhos do viúvo José, vindos de um casamento anterior. Esta possibilidade logo foi refutada uma vez que carecia de fundamentos.
Aprofundando a exegese Bíblica, os estudiosos encontram a resposta: o termo "irmão" na língua hebraica e aramaica, as línguas que Jesus falava e a língua usada para escrever alguns textos sagrados do Novo Testamento, designa todos os que pertencem a mesma tribo ou clã. Tiago e José, por exemplo, são filhos de Alfeu (Mt 10, 3) com outra mulher também chamada Maria, pertencente a mesma tribo de Israel . Doze eram as tribos e os membros de cada uma delas se chamavam entre si "irmãos".
Outro reforço encontrado nos Evangelhos que descarta a possibilidade de Maria ter mais filhos é a seguinte questão: se Jesus tivesse de fato outros irmãos, filhos de Maria, por que entregaria sua Mãe aos cuidados de João quando estava suspenso à Cruz? Nada, nas Sagradas Escrituras, contradiz o dogma da Virgindade de Maria.
Davi, Profeta e Rei: No Novo Testamento, Davi é mencionado geralmente nas expressões "Filho de Davi" ou "Semente de Davi", ditas a Jesus ou sobre Jesus. A referência de São Paulo à descendência davídica de Jesus (Rm1, 3; 2Tm 2, 8) evidencia que a descendência real era um elemento fundamental do caráter messiânico de Jesus, na visão da Igreja primitiva. Nos Evangelhos o título aparece aplicado a Jesus pelas pessoas que a Ele recorriam para serem curadas ou quando, entrando na cidade de Jerusalém montado sobre um jumentinho, era aclamado com: "Hosanas ao filho de Davi" (Mt 21, 9-15).
Este título reforçava a hipótese de que de fato o Messias estava entre eles, pois os judeus acreditavam que, da família de Davi, nasceria o Salvador, o Ungido, para salvar Israel.
(1) "Tal promessa foi dada ao rei Davi, de que o Messias deveria ser um dos seus descendentes, como o Rei eterno, aquele de quem Deus disse: 'eu estabelecerei para sempre o trono do seu reino'" (IISm 7, 13). E, em Isaias, "então brotará um rebento do tronco de Jessé (que é o pai do rei Davi), e das suas raízes um renovo frutificará" (Is 11, 1).
Este é mais um título do Messias, e indica que, ainda que a árvore da família de Jessé fosse cortada, um Renovo surgiria das raízes. Evidentemente, o último.
"Messias" significa "Ungido", nome dado ao Libertador prometido que viria algum dia ao povo de Israel como seu grande Salvador, Redentor, "Ungido" como Profeta, Sacerdote e Rei da parte de Deus.
"Cristo" é o equivalente em grego da palavra "Messias". Assim, o nome Jesus Cristo significa "Jesus, o Messias" ou "Jesus, o Ungido".
Esta pregação foi feita com tamanha convicção e poder que não só muitos judeus, mas, mais tarde, um número ainda maior de gentios (não-judeus),veio a crer em Jesus como o Cristo, Senhor e Salvador de todos os homens".
 
FONTES:
MACKENZIE, John L. Dicionário Bíblico. Paulinas - S. Paulo/Brasil, 1983;
 
Folheto Dominical da Igreja Anunciação da Mãe de Deus
 
 
Responsável
 
Reverendo Ecônomo Padre Emanuel Sofoulis
 
 
Editoração e Diagramação
 
Antonio José
 
 
Atualização da Página na internet
 
Jean Stylianoudakis
 
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Apoio
 
 - Rodrigo Marques – Membro do Coro da nossa Igreja
 
 - Folheto da Comunidade Ortodoxa de São Pedro e São Paulo
 Pavuna – Rio de Janeiro – RJ – Brasil
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25 dezembro 2014

Natividade

PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Qd. 910 - Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 25 de dezembro de 2014
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Natividade, segundo a carne, de Nosso Senhor, Deus e Salvador Jesus Cristo»


Divina Liturgia

Anunciação - Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”.

