PATRIARCADO
ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega
de Buenos Aires e América do Sul
Igreja
Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910
- Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
_____________________________________________________________________
Brasília, 07 de junho de
2015.
______________________________________________________________________________________________________________________________
Comemoração de Todos os Santos
1º Domingo de Mateus
(1º depois de Pentecostes
- Modo 4 Plagal)
Memória de São Willebaldo, Bispo de Eichstatt
Matinas
Tropário:
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados
guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a
vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória
à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu
que És o único filantropo.
Glória ao Pai
,
ao Filho e ao
Espírito Santo,
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados
guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a
vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória
à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu
que És o único filantropo.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Theotokion:
Gabriel te trouxe a salvação, ó Virgem, o Senhor
de todas as coisas se fez carne em Ti, Tu és a arca santa de Seu poder, como disse
o justo Davi.
Ti tornaste mais vasta que os céus, porque carregaste
o Criador.
Glória àquele que fez sua morada em Ti!
Glória àquele que veio de Ti !
Glória àquele que nos libertou pelo teu parto!
Katisma:
Ó Salvador, os soldados que guardavam Teu sepulcro,
com os olhos ofuscados pelo brilho da aparição do anjo tombaram como mortos, enquanto
as Santas mulheres proclamavam a Tua ressurreição.
Ó destruidor da morte, prostrados a Teus pés, nós
Te glorificamos a Ti que ressuscitaste do sepulcro, porque és o nosso único Deus.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Ó Deus de misericórdia, livremente quiseste ser crucificado!
Ó doador da vida, como um morto foste colocado no
sepulcro!
Ó poderoso, por Tua morte quebraste o império da
morte. Ó amigo do homem, os guardas diante de Ti, logo que despertaste aqueles que
estavam mortos há séculos!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Theotokíon:
Nós te conhecemos como a Mãe de Deus e após o teu
parto, nós vimos brilhar tua virgindade. Com amor, nós nos refugiamos em ti, ó toda
bondade . Nós, pobres pecadores, em ti encontramos, nosso único refúgio, em ti depositamos
nossa salvação em meio às provas, porque és a única sem mancha.
Ypakoí:
O arrependimento do ladrão o fez ganhar o paraíso.
O lamento das portadoras de aromas proclamou a boa nova de que tinhas ressuscitado
dando ao mundo sua grande misericórdia, ó Cristo.
Antifona:
Clamo à Ti, ó Senhor, no meu sofrer. Presta ouvidos
à minha dor.
Verdadeiramente a vida dos habitantes do deserto
é feliz, porque eles são conduzidos pela Tua divina paixão.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo. Agora, sempre
e pelos séculos dos séculos. Amém.
Pelo Espírito Santo toda criação, visível e invisível,
é preservada, porque Ele é todo Poderoso e é verdadeiramente, uma das Três Pessoas
Divinas.
Prokimenon:
Agora eu me levantarei, diz o Senhor; faço a salvação
e a declaro. (2x)
Stichos:
As palavras do Senhor, são palavras puras. (repete
a 1ª.)
Evangelho: Mt 28, 16-20
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o
Evangelista São
Mateus.
Naquele tempo, os onze discípulos partiram para a
Galiléia, para o monte que Jesus lhes tinha designado. E, quando o viram, o adoraram;
mas alguns duvidaram. E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo
o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os
em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as
coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até
a consumação dos séculos. Amém.
Kondakion:
Na Tua glória, ressuscitaste do túmulo, porque és
Deus; o mundo ressuscita contigo e os homens Te celebram como Deus; a morte desaparece,
Senhor; Adão, livre dos entraves, se rejubila; Eva, na sua alegria clama: "Ó
Cristo, dá a Tua ressurreição aos homens".
Ikós:
Cantemos o ressuscitado do terceiro dia o Deus Todo-Poderoso,
aquele que destrói as portas do inferno e eleva o túmulo os santos, seus fiéis!
Benevolentemente,
Ele apareceu as santas mulheres, dizendo: "Alegrai-vos",
e revelou a alegria aos apóstolos, Ele é o único doador da vida.
As mulheres clamavam, anunciando aos discípulos a
boa nova, os sinais da vitória. O inferno geme, a morte se lamenta e o universo
se rejubila. Ó Cristo, toda criação se alegra, pois Tu deste a todos a ressurreição.
Exapostilarion:
Vamos com os discípulos para o Monte da Galiléia
para ouvir o Cristo dizer: "Toda autoridade me foi dada no céu e na terra";
e aprender a batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; e ouvir a promessa
de que Ele estará com seus eleitos até a consumação do mundo.
