PATRIARCADO
ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega
de Buenos Aires e América do Sul
Igreja
Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910
- Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 21 de fevereiro
de 2016.
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16º Domingo de Lucas
(Início da Quaresma -
Triódion)
Domingo do Publicano e do
Fariseu
(10º antes da Páscoa - Modo
Plagal 1)
Comemoração de São Jorge, bispo de Amastris (séc.
IX)
Matinas
Tropário – Modo plagal 1 - (5º tom):
Nós,
fiéis, louvemos e adoremos o Verbo igualado ao
Pai e
ao Espírito na eternidade, que nasceu da Virgem para nossa salvação, pois
se dignou subir corporalmente à Cruz, suportar a
morte e
ressuscitar os
mortos com
sua gloriosa Ressurreição.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
Nós, fiéis, louvemos e adoremos o Verbo igualado
ao Pai e ao Espírito na eternidade, que nasceu da Virgem para nossa salvação, pois
se dignou subir corporalmente à Cruz, suportar a morte e ressuscitar os mortos com
sua gloriosa Ressurreição.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Theotokion:
Alegra-Te! Porta invencível do Senhor.
Alegra-Te! Muralha de proteção dos que recorrem a
Ti!
Alegra-Te! Porto sereno que não conheceu as núpcias.
Ó Tu, que deste à luz segundo a carne ao Teu criador e Teu Deus, não cessai de interceder
por aqueles que glorificam e veneram o Senhor que nasceu de Ti.
Katisma – Modo plagal 1 - (5º tom):
1ª Katisma:
Laudamos a honorável Cruz do Senhor e com
cânticos honramos Sua Santa sepultura, glorificando Sua Divina Ressurreição,
porque como Deus ressuscitou os mortos dos sepulcros, e aniquilou a força da
morte e o poder iluminando os que jaziam no Hades.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Senhor, de chamaram morto, e Tu deste morte a
morte. Foste posto em um sepulcro, e Tu esvaziaste os sepulcros. Sobre a terra,
os soldados vigiavam Teu sepulcro; E embaixo ressuscitavas aqueles que estavam
mortos há séculos. Oh Senhor Onipotente e Inconcebível, glória a Ti!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Theotokion:
Alegra-te, oh montanha santa pela qual o Senhor
passou! Alegra-te, oh sarça ardente inconsumível! Alegra-te, oh única ponte do
mundo até Deus por onde se transladam os mortos à 1ª vida eterna! Alegra-te, oh
Pura Imaculada quem deu à luz ao Salvador do mundo sem matrimonio!
2ª Katisma:
Senhor, depois de Tua Ressurreição ao terceiro
dia e a prosternação dos discípulos, Pedro clamou a Ti: As mulheres foram
valentes, mas eu covarde e temeroso; O ladrão reconheceu Tua divindade, mas eu
te neguei. Pobre de mim! Será possível que volte a me chamar discípulo, e me
faças pescador no fundo? Deus meu, recebe-me arrependido e salva-me.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espirito Santo.
Oh Piedoso Senhor, os transgressores da Lei te
cravaram entre os criminosos, transpassaram o Teu lado com a lança, a Ti que
abriste as portas do Hades, aceitando a sepultura e ressuscitando no terceiro
dia. As mulheres correram e ver-Te e anunciaram aos Apóstolos Tua Ressurreição.
Oh Altíssimo Salvador, glorificado por anjos, Senhor Bendito, glória a Ti!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Theotokion:
Oh Noiva que não conheceste esposo, Louvadíssima
Virgem, tu mudaste a tristeza de Eva em gozo. E nós os fiéis prosternando-nos
te louvamos já que tu nos resgatastes da escravidão de primeira maldição.
Intercede sem cessar por nossa salvação, oh Santíssima.
Ypakoí – Modo plagal 1 - (5º tom):
Obediência:
As mentes das Mirróforas se turbaram ante a
visão angelical e suas almas se iluminaram com a ressurreição e a anunciaram
aos Apóstolos dizendo que Deus ressuscitou dando ao mundo a grande misericórdia.
Anabtmo:
1ª Antífona:
Salvador meu, te canto como o rei Davi em seus
sofrimentos: salva minha alma do engano e das más línguas.
A vida dos Eremitas é bem-aventurada, porque com
amor divino sempre se eleva.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre
e pelos séculos dos séculos. Amém!