O Verbo era Deus...
O Verbo fez-se carne

Escutai, pastores, o som das trombetas…
O Verbo foi gerado, Deus manifestou-se ao mundo!
E vós, filhas de reis, entrai na alegria da Mãe de Deus (cf Sl 44,10).
Povos, digamos: “Bendito sejas, nosso Deus recém-nascido, glória a ti!”
A Virgem, que não conhece homem (Lc 1,34), deu ao mundo a alegria, a tristeza ancestral acabou.
Hoje, o Incriado foi gerado, aquele que o mundo não pode conter entra no mundo.
Hoje, a alegria manifestou-se aos homens; hoje o erro foi lançado no abismo.
Povos, digamos: “Bendito sejas, nosso Deus recém-nascido, glória a ti!”
Pastores, cantai o Mestre que nasceu em Belém…, aquele que resgata o mundo.
Eis que a maldição de Eva foi anulada, graças àquele que nasceu da Virgem…
“Batamos palmas em aclamações” (Sl 46,2); formemos um coro com os anjos.
O Senhor nasceu da Virgem Maria para “levantar os que tinham caído e erguer os abatidos” (Sl 144,14), aqueles que gritam com fé:“Bendito sejas, nosso Deus recém-nascido, glória a ti!”
O autor da Lei encarnou sob a Lei (Ga 4,4), o Filho intemporal nasceu da Virgem, o Criador do universo está deitado no presépio.
Aquele que o Pai gera eternamente, sem mãe nos céus, nasceu da Virgem, sem pai sobre a terra.
Povos, digamos: “Bendito sejas, nosso Deus recém-nascido, glória a ti!”
Na verdade, a alegria acaba de nascer no estábulo.
Hoje os coros angélicos rejubilam; todas as nações celebram a Virgem imaculada; o nosso antepassado Adão dança de alegria, porque hoje nasceu o Salvador.
Povos, digamos: “Bendito sejas, nosso Deus recém-nascido, glória a ti!”

S. Romano o Melódio (? - cerca de 560)
Hino 13, «A Natividade»

ISSODIKON
Das minhas entranhas, eu te gerei
antes da estrela da manhã.
O Senhor jurou e não se arrependerá:
Tu és sacerdote para sempre,
segundo a ordem de Melquisedeque.
Salva-nos, ó Filho de Deus,
Tu que nasceste da Virgem,
a nós que a Ti cantamos: aleluia!

APOLITIKION (4º TOM)
Teu Nascimento, ó Cristo Deus,
fez brilhar no mundo a luz do conhecimento.
Nela os adoradores dos astros
aprenderam de um astro a adorar-te, Sol de Justiça,
e a reconhecer-te como o Oriente vindo do alto.
Senhor, glória a Ti!

HIPACOÏ (8º TOM)
Ó Menino reclinado numa manjedoura,
o céu te ofereceu as primícias dos gentios,
chamando os magos pela estrela.
E estes ficaram assombrados,
não por cetros e tronos, mas pela pobreza extrema.
Que há, na verdade, de mais humilde que a gruta,
e de mais miserável que as faixas,
nas quais brilhou a riqueza de tua divindade?
Senhor, glória a Ti!

KONDAKION (3º TOM)
Hoje a Virgem dá à luz o Eterno
e a terra é uma gruta ao Inacessível.
Os anjos e os pastores louvam-no
e os magos com a estrela avançam.
Tu nasceste para nós, ó Menino,
Deus antes de todo tempo.



TRISÁGION
Vós que fostes batizados em Cristo,
vos revestistes de Cristo. Aleluia! (3 vezes)
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Vos revestistes de Cristo. Aleluia!
Vós que fostes batizados em Cristo ...

PROKIMENON
Todos os habitantes da terra te adorem
e cantem em teu louvor.
Aclamai a Deus todos os habitantes da terra.

