03 abril 2016

3° Domingo da Quaresma



PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910 - Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 03 de abril de 2016.
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3° Domingo da Quaresma

«Veneração da Santa Cruz»

(4º antes da Páscoa - Modo 3)


Liturgia de São Basílio, o Grande

Matinas

Tropário – Modo 3 - (3º tom):
Exultem os seres celestes e alegrem-se os terrestres, pois o Senhor demonstrou o poder de Seu braço, pisou a morte com a morte, tornando-Se o primogênito dos que morreram nos livrou do seio do inferno e deu ao mundo a grande misericórdia.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,

Exultem os seres celestes e alegrem-se os terrestres, pois o Senhor demonstrou o poder de Seu braço, pisou a morte com a morte, tornando-Se o primogênito dos que morreram nos livrou do seio do inferno e deu ao mundo a grande misericórdia.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Nós Te cantamos, virgem Mãe de Deus, pois permitiste a salvação de nosso povo. O Senhor, nosso Deus, Teu filho segundo a carne que recebeu de Ti, sofreu a paixão sobre a cruz e nos libertou da corrupção, por que ele é amigo do homem.

Katisma – Modo 3 - (3º tom):
1ª Katisma:
Cristo ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que dormem, primogênito da a criação e criador de tudo; ele mesmo renovou a natureza do nosso gênero corrupto. Oh morte, jamais voltarás a dominar, porque o Senhor de todos exterminou e dissolveu seu poder.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.

Senhor, tu provaste a morte com o corpo, porém com tua ressureição a aniquilaste, concedeste a vitória ao homem e deste o triunfo sobre a maldição. Oh apoio e defensor de nossa vida, glória a Ti.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Quando Gabriel se maravilhou de tua fulgurante virgindade e do brilho da tua pureza te saudou dizendo: Oh Mãe de Deus!, Que louvores devidos te oferecerei e como te chamarei? Estou surpreendido e atônito; mas como me foi ordenado exclamo: Alegra-te oh cheia de graça.



2ª Katisma:
Senhor, quando o Hades contemplou Tua Divindade imutável e Tua paixão voluntaria, se estremeceu em seu seio e chorou clamando: Temos a este Corpo incorruptível; o Invisível me combate misteriosamente, e aquele eu estão debaixo de meu poder proclamam: Glória Tua Ressureição, oh Cristo!
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espirito Santo.

Nós os fieis falamos Teologicamente sofre o mistério de Tua Crucificação e inefável Ressureição; porque tanto a morte como o Hades, hoje foram derrotados e o gênero humano se revestiu de incorrupção; por isso, agradecemos, exclamamos: Glória a Tua Ressurreição, oh Cristo!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Theotokion:
Oh Mãe de Deus, em tuas entranhas, coube misteriosamente o Incontível, o Consubstancial com o Pai e o Espirito Santo. E com teu parto temos aprendido no mundo a louvar a obra inconfundível da Santa Trindade, por isso, agradecidos, exclamamos: Alegra-te oh cheia de graça!

Ypakoí – Modo 3 - (3º tom):
Obediência:
O belo anjo com doces palavras disse as Mirróforas: “Por quê buscais o vivo no sepulcro? Ele ressuscitou e esvaziou os sepulcros! O imutável mudou a morte. Dizei ao Senhor: Quão maravilhosas são tuas obras porque salvaste a humanidade!”

Anabtmo:
1ª Antífona:
Oh Verbo, Tu salvastes a Sion do exilio na Babilônia; assim livra-nos dos sofrimentos da vida.
Os que semeiam com lágrimas divinas, colherão com alegria as espigas da vida eterna.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Do Espirito Santo desce todo o bem porque ilumina com o Pai e o Filho toda a criação.

