DOMINGO DAS SANTAS MIRÓFORAS
2º Domingo após a Santa Páscoa
(Epístola: At. 6: 1-7 | Evangelho: Mc. 15: 43-47; 16: 1-8)
(Epístola: At. 6: 1-7 | Evangelho: Mc. 15: 43-47; 16: 1-8)
Não era
comum, naquele tempo, um sentenciado ganhar um sepulcro. Geralmente após a
morte indigna de um condenado à cruz, o corpo era deixado pendurado à vista de
todos, para que os abutres o devorassem, segundo as leis romanas. Mas pelas
leis de Israel um sentenciado deveria ganhar, pelo menos, uma sepultura em uma
cova comum. Também é imperioso lembrar que o dia seguinte sempre tinha seu
início após o pôr do sol daquele mesmo dia, respeitando as tradições judaicas.
A Páscoa Judaica aproximava-se, e não era nada agradável ver um judeu suspenso
numa cruz em dia de Festa. Essas duas situações fizeram com que Jesus ganhasse
um túmulo novo, graças à interferência e ao apelo de José de Arimatéia e
Nicodemus (Jo. 19: 38).
Também era costume, após a morte de um
judeu, ungir com óleos aromáticos diversas partes do corpo, numa tentativa de
abrandar o cheiro da corrupção corporal trazidos pela morte. A este serviço estavam
sempre incumbidas as miróforas (mulheres portadoras de aromas) e que tivessem
um parentesco muito próximo para executar tais funções. São a elas que o
Calendário Litúrgico Bizantino presta hoje homenagens, atribuindo-lhes orações
e cantos próprios, neste 2º. Domingo depois da Páscoa, sem que haja algo correspondente
na Liturgia Ocidental. Afinal, foi por meio delas que o anúncio da Ressurreição
fez-se notícia e por isso ganham uma honrosa referência na Liturgia.
Também,
repetidas vezes lembra a Liturgia do desvelo solícito das mulheres que saem de
suas casas para terminar os rituais do sepultamento feito às pressas no dia
anterior, conforme o Kondakion:
Ó Cristo
Deus, quando saudaste as Miróforas,
puseste
fim à lamentação de Eva, a primeira Mãe,
e
ordenaste-lhes de anunciar a teus apóstolos
que o
Salvador ressuscitou do túmulo.
Este desvelo
faz destas mulheres as primeiras testemunhas da Ressurreição e, por isso mesmo,
ganham os epítetos de “Apóstolas dos apóstolos”e “Mensageiras da
Boa-Nova”. Os quatro Evangelistas narram o episódio, mas, Marcos e Lucas
fazem questão de nomeá-las: Maria Madalena, Salomé, Joana,
Marta e Maria (irmãs de Lázaro) e Maria, mãe de Tiago (Mc.
15:40 e Lc. 24:10). Se aqueles aromas eram destinados Àquele que tinha morrido,
já não tinham mais utilidade, pois do sepulcro vazio brotava o suave perfume da
vida.
Por: Pe. Pavlos Tamanini
Igreja São Nicolau (Florianópolis/SC)Boletim n. 16, 19.05.2013:
Domingo das Santas Miróforas (Download)
v A alegria da Ressurreição.
v A Ressurreição de Cristo no coração de cada um de nós.
v A Ressurreição de Cristo em nossos lares.
PENSAMENTO
† São Gregório do Sinai
(Philokalia, Vol. 4, pp. 240-241).
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