Com o Espirito Santo se protege toda criação
visível e invisível, porque é Onipotente e porque, sem dúvidas és um da Santa
Trindade.
2ª Antífona:
Vem, oh alma, vamos subir a montanha, donde
chega a ajuda.
Oh Cristo que Tua direita me abrace, elevando-me
e protegendo-me de todos os enganos.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre
e pelos séculos dos séculos. Amém.
Pelo Espirito Santo falamos divinamente,
dizendo: Tu és Deus e vida, amor, e Luz; Tu és bondade e reina pelos séculos.
3ª Antífona:
Me alegrei quando me disseram: Vamos à casa do
Senhor oferecendo orações sem tibieza.
Na casa de Davi, surpreendentes maravilhas ocorrerem
porque há um fogo ardente que consome toda mente mal.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre
e pelos séculos dos séculos. Amém.
Cada coisa viva é animada pelo Espírito Santo, que,
com o Pai e o Verbo, é o início da vida.
Prokimenon:
Levanta-te, Senhor Deus meu, por que você reina para sempre. (2 vezes).
Stichos:
Te confesso, Senhor, como todo o meu coração.
Levanta-te, Senhor meu e Deus meu, porque Tu
reina pelos séculos.
Kondakion – Modo plagal 1 - (5º tom):
Ó meu Salvador, desceste ao inferno e lá quebraste
as portas, porque és todo poderoso.
Ressuscitaste contigo os mortos, porque és o Criador;
destruíste o aguilhão da morte e Adão ficou livre do sofrimento, ó amigo do homem.
Nós também Te clamamos: "Senhor, salva-nos".
Ikós:
Tendo entendido as palavras do anjo, as santas mulheres
cessaram as suas lamentações, cheias de alegria e de temor diante da ressurreição;
e eis que o Cristo se aproximou delas e disse:
"Alegrai-vos! Tende confiança, eu venci o mundo
e livrei os cativos”.
“Apressai-vos, pois, para ir dizer aos discípulos
que eu vos precederei na Galiléia, para lá pregar".
Nós também clamamos: Senhor, salva-nos!
Evangelho: Lc 24, 13-35
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Evangelista São Lucas.
Nesse mesmo
dia, iam dois deles
para uma aldeia chamada Emaús, que distava de Jerusalém sessenta estádios; e iam
comentando entre si tudo
aquilo que havia sucedido. Enquanto assim comentavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou, e ia com
eles; mas os olhos
deles estavam como que
fechados, de sorte que
não o reconheceram. Então
ele lhes perguntou: Que
palavras são essas que,
caminhando, trocais entre vós?
Eles então pararam tristes. E um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: És tu o único
peregrino em Jerusalém que
não soube das coisas que nela têm
sucedido nestes dias? Ao que
ele lhes perguntou: Quais? Disseram-lhe: As que
dizem respeito a Jesus, o nazareno, que
foi profeta, poderoso em obras
e palavras diante de Deus
e de todo o povo.
E como os principais sacerdotes e as nossas autoridades e entregaram para ser condenado à morte, e o crucificaram. Ora, nós esperávamos que fosse ele
quem havia de remir
Israel; e, além de tudo
isso, é já hoje
o terceiro dia desde
que essas coisas aconteceram. Verdade é, também, que algumas mulheres do nosso meio
nos encheram de espanto; pois foram de madrugada ao sepulcro e, não
achando o corpo dele
voltaram, declarando que tinham tido uma visão
de anjos que diziam estar ele vivo.
Além disso, alguns dos
que estavam conosco foram
ao sepulcro, e acharam ser assim como
as mulheres haviam dito;
a ele, porém, não
o viram. Então ele
lhes disse: ó néscios, e tardos de coração para crerdes tudo
o que os profetas disseram! Porventura não
importa que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua
glória? E, começando por
Moisés, e por todos
os profetas, explicou-lhes o que
dele se achava em todas
as Escrituras. Quando se aproximaram da aldeia para
onde iam, ele fez
como quem ia para
mais longe. Eles, porém, o constrangeram, dizendo: Fica conosco; porque é tarde, e já declinou o dia. E entrou para ficar com
eles. Estando com eles
à mesa, tomou o pão
e o abençoou; e, partindo-o, lho dava. Abriram-se-lhes então os olhos, e o reconheceram; nisto ele desapareceu de diante deles. E disseram um para
o outro: Porventura não
se nos abrasava o coração, quando pelo caminho nos falava, e quando nos abria as Escrituras? E na mesma
hora levantaram-se e voltaram para Jerusalém, e encontraram reunidos os onze
e os que estavam com eles, os quais
diziam: Realmente o Senhor ressurgiu, e apareceu a Simão. Então
os dois contaram o que
acontecera no caminho, e como
se lhes fizera conhecer no partir do pão.
