PATRIARCADO
ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega
de Buenos Aires e América do Sul
Igreja
Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910
- Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 14 de junho de
2015.
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2º Domingo de Mateus
(2º depois de Pentecostes
- Modo 1)
Memória de São Metódio, Patriarca de Constantinopla († 847)
Matinas
Tropário:
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados
guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a
vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória
à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu
que És o único filantropo.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados
guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a
vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória
à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu
que És o único filantropo.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Theotokion:
Gabriel te trouxe a salvação, ó Virgem, o Senhor
de todas as coisas se fez carne em Ti, Tu és a arca santa de Seu poder, como disse
o justo Davi.
Ti tornaste mais vasta que os céus, porque carregaste
o Criador.
Glória àquele que fez sua morada em Ti!
Glória àquele que veio de Ti!
Glória àquele que nos libertou pelo teu parto!
Katisma:
Ó Salvador, os soldados que guardavam Teu sepulcro,
com os olhos ofuscados pelo brilho da aparição do anjo tombaram como mortos, enquanto
as Santas mulheres proclamavam a Tua ressurreição.
Ó destruidor da morte, prostrados a Teus pés, nós
Te glorificamos a Ti que ressuscitaste do sepulcro, porque és o nosso único Deus.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Ó Deus de misericórdia, livremente quiseste ser crucificado!
Ó doador da vida, como um morto foste colocado no
sepulcro!
Ó poderoso, por Tua morte quebraste o império da
morte. Ó amigo do homem, os guardas diante de Ti, logo que despertaste aqueles que
estavam mortos há séculos!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Theotokíon:
Nós te conhecemos como a Mãe de Deus e após o teu
parto, nós vimos brilhar tua virgindade com amor, nós nos refugiamos em ti, ó toda
bondade. Nós, pobres pecadores, em ti encontramos, nosso único refúgio, em ti depositamos
nossa salvação em meio às provas, porque és a única sem mancha.
Ypakoí:
O arrependimento do ladrão o fez ganhar o paraíso.
O lamento das portadoras de aromas proclamou a boa nova de que tinhas ressuscitado
dando ao mundo sua grande misericórdia, ó Cristo.
Antifona:
Clamo à Ti, ó Senhor, no meu sofrer. Presta ouvidos
à minha dor.
Verdadeiramente a vida dos habitantes do deserto
é feliz, porque eles são conduzidos pela Tua divina paixão.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo. Agora, sempre
e pelos séculos dos séculos. Amém.
Pelo Espírito Santo toda criação, visível e invisível,
é preservada, porque Ele é todo Poderoso e é verdadeiramente, uma das Três Pessoas
Divinas.
Prokimenon:
Agora eu me levantarei, diz o Senhor; faço a salvação
e a declaro. (2 x)
Stichos:
As palavras do Senhor, são palavras puras. (repete
a 1ª.)
Evangelho: Mc 16, 1-8
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo,
segundo o Evangelista São Marcos.
Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago,
e Salomé compraram aromas para ungir Jesus. E no primeiro dia da semana, foram muito
cedo ao sepulcro, mal o sol havia despontado. E diziam entre si: Quem nos há de
remover a pedra da entrada do sepulcro? Levantando os olhos, elas viram removida
a pedra, que era muito grande. Entrando no sepulcro, viram, sentado do lado direito,
um jovem, vestido de roupas brancas, e assustaram-se. Ele lhes falou: Não tenhais
medo. Buscais Jesus de Nazaré, que foi crucificado. Ele ressuscitou, já não está
aqui. Eis o lugar onde o depositaram. Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro
que ele vos precede na Galiléia. Lá o vereis como vos disse. Elas saíram do sepulcro
e fugiram trêmulas e amedrontadas. E a ninguém disseram coisa alguma por causa do
medo.
Kondakion:
Senhor, todo poderoso, ressuscitaste do túmulo. O
inferno diante deste milagre tremeu e os mortos se levantaram.
Contigo a criação se rejubila, Adão também exulta
e o mundo, Ó meu salvador, canta a Ti, sem fim.
Ikós:
Tu és a luz dos que estão cobertos de trevas, Tu
és a ressurreição de todos e a vida dos mortais.
Ó Salvador, ressuscitaste contigo os fiéis, saqueaste
o império da morte.
