29 abril 2018

Domingo do Paralítico

"Domingo do Paralítico"

29 de Abril de 2018


Ao celebrarmos a «Festa do Paralítico»
notamos que a cronologia toma uma posição
secundária e a sua relevância cede lugar ao
conteúdo da mensagem que tal festa se propõe a
comunicar. 
O Calendário Litúrgico bizantino, neste tempo
Pascal, faz uma cisão no tempo e enxerta nele
acontecimentos ricos e densos de significado que
nos convidam a uma profunda reflexão. Do
mesmo modo como a paralisia corporal nos torna
imóveis e insensíveis, porque a dinâmica da vida e
da ação fica comprometida, da mesma forma
podemos estar sofrendo da paralisia espiritual,
sem que tenhamos consciência dela. Se
estivermos ainda alheios ou indiferentes às
alegrias pascais e ao que ela deveria significar
para nossa vida de cristãos, temos aí fortes
indícios de que padecemos de tal enfermidade. 
A Ressurreição do Senhor nos convida a um
apostolado que exige maior dinamismo, energia,
vivacidade e coragem. Para tanto é necessário
estarmos unidos intimamente ao Senhor, o Doador
da Vida, da força e da luz, a fim de levarmos Vida
em abundância àqueles necessitados e carentes
destes dons. A nossa missão de cristãos é
proclamar a Realeza do Senhor Jesus,
anunciando-a com palavras e obras. Esta
dinâmica exige movimento, agilidade, destreza e
não um acomodamento mórbido e indolente.
Essas atitudes devem ser demonstradas em
gestos concretos de nosso cotidiano. 
Poderão muitas pessoas experimentar o amor
de Deus através de nosso otimismo, de nossa
esperança, de nossas atitudes, por mais simples
que sejam, pois elas estarão alicerçadas numa fé
madura. Esforcemo-nos portanto, por afastar de
nosso convívio o mau humor, a melancolia, a
apatia, a estagnação. Tudo isso denuncia uma fé
ainda paralisada, de pouca consistência. Deus nos
quer felizes e, no lar cristão, a felicidade deverá
sempre ocupar o hall de entrada. Um lar cristão
deve ser dinâmico, gerar virtudes cristãs, mesmo
que estas sejam pouco valorizadas pelo mundo. 
É preciso frisar, entretanto, que não
conseguimos adquirir tais virtudes com
intempestuosos esforços esporádicos, mas sendo
perseverantes na luta, com a constância em
nossos esforços. 
Na medida de nossa responsabilidade como
pastores e/ou educadores (bispos, sacerdotes,
pais, professores...), somos chamados a
testemunhar com alegria, entusiasmo e
responsabilidade a Ressurreição do Senhor e,
sempre caminhantes, em movimento. A paralisia
espiritual não pode fazer parte de nossa vida.

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