Exapostilário – 5º:
Cristo que és o caminho e a vida, depois de sua
ressurreição dentre os mortos, acompanhaste a Lucas e Cléofas, que o
reconheceram em Emaús ao partir o pão, e cujos corações arderam quando lhes
falou no caminho, explicando-lhes tudo que está escrito sobre seu sofrimento.
Exclamemos com eles: Em verdade o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão Pedro.
Theotokion – 5º:
Oh Criador meu, louvo Tua piedade incontenivel.
Tu que te rebaixaste para vestir a natureza humana, e sendo Deus, aceitaste por
mim, encarnaste na donzela pura de Deus, desceste ao Hades e quiseste salvar-me
pela intercessão de Tua Mãe, oh Senhor, todo piedade.
Laudes - Modo plagal 1 - (5º tom):
1 – Esta glória será para todos os Justos.
Oh Senhor, embora o sepulcro estivesse selado saíste dele como nasceste da Virgem; Teus Anjos incorpóreos não sabiam como assumiste um corpo, assim também os saldados que te vigiavam não se deram conta quando ressuscitaste, porque estas duas coisas são impossíveis para os questionadores; mais estes milagres foram revelados aos que se prosternam com fé ante o mistério. Presenteia-os aos que louvam a alegria e a grande misericórdia.
2 – Louvai a Deus em seu santuário, louvai na magnificência de seu firmamento!
Oh Senhor, Tu liberaste os aprisionados temporais, rompeste as cadeias e ressuscitaste do sepulcro deixando na mirra os lençóis, testemunhas de Tua verdadeira sepultura de três dias e Te adiantaste até a Galiléia. Oh Tu que estiveste em uma cova, grande é Tua misericórdia! Oh Salvador inalcançável, tem piedade de nós.
3 – Louvai por suas proezas, louvai conforme Sua imensa grandeza!
Oh Cristo que sofreste, as mulheres correram até o Teu sepulcro para ver-Te e quando chegaram encontraram um Anjo sentado sobre a pedra removida, quem com temor exclamou dizendo: “Ide, anunciai aos discípulos que Ele ressuscitou dentre os mortos, Ele o Salvador das almas.
4 – Louvai ao som da trombeta, louvai com saltério e a harpa!
Oh Senhor Salvador, entraste onde teus Discípulos ali se encontravam estando as portas cerradas, assim como saíste do sepulcro estando selado, mostrando-lhes as chagas do Teu corpo que aceitaste por Tua infinita paciência. Oh Tu que és da descendência de Davi, que padeceste as dores com paciência livrando o mundo como filho de Deus grande é Tua misericórdia! Oh salvador inalcançável, tem piedade de nós.
5 – Louvai com pandeiro e a dança; louvai com cordas e flautas!
Oh Senhor, Rei dos séculos e criador de tudo, que aceitaste a crucifixão e a sepultura em seu corpo por todos nós para libertar-nos do Hades, Tu és nosso Deus e não conhecemos a outro.
6 – Louvai com címbalos retumbantes; louvai com címbalos de júbilo. Tudo que respira louve ao Senhor!
Oh Senhor Deus, quem pode falar de Teus milagres e publicá-los? Ou quem pode narrar Teus mistérios? Tu que Te fizeste homem por nós por tua própria vontade, mostrando Tua onipotência. Com Tua Cruz abriste o paraíso ao ladrão; com Tua sepultura acabaste com as cadeias do inferno, e com Tua ressureição enriqueceste toda a criação. Oh Piedoso, glória a Ti!
7 – Levanta-Te, Senhor meu e Deus meu, que tua mão se levante e não te esqueças para sempre de Teus pobres.