Theotokion:
Ó Virgem Mãe de Deus, tu que te alegraste quando
viste com os discípulos, o Cristo se levantar do túmulo, após três dias, como Ele
havia predito; e aparecer-lhes para ensinar os bons atos; e ordenar o batismo em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Fazendo-te acreditar na Sua ressurreição
e glorificando-te.
Laudes:
1º -
Cada criatura deve louvar o nome
do Senhor. Louvai, pois, o Senhor, do alto
dos céus.
Louvai o
Senhor das
alturas; porque Ele merece ser louvado eternamente.
2º -
Louvai o
Senhor, todos os seus
anjos e
sua força, pois Ele
merece, para
sempre ser
louvado. Esta
glória será
para todos os seus
justos.
Ó Cristo, nós cantamos Tua paixão salutar e
glorificamos Tua
ressurreição.
3º -
Cantem-lhe salmos com tambores e cítaras.
Tu que
padeceste na
cruz, venceste a morte e ressuscitaste dos mortos, preserva nossas vidas, ó
Senhor que
És o
único Todo-Poderoso.
Louvai-O com
a lira
e a
harpa; louva-O com adufes e danças.
4º -
Ó Cristo que despojaste o inferno e elevaste o homem, por Tua
ressurreição, concede-nos um coração puro para
cantar para
Ti e
glorificar-te.
Louvai-O com
címbalos sonoros.
5º -
Ó Cristo, nós cantamos a Ti
e glorificamos Tua divina humilhação.
Tu que
nasceste da
Virgem sem
Te separar do Pai,
sofreste como
um mortal, por Tua
própria vontade, padeceste na
Cruz, ressurgiste do túmulo como de
um leito nupcial para
salvar o
mundo.
Glória a
Ti Senhor !
6º -
Louvai-o com
címbalos retumbantes.
Na hora
em que
foste pregado no madeiro da Cruz
as forças inimigas foram condenadas à
morte; a
criação tremeu de temor e Teu
poder despojou o inferno; ressuscitaste os
fiéis de
seus túmulos e abristes as portas do paraíso.
Ó Cristo, nosso Deus, glória a
Ti.
7º -
Todo ser
que respira, louve o
Senhor.
As Santas mulheres, portando mirra, dirigiram-se, às pressas, ao Teu
sepulcro, chorando.
Elas encontraram a porta aberta e
aprenderam do
anjo, a
história do
novo e
maravilhoso milagre;
Elas anunciaram a boa
nova aos
discípulos: O
Senhor ressuscitou e concedeu ao mundo a grande misericórdia.
8º -
Louvai-O com
instrumentos de
corda e
de sopro. Louvai-O com
címbalos sonoros.
Ó Cristo, nosso Deus, nos adoramos as chagas de Tua
divina paixão.
E este
grande sacrifício que celebraste em Sião, onde Deus
se manifesta até o
fim dos
tempos.
Porque Tu,
ó Sol
da Justiça, brilhaste sobre aqueles que
dormiam nas
trevas para
levá-los à
luz que
não se
acaba.
Ó Senhor, glória a
Ti.
9º -
Confesso a
Ti, ó
Senhor, de
todo coração e observo todos os
Teus milagres.
Escutai, ó
judeus e
dizei-nos: Onde
estão os
selos do
túmulo? Onde
estão as
muralhas?
Como vendeste aquele que
não tem
preço? Como
roubaste o
tesouro?
Judeus sem
fé, porque caluniar a
ressurreição do
crucificado?
Ele ressuscitou, livre entre os mortos, concedendo ao
mundo sua
grande misericórdia.
Eothino:
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Para os discípulos que foram ao Monte que Ele designara,
o Senhor se fez presente, antes de se desprender das coisas terrenas; ao verem O
adoraram, entenderam toda autoridade de que o Senhor estava investido, receberam
a missão de anunciar a Sua ressurreição dentre os mortos e Sua ascensão ao céu.
Receberam a promessa da presença divina entre eles,
como Salvador de nossas almas, até a consumação dos séculos.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Theotokion:
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus, em cujo
seio se encarnou Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da maldição,
destruindo a morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em qualquer tempo, e sempre
o Seu louvor estará em minha boca (2 vezes).