EPÍSTOLA                                                                                        [Gl 4, 4-7]
Leitura da Epístola do Apóstolo São Paulo aos Gálatas

Irmãos, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho. Ele nasceu de uma mulher, submetido à Lei para resgatar aqueles que estavam submetidos à Lei, a fim de que fôssemos adotados como filhos. A prova de que vocês são filhos é o fato de que Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho que clama: Abba, Pai! Portanto, você já não é escravo, mas filho; e se é filho, é também herdeiro por vontade de Deus.

ALELUIA
Aleluia, aleluia, aleluia!
Os céus publicam a glória de Deus
e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Um dia ao outro transmite esta mensagem
e uma noite à outra a comunica.
Aleluia, aleluia, aleluia!

EVANGELHO                                                                                   [Mt 2, 1-12]
Evangelho de Nosso Senhor Jesus†Cristo, segundo o Evangelista São Mateus

Naquele tempo, tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judéia, no tempo do rei Herodes, alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, e perguntaram: «Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Nós vimos a sua estrela no Oriente, e viemos para prestar-lhe homenagem.»
Ao saber disso, o rei Herodes ficou alarmado, assim como toda a cidade de Jerusalém. Herodes reuniu todos os chefes dos sacerdotes e os doutores da Lei, e lhes perguntou onde o Messias deveria nascer. Eles responderam: «Em Belém, na Judéia, porque assim está escrito por meio do profeta: ‘E você, Belém, terra de Judá, não é de modo algum a menor entre as principais cidades de Judá, porque de você sairá um Chefe, que vai apascentar Israel, meu povo’».
Então Herodes chamou secretamente os magos, e investigou junto a eles sobre o tempo exato em que a estrela havia aparecido. Depois, mandou-os a Belém, dizendo: «Vão, e procurem obter informações exatas sobre o menino. E me avisem quando o encontrarem, para que também eu vá prestar-lhe homenagem.»
Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até que parou sobre o lugar onde estava o menino. Ao verem de novo a estrela, os magos ficaram radiantes de alegria.
Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e lhe prestaram homenagem. Depois, abriram seus cofres, e ofereceram presentes ao menino: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, partiram para a região deles, seguindo por outro caminho.

HIRMOS
Glorifica, ó minha alma,
aquela que é mais venerável
e mais gloriosa que os exércitos celestes.
Eu contemplo um mistério estranho e admirável:
a gruta tornou-se o Céu;
a Virgem, o trono dos Querubins;
e a manjedoura, um lugar honroso,
no qual repousa o incomensurável, Cristo Deus.
Louvemo-lo e glorifiquemo-lo!

KINONIKON:
O Senhor enviou a redenção a seu povo;
estabeleceu para sempre a sua aliança.
Aleluia, aleluia, aleluia!

Obs.: Em vez de Vimos a verdadeira luz... o Apolitikion do dia.
Na Bênção Final acrescenta-se: Que aquele que nasceu numa gruta e foi reclinado numa manjedoura para a nossa salvação, o Cristo ...


SINAXE



Tu, que maravilhosamente criaste o homem,
mais maravilhosamente ainda restabeleceste a sua dignidade
Jesus Cristo nasceu, rendei-Lhe glória!
Cristo desceu dos céus, correi para Ele!
Cristo está sobre a terra, exaltai-O!
“Cantai ao Senhor, terra inteira.
Alegria no céu; terra, exulta de alegria!” (Sl 96,1.11).
Do céu, ele vem habitar no meio dos homens; estremecei de temor e de alegria:
de temor, por causa do pecado; de alegria, por causa da nossa esperança.
Hoje, as sombras se dissipam e a luz se eleva sobre o mundo; como outrora no Egito envolto em trevas, hoje uma coluna de fogo ilumina Israel.
O povo, que estava sentado nas trevas da ignorância, contempla hoje essa imensa luz do verdadeiro conhecimento porque “o mundo antigo desapareceu, todas as coisas são novas” (2 Co 5,17).
A letra recua, o espírito triunfa (Rm 7,6); a prefiguração passa, a verdade aparece (Col 2,17).
Aquele que nos deu a existência quer também inundar-nos de felicidade; essa felicidade que o pecado nos havia feito perder, a encarnação do Filho nos devolve…
Tal é esta solenidade: saudamos hoje a vinda de Deus ao meio dos homens para que possamos, não chegar mas regressar para junto de Deus; a fim de que nos despojemos do homem velho e nos revistamos do Homem novo (Col 3,9), a fim de que, mortos em Adão, vivamos em Cristo (1 Co 15,22)…
Celebremos pois este dia, cheios de uma alegria divina, não mundana, mas uma verdadeira alegria celeste.
Que festa, este mistério de Cristo! Ele é a minha plenitude, o meu novo nascimento.
S. Gregório Nazianzeno (330-390),
« Sermão n° 38, para a Natividade»