As Mirróforas foram ao Teu sepulcro de madrugada desejando ungir-Te com a mirra, oh Deus e Verbo imortal. E quando o Anjo lhes anunciou a boa nova voltaram com alegria para anuncia-la aos Apóstolos dizendo-lhes que ressuscitaste, oh Vida de todos dando ao mundo o perdão e a grande misericórdia.
8 – Te confesso, Senhor, como todo meu coração e proclamo todos teus milagres.
Os guardas que vigiavam o sepulcro que continha Deus, disseram aos judeus: “Que insensatos!” Fizeram todo o possível para conter à Aquele que é incontenível, em vão se cansaram tratando de ocultar a ressureição do crucificado, mostrando-a com maior claridade. Oh Sinédrio de más intenções, porque confabularam o que é impossível de se ocultar? O melhor é escutarmos e aceitar com fé o acontecido, porque o Anjo resplandecente com o relâmpago desceu do céu e removeu a pedra, e de medo caímos como mortos. Ele disse às Mirróforas com firme convicção: “Não veem os guardas como mortos, os selos partidos e o Hades vazio? Por quê querem encontrar entre os mortos o vivo, o que acabou com o domínio do Hades e arrancou a espinha da morte? Ide sem demora e anunciai aos Apóstolos a ressureição, e clamem sem temor: Em verdade ressuscitou o Senhor da grande misericórdia!
Eothinon – 5º:
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Ó Cristo,
como é admirável a Tua justiça e Teu arbítrio. Ao conceder a Pedro o entendimento de Tua ressurreição, pelo simples olhar do Teu Santo Sudário!
Porém, acompanhando e conversando com Lucas e Cleófas não deixaste que eles Te reconhecessem; por isso eles menosprezaram-Te, considerando-Te o único, estando em Jerusalém, que não sabia o que tinha acontecido. Mas, de acordo com o entendimento deles, lhes explicaste tudo o que foi dito pelos Profetas sobre Ti!
Ao partires o pão, se lhes abriram os
olhos e Te reconheceram, pois estavam aflitos para isso. Voltaram, porém, para Jerusalém,
onde se achavam reunidos os discípulos e anunciaram claramente a Tua ressurreição.
É confiando nela, ó Senhor, que nós Te pedimos: tem piedade de nós.
Theotokion:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos.
Amém.
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus,
em cujo seio se encarnou Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da
maldição, destruindo a morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em qualquer
tempo, e sempre o Seu louvor estará em minha boca (2 vezes).
Hoje é a salvação do mundo. Louvemos
Aquele que ressuscitou do túmulo, dando-nos origem a uma nova vida, porque anulou
a morte com a Sua morte e nos concedeu a misericórdia de obter essa grande vitória.
Divina Liturgia
Anunciação
- Modo 4:
É hoje o começo da nossa
salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se
Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com
ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça,
o Senhor está contigo!”
Tropário da Ressurreição – Modo plagal 1 - (5º tom):
Nós,
fiéis, louvemos e adoremos o Verbo igualado ao
Pai e
ao Espírito na eternidade, que nasceu da Virgem para nossa salvação, pois
se dignou subir corporalmente à Cruz, suportar a
morte e
ressuscitar os
mortos com
sua gloriosa Ressurreição.
Kondakion – Modo plagal 1 - (5º tom):
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Desceste ao Hades, ó Salvador meu, rompendo suas
portas, Tu que és Todo-poderoso, levantaste contigo os mortos, ó Criador, destruíste,
ó Cristo, o aguilhão da morte. E libertaste também Adão da maldição, Tu que amas
a humanidade. Por isso, clamamos, Senhor, salva-nos!
Theotokion – Modo Plagal 1 - (5º tom):
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Alegra-te, ó Mãe de Deus, porta do Senhor!
Alegra-te, amparo e proteção para os que te procuram!
Alegra-te, ó noiva, que em teu ventre geraste teu
Criador e Deus!
Roga, sem cessar, por aqueles que glorificam O que
nasceu de ti.
Kondakion do Publicano e do Fariseu:
Fujamos da soberba do Fariseu e aprendamos a humildade
do Publicano manifestada pela sua compunção clamando ao Salvador: «Perdoa-nos Tu,
ó único Clemente!»
Prokimenon:
Tu, Senhor, nos guardarás e nos preservarás desta
geração e para sempre.
