01 setembro 2018
28 julho 2018
18 julho 2018
«Domingo dos Santos Padres dos Sete Primeiros Concílios Ecumênicos»
Domingo, 15 de Julho de 2018:
«Domingo dos Santos Padres
dos Sete Primeiros Concílios Ecumênicos»
dos Sete Primeiros Concílios Ecumênicos»
(7º depois de Pentecostes - Modo 2º pl.)
Memória dos Santos Quíricos e sua mãe Julieta, mártires (séc. III-IV)
No domingo que cai entre 13 e 19 deste mês de Julho, o calendário litúrgico ortodoxo comemora os santos Padres que se reuniram nos Sete Concílios Ecumênicos, ou seja: Primeiro: dos 318 Padres que se reuniam em Niceia, em 325, para condenar Ário que negou que o Filho de Deus é consubstancial ao Pai; os Padres deste Concílio também ordenaram que toda a Igreja celebrasse a Páscoa de acordo com o mesmo cálculo/calendário, seguido até os dias atuais pela Igreja Ortodoxa. Segundo: dos 150 Padres que se reuniram em Constantinopla, em 381, para condenar Macedônio, Patriarca de Constantinopla, que negava a divindade do Espírito Santo. Terceiro: dos 200 Padres que se reuniram em Éfeso, em 431, para condenar Nestório, patriarca de Constantinopla, que considerava Jesus Cristo um mero homem e não Deus encarnado. Quarto: do 630 Padres que se reuniram em Calcedônia, em 451, para condenar Eutyches, que ensinou que em Cristo, depois da Encarnação, havia apenas uma natureza, a divina; e Dióscoro, patriarca de Alexandria, que havia recebido Eutyches de volta à comunhão e deposto São Flaviano, Patriarca de Constantinopla, autor da excomunhão de Eutyches. Quinto: em 553, dos 165 Padres que se reuniram em Constantinopla pela segunda vez para condenar Orígenes e Teodoro de Mopsuéstia, mestre de Nestório. Sexto: em 680, dos 170 Padres que se reuniram em Constantinopla, pela terceira vez, para condenar a heresia Monotelita, que ensinou que há em Cristo uma só vontade, a divina. Sétimo: em 787, dos 350 Padres que se reuniram em Niceia, pela segunda vez, para condenar a iconoclastia.
este domingo, a Igreja celebra os Santos Padres dos primeiros concílios Ecumênicos: 1) Nicéia (325); 2) Constantinopla (381); 3) Éfeso (431); 4) Calcedônia (451); 5) Constantinopla (553) 6) Constantinopla (681). «Nestes históricos encontros realizados pela Igreja, estão alicerçados os pilares da fé cristã sobre os quais estão edificadas as verdades incontestáveis da revelação de Deus». (Santo Atanásio)
A Igreja, que vive nos dias atuais enfrentando tantas adversidades, reporta-se constantemente às límpidas fontes das verdades promulgadas nos primeiros concílios, para permanecer fiel ao seu caráter de catolicidade e apostolicidade. Assim, mesmo que não seja compreendida pelo mundo, conservar-se-á pura sem correr riscos de se desviar da reta doutrina. Mesmo que o mundo lhe implore para que ela se adeqüe às exigências da modernidade, a intransigência será sua marca e salvação. A essência da verdade não é objeto de mudanças, pois assim sendo, deixa de ser essência. Logo não existe a verdade. Quando defendemos a verdade, naturalmente, queremos honrar a essência que dela foi gerada. Os Primeiros seis Concílios da Igreja revelaram ao mundo as verdades de nossa fé. Sobre estas verdades foram edificadas doutrinas, dogmas, conceitos, regras, orações, cânticos, Liturgias, Ofícios religiosos, etc. Por isso, a Igreja bebendo das águas puras e refrescantes da fonte de sua tradição continuará incólume , pois ela guarda um grande tesouro, mesmo que em vasos de argila.» (J. Danielou)
A importância dos primeiros sete concílios ecumênicos no Oriente Bizantino é tal que, por três vezes no ano, sempre em dia de Domingo, se celebram os Padres que fizeram ecoar no meio da Igreja a divina harmonia, proclamando as verdades da fé apostólica.