Ó verbo, quebraste as portas do inferno.
Os mortais diante desta maravilha, ficaram maravilhados
e toda a criação se rejubilou pela Tua ressurreição ó amigos dos homens.
Todos nós glorificamos e celebramos Tua humilhação,
e,o mundo, ó meu Salvador, canta a Ti sem cessar.
Exapostilárion:
As portadoras de mirra quando viram a pedra removida
e um jovem sentado no túmulo, se alegraram ao ouvi-lo dizer: “O Cristo ressuscitou;
ide, pois, dizer a seus discípulos e a Pedro para irem ao monte da Galiléia, pois,
lá, Ele apascentará a todos os seus amados como prometera”.
Theotokion:
Um anjo de paz apareceu à Virgem antes de ficar grávida
de Ti, ó Cristo. Também um anjo removeu a pedra do túmulo. O primeiro anunciou a
indescritível
alegria em troca da tristeza.
O segundo anunciou aos Teus eleitos e às mulheres
a Tua ressurreição dentre os mortos, louvando-Te, ó doador da vida.
Laudes:
1º
Que toda a criatura e todo o vivente Te louve, Senhor, porque destruíste a morte
pela Tua cruz, revelaste aos povos a Tua ressurreição de entre os mortos, pois és
o único amigo do homem.
2º
Ó juízes, dizei-nos: como os soldados deixaram fugir o Rei que eles guardavam? Como
a pedra não conservou o rochedo da vida? Mostrai-nos o se
pultado,
ou então, adorai o ressuscitado.
Exclamando
conosco: “Glória à multidão de Tuas misericórdias, Senhor, glória a Ti!”.
3º
Alegrai-vos, povos e permanecei na alegria!
Um
anjo sentou-se sobra a pedra do sepulcro e ele nos anunciou a boa nova: Cristo ressuscitou
dos mortos, Ele o Salvador do mundo, e seu perfume encheu o Universo.
Alegrai-vos,
povos e permanecei na alegria!
4º
Senhor, antes de Tua concepção, um anjo trouxe esta mensagem: Alegra-Te, ó cheia
de graça. Na Tua ressurreição rolou a pedra do Teu glorioso sepulcro. O primeiro,
em lugar de tristeza, deu o final da alegria. O segundo, em lugar da morte, nos
anuncia o Senhor da vida.
Ó
Senhor, benfeitor de todos os seres, glória a Ti.
5º
As santas mulheres derramaram sobre a Tua tumba perfumes misturados com lágrimas;
mas seus lábios se encheram de alegria ao dizer: “O Senhor ressuscitou!”.
6º
Povos e nações, louvai o Cristo, nosso Deus, que quis padecer na cruz por nós, que
padeceu três dias no inferno; adorai a ressurreição dentre o mortos que iluminou
os confins do Universo.
7º
Ó Cristo, foste crucificado e foste sepultado, segundo a Tua vontade. Despojaste
a morte, ó nosso verdadeiro Deus e Senhor. Ressuscitaste, em glória, para dar ao
mundo a vida eterna e a grande misericórdia.
8º
Ó transgressores da lei, selando a pedra, restituíste para nós o mais refulgente
milagre. Os guardas conhecem a verdade e anunciam: “Hoje Ele ressuscitou do túmulo!”
Mas
vós lhes destes a ordem de dizer: “Enquanto dormíamos, os discípulos vieram e O
levaram”.
Quem,
pois, iria querer um morto, ainda mais um morto nu? Foi Ele que ressuscitou por
Seu próprio poder divino, abandonando seus lençóis no túmulo. Ó Jesus, vinde e vede:
Ele não violou os selos. Ele pisou com os pés a morte, dando ao mundo a vida sem
fim e a grande misericórdia.
Eothinon:
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
As mulheres que estavam com Maria e levaram aromas
ficaram satisfeitas por terem conseguido o seu desejo de ir ao Sepulcro; ficaram
espantadas quando viram a pedra do túmulo rolar; um divino jovem acalmou a perturbação
de suas almas, dizendo: “O Cristo Deus já ressuscitou e anunciai aos discípulos
para irem a Galiléia, para vê-Lo ressuscitado, porque Ele, o Senhor, é o doador
da vida”.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Theotokion
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus, em cujo
seio se encarnou Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da maldição,
destruindo a morte
e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em qualquer tempo, e sempre
o Seu louvor estará em minha boca (2 vezes).