Salva-me, Senhor, porque o justo desapareceu, porque
a verdade se extinguiu entre os filhos dos homens.
Epístola: 2Tm 3,10-15
Leitura
da Segunda Epístola do Apostolo São Paulo a Timóteo:
Tu, porém, tens seguido a minha
doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência, perseguições e aflições tais
quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio, e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou; e também todos
os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições. Mas os homens maus e enganadores irão de mal
para pior, enganando e sendo
enganados. Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que
foste inteirado, sabendo de quem
o tens aprendido, e que
desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem
fazer-te sábio para a salvação, pela fé que
há em Cristo Jesus.
Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Eu
cantarei eternamente as tuas misericórdias, Senhor; e anunciarei a tua verdade de
geração em geração.
Aleluia,
aleluia, aleluia!
Porque
disseste: «A misericórdia elevar-se-á como um edifício eterno», e nos céus a tua
verdade será solidamente estabelecida.
Aleluia,
aleluia, aleluia!
Evangelho: Mt 15, 21-28
Evangelho
de Nosso Senhor
Jesus Cristo,
segundo o Evangelista
São Lucas:
Naquele tempo, Jesus contou
esta parábola: «Dois homens subiram ao Templo para rezar; um era fariseu, o
outro era cobrador de impostos. O fariseu, de pé, rezava assim no seu íntimo:
'Ó Deus, eu te agradeço, porque não sou como os outros homens, que são ladrões,
desonestos, adúlteros, nem como esse cobrador de impostos. Eu faço jejum duas
vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda'. O cobrador de impostos
ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu, mas batia
no peito, dizendo: 'Meu Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!' Eu vos
declaro: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se
eleva, será humilhado, e quem se humilha, será elevado».
SINAXE
Pe. Paulo A. Tamanini
Três
semanas antes dos quarenta dias (Quaresma) que antecedem a Páscoa, a Igreja Ortodoxa inicia o «Triódion». Este nome
é originado de uma
coleção de
livros litúrgicos que preparam os fiéis por meio
de orações solenes para
a Festa das festas do cristianismo: a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Neste tempo, as
leituras, as
orações e
as súplicas enfatizam a
importância da
oração, do
jejum e
da penitência como importantes ingredientes do
amadurecimento espiritual.
Iniciamos o «Triódion» com o
«Domingo do
Fariseu e
do Publicano», onde refletimos sobre a
sinceridade de
nossa oração dirigida a
Deus. Para
isso, Jesus elabora uma
parábola usando dois personagens que tinham em comum o desafeto do povo: o fariseu e o
publicano, mas
que se
distinguem por
ter ou
não a
humildade, ser
ou não,
humilde.
Os
fariseus formavam um grupo de religiosos e, normalmente, são descritos pelos exegetas como pessoas que procuravam cumprir as
normas e
seguir a
Lei de
Moisés. Demonstravam grande zelo
pelas suas
tradições teológicas, cumpriam meticulosamente as práticas exteriores do
culto e
das cerimônias, ostentando uma
devoção e
um fervor religioso nem
sempre autênticos. Entre os
fariseus, muitos usavam a
tradição para
aparentar virtudes entre os
demais, ocultando, no entanto, costumes dissolutos, mesquinhez, secura de coração e, sobretudo, muito orgulho. A espiritualidade era apenas aparente. Em
Mateus, 23,
o próprio Jesus chama estes fariseus de «sepulcros caiados», que,
por fora
se mostravam belos, mas
interiormente estavam cheios de
podridão!
Os
fariseus eram
os seguidores de uma
das mais
influentes ramificações do Judaísmo. Os
Publicanos, já
mencionados no
Evangelho de
Zaqueu, eram
os arrecadadores de impostos públicos, exigidos do povo
judeu pelos romanos, que,
cobrando sempre acima do
que era
devido, recolhiam para si
dos impostos obtidos. Os
judeus, que
mal podiam suportar a
dominação romana e não
se conformavam com o
pagamento de
impostos, pois
julgavam ser
contra a
lei, fizeram do caso
uma questão religiosa. Abominavam, pois, esses agentes do
fisco, considerando os publicanos como traidores e evitavam por isso
qualquer contato com eles. Em suma, eram, os
publicanos, renegados como gente da pior
espécie.
Jesus se utiliza deste contexto sócio religioso díspare
para semear sua mensagem carregada de misericórdia para com os humildes de coração.