A Festa da Natividade do Senhor, celebrada nas Igrejas do Oriente e do Ocidente, marca o nascimento de Jesus, o Verbo de Deus feito homem, em Belém. Tal festa é antecedida por um tempo de preparação e jejum que se encerra na noite de 24 de dezembro. O jejum é substituído pelo banquete da festividade e da alegria pela Encarnação do Verbo. O Menino recém nascido, impossibilitado ainda de falar, é a encarnação da Palavra Divina.

O que os Patriarcas, Profetas, Justos e Reis desejaram ver e não viram, contemplamos hoje: a realização do plano salvífico que, ao fazer-se homem, glorifica nossa natureza humana, fazendo-nos partícipes da natureza divina. A encarnação do Filho de Deus reconcilia os opostos e aproxima os polos diversos da criação: reúne o Céu e a Terra, o tempo e a eternidade, anjos e pastores, astros e animais, a virgindade e a maternidade, pois Maria é verdadeiramente Virgem fecunda e Mãe intacta [...].

«O povo que caminha nas trevas viu uma grande luz. Sobre os que habitam o país da sombra da morte, uma luz resplandece». (Is 9,1)

Na noite se manifesta a luz divina; mas para que Deus receba a vida humana é necessário que a humanidade aceite dar à luz na carne e no mundo obscuro. Por isso o menino pequeno não ocupa o centro do ícone. O SIM das bodas de Deus com a humanidade, a porta aberta à encarnação de Deus, é Maria, filha de Israel, mãe humana de Deus, coberta com a sombra do Espírito Santo, envolta num véu de cor púrpura do Espírito Santo, o Espírito dos sete dons, das sete chamas do fogo incriado.

A Virgem Mãe repousa no centro do ícone sobre a encosta de uma montanha. Representação da montanha messiânica, a que Deus dignou-se escolher como morada sua:

«Montanha Divina, Montanha de Basham, Montanha escarpada, Montanha de Basham [...], a montanha eleita de Deus como morada sua. O Senhor habitará nela para sempre» (Sl 68,16-17)
Eu consagrarei a meu Rei sobre Sião, meu santo Monte. (SL 2,6)

Mas esta Montanha se entrecruza com outras duas, formando uma estrutura que domina toda a cena. É uma expressão simbólica do Mistério da Santíssima Trindade, fundamento de nossa fé. A Virgem Mãe está recostada sobre uma magnífica tela vermelha amarrada nos extremos. Esta tela tem às vezes a forma do número oito horizontal que traçam os matemáticos como sinal de infinito. Assim representa o mundo transfigurado do Oitavo dia, o Dia Pascal.

Como um trono de púrpura , levas o Criador, Como um leito vivente recebes o Rei, o plena de Graça.
(Salmo Eclesiástico de Vésperas do dia 20/12)

Maria está sempre recostada como jovem Mãe, as vezes sentada como Rainha. Na decadência do Ocidente Cristão, pinta-se Maria ajoelhada e adorando seu filho. Mas não estamos diante de um mistério de adoração, se não ante o nascimento de Deus pela divina maternidade da Virgem Maria. A perda desta contemplação deu uma nota sentimental aos presépios, distanciando-a da presença do mistério divino-humano [...]