A Festa dos 350 Padres conciliares se reveste com a coroa da vitória sobre os iconoclastas que proibiram manifestações públicas da fé através dos ícones. Graças aos santos padres conciliares podemos nos aproximar dos ícones de Nosso Senhor e da Theotokos, venerando-os através deles, o Deus Uno e Trino que se fez carne e nos trouxe a salvação.
Sobre o Evangelho desta festa é nos apresentada uma rica história, iniciando assim o cortejo literário chamado parábolas. As parábolas pertencem ao gênero didático da Bíblia cuja intenção e finalidade é ensinar uma verdade religiosa. Próprias e exclusivas de Jesus de Nazaré, significam algo novo na literatura judaica, sem paralelos nos escritos anteriores ou posteriores à sua vinda. Elas são comparações ou imagens destinadas a ilustrar ou transmitir uma idéia, usando de alegorias para desvendar uma realidade premente. O propósito é induzir o ouvinte a admitir uma situação que ele a princípio não percebe como aplicável a si mesmo, mas que, após uma reflexão ou uma explicação mais minuciosa parece se encaixar com muita precisão.
Nos Evangelhos, encontramos dezenas de parábolas narradas pelo Senhor, cada uma relatando uma situação específica, donde se tira várias lições, usando-se de exemplos concretos do dia-a-dia das pessoas comuns.
Na Galiléia, havia muitos terrenos acidentados e cheios de colinas cuja área de plantio era muito restrita devido às suas irregularidades. O Senhor valendo-se deste contexto, desta imagem, compõe aos poucos uma narrativa que é muito familiar a todos, para evidenciar o poder e a eficácia da palavra de Deus.
«Como a chuva e a neve descem do céu e não voltam para ele sem ter regado ou fecundado a terra, assim sucede com a palavra que sai da boca do Senhor» Is 55,10.
A eficácia da palavra divina é observada desde a Criação do mundo pelo "FAÇA-SE" pelo qual o Criador ordenava vir a existência todas as coisas, e imediatamente do NADA germinava a vida.
O Antigo Testamento é rico em exemplos em que Deus se dirige aos homens através da palavra. Por fim, chegada à plenitude dos tempos, Deus não enviou mais simples palavras aos homens, mas sua PALAVRA eterna, seu VERBO. O Verbo assumiu a natureza humana, fez-se carne e veio semear no coração dos homens palavras de vida eterna, sendo este o tema do Evangelho que Lucas nos apresenta hoje.
Entretanto, diz a parábola, a mesma semente produz, num terreno, frutos abundantes; e em outros, nada produz. Eis aí o significado do mistério da liberdade humana ante os dons de Deus.
Em toda parte Jesus semeia a Palavra: nem ao homem de coração mais endurecido Ele a nega, nem aos soberbos, às prostitutas, aos hipócritas a quem o Senhor comparava aos terrenos pedregosos e cheio de espinhos. O SENHOR a todos generosamente oferece a Boa Nova. Assim como o semeador não faz distinção na terra que lavra, semeando por toda parte, também nós não podemos fazer discriminação, entre o rico e o pobre, o douto e o ignorante, o fervoroso e o preguiçoso, o corajoso e o covarde, o pecador e o santo.
São João Crisóstomo nos diz que «se ao ouvir a Palavra os corações permanecerem ainda endurecidos a culpa não é da Palavra, mas de quem não quis mudar de vida».
Por isso a indiferença não deve desanimar o semeador; deve ele ser sempre persistente. A persistência e a confiança devem caracterizar o apostolado cristão, pois nem sempre a receptividade da mensagem anunciada é vista e sentida. A confiante ação do semeador que espalha, com mãos cheias a semente, interpela o ouvinte para que entendamos que as dificuldades não podem barrar o andamento de um projeto divino.
Esta parábola é tão rica que o próprio Senhor se debruça em explicá-la aos ouvintes após a sua narração. Tecer qualquer outra interpretação seria redundância. De qualquer maneira esta parábola encontra sua contemporaneidade em cada cristão.
«Que vossas palavras Senhor, lancem raízes profundas em nossas vidas, transformando-nos em árvores frutíferas dos dons divinos» (São João Crisóstomo).