2ª Antífona:
Se o Senhor não construísse a casa da virtude, em vão nos casaríamos. Se Ele protege nossas almas, nada poderá dominar nossa cidade.
Os Santos são a recompensa do fruto do ventre e, no Espírito, continuam
sendo filhos para Ti, oh Cristo, e Tu para eles, Pai.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Pelo Espírito Santo se tem visto toda Santidade e sabedoria, porque ele é o criador de tudo por isso o adoramos, porque é Deus como o Pai e o Verbo.

3ª Antífona:
Os que temem a Deus são bem aventurados, porque seguem os caminhos de seus mandamentos e comem o fruto da vida eterna.
Alegra-te, oh chefe dos pastores, quando vires os filhos de teus filhos ao redor de tua mesa oferecendo-te boas obras.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Toda riqueza de honra é do Espírito Santo. Dele é a graça e a vida para toda a criação, por isso se louva juntamente com o Pai e o Verbo.

Prokimenon:
Dizei aos povos: “O Senhor é o rei” Ele fixou o universo inamovível. (2 vezes).

Stichos:
Cantai ao Senhor um cântico novo.
Dizei aos povos: “O Senhor é o rei” Ele fixou o universo inamovível.

Kondakion – Modo 3 - (3º tom):
Ó Deus de misericórdia, ergueste-Te hoje do túmulo e nos livraste das portas da morte. Neste dia Adão se alegra, Eva se rejubila; os Patriarcas e os Profetas não cessam de cantar o divino poder da Tua grandeza.

Ikós:
Neste dia, as profundezas do abismo do inferno tremeram diante da unidade da Trindade. A Terra estremeceu; os guardas das portas infernais permaneceram terrificados ao vê-Lo. E toda a criação se rejubilou cantando com os Profetas um cântico de vitória a Ti, nosso Deus libertador, que destruístes as forças da morte. Possamos clamar de alegria e bradar a Adão e seus filhos: O madeiro da cruz te fez entrar no paraíso, saí fiéis à frente da ressurreição.



Evangelho:                                                                                       Jo 21,15-25
Evangelho de Nosso Senhor Jesus  Cristo, segundo o Evangelista São João:

Naquele tempo, depois de terem comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeirinhos. Tornou a perguntar-lhe: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Pastoreia as minhas ovelhas. Perguntou-lhe terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Entristeceu-se Pedro por lhe ter perguntado pela terceira vez: Amas-me? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas; tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queres. Ora, isto ele disse, significando com que morte havia Pedro de glorificar a Deus. E, havendo dito isto, ordenou-lhe: Segue-me. E Pedro, virando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, o mesmo que na ceia se recostara sobre o peito de Jesus e perguntara: Senhor, quem é o que te trai? Ora, vendo Pedro a este, perguntou a Jesus: Senhor, e deste que será? Respondeu-lhe Jesus: Se eu quiser que ele fique até que eu venha, que tens tu com isso? Segue-me tu. Divulgou-se, pois, entre os irmãos este dito, que aquele discípulo não havia de morrer. Jesus, porém, não disse que não morreria, mas: se eu quiser que ele fique até que eu venha, que tens tu com isso? Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. E ainda muitas outras coisas há que Jesus fez; as quais, se fossem escritas uma por uma, creio que nem ainda no mundo inteiro caberiam os livros que se escrevessem.

Exapostilário – 11º:
Após a ressurreição o Senhor perguntou a Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais que estas”? Ao responder afirmativamente disse-lhe Jesus: “Apascenta as minhas ovelha”. Voltando-se Pedro viu que o seguia aqueles discípulos que Jesus amava; e Pedro perguntou a Jesus: “Senhor e este”? “Respondeu-lhe o mestre, Que te importa se eu quero que ele fique até que eu venha? Segue-me tu”.




Theotokion – 11º:
Ó mistério maravilhoso! A morte desapareceu total pela força do teu reino, quem é que não Te louva? Quem se ajoelha diante de Tua ressureição? Ó verbo; idênticos louvores merece a Tua Mãe, pois por ela foste nascido na maior pureza.