Euzina:
O Senhor se apresentou aos discípulos que o acompanhavam
até a montanha para elevar-se ao céu. Eles se prostraram ante ele, receberam o poder
que lhes foi dado, e foram enviados debaixo dos céus para anunciar a sua ressurreição
dentre os mortos e sua ascensão aos céus, e lhes prometeu, e Ele jamais mente, que
estaria eternamente porque Ele é o Cristo Deus o Salvador de nossas almas.
Hoje é a salvação do mundo. Louvemos Aquele que ressuscitou
do túmulo, dando-nos origem a uma nova vida, porque anulou a morte com a Sua morte
e nos concedeu a misericórdia de obter essa grande vitória.
Divina Liturgia
Anunciação
- Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação
do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel
anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”
Issodikon:
Levanta-te, Senhor, com tua potência; cantaremos
e celebraremos o teu poder. Salva-nos, ó Paráclito cheio de bondade, a nós que a
Ti salmodiamos: aleluia!
Tropário da Ressurreição
- 8º tom:
Descestes das alturas, ó misericordioso, e aceitaste
o sepultamento durante três dias, para nos livrar das paixões. Senhor, És nossa
vida e nossa ressurreição, glória a TI.
Tropário de Todos os Santos - (Modo
4):
Revestida, como de púrpura e de linho fino, do sangue
de todos aqueles que, no mundo inteiro, foram tuas testemunhas, tua Igreja, por
eles, te clama: mostra ao teu povo a tua compaixão; concede a paz à nossa pátria
e tem misericórdia das nossas almas.
Kondakion
– 8º tom:
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Tendo ressuscitado do túmulo deste a vida aos mortos
e levantaste Adão; Eva se regozija com a tua Ressurreição, e exultam de alegria
os confins da terra, ó Misericordioso!
Theotokion
– 8º tom:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Tu, que pela nossa salvação nasceste da Sempre Virgem
Maria, sofreste a crucifixão, ó Misericordioso, com a morte, venceste a morte como
Deus, revelando a Ressurreição. Não abandones a nós, criaturas de tuas mãos, mostra
a tua bondade pela humanidade, atende as preces da tua Mãe que ora por nós, ó Misericordioso,
Salva, ó Salvador, nosso povo desolado!
Kondakion de Todos os Santos:
Senhor, Autor da Criação, o universo te oferece os
Mártires revestidos de Deus como primícias da natureza. Pelas suas súplicas e em
consideração à Mãe de Deus, guarda a tua Igreja sempre em paz, ó Bondoso!
Prokimenon:
Deus é admirável nos seus santos, o Deus de Israel.
Bendizei o Senhor nas vossas assembleias, bendizei
o Senhor, Filhos de Israel.
Epístola: Hb 11, 33-12, 2
Leitura do
Apostolo São
Paulo aos
Hebreus:
Irmãos, pela fé os santos
venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos
leões, apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram
forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos. As
mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando
o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; e outros experimentaram
escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados,
mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados,
aflitos e maltratados (dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos,
e montes, e pelas covas e cavernas da terra. E todos estes, tendo tido testemunho
pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito,
para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados. Portanto, nós também, pois que estamos
rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado
que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta,
olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto,
suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.
Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Os justos clamaram e o Senhor os ouviu e os salvou de todas as tribulações.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Muitas são as tribulações dos justos, e de todas elas os livrará o Senhor.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Evangelho: Mt 10, 32-33; 37-38; 19, 27-30
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o
Evangelista São
Mateus:
Naquele tempo, disse Jesus:
Quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante
de meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também
eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus. Quem ama seu pai ou sua mãe mais
que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho mais que a mim, não é digno de
mim. Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. Pedro então, tomando
a palavra, disse-lhe: Eis que deixamos tudo para te seguir. Que haverá então para
nós?» Respondeu Jesus: Em verdade vos declaro: no dia da renovação do mundo, quando
o Filho do Homem estiver sentado no trono da glória, vós, que me haveis seguido,
estareis sentados em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele
que por minha causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, terras ou casa
receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna. Muitos dos primeiros serão os últimos
e muitos dos últimos serão os primeiros.
Kinonikón:
Exultai, ó justos, no Senhor; aos retos convém o
louvor.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Sinaxe
«Agios o Theós, Agios Ischiros, Agios Athanatos...»
Os
escritores sagrados, já no
Gênesis referiam-se a Deus
como o
«Santo», palavra que tinha a conotação de «Sagrado». Deus é
o «Outro», tão transcendente e tão
longínquo que
o homem não poderia ter acesso; somente referir-se a Ele
com tremor e temor.(Gn 15,12).