Euzina:
As que estavam com Maria Chegaram levando Mirra e
quando estavam desconcertadas de como obter seu intento, viram a pedra removida
e um jovem angelical lhes tirou a preocupação e a angústia de seus espíritos, dizendo-lhes:
“Ressuscitou o Senhor Jesus; anunciai aos seus discípulos que sigam para a Galileia
para vê-lo ressuscitado dentre os mortos, porque ele é o Senhor Doador da vida”.
Hoje é a salvação do mundo. Louvemos Aquele que ressuscitou
do túmulo, dando-nos origem a uma nova vida, porque anulou a morte com a Sua morte
e nos concedeu a misericórdia de obter essa grande vitória.
Divina Liturgia
Anunciação
- Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação
do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel
anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”
Tropário da Ressurreição
- 1º tom:
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados
guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a
vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória
à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu
que És o único filantropo.
Kondakion
– 1º tom:
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Tu, sendo Deus, te levantaste do túmulo, e devolveste
a vida ao mundo; a natureza humana, por isso te louva: a morte foi vencida, Adão
se regozija, ó Mestre, e Eva, liberta agora das cadeias da morte, com alegria exclama:
Tu, Cristo, és o que a todos dá a Ressurreição!
Theotokion:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Quando Gabriel te saudou, ó Virgem, dizendo: "alegra-te!"
e com sua voz, o Salvador encarnou-se em ti, tabernáculo santo; e, como falava o
Justo Davi: "veio do céu trazendo o Criador de tudo", glória Àquele que
habita em ti, glória Àquele nascido de ti e que nos libertou!
Prokimenon:
Desça sobre nós, Senhor, a tua misericórdia conforme
nossa esperança em Ti.
Exultai, ó justos, no Senhor, pois aos retos convém
o louvor.
Epístola: Rm 2, 10-16
Leitura
do Apostolo São Paulo aos Romanos:
Irmãos, glória, honra e paz a todo o que faz o bem,
primeiro ao judeu e depois ao grego. Porque, diante de Deus, não há distinção de
pessoas. Todos os que sem a lei pecaram, sem aplicação da lei perecerão; e quantos
pecaram sob o regime da lei, pela lei serão julgados. Porque diante de Deus não
são justos os que ouvem a lei, mas serão tidos por justos os que praticam a lei.
Os pagãos, que não têm a lei, fazendo naturalmente as coisas que são da lei, embora
não tenham a lei, a si mesmos servem de lei; eles mostram que o objeto da lei está
gravado nos seus corações, dando-lhes testemunho a sua consciência, bem como os
seus raciocínios, com os quais se acusam ou se escusam mutuamente. Isso aparecerá
claramente no dia em que, segundo o meu Evangelho, Deus julgar as ações secretas
dos homens, por Jesus Cristo.
Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Deus
assegura a minha vitória e me submete os meus adversários.
Aleluia,
aleluia, aleluia!
Salva
maravilhosamente seu servo e usa de misericórdia com seu ungido.
Aleluia,
aleluia, aleluia!
Evangelho: Mt 4, 18-23
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo,
segundo o Evangelista São Mateus:
Naquele tempo, caminhando
Jesus ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos: Simão (chamado Pedro) e André,
seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. E disse-lhes: «Vinde
após mim e vos farei pescadores de homens». Na mesma hora abandonaram suas redes
e o seguiram. Passando adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu,
e seu irmão João, que estavam com seu pai Zebedeu consertando as redes. Chamou-os,
e eles abandonaram a barca e seu pai e o seguiram. Jesus percorria toda a Galiléia,
ensinando nas suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, curando todas as doenças
e enfermidades entre o povo.
Sinaxe
Após vivenciarmos as experiências de Pentecostes
e celebrarmos, logo no domingo posterior, o “dia de todos os santos”, a Igreja do
Oriente retoma São Mateus, iniciando os relatos sobre a vida de Jesus pelo "chamado"
dos primeiros discípulos. O mesmo texto, podemos encontrar em Marcos e Lucas.