Laudes - Modo 3 - (3º tom):
1 – Esta glória será para todos os Justos.
Vinde de todos os povos e conhecei a força do terrível mistério, porque Cristo nosso Salvador, o Verbo eterno, foi crucificado por nós e sepultado por sua vontade, ressuscitou dentre os mortos salvando a todos; prosternemo-nos diante d Ele.

2 – Louvai a Deus em seu santuário, louvai na magnificência de seu firmamento!
Oh Senhor, os guardas publicaram e anunciaram todos os teus milagres, porém o sinédrio da maldade encheu suas mãos com o suborno crendo que assim esconderiam Tua ressureição, a que todo mundo louva. Tem piedade de nós.

3 – Louvai por suas proezas, louvai conforme Sua imensa grandeza!
Toda a criação se encheu de alegria quando recebeu o anúncio de Tua ressureição. Maria Madalena chegou a Teu sepulcro e encontrou o anjo sentado sobre a pedra com vestes luminosas, dizendo: “Porque buscai o vivo entre os mortos? Ele não está aqui, porém ressuscitou como havia predito e as precederá na Galileia”.

4 – Louvai ao som da trombeta, louvai com saltério e a harpa!
Oh Senhor, amante da humanidade, com Tua luz vemos a luz. E porque ressuscitaste dentre os mortos dando a salvação ao gênero humano, te louva toda criação, oh único isento de pecado.

5 – Louvai com pandeiro e a dança; louvai com cordas e flautas!
Senhor, as Mirróforas te ofereceram as lágrimas como louvores matutinos, levando à Teu sepulcro mirra de bom aroma e correndo para ungir Teu corpo limpo do mal. E o anjo, sentado sobre a pedra, lhes anunciou dizendo: “Porque buscais o vivo entre os mortos? Pisoteou a morte e ressuscitou como Deus, outorgando à todos a grande misericórdia”.

6 – Louvai com címbalos retumbantes; louvai com címbalos de júbilo. Tudo que respira louve ao Senhor!
O Anjo resplandecente sobre Teu sepulcro Doador da Vida, disse às Mirrófo-
ras; “O Salvador esvaziou os sepulcros e acabou com o Hades, ressuscitando ao terceiro dia porque é o único Deus Todo-poderoso”.

7 – Levanta-Te, Senhor meu e Deus meu, que tua mão se levante e não te esqueças para sempre de Teus pobres.
Maria Madalena, no primeiro dia da semana foi buscar-Te no sepulcro e, não O encontraste chorou com suspiros dizendo: Pobre de mim, Salvador meu, como foste roubado, oh Rei de todos? Dois dos Anjos, cheios de vida lhes disseram dentro do sepulcro: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Choro porque levaram o meu Senhor do sepulcro e não sei onde o puseram.” E ao voltar seu resto Te viu e exclamou: Senhor meu e Deus meu, glória a Ti.

8 – Te confesso, Senhor, como todo meu coração e proclamo todos teus milagres.
Os Hebreus selaram o sepulcro sobre a Vida, mas o ladrão abriu o paraíso com sua língua quando clamou dizendo: Oh Tu que foste crucificado por mim e comigo, colocado sobre o Madeiro da Vida e te manifestaste sentado sobre o Trono junto com o Pai, Tu que és, oh Cristo e Deus nosso o dono da grande misericórdia.

Eothinon – 11º:
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Ó Salvador quando apareceste ao teu sepulcro, após a ressureição, concedeste a Simão a missão de pastorear as Tuas ovelhas, renovando a virtude de caridade, dizendo-lhe: “Pedro se Tu és meu amigo, apascenta pois meus cordeiros e ovelhas”, e ele viu também o seguia outro discípulo, mostrando seu excessivo amor. Pela Tua ressurreição, Ó Cristo, guarda Teu rebanho dos corruptos.

Theotokion:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus, em cujo seio se encarnou Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da maldição, destruindo a morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em qualquer tempo, e sempre o Seu louvor estará em minha boca (2 vezes).