A Virgem está adornada com três estrelas: "Maria, joia da virgindade, deve permanecer Virgem antes do parto, virgem durante o parto, virgem depois do nascimento, única sempre virgem de espírito, de alma e de corpo . (São João Damasceno)

O seio virginal cresce com sua porta intacta A potência resplandece
pois Deus habita em seu templo. (Hino de Natal)

Maria evoca a sarça ardente que não se consome nas chamas, o templo onde Deus habita, a câmara nupcial, e representa a Igreja. Maria guarda todas as coisas e as medita em seu coração. (Lc 2,19 e Lc 2, 51)

O menino esta recostado em um presépio que tem forma de sepulcro. O Cordeiro de Belém é já o Cordeiro eucarístico. Os lençóis, sinal de reconhecimento que o Anjo deu aos pastores, prefiguram os lençóis mortuários que o envolveram em seu sepulcro e que as mulheres portadoras de aromas encontraram no túmulo vazio na manhã da Páscoa.

Está envolto em panos, e já os laços do inferno se desatam. (Prefácio de Natal)

O menino está deitado mais acima que sua mãe; segundo uma tradução do texto grego de Lucas, que não está presente em algumas outras traduções:

Ela o envolveu em panos e o recostou acima, em um presépio. (Lc 2,7)

Gesto de oferenda, gesto sacrifical que recorda o do diácono quando eleva os santos dons do pão e do vinho diante o altar celeste. "Oferecer" significa etimologicamente "levar a cima", e o presépio é o altar onde o Senhor se oferece a si mesmo, e se dá em alimento, como Pão da Vida na cidade de Belém, que em hebraico de diz "Beith-lejem", Casa do Pão. A gruta simboliza a profundidade do silêncio e do abismo no qual Deus se encontra. Representa os infernos que se abrem como as faces de um monstro disposto a engolir o menino, tal como a baleia de Jonas. Mas o Menino é já um Vencedor: sobre Ele desce um faixo de Luz, pois o Céu, em inimaginável descida, inclina-se até o mais profundo.

Venham, gozemos do Paraíso nesta gruta.
Ali está o poço que nenhuma mão humana cavou, o poço do qual Davi desejou beber .
Ali a Virgem ao dar a luz a seu menino, saciou a sede de Adão e de Davi.
(Responsório da Noite de Natal)
Resplandece teu presépio, da escuridão da noite, nasce uma luz, que nenhuma sombra apaga:
é a vela da fé. (hino de Natal)

Atrás do menino, dois animais o cercam. Não estão indicados no Evangelho, mas são uma recordação da palavra de Isaías [...]:

O boi conhece seu amo, o asno o presépio de seu Senhor, mas meu povo não me conhece. (Is 1,3)

A cada lado do centro do ícone, aparecem as outras testemunhas, os pastores, e os magos. Os primeiros chamados a contemplar o Cristo são os pastores, homens humildes, simples, naturais, que representam a grande espera do povo que caminhava nas trevas.

A quem esperais, pastores que velais na noite?
Esperamos o Bom Pastor. (Salmo eclesiástico)

A eles se dirige, em primeiro lugar, a "Benevolência" divina.
Os magos representados como três cavalheiros que sobem ao monte, apontam a estrela anunciadora da Vida Nova. Reis e astrólogos, sábios pagãos chegados do Oriente, representam todas as nações chamadas a sentar-se, com Israel, à mesa do banquete do Senhor. Portadores de dons, prefiguram as mulheres que iam ao sepulcro com aromas. Tem sobre sua cabeça uma espécie chapéu e por cima uma pequena esfera da sabedoria.