Para anunciar a Deus é preciso tê-lo conhecido. Para
conhecer a Deus é necessário que ele se revele. No Novo Testamento, Deus se deixa
revelar na pessoa do Filho e o Filho chama seus colaboradores para que Deus seja
cada vez mais conhecido e amado por todos.
O chamado genuíno para esta missão é sempre uma iniciativa
divina:
(Δεν με εδιαλε§ατε σεις, αλλα εγω σας εδιαλε§α)
“Não fostes vós que me escolhestes,
mas eu que vos escolhi” (Jo 15,16).
Cafarnaúm, ficava às margens do Lago de Genesaré,
também chamado Mar da Galiléia. É aí, entre os pescadores, que Jesus encontra seus
primeiros colaboradores: Simão Pedro e André, Tiago e João. Dois pares de irmãos,
sinal de que o Reino é lugar de fraternidade, comunhão e Família. Jesus escolhe
trabalhadores dedicados. Eles eram pescadores e conheciam bem sua profissão: sabiam
das responsabilidades e das dificuldades provindas deste árduo labor.
O pescador é um homem do silêncio, da esperança e
da perseverança. Quando sai para a pesca sua língua cessa para que os peixes não
se assustem com o barulho das palavras. É um homem da esperança, pois aguarda sem
afobação o momento certo para retirar as redes e coletar o fruto de seu trabalho.
Às vezes espera toda uma noite, sem nada pescar, mesmo assim insiste em jogá-la
de novo às águas. Por isso o pescador também é caracterizado como o homem da perseverança.
Tão acostumados com o seu trabalho, Jesus convida
aqueles pescadores para inaugurar um outro tipo de pesca pois era preciso trabalhar
para o Reino:
“Απο τωρα και εις θα πιανις αντρωπους”
Doravante serás pescador de homens. (Jo 5,10)
Nesta nova empreitada aquelas características tão
próprias dos pescadores (o silêncio, a esperança e a perseverança) lhes serão de
grande valia. O silêncio da oração e da meditação contínua, fará dos chamados, homens
de esperança e de perseverança, mesmo quando a pesca parecer infrutífera.
Mas é necessário que também nós façamos nossa parte:
entregar-se à oração e à meditação e pedir. A este propósito, São João Crisóstomo,
ao comentar esta passagem do Evangelho, recorda: “Quando falta nossa cooperação,
também a ajuda de Deus perde sua força” (Comentário ao Evangelho de São Mateus,
n. 50).
Os chamados por Deus devem ter a fisionomia própria
Daquele que chama, que não é objeto de mudanças: o semblante do Cristo Sacerdote,
Profeta e Rei. Os homens desejam contemplar no sacerdote, o chamado por excelência
a anunciar o Reino, o rosto de Cristo, aquele que é, “posto a favor
dos
homens no que se refere a Deus” (Hb 5,1).
Portanto, pelo convite que Deus nos fez, os chamados
comprometem-se a manifestar a presença de Cristo, único e sumo Pastor, no meio do
Rebanho que lhes foi confiado. Este rebanho é a Igreja que está presente em todas
as partes, com rosto multiforme, mas que se une pela mesma Cabeça: O Cristo Sacerdote.
Os quatro primeiros chamados seguiram o Mestre e,
com Ele, aprenderam a ser santos para, só depois, mergulhados na Graça, sair e pescar
de um modo diferente, novo.
Galileia, terra de encontros... Jesus gasta tempo
a olhar as pessoas e a compreendê-las. Quando chama para o seguirem Simão e André,
Tiago e João, mostra-se humano não quebrando os laços da fraternidade; os primeiros
discípulos são chamados dois a dois. Deixar as redes, a barca e sobretudo o pai
é já tão exigente! A Galileia, símbolo dos indivíduos e dos povos introduzidos na
luz de um homem que põe de pé. Jesus leva-os consigo através de um longo itinerário
em que nenhum "impossível" é colocado a priori, nem sequer a passagem
para o outro lado do mar.
Vinde após mim.
Farei de vós pescadores de
homens
Vieram a ele como pescadores de peixes e tornaram-se
pescadores de homens, como ele dissera: “Eis que agora envio caçadores de homens,
e eles caçaram sobre todas as montanhas e todos os lugares elevados” (Jr 16,16).