Tropário:
Hoje é a salvação do mundo. Louvemos Aquele que ressuscitou do túmulo, dando-nos origem a uma nova vida, porque anulou a morte com a Sua morte e nos concedeu a misericórdia de obter essa grande vitória.


Divina Liturgia

Anunciação - Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”

Tropário da Ressurreição – Modo 3 - (3º tom):
Exultem os seres celestes e alegrem-se os terrestres, pois o Senhor demonstrou o poder de Seu braço, pisou a morte com a morte, tornando-Se o primogênito dos que morreram, nos livrou do seio do inferno e deu ao mundo a grande misericórdia.

Tropário Próprio – Modo 4:
Salva, Senhor, o teu povo e abençoa a tua herança! Concede à tua Igreja a vitória sobre o mal e guarda o teu povo pela tua Cruz.

Kondakion – Modo 3 - (3º tom):
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Hoje te levantaste da tumba, ó Compassivo, e nos conduziste para fora das portas da morte, Hoje Adão dança e Eva se regozija e com eles os Profetas e os Patriarcas louvam sem cessar o divino poder de tua autoridade.

Theotokion – Modo 3 - (3º tom):
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Tu, que te preocupavas com a salvação do gênero humano a ti cantamos, Virgem Mãe de Deus! Teu Filho e nosso Deus, com o puríssimo corpo recebido de ti, padecendo os sofrimentos da cruz livrou-nos da iniquidade, Ele, o amigo dos seres humanos.

Kondakion Próprio:
Doravante, a espada de fogo não guardará mais a porta do Éden, porque o madeiro da Cruz apagou-a de modo maravilhoso; a morte foi vencida e a vitória dos infernos anulada. E Tu, ó meu Salvador, te dirigiste aos que nele estavam, dizendo: "entrai de novo no paraíso!"

Kondakion Final:
Nós, teus servos, ó Mãe de Deus, te conferimos os lauréis da vitória, penhor de nossa gratidão, como a um general que combateu por nós e nos salvou de terríveis calamidades. E, como tens um poder invencível, livra-nos dos perigos de toda espécie para que te aclamemos: salve, Virgem e Esposa!

Trisagion:
Adoremos, a Tua Cruz, ó Mestre, e glorificamos a Tua santa Ressureição. (3 vezes).
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espirito Santos, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
E glorificamos a Tua santa Ressureição.
Adoremos, a Tua Cruz, ó Mestre, e glorificamos a Tua santa Ressureição.

Prokimenon:
Cantai salmos ao nosso Deus, cantai; cantai salmos ao nosso Rei, cantai!
Nações, aplaudi todas com as mãos, clamai a Deus com vozes alegres.

Epístola:                                                                                           Hb 4,14-5,6
Leitura da Epístola do Apostolo São Paulo aos Hebreus:

Irmãos, nós temos um sumo sacerdote eminente, que atravessou os céus: Jesus, o Filho de Deus. Por isso, mantenhamos firme a fé que professamos. De fato, não temos um sumo sacerdote incapaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado como nós, em todas as coisas, menos no pecado. Portanto, aproximemo-nos do trono da graça com plena confiança, a fim de alcançarmos misericórdia, encontrarmos graça e sermos ajudados no momento oportuno. Todo sumo sacerdote, escolhido entre os homens, é constituído para o bem dos homens nas coisas que se referem a Deus. Sua função é oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. Desse modo, ele é capaz de sentir justa compaixão por aqueles que ignoram e erram, porque também ele próprio está cercado de fraqueza; e, por causa disso, ele deve oferecer sacrifícios, tanto pelos próprios pecados como pelos pecados do povo. Ninguém pode atribuir a si mesmo essa honra, se não for chamado por Deus, como o foi Aarão. Da mesma forma, Cristo não atribuiu a si mesmo a glória de ser sumo sacerdote; esta lhe foi conferida por aquele que lhe disse: «Você é o meu Filho, eu hoje o gerei.» E, noutra passagem da Escritura, ele diz: «Você é sacerdote para sempre, segundo a ordem do sacerdócio de Melquisedec.»

Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!

Junto de Ti, Senhor, me refugiei; não seja eu confundido para sempre. Por tua justiça, livra-me.
Aleluia, aleluia, aleluia!

Sê para mim um Deus protetor e uma casa de refúgio para me salvar.
Aleluia, aleluia, aleluia!

Evangelho:                                                                                      Mc 2, 1-12
Evangelho de Nosso Senhor Jesus  Cristo, segundo o Evangelista São Marcos:

Naquele tempo, Jesus chamou a multidão e os discípulos. E disse: «Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois, quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim e da Boa Notícia, vai salvá-la. Com efeito, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, se perde a própria vida? Que é que um homem poderia dar em troca da própria vida? Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras diante dessa geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória do seu Pai com seus santos anjos». E Jesus dizia: «Eu garanto a vocês: alguns dos que estão aqui, não morrerão sem ter visto o Reino de Deus chegar com poder.»

Hirmos:
Ó cheia de graça, em ti rejubila-se toda a Criação. A assembleia dos anjos e o gênero humano te glorificam, ó templo santificado, paraíso espiritual e glória das virgens, na qual Deus se encarnou e da qual tornou-se Filho Aquele que é nosso Deus antes dos séculos. Porque fez de teu seio um trono e as tuas entranhas, mais vastas do que os céus.
Ó cheia de graça, em ti rejubila-se toda a Criação e te glorifica!



Procissão e Adoração da Santa Cruz


Este ofício tem sua origem nos costumes antigos da Igreja. Era feito no fim da Grande Doxologia das Matinas, antes de iniciar a Santa Liturgia. Hoje em dia, nas maiorias das igrejas, é comum celebrá-lo ao fim da Divina Liturgia, depois da Apólisis. Os cantores entoam o "Santo Deus ..." segundo o "tom lento" enquanto o sacerdote incensa a cruz colocada sobre o altar (a cruz manual ou outra, do mesmo tamanho) que, levantando-a, põe em uma bandeja com palmas e flores e sai pela porta norte precedido pelos ceroferários, turiferário e cantores. O diácono (ou um ajudante) irá incensando a cruz durante toda a procissão que seguirá circulando a Igreja. Finalmente, coloca-se diante do iconostase e, de frente para uma pequena mesa revestida por uma toalha branca, faz em torno dela três voltas e detendo-se diante da mesa e voltado para o Oriente, diz:
Sacerdote:
Sabedoria! Estejamos atentos!

E coloca a bandeja com a cruz sobre a mesa, incensando em seguida em torno dela, enquanto canta:

Apolitikion (Modo 1)

Sacerdote:
Salva, Senhor, o teu povo e abençoa a tua herança.
Concede à tua Igreja a vitória sobre o mal
e guarda o teu rebanho pela tua Cruz.

Coro:
Salva, Senhor, o teu povo
e abençoa a tua herança. (2 vezes)

Sacerdote:
Tem piedade de nós, ó Deus, segundo a tua grande misericórdia,
nós te suplicamos, escuta-nos e tem piedade de nós!

Coro:
Kyrie, eleison. (40 vezes)

E os cantores cantam a primeira série de "Kyrie, eleison" enquanto o sacerdote faz, com a bandeja e a cruz, o sinal da cruz e, prostrando-se, faz tocar a fronte no chão. Levantando-se lentamente ao ritmo da melodia do "Kyrie, eleison". O mesmo fará depois de cada uma das seguintes súplicas que são cantadas ao lado direito da mesa:

Sacerdote:
Oremos ainda pelo Brasil e Grécia, países protegidos por Deus,
seus governantes e força de segurança.