Novamente, a parábola é o recurso que usa para levar a Boa-Nova aos que necessitavam.
«Dois homens subiram ao templo, a fim de orar; um
era fariseu e o outro publicano. O fariseu, estando em pó, orava assim consigo mesmo:
'Meu Deus, eu vos rendo graças porque não sou como os outros homens, que são ladrões,
injustos e adúlteros, nem mesmo como esse publicano. Jejuo duas vezes por semana
e dou o dízimo de tudo o que possuo'» (Lc 18,10-12).
O
fariseu, na
parábola, demonstra uma atitude em que
o orgulho e a
soberba se
deixam revelar pela postura que usa
estando num
lugar sagrado. Ele estava de pó.
Não somente estava de
pó, mas,
como Jesus o descreve: «orava de
si para
si mesmo». Ele estava mais preocupado em lembrar-se de suas
virtudes do
que em
falar com
Deus. Esta
atitude era
também demonstrada pela própria oração. Não
havia demonstração de reverência a Deus. Não havia manifestação de
humildade. Não
havia reconhecimento de sua
posição em
relação àquele a quem
estava se
dirigindo. Não
havia petição. A única coisa que
é ressaltada é sua
postura convencida, orgulhosa de
suas virtudes em relação aos outros.
Nesta parábola narrada pelo Divino Mestre, o
fariseu, com
sua petulância e arrogância, parece não
precisar de
Deus, pois
confia em
si mesmo e ainda despreza as
pessoas. Era
um homem cheio de
justiça própria e usa
o pronome «eu», pelo
menos, quatro vezes em
sua oração na qual
está ausente a confissão de seus
pecados, pois
confiava em
suas obras e afirmava que jejuava duas vezes por semana; a Lei
prescrevia um
dia de
jejum por
ano, mas
«ele se
julgava tão
bom» que
jejuava duas
vezes por
semana, isto
é, 48
vezes por
ano. «O
publicano, ao
contrário, mantendo-se distante, não
ousava sequer erguer os
olhos ao
céu; mas
batia no
peito dizendo: Meu Deus, tende piedade de mim
que sou
um pecador.» (Lc 18,
13)
O
publicano foi
ao templo para orar, mas não
se atrevia a levantar os olhos para os
céus, apenas ergueu as
mãos em
oração. Quando nossos olhos se constrangem de olhar a para
o Senhor face-a-face por
causa de
nossos pecados, resta-nos elevarmos os braços e pedir ajuda para
o Deus-Amor.
A
humildade não
impediu que
o publicano reconhecesse seus
erros. A
ausência do
orgulho naquele coração cedeu lugar à
Graça. Proferiu uma oração curta, simples, precisa, esmerada na verdade e honestidade e que
continha todos os ingredientes necessários para
que Deus
a ouvisse. Nestes versículos estão presentes o reconhecimento do pecado, a consciência de que
se necessita do perdão de Deus
e a
ação da
Graça Divina. Eram estas as considerações que o
levaram a
baixar sua
cabeça, bater em seu
peito e
humilhar-se sob
a poderosa mão de
Deus.
No
final da
parábola, Jesus disse que
o publicano desceu justificado para sua
casa, mas
o fariseu não. Deus
ouviu e
respondeu ao
grito angustiado do pecador em agonia espiritual. «Eu
vos declaro que este
retornou, entre os seus, justificado, e
não o
outro; porque todo aquele que se
eleva será
humilhado, e
todo aquele que se
humilha, será
exaltado.» (Lc
18,14).
O
fariseu saiu
sentindo-se justificado. Ele tinha acabado de
falar com
Deus. Ele
tinha cumprido sua responsabilidade e, em
sua mente, tinha-a cumprido muito bem.
O coletor de impostos, por outro lado, saiu
justificado por
Deus, porque se humilhou. Há uma
diferença essencial em se
sentir santo e ser
santo. Ele
saiu justificado porque possuía a chave do oferecimento de uma
oração que
é aceitável a Deus. Ele demonstrava as qualidades da verdadeira grandeza no
Reino do
Céu como
é descrita em Mateus 20:26-28. «Quem quiser ser
o primeiro entre vos
será vosso servo.» Este
homem foi
para sua
casa justificado porque percebia que, quem
quer que
se humilhe será exaltado (Mt 23:12).