Celebrar, pois, os Santos Padres Conciliares, é celebrar a nossa fé cristã em sua genuína pureza e singularidade.
FONTE:
BENOIT, André. A Atualidade dos Pais da Igreja. Porto Alegre: Ed. Aste, 1966.
Os Santos Concílios Ecumênicos
CONCÍLIO | ANO | PRINCIPAIS DEFINIÇÕES |
1º - Nicéia | 325 | Divindade de Jesus Cristo. Condenação de Ários. |
2º - Constantinopla I | 381 | Divindade do Espírito Santo. Condenação de Macedônio. |
3º - Éfeso | 431 | Maternidade Divina de Maria. Condenação de Nestório. Em Cristo uma Hipóstase, a Divina. |
4º - Calcedônia | 451 | Dualidade da natureza em Jesus Cristo: Condenação de Eutiques, que ensinava o monofisismo. |
5º - Constantinopla II | 553 | Condenou as obras escritas pelos seguidores do herege Nestório. |
6º - Constantinopla III | 681 | Dualidade de Vontades em Jesus Cristo, não contrariadas uma pela outra, mas a vontade humana sujeita à vontade Divina. Condenação do Monotelatismo. |
7º - Nicéia II | 787 | Condenação do Iconoclasmo. Definição da doutrina Ortodoxa das imagens (Ícones). |
06 julho 2018
29 abril 2018
Domingo do Paralítico
"Domingo do Paralítico"
29 de Abril de 2018
Ao celebrarmos a «Festa do Paralítico»
notamos que a cronologia toma uma posição
secundária e a sua relevância cede lugar ao
conteúdo da mensagem que tal festa se propõe a
comunicar.
O Calendário Litúrgico bizantino, neste tempo
Pascal, faz uma cisão no tempo e enxerta nele
acontecimentos ricos e densos de significado que
nos convidam a uma profunda reflexão. Do
mesmo modo como a paralisia corporal nos torna
imóveis e insensíveis, porque a dinâmica da vida e
da ação fica comprometida, da mesma forma
podemos estar sofrendo da paralisia espiritual,
sem que tenhamos consciência dela. Se
estivermos ainda alheios ou indiferentes às
alegrias pascais e ao que ela deveria significar
para nossa vida de cristãos, temos aí fortes
indícios de que padecemos de tal enfermidade.
A Ressurreição do Senhor nos convida a um
apostolado que exige maior dinamismo, energia,
vivacidade e coragem. Para tanto é necessário
estarmos unidos intimamente ao Senhor, o Doador
da Vida, da força e da luz, a fim de levarmos Vida
em abundância àqueles necessitados e carentes
destes dons. A nossa missão de cristãos é
proclamar a Realeza do Senhor Jesus,
anunciando-a com palavras e obras. Esta
dinâmica exige movimento, agilidade, destreza e
não um acomodamento mórbido e indolente.
Essas atitudes devem ser demonstradas em
gestos concretos de nosso cotidiano.
Poderão muitas pessoas experimentar o amor
de Deus através de nosso otimismo, de nossa
esperança, de nossas atitudes, por mais simples
que sejam, pois elas estarão alicerçadas numa fé
madura. Esforcemo-nos portanto, por afastar de
nosso convívio o mau humor, a melancolia, a
apatia, a estagnação. Tudo isso denuncia uma fé
ainda paralisada, de pouca consistência. Deus nos
quer felizes e, no lar cristão, a felicidade deverá
sempre ocupar o hall de entrada. Um lar cristão
deve ser dinâmico, gerar virtudes cristãs, mesmo
que estas sejam pouco valorizadas pelo mundo.
É preciso frisar, entretanto, que não
conseguimos adquirir tais virtudes com
intempestuosos esforços esporádicos, mas sendo
perseverantes na luta, com a constância em
nossos esforços.
Na medida de nossa responsabilidade como
pastores e/ou educadores (bispos, sacerdotes,
pais, professores...), somos chamados a
testemunhar com alegria, entusiasmo e
responsabilidade a Ressurreição do Senhor e,
sempre caminhantes, em movimento. A paralisia
espiritual não pode fazer parte de nossa vida.
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