Coro:
Kyrie, eleison. (40 vezes)

Como antes, faz a grande metania e enquanto o coro canta, vai até o lado oriental da mesa e, voltando-se para o Ocidente, diz:

Sacerdote:
Oremos ainda pelo nosso santo pai, o patriarca N. ... ,
pelo nosso metropolita N. ... , (arcebispo, ou bispo),
pelos sacerdotes, diáconos, monges, religiosos
e por todos os nossos irmãos e irmãs em Cristo.

Coro:
Kyrie, eleison. (40 vezes)

Após a reverência o sacerdote dirige-se ao lado Sul e, voltando-se para o Norte diz:

Sacerdote:
Oremos também por todos os fiéis cristãos ortodoxos,
pela saúde, salvação e pelo perdão de seus pecados.

Coro:
Kyrie, eleison. (40 vezes)

O sacerdote repete a reverência, dirigindo-se em seguida para o lado ocidental da mesa e, voltado para o Oriente, diz:

Sacerdote:
Oremos ainda pelos benfeitores desta santa Igreja,
pelos que nela se afadigam e cantam
e por este povo aqui presente, que espera de Deus
a sua grande e abundante misericórdia.
Coro:
Kyrie, eleison. (40 vezes)
O sacerdote faz novamente uma reverência profunda enquanto o coro canta a quinta série de "Kyrie, eleison". Levanta-se em seguida e, elevando a bandeja com a cruz e as flores, diz:

Kondakion:

Sacerdote:
Ó Cristo Deus, que voluntariamente foste suspenso à Cruz,
tem compaixão do povo que traz o teu nome.
Alegra, pelo teu poder, a tua santa Igreja
dando-lhe a vitória sobre o mal.
Que tua aliança seja para nós
uma arma de paz e um troféu de vitória.

Abençoa com a cruz os fiéis e, colocando a bandeja sobre a mesa, canta:

Trisagion:

Coro:
Adoramos a tua Cruz , ó Mestre,
e glorificamos a tua santa Ressurreição. (3 vezes)
† Glória ao Pai ...
E glorificamos a tua santa Ressurreição.
Adoramos a tua Cruz, ó Mestre ...

O sacerdote faz uma inclinação e adora a santa Cruz, sendo seguido por todos os fiéis. Enquanto isso, as flores são distribuídas a todos os que se aproximam da santa Cruz, enquanto o coro canta:

Coro:
Vinde fiéis! Adoremos o Madeiro que dá a vida,
no qual, Cristo, o Rei da glória,
estendeu voluntariamente seus braços,
restaurando em nós a felicidade primitiva;
nós que, dominados pelo mal e pelas paixões
estávamos afastados de Deus.
Vinde, adoremos a Cruz,
que nos dá a vitória sobre o mal.
Vinde, povos da terra,
honremos com hinos a Cruz do Senhor, cantando:
"Salve ó Cruz, libertação de Adão decaído,
porque em ti, toda a Igreja se alegra!
Nós, fiéis, a venerar-te com respeito e devoção,
glorificamos a Deus que em ti foi fixado, dizendo:
Senhor que foste crucificado, tem piedade de nós,
porque Tu és bom e amas a humanidade!
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos. Amém.

Sacerdote:
Cumprida, Senhor foi a palavra de teu profeta Moisés:
«Vereis vossa Vida suspensa a vossos olhos».
Hoje, a Cruz é exaltada e o mundo se liberta do erro.
Hoje, renova-se a ressurreição de Cristo;
regozijam-se os confins da terra,
e, com hinos e salmos, como outrora Davi, exclamam:
«Realizaste hoje, a salvação do mundo,
passando pela Cruz e a Ressurreição,
pelas quais nos libertaste, Senhor Nosso Deus!»
Ó Tu, que amas a humanidade, glória a Ti!

E conclui o Ofício com a Apólissis própria do dia.