Se ele tivesse enviado sábios, diriam que tinham persuadido o povo e assim tinham
ganho, ou que os tinham enganado e assim os agarraram. Se ele tivesse enviado ricos,
diriam que eles tinham dominado do povo alimentando-o, ou que os tinham corrompido
com dinheiro, e assim os tinham dominado. Se tivesse enviado homens fortes, teriam
dito que eles os tinham seduzido pela força, ou ao contrário, pela violência.
Mas os apóstolos não tinham nada disso. O Senhor
mostrá-lo-á a todos pelo exemplo de São Pedro. Ele era pusilânime, porque ele ficou
aterrorizado à voz de um criado; era pobre, porque ele próprio não podia pagar a
sua parte do imposto: “Não tenho ouro nem prata” (Ac 3,6; Mt 17, 24-27). Ele não
tinha cultura pois, quando negou o Senhor, nem foi capaz de se defender pela astúcia.
Eles partiram pois, estes pescadores de peixes, e
alcançaram a vitória sobre os fortes, os ricos e os sábios. Grande milagre! Fracos
como eram, atraíram, sem violência, os fortes à sua doutrina; pobres, ensinaram
os ricos; ignorantes, fizeram os seus discípulos sábios e prudentes. A sabedoria
do mundo deu lugar a esta sabedoria que é ela própria a sabedoria das sabedorias.
S. Efrém (306-373)
Comentário do Diatessaron
Deixando logo as redes, seguiram-No
Poderíamos pensar […]: «Terão abandonado assim tanta
coisa para seguirem o Senhor, estes dois pescadores que não tinham quase nada?»
[…] A verdade é que abandonaram muito, visto que renunciaram a tudo, por muito pouco
que esse tudo fosse. Nós, pelo contrário, apegamo-nos ao que temos e procuramos
avidamente o que não temos. Por isso, Pedro e André abandonaram muito quando renunciaram
ao simples desejo de possuir; abandonaram muito porque, ao renunciarem aos seus
bens, renunciaram igualmente ao que ambicionavam. […]
Assim, quando vemos que alguns renunciaram a grandes
riquezas, não devemos pensar: «Gostaria muito de os imitar no seu desprezo por este
mundo, mas não tenho nada para abandonar, não possuo nada.» Abandonais muito, meus
irmãos, se renunciais aos desejos deste mundo. Com efeito, o Senhor contenta-Se
com os nossos bens exteriores, por muito pequenos que sejam; pois é o coração que
Ele tem em conta e não o valor das coisas: não Lhe interessa a quantidade de coisas
que Lhe sacrificamos, mas o amor que acompanha a nossa oferenda.
Com efeito, pensando apenas nos bens exteriores,
os nossos santos comerciantes pagaram a vida eterna, a vida dos anjos, com as suas
redes e o seu barco. O Reino de Deus não tem preço e, por conseguinte, não te custa
nem mais nem menos do que aquilo que possuis.
São Gregório Magno (c. 540-604)
Homilias sobre o Evangelho,
n° 5
São Metódio, Patriarca de Constantinopla
Os gregos professam uma grande devoção a São Metódio, Patriarca
de Constantinopla, devido ao importante papel que desempenhou na luta contra os
iconoclastas, por sua decisiva contribuição para a sua derrota final, bem como pela
sua resistência heróica diante das perseguições que sofreu e, portanto, é honrado
com os títulos do “Confessor” e “o Grande”.