Encontramos publicanos e fariseus em nós mesmos e
entre nós. Vez por outra a hipocrisia se instala em nossas vidas, e a humildade
também. Que possamos agir como o publicano desta parábola, reconhecendo nossos pecados,
buscando a misericórdia de Deus e deixando de lado a pseudo-santidade. Não basta
que nos abstenhamos do mal e nos mostremos rigorosos no cumprimento de determinadas
regras de bom comportamento social; mais que isso, é necessário reconhecer que somos
todos irmãos, não nos julgarmos superiores aos nossos semelhantes, por mais culpados
e miseráveis que pareçam ser, nem tampouco desprezá-los, porque isso constitui,
sempre, falta de caridade. A humildade sincera é o melhor agente de uma autêntica
conversão.
FONTES CONSULTADAS:
GOMES, C. Folch, Antologia dos Santos Padres. São Paulo: Ed. Paulinas. (3a. Ed.)
STORNIOLO, Ivo, Como Ler o Evangelho de Lucas. São Paulo: Ed. Paulus (4a. Ed)
Extraído
do site ecclesia.com.br
21 de Fevereiro: São
Jorge, bispo de Amastris (séc. IX)
No
início do século IX, habitava em chromma, próximo a Amastris, às margens do Mar
negro, o casal Teodósio e Mageta. Casados já há muito tempo, ainda não havia sido
agraciado com filhos. Rezavam a pedindo a Deus para que lhes enviasse um. Deus escutou
as orações do casal e, quando nasceu um menino, puseram-lhe o nome de Jorge. Aos
três anos de idade, o menino caiu em uma fogueira e ficando entre a vida e a morte.
Mesmo salvo, as queimaduras lhe deixaram cicatrizes nas mãos e num dos pés. Jorge
era de uma bondade extraordinária, o que surpreendia a todos. Completou seus estudos
eclesiais e, em sua ordenação sacerdotal muitas pessoas que o viram crescer ou que
o conheciam sua fama estiveram presentes. O jovem sacerdote sentiu-se chamado a
viver de forma mais despreendida das coisas do mundo e foi para o deserto no Monte
Sirik, onde encontrou um ancião anacoreta que lhe iniciou na vida eremítica. Juntos
permaneceram até a morte de seu pai espiritual que havia lhe pedido que, após sua
morte, para que não ficasse sozinho, fosse morar no monastério de Bonissa. Jorge,
ainda que desconhecido, foi aceito pelos monges que o tratavam como um velho amigo.
No entanto, o povo de Amastris não havia ainda se esquecido de Jorge. Quando o bispo
local faleceu, Jorge foi eleito para sucedê-lo, e o povo foi ao monastério onde
vivia para lhe comunicar sobre sua eleição. Como Jorge se negasse a aceitar o cargo,
a comitiva o convenceu a ir a Constantinopla para ser apresentado ao Patriarca Tarásios.
O Patriarca recordou-se de Jorge, pois alguns anos antes, em Constantinopla, havia
participado de alguns ofícios, cantando no coro. Era costume do Patriarca dar aos
cantores, após o oficio, uma pequena espórtula, e Jorge negou-se a recebê-la, o
que impressionou muito o Patriarca Tarásios. O Patriarca mostrou-se decidido a consagrar
Jorge bispo, ainda que o imperador tivesse um outro candidato para ocupar o trono
em Amastris. Por ter sido eleito pelo povo, o Patriarca resolveu então proceder
uma nova eleição entre os dois candidatos. Jorge novamente foi eleito e foi consagrado
pelo Patriarca e recebido pelo povo com grande alegria. O novo bispo foi um pai
para o seu povo, e sua prudência não superou sua piedade. Naquela época, a região
era frequentemente atacada pelos sarracenos. Sabendo disso que isso era iminente,
o bispo avisou aos camponeses para que se refugiassem dentro das muralhas da cidade.
Não acreditando no perigo, negavam-se a sair de suas casas. O bispo Jorge, então,
foi de casa em casa para convencer os moradores a irem para dentro dos muros da
cidade. Os camponeses obedeceram seu bispo e os inimigos, ao chegar, decidiram retirar-se
ao ver que a cidade estava preparada para expulsá-los.
Tradução e publicação neste site
com permissão de: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. Pavlos
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