SINAXE

Pe. Paulo A. Tamanini
No calendário Litúrgico Bizantino há duas datas nas quais veneramos a Santa Cruz, tamanha é a relevância e o simbolismo deste instrumento de morte que se transformou em instrumento de vida e salvação para os cristãos: 14 de setembro (festa principal) e no Terceiro Domingo da Quaresma.

A Santa Cruz transformou-se, no decorrer dos acontecimentos da vida da Igreja, no arquétipo da ação salvífica de Deus e no modelo de resposta do homem. Deus salva os homens pela Cruz, através de seu Filho que, obediente à vontade do Pai, a abraçou restaurando aos homens a dignidade filial perdida.

Os primeiros cristãos, conforme relata São Paulo em suas cartas, começavam a descobrir as riquezas do mistério da morte de Jesus na cruz, quando à luz da Ressurreição a vislumbravam como meio de salvação e não como instrumento de perdição. Já que o Senhor havia morrido numa cruz, em obediência à vontade do Pai, ela foi acolhida como sinal de humildade e sujeição aos desígnios de Deus. A resposta do homem ante a vontade divina passou a ser dada de maneira consistente: a fé no Ressuscitado movia os corações a uma plena compreensão do plano salvífico.

São Paulo não se limitou apenas a ensinar sobre o poder que tem a Cruz de libertar os homens do pecado, do egoísmo e da morte. Ele foi além dessas verdades estendendo o seu significado. Deu à Cruz a dimensão de Redenção, vendo nela o meio necessário para que fosse selada a Nova Aliança entre Deus e os homens.

Todo cristão, por participar do amor e da obediência de Cristo na Cruz, morre para o pecado que o impede de amar a Deus e aos homens de forma plena e livre. Santo Inácio de Antioquia ( + 117) e São Policarpo (+ 165) lembravam os sofrimentos de Cristo constantemente em suas pregações, para enfatizar a todos os cristãos que no escândalo da Cruz se ocultava o profundo amor de Deus pelos homens. Na cruz trilhava-se o caminho para se chegar à Ressurreição. Por isso, os cristãos do Oriente veneram a Cruz como símbolo da vitória sobre a morte.

Todo sofrimento, angústia, desespero e morte tornam-se secundários diante da magnitude da Ressurreição. O cristão ortodoxo contempla a Cruz resplandecente, mergulhado no espírito pascal: o Senhor não terminou sua missão na Cruz, mas fez dela um instrumento de passagem para se chegar à Vida.

A Cruz para um cristão que esteja imbuído deste espírito torna-se fonte de bênçãos. A loucura da Cruz de Cristo ganha a dimensão do amor infinito e totalmente oblativo. Hoje em dia são muitos os que tem dificuldade em compreender a teologia da Cruz. Parecem fugir dela por medo de sofrer. O sofrimento e a dor fazem parte da humanidade. Sofremos ao nascer, sofremos durante a vida e a morte virá com muito ou pouco sofrimento, mas virá com ele. Não podemos mudar esta realidade que nos é inerente por natureza. Como cristãos podemos mudar a compreensão que damos ao sofrimento.

A Cruz, antes vista como horror e escândalo, passou a ser compreendida como instrumento de salvação. Para que cheguemos a este amadurecimento espiritual é necessário o encontro com o Senhor Crucificado que padeceu os horrores da dor, para que Ele mesmo nos conduza às alegrias da Ressurreição.

Venerar a Cruz é venerar a história humana. Contemplar a Cruz é contemplar os seres humanos nos mais diversos continentes do mundo. Venerar a Cruz gloriosa e vivificante é restabelecer à história humana sua grandeza na História da Salvação. A Cruz sem Deus revela o abandono e a morte. A Cruz com Deus é sinal de esperança e vida nova.