Metódio, que era natural de Sicília, em Siracusa, sua cidade natal,
recebeu uma excelente educação e transferiu-se para Constantinopla com objetivo
de obter um posto na corte. Lá, porém, ele conheceu um monge por quem passou a ter
um grande afeto e, movido por seu aconselhamento espiritual, decidiu deixar o mundo
e entrar para a vida religiosa. Construiu, mais tarde, um monastério na ilha de
Kios, e quando apenas começava a formar a sua comunidade, foi chamado à Constantinopla
pelo então Patriarca Nicéforo. Em 815, durante a segunda fase das perseguições iconoclastas,
sob o reinado de Leão o Armênio, adotou uma atitude bastante firme e corajosa em
defesa da veneração às imagens sagradas. Imediatamente após a deposição e exílio
de São Nicéforo, Metódio partiu para Roma, provavelmente com a missão de informar
ao Papa São Pascoal I, sobre a situação em Constantinopla, permanecendo por lá até
a morte do Rei Leão V de Constantinopla. Acalentava-se
grande esperança de que o seu sucessor, Miguel, o Tartamudo, fosse ficar favorável
aos cristãos e, em 821, São Metódio retornou à Constantinopla com uma carta do Papa
São Pascoal ao imperador, na qual solicitava a reposição de São Nicéforo ao trono
de Constantinopla. Entretanto, logo que Miguel Tartamudo leu a carta, encheu-se
de cólera, acusando Metódio de agitador profissional e de tentar criar sedição,
ordenando que fosse banido, após receber uma grande surra. Alega-se que, em vez
de baní-lo, foi aprisionado por sete anos numa espécie de túmulo ou mausoléu, juntamente
com outros dois ladrões. Um deles morreu logo, mas o santo e seu outro companheiro
de infortúnio foram abandonados em sua estreita prisão até que se cumprisse toda
a sentença.
Metódio, ao ser libertado, estava como um esqueleto, mantendo
apenas um sopro de vida e, mesmo assim, conservava íntegro o seu espírito. Num curto
espaço de tempo, já se encontrava plenamente restabelecido. Teve início, então,
uma nova perseguição, patrocinada, desta vez, pelo imperador Teófilo. Metódio foi
levado à sua presença e frontalmente acusado de novo de ter se envolvido em atividades
subversivas no passado e de ter incitado o papa a escrever a famosa carta. O santo
respondeu firmemente que tudo era falso, aproveitando a oportunidade para expressar
as suas opiniões sobre o culto às imagens com estas palavras:
“Se uma imagem tem
tão pouco valor aos vossos olhos, e se renegais e condenais as imagens de Cristo,
por que, do mesmo modo, não condenais também a veneração às vossas próprias representações?
Ao contrário, longe de condenar o culto às vossas imagens, multiplicais continuamente!”
Com a morte do imperador, em 842, sucedeu-o no trono a sua viúva,
Theodora como regente de seu pequeno filho Miguel III. A Imperatriz se declarou
favorável à veneração das imagens sagradas, tornando-se sua protetora. Durante um
período de 30 anos, portanto, cessaram as perseguições, e os clérigos exilados puderam
retornar, as imagens sagradas foram restituídas às igrejas de Constantinopla, e
grande foi a alegria entre todos. João, o Gramático, iconoclasta declarado, foi
deposto do trono, e São Metódio foi restabelecido em sua cátedra de Constantinopla.
Entre os principais acontecimentos que marcaram o Patriarcado
de São Metódio, destaca-se a realização de um Sínodo em Constantinopla, que ratificou
os cânones promulgados pelo Concílio de Nicéia sobre os ícones; a instituição de
uma festa da Ortodoxia denominada o “Triunfo da Ortodoxia”, que até os dias atuais
é celebrada no primeiro domingo da Grande Quaresma; e o traslado das relíquias de
seu predecessor, São Nicéforo, para Constantinopla. Além disso, este período de
reconciliação ficou marcado por uma forte disputa entre os monges estuditas, que
antes haviam sido os mais fervorosos apoiadores de São Metódio. Ao que parece, a
causa destas desavenças teria sido a condenação de certos escritos de São Teodoro,
o Estudita, pelo Patriarca.
Após quatro anos no Trono Patriarcal de Constantinopla, São Metódio
morreu, vítima de hidropesía, em 14 de junho de 847. O santo foi um escritor bastante
profícuo. Mas, lamentavelmente, das muitas obras de poesia, teologia e controvérsias
que lhe são atribuídas, restaram apenas alguns fragmentos que, ainda assim, podem
não ser autênticos. No entanto, nos tempos modernos, graças a certas provas manuscritas
recentemente descobertas, as autoridades no assunto estão inclinadas a crer que
São Metódio seja, de fato, autor de alguns escritos hagiográficos que ainda estão
conservados, especialmente “A Vida de São Teófanes”.
Tradução e
publicação neste site
com
autorização de Ortodoxia.org
Trad.: Pe.
André
Folheto
Dominical da Igreja Anunciação da Mãe de Deus
Responsável
Reverendo Ecônomo Padre Emanuel Sofoulis
Editoração e Diagramação
Antonio José
Atualização da Página na
internet
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