O
Povo Israelita por ter
um Deus
que era
conhecido como
o «Outro», isto é,
separado (por
ser tão
especial e
incognoscível), arvorava-se o direito de se
identificar como
«raça eleita», «povo escolhido», «nação santa», diferente de
todos os
outros na
sua maneira de ser,
agir e
comportar, cultuando sua Divindade... e tudo
isto era
muito explicito em seus
rituais religiosos, condutas sociais e na
vida cotidiana em geral. A religião estava tão
impregnada nas
suas práticas que, o
pertencer à
raça eleita deveria ser
mesmo ostentado. Não demorou muito para
se cair
em extremos absurdos onde
a santidade cedeu lugar à hipocrisia, ao «farisaísmo».
Jesus condenou tais
comportamentos e
o apóstolo Pedro ressaltou muitas vezes que o
imprescindível é
a «pureza de coração», capaz de
fazer de
nós participantes da vida
de Deus
(1Pd 1,14-16). As leis
são importantes na medida em
que conduzem o
homem à
maturidade e
liberdade dos
Filhos de
Deus. Se
são nefastas a vida
humana, não
podem ser
boas.
Assim, cremos que
a santidade nos é
comunicada por
Deus e
isto se
realiza na
pessoa do
Filho, Jesus Cristo, de
maneira plena, assim como
em todos aqueles que
viveram e
vivem de
acordo com
os seus
santos preceitos. Somos todos vocacionados à
santidade, chamados a «ser
santos como
o Pai
é Santo».
Jesus Cristo, o
«Senhor», por
meio dos
sacramentos, transmite a toda
Igreja a
sua santidade. Os sacramentos são os
instrumentos da
santidade e
da salvação, que trazem ao homem a vida
de Deus
(cf Mt
13,24-30;). Esta
certeza era
tão viva
nos primeiros séculos da
Igreja que
não hesitavam em chamar a si
mesmos «santos» (2Cor 11,12;), e à
Igreja a
«Comunhão dos
Santos».
Esta
expressão, que
encontramos no
Credo, tem
sua manifestação na Divina Liturgia da
Igreja Ortodoxa (São João
Crisóstomo) na
Liturgia Eucarística onde «os
santos» são
convidados a
participarem das
«coisas santas».
«As coisas Santas aos Santos!»
E,
professando a
unidade e
santidade de
Deus na
pessoa do
Filho, Jesus Cristo, o
Senhor, respondemos:
«Um só é Santo, Um só é Senhor, Jesus Cristo, na Glória de Deus Pai. Amém.
A
santidade manifesta-se, pois, como
uma participação na vida
de Deus, que se
realiza com
os meios que a
Igreja nos
dispõe, especialmente através do
sacramento da
Eucaristia, onde
o Santo nos dá
a sua
Santidade por
amor, e
nós nos
tornamos santos por filiação.
A
santidade não
é o
fruto do
esforço humano, portanto, que
procura alcançar a Deus
com suas
próprias forças, e mesmo por heroísmo; ela é
Dom do
amor de
Deus ao
homem e
resposta deste à misericordiosa e paternal iniciativa divina. Tanto é
que, o
modo como
estão organizadas as festas no Calendário Litúrgico Bizantino, onde a
Festa de
todos os
Santos é
celebrada no
domingo depois de Pentecostes, ou seja, a Descida do Espírito Santo, quer
significar que
toda a
santidade é
obra do
Espírito Santíssimo de Deus. A festa de Todos os Santos encerra o
Tempo Litúrgico Pascal no
calendário da
Igreja do
Oriente.
«Tudo o que está encoberto será descoberto»
«Sermão para o Domingo de todos os Santos»
Do alto do céu, Deus oferece a todos os homens as
riquezas da sua graça. Ele próprio é a fonte da salvação e da luz de onde emana
eternamente a misericórdia e a bondade. Mas nem todos os homens tiram proveito da
sua força e da sua graça pelo exercício perfeito da virtude e a realização das suas
maravilhas; só o fazem aqueles que puseram as suas realizações em prática e que
provaram por atos o seu apego a Deus, aqueles que se afastaram completamente do
mal, que aderem firmemente aos mandamentos de Deus e que fixam o seu olhar espiritual
em Cristo, Sol de justiça (Mal 3,20).