Teu nascimento oh Cristo nosso Deus, fez brilhar no mundo a luz da sabedoria; e , graças a uma estrela, aqueles que adoravam os astros, aprenderam a adorar-te, Sol de justiça, e a conhecer em Ti, o Oriente que vem do Alto.
Glória a Ti, Senhor!
(tropário de Natal)

A parte superior do ícone representa as realidades celestiais: no centro, um semicírculo , como um sol azul, se abre de diversas maneiras segundo os ícones. As vezes está ali a estrela de oito raios:

Eu, Jesus, sou a luz resplandecente da manhã. (Ap. 22,16)

Uma estrela avança em Jacó, um astro se levanta em Israel. (Nm 24,17)

Mais próximo do relato evangélico, outra tradição vê no Anjo inclinado, o Anjo da encarnação, o Anjo guardião dos homens, com sua ternura, sua proteção e sua vigilância. Os outros três Anjos em atitude de adoração, estavam junto à gruta, assombrados por ver o Deus oculto na carne e prolongando na terra a eterna Liturgia Celestial. Todos clamam: «Glória a Deus nas alturas, e na terra paz aos homens de boa vontade!» Lc 2,7)

Na parte inferior do ícone há duas mulheres que banham o Menino. Segundo narra o proto-evangelho de São Tiago, uma delas é chamada Eva como nossa primeira mãe.

Eva, por seu pecado, introduziu no mundo a maldição.
Mas tu, ó Virgem Mãe de Deus, pela excelência de tua fecundidade, fizeste florescer no mundo a bênção.
Estrofe do salmo lucernário, 20 de dezembro)

O banho do Menino antecipa o Banho batismal da Teofania e sublinha a humanidade de Cristo. Prefigura a morte, a descida aos infernos e a Ressurreição, pois como diz São Paulo,

"Fomos sepultados com Ele pelo batismo, na morte, para que, como o Cristo ressuscitou de dentre os mortos pela glória de seu Pai, vivamos também nós uma vida nova. Rm 6, 4)

Na parte inferior esquerda, estão dois homens: um deles é José, que aparece sentado meditando, com a cabeça apoiada nas mãos. Personifica o homem atônito ante o Mistério.

Com o coração tumultuado e cheio de dúvidas, o prudente José se debatia.
Sabe que és virgem intacta, e suspeita secretos esponsais.
conhecendo-te, Mãe, pela ação do Espírito Santo exclama: aleluia! (3ª Antífona da 1ª Estação do Hino Akathistos)

Diante dele está, de pé, um velho pastor com um bastão que, segundo a tradição se chama Tirso, e seu bastão é o de Dionísios, utilizado pelos pagãos nas festas báquicas. Representado de perfil é a figura do tentador.

A terra está, quase sempre, cheia de arbustos e plantas e povoada de ovelhas e cordeiros do rebanho. Assim , toda a Criação, angélica, mineral, vegetal, astral, animal e humana,

«se maravilha com o nascimento de Deus, e canta ao Senhor, Menino pequeno e Deus antes dos séculos».

«Senhor, a Terra se alegra e se estremece ante tua bênção, pois o Verbo se faz carne» [...]

Que saltem as montanhas, que os mares se estremeçam, que as árvores e os bosques exultem, pois Deus se faz homem.

Da raiz de Jessé, cresce para a imortalidade a árvore da Vida, da escuridão da terra surge o Sol da Justiça que atravessa o céu espiritual oculto em Maria como uma gruta. (Oração Coleta 19 de dezembro)

O Ofício da Noite da Natividade termina com esta admirável recapitulação do mistério:

"Hoje nasce da Virgem O que sustenta com sua mão o Universo.
Ele que é invisível por essência, está envolto em panos como um mortal.
Ele que firmou os céus no princípio do mundo, está deitado num presépio.
Ele que fez chover o maná no deserto sobre seu povo, se alimenta com o leite de sua Mãe.
O Esposo da Igreja é visitado pelos magos, o Filho da Virgem aceita os dons.
Adoramos teu nascimento, ó Cristo, concede-nos ver também a tua santa Teofania.

FONTE:
Revista Fuentes – «Las doce Fiestas» — Buenos Aires - Argentina



Folheto Dominical da Igreja Anunciação da Mãe de Deus


Responsável

Reverendo Ecônomo Padre Emanuel Sofoulis


Editoração e Diagramação

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Atualização da Página na internet

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