Neste terceiro Domingo da Quaresma a Igreja nos convida a refletir sobre a dimensão que damos à Cruz e ao sofrimento em nossas vidas. Nossa postura frente à Cruz e ao sofrimento humano deve assemelhar-se à postura de Maria e a de João, o discípulo do amor. Estavam em pé diante do Crucificado, contemplando Aquele que era a Ressurreição e a Vida. Mesmo sem entender o que estava acontecendo conservavam tudo isso no coração. Não procuravam uma explicação racional e uma lógica que os fizessem compreender o sofrimento de Jesus. A lógica que os fazia silenciar e aceitar os desígnios de Deus era a obediência e a entrega à vontade do Pai.

Quando racionalmente procuramos explicações para o sofrimento e a cruz, fatalmente cairemos em subjetivismos perigosos que nos poderão levar a erros e a desvios da fé apostólica. O homem por si só não pode explicar os mistérios de Deus. A lógica divina não obedece os parâmetros racionais humanos. A Cruz para a Igreja é sinal e instrumento de Salvação. Por isso, os cristãos de tradição bizantina a veneram gloriosa e vivificante, despida dos sentimentos mórbidos que poderiam ofuscar a sua magnitude. O sofrimento, as dores e a morte que o Senhor sofreu por meio dela, por mais terríveis que pudessem ser,
fez dela veículo da nossa salvação.
Em recente entrevista à Revista 30 Dias, assim se expressou Sua Santidade o Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, referindo-se a relação existente entre a Igreja e a Cruz:

«A Igreja deve apoiar a sua força na sua fraqueza humana, na loucura da Cruz (escândalo para os Judeus, loucura para os Gregos), e a sua esperança na ressurreição de Cristo. Privada de todo poder mundano, perseguida e entregue cotidianamente à morte, a Igreja faz com que surjam santos, que guardam a Graça de Deus em vasos de argila, que vivem dentro da luz da Transfiguração e são conduzidos por Deus ao martírio e ao sacrifício.»

Um cristão, à Luz da Ressurreição, carrega sua cruz subindo o Calvário para a Santidade. O madeiro que sustentou o corpo do Senhor Crucificado tornou-se Árvore da Vida, pois nele foi selado o Novo Testamento, a Nova Aliança. Deus pôs no santo Lenho da Cruz a salvação da humanidade, para que a vida ressurgisse de onde viera a morte.
Durante o Rito de veneração à Santa e Vivificante Cruz, entoa-se um canto que nos convida a contemplar o madeiro sagrado que nos deu a vitória sobre o mal:

«Vinde, fiéis! Adoremos o Madeiro que dá a vida, no qual Cristo, o Rei da Glória, estendeu voluntariamente, seus braços, restaurando em nós a felicidade primitiva. Vinde, adoremos a Cruz que nos dá a vitória sobre o mal.»

Mais forte é o significado da segunda parte deste mesmo hino que nos faz compreender a dimensão e a grandeza da Cruz de Cristo:

«Hoje, a Cruz é exaltada e o mundo se liberta do erro. Hoje, renova-se a Ressurreição de Cristo, regozijam-se os confins da terra..."

Na Cruz renova-se a Ressurreição. Pela Cruz a Vida nos é possível. Pela Cruz a Santidade é uma realidade presente. Basta o encontro com o Senhor e nossa entrega total a Vontade de Deus.
O silêncio e a meditação nos auxiliarão, nesta Quaresma, a ver na Cruz e no sofrimento riquezas espirituais nunca antes vislumbradas por nós, mas já vividas pelos santos. Meditando sobre a Cruz à luz da Ressurreição, "adoramos a tua Cruz, ó Mestre e glorificamos a tua Santa ressurreição."

BIBLIOGRAFIA:
DE FIORES, Stefano. Dicionário de Espiritualidade, São Paulo: Ed. Paulinas, 1989,
Extraído do site ecclesia.com.br

03 de Abril: São Nicetas, o Confessor, monge († 824)

 


Tradução e publicação neste site
com permissão de www.ortodoxia.org
Trad.: Pe. Pavlos Tamanini

Extraído do site ecclesia.com.br


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