Do alto do céu, Cristo oferece aos que combatem o
socorro do seu braço, e exorta-os com estas palavras do Evangelho: “Quem se declarar
por mim diante dos homens, eu me declararei por ele diante de meu Pai que está nos
céus”. Enquanto servidor de Deus, cada um de entre os santos se declara por Cristo
nesta vida passageira e diante dos homens mortais; fazem-no por um curto espaço
de tempo e na presença de um pequeno número de homens. Enquanto que nosso Senhor
Jesus Cristo... se declara por nós no mundo da eternidade, diante de Deus seu Pai,
rodeado dos anjos e dos arcanjos e de todas as forças do céu, na presença de todos
os homens, depois de Adão até ao fim dos séculos. Porque todos ressuscitarão e serão
julgados no tribunal de Cristo. Então, na presença de todos e à vista de todos,
ele fará conhecer, glorificará e coroará aqueles que lhe provaram a sua fé até ao
fim.
São Gregório Palamás (1296-1359)
«Com todos os Santos»
«Sermão 2 para a festa de Todos os Santos»
O primeiro desejo que a recordação dos Santos excita
ou aumenta em nós é o de gozar da sua amável companhia, de merecermos ser concidadãos
e comensais dos espíritos bem-aventurados, de sermos integrados na assembleia dos
Patriarcas, na falange dos Profetas, no senado dos Apóstolos, no inumerável exército
dos Mártires, na comunidade dos Confessores, nos coros das Virgens; enfim, de nos
reunirmos e nos alegrarmos na comunhão de todos os Santos… Aguarda-nos, irmãos,
aquela Igreja dos primogênitos e nós ficamos insensíveis! Desejam os Santos a nossa
companhia e nós pouco nos importamos! Esperam-nos os justos e nós parecemos indiferentes.
Despertemos, finalmente, irmãos! Ressuscitemos com
Cristo, procuremos as coisas do alto, saboreemos as coisas do alto. Desejemos os
que nos desejam, corramos para os que nos aguardam, preparemo-nos com as aspirações
da nossa alma para entrar na presença daqueles que nos esperam!
Na nossa comunidade deste mundo, não há segurança
nem repouso algum; e, no entanto, é já aqui que é bom e agradável viver os irmãos
em harmonia (Sl 132)! Se pelo simples fato de partilhamos com os irmãos que têm
conosco um só coração e uma só alma em Deus, tudo se torna suportável, quanto mais
doce, quanto mais feliz será a união em que já não haverá qualquer desconfiança,
qualquer ocasião de desacordo, e em que a caridade perfeita nos unirá a todos numa
aliança indissolúvel! Então, assim como o Pai e o Filho são um, também nós seremos
um n’Eles.
Não devemos apenas desejar a companhia dos Santos,
mas também a sua felicidade, ambicionando com fervorosa diligência a glória daqueles
por cuja presença suspiramos. Na verdade, esta ambição não é perniciosa, nem o desejo
de tal glória é de modo algum perigoso, porque dizemos efetivamente: “Não a nós,
Senhor, não a nós, mas ao vosso Nome dai glória!” (Sl 113, 9).
São Bernardo (1092-1153)
São Willebaldo, Bispo de Eichstatt
Willebaldo nasceu por volta do ano 700, no reino ocidental de
Saxônia. Era filho de São Ricardo (7 de fevereiro) e, portanto, irmão dos santos
Winebaldo e Walburga. Aos 3 anos de idade ficou gravemente enfermo e já não havia
esperança de que pudesse sobreviver. Quando todos os remédios naturais resultaram
ineficazes, seus pais o levaram aos pés de uma grande cruz erguida num lugar público,
próximo da casa da família. Ali fizeram, diante de Deus, uma solene promessa de
que, se o menino vivesse lhe consagrariam ao seu divino serviço. Imediatamente o
menino recobrou os sinais de saúde, ficando completamente restabelecido. O pai,
Ricardo, entregou então o pequeno Willebaldo aos cuidados do abade do monastério
de Waltham, em Hampshire. Willebaldo permaneceu no monastério até o ano 720, quando,
na companhia de seu pai e seu irmão, saiu em peregrinação, como é relatado na vida
de São Ricardo. Em Roma, contraiu a febre
da malária e, depois de permanecer por algum tempo na cidade, partiu novamente com
seus companheiros para visitar os lugares que o Senhor os santificou com a sua presença.
