PATRIARCADO
ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega
de Buenos Aires e América do Sul
Igreja
Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910
- Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 20 de março de
2016.
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1° Domingo da Quaresma ou «Domingo da Ortodoxia»
(6º antes da Páscoa - Modo 1)
Memória dos Santos quarenta e quatro Monges da Lavra
de São Sabas, mártires († 796).
Em 843 um Sínodo regional (Endemousa) foi convocado sob a Imperatriz Teodora. A veneração aos ícones foi solenemente proclamada na Catedral de Santa Sofia. Monges e clérigos entraram em procissão e restituíram os ícones aos lugares estabelecidos. Este dia foi chamado de «Triunfo da Ortodoxia». Desde então este, acontecimento é comemorado cada ano em um ofício religioso especial no Primeiro Domingo da Quaresma; o «Domingo da Ortodoxia» ou o «Triunfo da Ortodoxia».
Matinas
Tropário – Modo 1 - (1º
tom):
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os
soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó
Salvador, dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator
da vida, clamaram glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino,
glória à Tua providência, Tu que És o único filantropo.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os
soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó
Salvador, dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator
da vida, clamaram glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino,
glória à Tua providência, Tu que És o único filantropo.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Theotokion:
Gabriel te trouxe a noticia da salvação. Ó
Virgem, e, em nome do Senhor de todas as coisas a saudou, ao escutar sua voz, o
Senhor de todos se encarnou em Ti, Ó Santa Nave, com proclamou o justo Davi; e
apareceste mais ampla que os céus carregando o teu Criador. Glória ao que
habitou em ti! Glória ao que veio nascer por meio de ti! Glória aquele que nos
libertou ao nascer de ti!
Katisma – Modo 1 - (1º
tom):
1ª Katisma:
Oh Salvador, os saldados que guardavam Teu
Sepulcro, quedaram como mortos, pelo resplendor do Anjo que anunciou às
mulheres Tua Ressurreição. Te glorificamos a Ti, que acabaste com a corrupção;
prosternamo-mos ante a Ti, oh Ressuscitado do sepulcro, oh único Deus nosso.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Oh piedoso, foste cravado sobre a Cruz por Tua
vontade e foste colocado no Sepulcro como morto, oh Doador da Vida, Tu que
destruíste a morte com Tua morte. Oh Poderoso ante Ti abalaram-se os guardiões
do Hades, quando Ressuscitaste os mortos com Tua Ressurreição, Oh Único Amante
da humanidade.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Theotokion:
Todos nós te conhecemos como Mãe de Deus, e que
depois de Teu parto permaneceste verdadeiramente Virgem. Nós refugiamos com
amor em Tua Bondade, porque a Temos, nós os pecadores, com amor em Tua Bondade,
porque a temos, nós pecadores, como intercessora e salvadora, nas tentações, oh
Imaculada.
2ª Katisma:
As mulheres que vieram muito cedo ao Teu
Sepulcro, ao verem a imagem angelical tremeram; ao surgir a Vida do Sepulcro,
quebraram assombrados; por isso se dirigiram aos Teus Discípulos para
anunciar-lhes Tua Ressurreição, dizendo: Cristo submeteu o Hades, porque és o
Único Onipotente; e junto com Ele, Ressuscitou a todos os mortos; e com a força
de sua Santa Cruz dissolveu o temor do juízo.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espirito Santo.
Oh Vida de todos, foste cravado na Cruz, e
contado entre os mortos, oh Senhor Imortal; ressuscitaste ao terceiro dia, oh
Salvador, e liberaste a Adão da corrupção. Por isso os coros angelicais
exclamaram, oh Doador da Vida: Glória à Tua Paixão, oh Cristo! Glória a Tua
Ressureição! Glória a Tua Condescendência, oh Único Amante da humanidade!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Theotokion:
Oh Maria, Venerável Morada do Senhor,
levanta-nos a nós os caídos no fundo da desesperação, da tristeza e do pecado,
porque que deste como salvação dos pecadores, apoio e poderosa intercessora que
salvas teus servos.
Ypakoí – Modo 1 - (1º
tom):
Obediência:
O arrependimento do ladrão obteve o Paraíso e as
lágrimas das Mirróforas anunciaram com alegria que Tu ressuscitaste, oh Cristo
Deus dando ao mundo a grande misericórdia.
Anabtmo:
1ª Antífona:
Oh Senhor, a Ti clamo em meus sofrimentos,
escuta em minha dor.
O desejo divino toca sempre aos habitantes do
deserto, por seu distanciamento do mundo mal.
Glória ao Pai , ao
Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
A glória e a honra
são dignos do Espírito Santo com do Pai e do Filho, por isso louvamos a
Trindade, dona do único poder.
2ª Antífona:
Deus meu, quando me elevas à montanha de Tua
leis, ilumina-me e faz-me brilhar com as virtudes para louvar-te.
Oh Verbo, sustenta-me com Tua destra,
conserva-me e protege-me, para que não me queime no fogo do pecado.
Glória
ao Pai , ao
Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Toda a criação se renova com o Espírito Santo e
volta ao seu primeiro estágio, porque Ele é igual ao Pai e ao Filho em poder.
3ª Antífona:
Minha alma se alegrou com os que me disseram
vamos à “casa de Deus”, e meu coração se encheu de alegria.
Grande temor há na casa de Davi, donde estão
colocados os tronos para julgar a todas as tribos e as línguas de terra.
Glória ao Pai , ao
Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
O oferecimento
da glória, o poder, a honra e a adoração são devidos ao Espírito Santo, igual
ao Pai e ao Filho, porque a Trindade é única em sua natureza e não é suas
Pessoas.
Prokimenon:
Agora eu me levanto, diz o Senhor, realizo a
salvação e a proclamo. (2 vezes).
Stichos:
A Palavra de Deus é palavra pura.
Agora eu me levanto, diz o Senhor, realizo a
salvação e a proclamo.
Kondakion
– Modo 1 - (1º tom):
Na Tua glória, ressuscitaste do túmulo, porque
és Deus; o mundo ressuscita contigo e os homens Te celebram como Deus; a morte
desaparece, Senhor; Adão, livre dos entraves, se rejubila; Eva, na sua alegria
clama: "Ó Cristo, dá a Tua ressurreição aos homens".
Ikós:
Cantemos o ressuscitado
do terceiro dia o Deus Todo-Poderoso, aquele que destrói as portas do inferno e
eleva o túmulo os santos, seus fiéis! Benevolentemente,
Ele apareceu as santas
mulheres, dizendo: "Alegrai-vos", e revelou a alegria aos apóstolos,
Ele é o único doador da vida.
As mulheres clamavam,
anunciando aos discípulos a boa nova, os sinais da vitória. O inferno geme, a
morte se lamenta e o universo se rejubila. Ó Cristo, toda criação se alegra,
pois Tu deste a todos a ressurreição.
Evangelho: Jo 20, 19-31
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Evangelista São João:
Naquele tempo, Ao cair da tarde
daquele primeiro dia da semana, estando os discípulos reunidos a portas
trancadas, por medo dos judeus, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse:
"Paz seja com vocês!" Tendo dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado.
Os discípulos alegraram-se quando viram o Senhor. Novamente Jesus disse:
"Paz seja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu os envio". E com
isso, soprou sobre eles e disse: "Recebam o Espírito Santo. Se perdoarem
os pecados de alguém, estarão perdoados; se não os perdoarem, não estarão
perdoados". Tomé, chamado Dídimo, um dos Doze, não estava com os
discípulos quando Jesus apareceu. Os outros discípulos lhe disseram:
"Vimos o Senhor! " Mas ele lhes disse: "Se eu não vir as marcas
dos pregos nas suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não
puser a minha mão no seu lado, não crerei". Uma semana mais tarde, os seus
discípulos estavam outra vez ali, e Tomé com eles. Apesar de estarem trancadas
as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: "Paz seja com
vocês!" E Jesus disse a Tomé: "Coloque o seu dedo aqui; veja as
minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado. Pare de duvidar e
creia". Disse-lhe Tomé: "Senhor meu e Deus meu!" Então Jesus lhe
disse: "Porque me viu, você creu? Felizes os que não viram e creram".
Jesus realizou na presença dos seus discípulos muitos outros sinais
miraculosos, que não estão registrados neste livro. Mas estes foram escritos
para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham
vida em seu nome.
Exapostilário – 9º:
Oh Senhor quando entraste estando as portas
fechadas, enchestes os apóstolos de Teu santíssimo Espirito soprando sobre eles
e dando lhes a paz disseste, “Atai e desatai”. E depois de oito dias à Tomé
mostraste tuas mãos e teu lado. Nós junto com ele exclamamos: “Meu Senhor e meu
Deus”.
Theotokion – 9º:
Oh Virgem Santíssima e noiva de Deus, ao ver teu
filho ressuscitado do sepulcro no terceiro dia, desejaste a pena que passaste
como Mãe quando o viste sobre; e quando te encheste de alegria, e glorificaste
com os Discípulos com louvores. Salva, oh Virgem, aos que te chamam Mãe de
Deus.
Laudes - Modo 1 - (1º
tom):
1
– Esta glória será para todos os Justos.
Oh
Cristo, louvamos Tua paixão salvadora e glorificamos Tua ressurreição.
2
– Louvai a Deus em seu santuário, louvai na magnificência de seu firmamento!
Tu
que suportaste a crucificação, aniquilaste a morte, e ressuscitaste dentre nos
mortos, salva nossa vida, oh Senhor, porque és o único Todo poderoso.
3
– Louvai por suas proezas, louvai conforme Sua imensa grandeza!
Oh
Cristo, Tu que esvaziaste o Hades, ressuscitaste o homem com Tua ressurreição,
faz-nos dignos de louvar-Te e glorificar-Te com um coração limpo.
4
– Louvai ao som da trombeta, louvai com saltério e a harpa!
Oh
Cristo, te louvamos glorificando Tua humildade digna de Deus; a Ti, que
nasceste da Virgem e não te separaste do regaço do Pai, que
5
– Louvai com pandeiro e a dança; louvai com cordas e flautas!
Quando
foste cravado sobre a Cruz, morreu a força do inimigo e, por temor a Ti a
criação temeu e com Teu poder quedou vazio o Hades, levantaste os mortos dos
sepulcros abriste o paraíso ao ladrão. Oh Cristo nosso Deus, glória a Ti!
6
– Louvai com címbalos retumbantes; louvai com címbalos de júbilo. Tudo que
respira louve ao Senhor!
As
veneráveis mulheres correram com cuidado e lágrimas até Teu sepulcro; e quando
o encontraram aberto, conheceram pelo anjo o novo milagre e correram à dizer
aos Apóstolos: “O Senhor ressuscitou dando ao mundo a grande misericórdia”.
7
– Levanta-Te, Senhor meu e Deus meu, que tua mão se levante e não te esqueças
para sempre de Teus pobres.
Oh
Cristo Deus, nos prosternamos ante as feridas de Tua divina paixão e a grande
celebração que nos últimos tempos culminou em Sion com a Tua Divina
manifestação, porque, oh sol de justiça, iluminaste aos que estavam na
obscuridade guiando-os até a Luz que não conhece ocaso. Oh Senhor, glória à Ti.
8
– Te confesso, Senhor, como todo meu coração e proclamo todos teus milagres.
Oh
raça Judia que ama os soberbos, entende e tem cuidado. Donde estão os que
entraram com Pilatos? Que digam seus guardas: Onde estão os selos do sepulcro?
Onde foi Ele sepultado? Donde se vendeu quem não se vende? Como foi roubado o
Tesouro? Porquê negam a ressurreição do Crucificado, blasfemando, oh judeus
transgressores da Lei? Ele ressuscitou livre dentre os mortos e deu ao mundo a
grande misericórdia.
Eothinon – 9º:
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Ó Jesus, numa santa época e na véspera de um
sábado, levantaste entre os teus amados, a expectativa da concretização de tua
grande surpresa, isto é, a Tua ressurreição dentre os mortos e a Tua entrada
num recinto com as portas fechadas. Ao fazer isso encheste os Teus discípulos
de alegria, lhe concedeste e deste-lhes autoridades para perdoar os pecados. E
a Tomé, não o deixastes mergulhar no abismo da descrença. Por isso nós Te
suplicamos, concede-nos o dom de conhecer a verdade, a justiça e o perdão das
faltas, ó Salvador bondoso e caridoso.
Theotokion:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus, em
cujo seio se encarnou Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da
maldição, destruindo a morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em qualquer tempo, e
sempre o Seu louvor estará em minha boca (2 vezes).
Tropário:
Hoje é a salvação do mundo. Louvemos Aquele que
ressuscitou do túmulo, dando-nos origem a uma nova vida, porque anulou a morte
com a Sua morte e nos concedeu a misericórdia de obter essa grande vitória.
Divina Liturgia
Anunciação
- Modo 4:
É hoje o começo da nossa
salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se
Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com
ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça,
o Senhor está contigo!”
Tropário da Ressurreição - Modo 1 - (1º
tom):
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os
soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó
Salvador, dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da
vida, clamaram glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória
à Tua providência, Tu que És o único filantropo.
Tropário Próprio - Modo
1 Plagal
Desceste ao Hades, ó Salvador meu, rompendo suas
portas, Tu que és Todo-poderoso, levantaste contigo os mortos, ó Criador,
destruíste, ó Cristo, o aguilhão da morte. e libertaste também Adão da
maldição, ó Filântropo. Por isso, clamamos, Senhor, salva-nos!
Kondakion
– Modo 1 - (1º tom):
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Tu, sendo Deus, te levantaste do túmulo, e
devolveste a vida ao mundo; a natureza humana, por isso te louva: a morte foi
vencida, Adão se regozija, ó Mestre, e Eva, liberta agora das cadeias da morte,
com alegria exclama: Tu, Cristo, és o que a todos dá a Ressurreição!
Theotokion
– Modo 1 - (1º tom):
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Quando Gabriel te saudou, ó Virgem, dizendo:
"alegra-te!" e com sua voz, o Salvador encarnou-se em ti, tabernáculo
santo; e, como falava o Justo Davi: "veio do céu trazendo o Criador de
tudo", glória Àquele que habita em ti, glória Àquele nascido de ti e que
nos libertou!
Kondakion Final – Modo 4
Plagal:
Nós, teus servos, ó Mãe de Deus, te conferimos
os lauréis da vitória, penhor de nossa gratidão, como a um general que combateu
por nós e nos salvou de terríveis calamidades. E, como tens um poder
invencível, livra-nos dos perigos de toda espécie para que te aclamemos: salve,
Virgem e Esposa!
Prokimenon:
Desça sobre nós, Senhor, a tua misericórdia
conforme nossa esperança em Ti.
Exultai, ó justos, no Senhor, pois aos retos
convém o louvor.
Epístola: Hb 11, 24-26, 32-40
Leitura
da Epístola do Apostolo São Paulo aos Hebreus:
Irmãos, pela fé Moisés,
já adulto, recusou ser chamado filho da filha do faraó, preferindo ser maltratado
com o povo de Deus a desfrutar os prazeres do pecado durante algum tempo. Por
amor de Cristo, considerou a desonra riqueza maior do que os tesouros do Egito,
porque contemplava a sua recompensa. Que mais direi? Não tenho tempo para falar
de Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e os profetas, os quais pela fé
conquistaram reinos, praticaram a justiça, alcançaram o cumprimento de
promessas, fecharam a boca de leões, apagaram o poder do fogo e escaparam do
fio da espada; da fraqueza tiraram força, tornaram-se poderosos na batalha e
puseram em fuga exércitos estrangeiros. Houve mulheres que, pela ressurreição,
tiveram de volta os seus mortos. Alguns foram torturados e recusaram ser
libertados, para poderem alcançar uma ressurreição superior. Outros enfrentaram
zombaria e açoites, outros ainda foram acorrentados e colocados na prisão,
apedrejados, serrados ao meio, postos à prova, mortos ao fio da espada. Andaram
errantes, vestidos de pele de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos e
maltratados. O mundo não era digno deles. Vagaram pelos desertos e montes,
pelas cavernas e grutas. Todos estes receberam bom testemunho por meio da fé;
no entanto, nenhum deles recebeu o que havia sido prometido. Deus havia
planejado algo melhor para nós, para que conosco fossem eles aperfeiçoados.
Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Deus assegura a minha vitória e me submete os meus adversários.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Salva maravilhosamente seu servo e usa de
misericórdia com seu ungido.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Evangelho: Jo 1, 43-51
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Evangelista São João:
Naquele tempo, Jesus quis
partir para a Galiléia. Ele encontrou Filipe que era de Betsaida, a cidade de
André e de Pedro. Filipe encontrou-se com Natanael e disse-lhe: Encontramos
Jesus, o filho de José, de Nazaré, aquele sobre quem escreveram Moisés, na Lei,
e os Profetas. Natanael perguntou: De Nazaré pode sair alguma coisa boa? Filipe
respondeu: Vem e vê! Jesus viu Natanael que vinha ao seu encontro e declarou a
respeito dele: Este é um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade!
Natanael disse-lhe: De onde me conheces? Jesus respondeu: Antes que Filipe te
chamasse, quando estavas debaixo da figueira, eu te vi. Natanael exclamou:
Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel! Jesus lhe respondeu: Estás
crendo só porque falei que te vi debaixo da figueira? Coisas maiores verás. E
disse-lhe ainda: Em verdade, em verdade, vos digo: vereis o céu aberto e os
anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem!
Hirmos:
Ó cheia de graça, em ti rejubila-se toda a
Criação. A assembleia dos anjos e o gênero humano te glorificam, ó templo
santificado, paraíso espiritual e glória das virgens, na qual Deus se encarnou
e da qual tornou-se Filho Aquele que é nosso Deus antes dos séculos. Porque fez
de teu seio um trono e as tuas entranhas, mais vastas do que os céus.
Ó cheia de graça, em ti rejubila-se toda a
Criação e te glorifica!
Obs.: Depois da Divina Liturgia segue a procissão com os santos ícones.
Neste domingo comemora-se a vitória da Ortodoxia sobre a heresia dos
iconoclastas e veneram-se os santos ícones.
SINAXE
Pe. Paulo A. Tamanini
O que pode pensar um ortodoxo sobre o Domingo da
Ortodoxia? A maioria dos pensamentos para esta ocasião tem caráter
confessional, destacando a Ortodoxia sobre as demais confissões cristãs. As
religiões são, em geral, caminhos divinos através dos quais Deus vem até o
homem e o faz elevar-se para Si.
A investigação das religiões é um tema que vai
além do que podemos falar, mas não há dúvida que todas as religiões ajudam o
homem a praticar uma boa moral, a escutar a voz de sua consciência, a viver em
paz e a conviver melhor com os seus semelhantes, sobretudo as que professam um
Deus único. Todas estas religiões são como que "fios condutores" nas
mãos de Deus, através dos quais Ele atrai a Si os homens.
Não obstante, o Cristianismo é a revelação
divina mais profunda e representa o caminho mais curto que conduz ao céu. A
Ortodoxia conservou a Tradição Cristã sem mancha e é, entre as
"tradições" cristãs, a mais segura. A doutrina cristã passou ao longo
da História, por muitos exames e provas, introduzindo-se, às vezes, elementos
humanos e sofrendo desvios, também por causa dos homens. A Ortodoxia conservou
a fé ao longo da História e a transmitiu de geração em geração e, a isto,
chamamos «Tradição».
«Tradição» não é o mesmo que «tradições».
«Tradição» não quer dizer história antiga ou ensinamentos herdados. Tradição
significa «transmissão» dos ensinamentos de uma geração a outra. Pois, «Deus é
o Deus de nossos pais». E, por isso, a Tradição é movimento e não herança
estática.
A Tradição morre se não for transmitida.
Recebemos gratuitamente e gratuitamente devemos transmití-la. A Tradição não é
conjunto de ensinamentos, mas o movimento do Espírito Santo na Igreja que
transmite a fé, é o «depósito» que se assemelha aos talentos sobre os quais nos
ensinou o Senhor que não devemos ocultá-los.
Por isso, quando insistimos que, para a
Ortodoxia, a Tradição desempenha um papel importante, queremos dizer que os
ensinamentos recebidos dos Santos padres da Igreja são fundamentais para nós
mesmos e para as gerações futuras. Queremos dizer também que a Tradição, na
Ortodoxia não é como um museu, mas uma missão. O tempo da Tradição é o tempo
importante do passado e é também o tempo do futuro que goza da mesma
importância.
A Ortodoxia, portanto, em seu caráter de
tradição cristã pura, quer dizer a doutrina reta de acordo com a fé recebida
dos santos Padres e, ainda, que se encontra no mesmo nível de importância que a
evangelização. A retidão da doutrina é uma face da moeda e a outra face é a
evangelização. A doutrina reta é a garantia de um fundamento correto da
evangelização; a evangelização, por sua vez, é a continuidade natural e viva da
reta doutrina.
O Espírito de evangelização não é uma atividade
adicional na vida da Igreja Ortodoxa, e o desejo de transmitir a Verdade e a
Tradição aos demais, não é só uma ocupação a mais da Igreja, mas o indicador
genuíno de que o Corpo de Cristo (a Igreja) está vivo, cresce, permanece e se
move. A falta de evangelização não é apenas um defeito parcial da vida da
Igreja, mas indica a presença de uma fé corrompida e a adulteração da verdade.
Quando, no Evangelho de hoje, Filipe encontra a
Jesus, sai imediatamente em busca de Natanael e, encontrando-o, diz:
«Encontramos Jesus, o Filho de José, de Nazaré, Aquele sobre quem escreveram
Moisés na Lei, e os Profetas». Quem encontra Jesus, se faz imediatamente
apóstolo. Ele mesmo, Jesus, disse a seus discípulos, que os enviou como luz ao
mundo e como sal à terra. A Ortodoxia é segurança para a evangelização e a
verdadeira evangelização é o indício de uma Ortodoxia viva. Por isso São Paulo
nos diz: «Ai de mim se não evangelizo».
A Igreja é, segundo a Ortodoxia, o Reino de Deus
vivo sobre a terra. A Igreja não é, nem uma instituição nem uma organização. A
Igreja é, segundo a Tradição Ortodoxa, o «mundo no mundo». É o «fermento que
leveda toda a massa».
A Igreja está em diálogo com o mundo exterior e
não é seu extremo oposto. Este é a parte dela que ainda não foi levedada. O
mundo inteiro foi criado por Deus para ser a «Igreja Una, Santa, Católica e
Apostólica». Em outras palavras, o crente no mundo deve cooperar com a
encarnação de Cristo e com a construção de seu Corpo vivo no mundo. O mundo se
faz então nosso objetivo e nossa meta. Assumimos como tarefa fazer de todo
mundo uma só Igreja.
Se, neste Domingo da Ortodoxia, dirigimos o
olhar ao mundo que nos cerca, veremos, todavia, que estamos só no início do
caminho, e que o mundo necessita de nós. A Igreja, então, estabelece diálogo e
relação com o mundo exterior num gesto de fermentação e cristianização. A
evangelização é o vínculo. E se realiza através do diálogo contínuo e com
intenções de quem ama, é fiel e sincero com o outro, com as demais religiões,
com o ateísmo e com qualquer outra expressão exterior à Igreja.
Todos necessitam de nossa fé. A evangelização
não foi nem nunca será para a Ortodoxia um meio de expansão, de autoritarismo,
de conquista ou de hegemonia. A evangelização é luz, é um presente, é um dom. A
Igreja não é uma instituição que quer expandir-se, mas uma Verdade que deve ser
propagada e, quem a recebe, não se torna seu proprietário, mas deixa-se
orientar por ela.
A história da evangelização da Rússia no
primeiro milênio depois de Cristo dá testemunho de que, os russos convertidos
ao cristianismo partiram imediatamente para evangelizar os demais.
A evangelização se dá em dois campos diferentes:
o primeiro é o campo externo que já mencionamos. O segundo é o campo interno.
Relata-se que São João Kronstadt sonhava em sua
infância crescer para ir à China auxiliar na evangelização. No entanto, quando
entrou na faculdade de teologia, deu-se conta de que sua família e seus
vizinhos eram carentes de evangelização. A evangelização interna é uma
necessidade pois, um número não pequeno de fiéis tem uma fé superficial. São os
que receberam a fé como algo externo e acidental. A mesma Igreja Ortodoxa
necessita que os seus filhos sejam evangelizados e, por isso, temos o pregação
(sermão), a catequese, a vida pastoral e o fazer com mais força os sacramentos
da Igreja na vida de seus filhos. A evangelização interior é necessária na vida
pessoal de cada um. Assim também, devemos propagar nossa fé tal como nos é
transmitida pela Tradição Ortodoxa, como vida e profundidade, como conhecimento
de si mesmo e enamoramento de Deus. A tradição monástica e os modelos de vida
pastoral que nos transmitiu esta Tradição e que passaram a fazer parte da
mesma, afirmam que hoje é necessário «ir ao mais profundo» da evangelização
interior, da pastoral e da ascética.
A evangelização interior é necessária nas
igrejas e confissões cristãs. Por muitos fatores e interesses o Corpo de Cristo
tem sido fragmentado ao longo da História. O diálogo é uma missão e uma
instância fiel à Ortodoxia. A aproximação entre as diversas confissões cristãs
é um gesto ortodoxo natural e honesto. O diálogo entre as igrejas não é só uma
necessidade, mas uma obrigação de fidelidade à ortodoxia.
Sobre o que deve refletir então um ortodoxo no
«Domingo da Ortodoxia»?
A Ortodoxia não é, nem um muro de separação e
nem tampouco um ambão por detrás do qual falamos com os demais do alto. A
Ortodoxia é um depósito que recebemos tão casualmente como foi privado aos
demais. O ortodoxo não tem mérito pelo que pudesse ter recebido este depósito.
Mas, tendo-o recebido, tem a responsabilidade de transmiti-lo. O talento nos
foi dado como um dom e o fiel deve saber investi-lo bem.
Muitas vezes medimos nossa relação com Deus em
base a um comportamento ético simples. O pecado passa a ser a omissão de um dia
de jejum ou ter caído em ira etc. Sim, tudo isto é pecado, mas o pecado maior é
o que cometemos quando nos omitimos da pregação, ou seja, escondemos o talento recebido.
Enquanto que aqueles pecados enfraquecem nossa relação com Deus, ocultar ou
esconder o talento nos separa de Deus. Os mandamentos divinos podem ser
sintetizados no amor. A Lei tem como objetivo o amor. O objetivo da ética é
chegar a sentir paixão pelas coisas divinas. O amor exige do outro. Conhecer a
Deus é amá-Lo e, amá-Lo leva necessariamente a anunciá-Lo.
O Kondakion deste domingo nos expressa que a
encarnação do Filho de Deus uniu nossa imagem à beleza divina e nos levou a
confessar a salvação (a conhecê-la), a proclamá-la e a propagá-la (evangelizar)
em palavras e obras.
Que função desempenhamos então em toda esta
missão? O que é que devemos examinar todos os anos quando celebramos o «Domingo
da Ortodoxia»? A epístola de hoje faz referência a todos aqueles que foram
torturados das mais diversas formas e submetidos às prisões. Outros ainda que
foram apedrejados, postos a prova ou mortos ao fio da espada. São Paulo
menciona os que suportaram tudo isto pela Tradição e pela Fé Ortodoxa, antes e depois
de Cristo. Eles, padecendo toda espécie de sofrimentos e torturas, ou até mesmo
dando suas vidas para transmitir fielmente o depósito, constituíram-se em
modelos para todos nós. Moisés é um dos melhores exemplos pois, recusou ser
chamado filho do Faraó, preferindo ser maltratado junto ao povo de Deus, a
desfrutar por algum tempo no pecado. Hb 11, 25.
A Ortodoxia é paixão e missão para o fiel, desde
que não a tome para si, mas se ponha à seu serviço. O dever de todo o fiel
ortodoxo é propagar a Ortodoxia e elegê-la em lugar do gozo temporal do pecado.
Acaso não nos alegramos quando chegamos a conhecer a fé e seu passado e a
pregamos para o futuro? Os sofrimentos a que muitos são submetidos por causa do
Evangelho e de sua pregação constitui a alegria da festa de hoje.
Pelo que te pedimos, Senhor,
que nos concedas morrer por ti todos os dias,
e que teu nome seja anunciado
para que todos os povos da terra
voltem-se para ti, Senhor!
Faze, Senhor, que o mundo todo te conheça de verdade.
Amém.
Arcebispo
Paulo Yazigi
Metropolita
de Alepo-Siria
Extraído do site ecclesia.com.br
20 de Março: Santos quarenta e quatro Monges da Lavra de São Sabas, mártires († 796)
O
monastério de São Savas situava-se em Jerusalém. Na época do imperador
Heraclios (620-641), os árabes se dirigiram àquele monastério com a intenção de
saqueá-lo, pois acreditavam que lá havia um grande tesouro. Contudo, essa
expectativa foi frustrada, pois os próprios monges lhes advertiram que lá não
havia tesouro algum e que eles viviam da oração. Os invasores ficaram
revoltados e obrigaram os monges a negar a fé em Jesus Cristo, ameaçando-os de
morte, caso não o fizessem. Apesar disso, nenhum monge negou sua fé e, assim
sendo, tomaram o caminho da eternidade rumo a Cristo: alguns monges foram decapitados,
outros desfigurados e outros ainda foram mortos pela espada. Fazendo referência
à grande fé destes santos mártires, lembramos o que São Paulo escreveu na sua
epístola aos Gálatas: «E é evidente que pela lei ninguém será justificado
diante de Deus, porque o justo viverá da fé». (Gal 3,11).
Tradução e
publicação neste site
com
permissão de www.ortodoxia.org
Trad.: Pe.
Pavlos Tamanini
Folheto
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Responsável
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Editoração e Diagramação
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Atualização da Página na
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