A viagem teve início com a travessia até Chipre, prosseguindo depois em direção
à Síria. Em Emesa (Homs) suspeitando que Willebaldo fosse um espião, os sarracenos
o detiveram, juntamente com seus companheiros, mas logo, todos foram liberados,
pois o juiz disse, ao ficar diante deles: “Tenho visto com frequência homens que
vem deste mesmo lugar de onde estes saíram para visitar o nosso país. Eu vos asseguro
que não querem nos causar dano algum, mas apenas cumprir as suas leis.” Depois dessa
aventura, eles seguiram para Damasco, Nazaré, Caná da Galiléia, Monte Tabor, Tiberíades,
Magdala, Cafarnaúm, as nascentes do Jordão (onde Willebaldo observou que o gado
era diferente do gado de Wessex, já que tinham “lombos mais largos, pernas curtas,
chifres mais longos e eram todos de uma mesma cor”), o Deserto da Tentação, Galga
e, por fim, Jerusalém. Ali permaneceu por algum tempo para venerar Cristo em lugares
onde ele havia realizado tão grandes mistérios, e para ver as maravilhas que até
hoje são mostradas aos piedosos peregrinos. Visitou ainda famosos mosteiros, “Lavras”
e eremitérios, com o desejo de aprender e imitar as práticas da vida religiosa,
pois pretendia adotar os meios que lhe parecessem mais convenientes para a santificação
de sua alma. Após uma curta estadia em Belém, visitando as cidades da costa, Samaria
e Damasco, além de várias outras nos arredores de Jerusalém, embarcou finalmente
em Tiro, permanecendo um longo tempo em Constantinopla e chegando à Itália antes
do final do ano 730. Willebaldo decidiu então estabelecer o célebre monastério de
Monte Cassino, que havia sido restaurado por ordem do Papa Gregório II. O exemplo
do peregrino inglês contribuiu para reintegrar os monges no espírito original de
sua santa regra, durante os dez anos que ali viveu; ao que tudo indica, Willebaldo
desempenhou um papel importante no restabelecimento da observância de Monte Cassino.
Após esse período, visitou Roma, onde foi recebido pelo Papa Gregório III, que se
mostrou muito interessado nas suas viagens. Sentindo-se atraído pelo caráter simples
e pacífico de Willebaldo, pediu-lhe que fosse à Alemanha para se juntar à missão
de seu compatriota, São Bonifacio. Prontamente ele partiu para Turíngia onde foi
ordenado sacerdote. Desde então, teve início a sua missão na região Eichstatt, na
Francônia, com tal empenho que o mais notável êxito coroou seus esforços. Dado que
era mais forte nas obras que nas palavras, logo após a sua chegada, São Bonifácio
o consagrou bispo, nomeando-o para uma nova diocese, cuja sede foi instalada em
Eichstätt. O cultivo de um terreno espiritual tão árido como aquele foi uma tarefa
árdua e penosa para Willebaldo, mas com paciência e energia superou todas as dificuldades.
Começou pela fundação, em Heidenheim, de um monastério duplo, cuja disciplina era
a de Monte Cassino, e no qual seu irmão, Santo Winebaldo, dirigia os monges, e sua
irmã, Santa Walburga, as monjas. Este monastério foi o centro a partir do qual organizou
e conduziu o cuidado e evangelização da diocese. Nele, Santo Willebaldo encontrou
refúgio para descansar do trabalho de seu ministério. Seu desejo de solidão, porém,
não diminuía seu zelo pastoral por seu rebanho. Estava sempre atento a todas as
necessidades espirituais de seus filhos e, frequentemente, visitava cada uma das
aldeias e, incansavelmente, instruía o seu povo com zelo e caridade, fazendo florescer
naquele “campo tão árido e inculto, uma verdadeira vinha do Senhor”. Willebaldo
viveu mais tempo do que seu irmão e sua irmã; governou seu rebanho durante cerca
de quarenta e cinco anos, antes que Deus o chamasse para seu seio. Inúmeros milagres
foram os prêmios por suas virtudes, e seu corpo foi sepultado em sua catedral, onde
ainda hoje permanece.
Tradução e publicação neste site com permissão de Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André
Folheto
Dominical da Igreja Anunciação da Mãe de Deus
Responsável
Reverendo Ecônomo Padre Emanuel Sofoulis
Editoração e Diagramação
Antonio José
Atualização da Página na
internet
Jean Stylianoudakis
Solicite o envio do Boletim Mensagens Cristão-Ortodoxas por email.
Apoio
- Rodrigo Marques – Membro do Coro da Igreja
- Alessandra Sofia Kiametis Wernik – Membro do Coro da Igreja
- Folheto da Comunidade Ortodoxa de São Pedro e São Paulo
Pavuna – Rio de Janeiro – RJ – Brasil
http://comunidadeortodoxaspsp.blogspot.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário