Sábado, 14 de setembro
῾Η παγκόσμιος ῞Υψωσις τοῦ Τιμίου καί Ζωοποιοῦ Σταυροῦ
Σώσον Κύριε τόν λαόν σου καί
ευλόγησον τήν κληρονομίαν σου, νίκας τοίς Βασιλεύσι κατά βαρβάρων δωρούμενος
καί τό σόν φυλάττων διά τού Σταυρού σου πολίτευμα.
Salva,
Senhor, o teu povo e abençoa a tua herança. Concede à tua Igreja a vitória
sobre o mal e guarda o teu rebanho pela tua Cruz.
Homilia
para a
Exaltação da Santa Cruz
Exaltação da Santa Cruz
São Teodoro, o Estudita (759-826)
῎Aγιος Θεόδωρος ο Στουδίτης
Monastério da Santa Cruz (Ιερά Μονή Σταυροβουνίου), nas proximidades da cidade de Larnaca (Λάρνακα), no Chipre. |
Quão
preciosa é a Cruz e quão esplendorosa é sua contemplação! Na cruz, o bem e o
mal não se misturam, assim como na árvore do paraíso. A Cruz é maravilhosamente
linda de se observar e boa de se sentir. O fruto desta árvore não é a morte,
mas a vida; não é a escuridão, mas a Luz.
Esta árvore não nos lança para fora do Paraíso; muito pelo contrário,
ela abre o caminho para o nosso retorno.
Esta
foi a Árvore na qual Cristo, como um rei numa biga, derrotou o mal e libertou o
gênero humano da tirania. Esta foi a árvore sobre a qual o Senhor, como um
guerreiro ferido nas mãos, nos pés e no peito, curou as feridas do pecado, que
a serpente do mal havia infligido em nossa natureza. Depois de termos sido
mortos pelo madeiro, encontramos a vida pelo madeiro; depois de termos sido
enganados pelo madeiro, é pelo madeiro que repelimos a serpente enganadora. Que
incrível transformação! A vida em vez da morte, a imortalidade em vez da
corrupção, a glória em vez da vergonha. Por tudo isso, o apóstolo Paulo
exclamou: “Quanto a mim, não pretendo
jamais gloriar-me a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o
mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” (Gl. 6, 14). A suprema
sabedoria que floresceu na Cruz mostrou quão insensato é o orgulho da sabedoria
mundana. E o conhecimento de todo o bem, que é o fruto da Cruz, cortou fora os
brotos de maldade.
As
maravilhas realizadas através desta Árvore foram prenunciadas claramente por
outros gêneros e figuras que existiram no passado. Meditemos sobre isso, se
desejamos verdadeiramente aprender:
v Não foi a madeira de uma árvore que permitiu Noé, por ordem de Deus, escapar da destruição do dilúvio (Gn. 6, 14)...?
v Não foi o cajado de Moisés que prenunciou a Cruz quando transformou as água [do Nilo] em sangue (Ex. 7, 20), quando engoliu as falsas serpentes dos magos do Faraó (Ex. 7, 12) e quando dividiu o mar com um só golpe e, em seguida, restaurou as águas em seu curso normal, afogando o inimigo e salvando o povo de Deus (Ex. 14, 21-28)?
Interior da Igreja do Monastério da Santa Cruz. |
v Não foi cajado de Aarão, que floresceu como prova de seu verdadeiro sacerdócio, uma outra figura da Cruz (Num. 17, 23)?
v E Abraão não prenunciou a Cruz quando ele amarrou seu filho Isaac e colocou-o na pilha de lenha sobre o altar (Gn. 22, 9)?
Pela Cruz a morte foi
vencida e Adão voltou à vida. A Cruz é a glória de todos os Apóstolos, a coroa
dos Mártires, a santificação dos Santos. Pela Cruz nos submetemos a Cristo e
deixamos de lado nosso velho “eu”.
Pela Cruz nós, as ovelhas de Cristo, fomos reunidos em um só rebanho no redil
do Céu.
Boletim n. 34, 14-15.09.2013:
Aπόστιχα Τιμίου Σταυρού | Apóstiha da Santa Cruz*
(* Forma de se cantar certos tropários, exaltando-se alguns versos)
Παρακλητικός Κανών Τιμίου και Ζωοποιού Σταυρού
Cânone da Santa Cruz
14 de setembro:
Exaltação Universal da Santa Cruz
Madre Maria DONADEO.
O Ano Litúrgico Bizantino. Ed. Ave Maria: 2008.
No dia 14 de setembro, os cristãos do Ocidente e do Oriente se encontram
para juntos exaltar a santa Cruz, uma festa que deve ligar-se à dedicação da
basílica da Ressurreição, erguida sobre o sepulcro de Cristo em Jerusalém (†
335), mas que, mais tarde, entre os fiéis de tradição constantinopolitana, teve
como objeto a invenção da santa Cruz e a sua primeira apresentação ao povo pela
imperatriz Helena, mãe de Constantino, e do bispo local São Macário.
Também o ícone da festa evoca tal acontecimento: no meio está a Cruz sustentada
pelo bispo de Jerusalém, à esquerda (de quem olha) estão duas figuras coroadas,
protagonistas da busca e do achado da preciosa relíquia, à direita aparece a
figura do miraculado e do povo. A tradição, com efeito, narra que quando foram
descobertas nas escavações três cruzes, para distinguir a de Jesus Cristo das
dos ladrões, foi colocado o cadáver de um homem e, ao simples contato com o
madeiro que sustentou o Salvador do mundo, ele foi milagrosamente ressuscitado.
Nenhum dos ritos conhecidos pode disputar ao rito bizantino o lugar
especialíssimo que ele reserva à Cruz, seja no calendário litúrgico, seja na
literatura eclesiástica criada pelos Padres da Igreja e pelos Hinógrafos
sacros, através dos séculos, para cantar e louvar as virtudes, as glórias e o
inefável papel da cruz redentora.
Todas as quartas e sextas-feiras do ano são dedicadas à santa Cruz.
Cantam-se, então, os seguintes tropário e kontákíon:
Tropário (1o tom).
“Salva, Senhor, teu
povo e abençoa a tua herança; concede às tuas Igrejas vitória sobre os inimigos
e protege, pela tua Cruz, este povo que é teu.”
Kontákion (4º tom).
“Cristo Deus, que
voluntariamente foste levantado na Cruz, tem compaixão do teu povo que
traz o teu nome. Alegra, pelo teu poder, os nossos fiéis governantes,
dando-lhes a vitória sobre os inimigos: encontrem na tua aliança uma arma de
paz, um troféu invencível.”
Essas duas orações são as mais importantes também na celebração do 14 de
setembro. No meio da Quaresma temos outra festa dedicada à Cruz . Outras duas
comemorações se fazem no dia 12 de agosto e em 7 de maio, porém a festa máxima
permanece mesmo a de 14 de setembro, cuja importância é evidenciada pela sua
mesma denominação: festa da Universal Exaltação da venerável e vivificante
Cruz. Ela é precedida por um dia de vigília e se conclui em 21 de setembro. O
próprio das Vésperas começa com estes hinos:
“A Cruz exaltada convida toda a criação a cantar hinos à paixão
imaculada daquele que sobre ela foi erguido: sobre a Cruz ele levou à morte
quem nos tinha dado a morte, ressuscitou os mortos e, tendo-os purificado, em
sua compaixão e infinita bondade os fez dignos de viver nos céus; alegremo-nos,
pois, exaltemos seu nome e magnifiquemos a sua extrema
condescendência." "Erguendo os braços para o alto e pondo em fuga o
tirano Amalek, Moisés te prefigurou, ó Cruz veneranda, glória dos fiéis,
sustentáculo dos mártires, ornamento dos apóstolos, defesa dos justos, salvação de
todos os santos. Por isso à vista da tua exaltação, a criação se alegra e
exulta glorificando a Cristo, cuja extrema bondade reuniu, por teu meio, o que
estava dividido.”
Em muitos outros hinos da festa encontramos profundidade teológica,
exultação de louvores, riqueza de referências bíblicas. No final, enquanto os
fiéis vão beijar a Cruz, bem ornamentada, exposta sobre o proskinetáríon no
meio da igreja, canta-se o hino que segue, indicado nos livros litúrgicos como
obra do "imperador Leão" († 912):
“Vinde, fiéis, adoremos o madeiro vivificante: sobre ele Cristo, Rei da
glória, estendeu os braços e nos reergueu para a primitiva bem-aventurança, da
qual o inimigo, aliciando-nos, nos havia despojado, afastando-nos da presença
de Deus. Vinde, fiéis, adoremos o madeiro graças ao qual somos julgados dignos
de esmagar as cabeças dos inimigos invisíveis. Vinde, famílias de todos os
povos, veneremos com nossos cânticos a Cruz do Senhor. Salve, ó Cruz, perfeita
libertação do Adão decaído; em ti se glorificam os nossos piíssimos reis,
pois é pelo teu poder que submetem à força o povo de Ismael. Beijando-te agora
com reverência, nós, cristãos, glorificamos ao Deus que sobre ti foi pregado,
clamando: Senhor, que foste crucificado sobre ela, tem piedade de nós, tu o Bom
e Amigo dos homens.”
Segue-se o rito, simples, mas com um significado cósmico evidente' no
qual o sacerdote faz a "exaltação" da Cruz: eleva-a ao máximo que
puder acima de sua cabeça e depois a abaixa até tocar o chão, em direção dos
quatro pontos cardeais, pronunciando intenções de preces as quais o povo
responde com insistência: Kyrie, eleíson, ou Góspodí, pomilui (=
Senhor, piedade).
Conforme prescrevem os livros litúrgicos, essa invocação repete-se 100
vezes para cada uma das 4 direções.
Mesmo sendo uma festa do Senhor, é praxe, nas orações bizantinas,
lembrar vivamente a Mãe de Deus; eis um breve hino da Ode nona do Cânon:
“Tu és, ó Mãe de
Deus, o místico jardim que sem ter sido cultivado germinou o Cristo, para o
qual foi plantada a árvore vivificante da Cruz. Por isso hoje, ao exaltá-la,
adoramos a ele e a ti glorificarnos.”
O dia 14 de setembro, mesmo quando cai num domingo, é celebrado pelo
Oriente bizantino com jejum e abstinência por causa da alusão direta à paixão
do Salvador. No entanto a hinografia se caracteriza pelo tom de triunfo ao
apresentar a Cruz como instrumento de salvação e de vitória sobre os inimigos
da Igreja e dos cristãos. Alguns elementos textuais talvez firam a nossa
sensibilidade moderna, como também a referência a alguma tradição
lendária, mas é preciso imergir na realidade cultural dos fiéis e observar a
participação numerosa e atenta às celebrações dessa festa para entender seu
valor educativo. A salvação vem da Cruz de Cristo; por isso a Igreja quer que
ela seja admirada pelo olhar dos fiéis e meditada no íntimo dos que
repetidamente aclamam:
"Adoramos a tua
Cruz, Senhor, e glorificamos a tua santa ressurreição!"
PARA REFLETIR
v A
Santa Cruz na vida de cada cristão.
v A Santa Cruz que antecedeu à Ressurreição.
v A Santa Cruz e a Ressurreição como guias para nossas vidas diárias.
v A Santa Cruz que antecedeu à Ressurreição.
v A Santa Cruz e a Ressurreição como guias para nossas vidas diárias.
PENSAMENTO
Últimas
revelações públicas sobre o Messias
(Jo. 12, 28-36)
(Jo. 12, 28-36)
Disse o Senhor: “Pai, glorifica o teu nome”. Veio, então,
uma voz do céu: “Já o glorifiquei e tornarei
a glorificá-lo”. A multidão, que ali se encontrava e tinha ouvido isto,
dizia: “Trovejou”. Outros diziam: “Um anjo falou com ele”. Jesus disse: “Não é para mim que esta voz se fez ouvir,
mas para vós. Agora é o julgamento deste mundo. Agora o príncipe deste mundo
será lançado fora. E quando eu for levantado da terra, atrairei todas as
pessoas a mim”. Jesus dizia isso para indicar de que morte haveria de
morrer. A multidão lhe respondeu: “Nós
sabemos pela Lei que o Cristo vai permanecer para sempre. Como podes dizer que
é necessário que o Filho do homem seja levantado? Quem é esse Filho do homem?”
Jesus lhes disse: “Por pouco tempo ainda
a luz está no vosso meio. Caminhai enquanto tendes luz, para que a escuridão
não vos surpreenda, pois quem caminha na escuridão não sabe para onde vai.
Enquanto tendes luz, crede na luz, para serdes filhos da luz”. Depois de
assim falar, Jesus retirou-se e se escondeu deles.
† DIVINA LITURGIA
Tropário, 1º Tom
PRIMEIRA EPÍSTOLA DE SÃO PAULO AOS CORÍNTIOS
Tropário, 1º Tom
Salva, Senhor, o teu povo e abençoa a tua herança. Concede à tua Igreja
a vitória sobre o mal e guarda o teu rebanho pela tua Cruz.
Kontákion, 4º Tom
Tu, ó Cristo Deus, que, voluntariamente, foste erguido na Cruz, tem compaixão do povo que traz o teu Nome. Alegra, pelo teu poder, a tua santa Igreja e concede-lhe a vitória sobre o mal. Que tua aliança seja para nós uma arma de paz e um troféu de vitória!
Kontákion, 4º Tom
Tu, ó Cristo Deus, que, voluntariamente, foste erguido na Cruz, tem compaixão do povo que traz o teu Nome. Alegra, pelo teu poder, a tua santa Igreja e concede-lhe a vitória sobre o mal. Que tua aliança seja para nós uma arma de paz e um troféu de vitória!
PRIMEIRA EPÍSTOLA DE SÃO PAULO AOS CORÍNTIOS
Falsa
concepção da sabedoria cristã
(1Cor.
1, 18-24)
Irmãos, porque a doutrina da cruz é
loucura para os que se perdem, mas é poder de Deus para os que se salvam. Consoante
está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e reprovarei a prudência dos
prudentes. Onde está o sábio? Onde o letrado? Onde o pesquisador das coisas
deste mundo? Não transformou Deus em loucura a sabedoria deste mundo? Uma vez
que na sabedoria de Deus o mundo não o reconheceu pela sabedoria, aprouve a
Deus servir-se da loucura da pregação para salvar os que creem. Porque os
judeus pedem sinais, e os gregos procuram sabedoria, enquanto nós pregamos
Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os pagãos, mas poder
e sabedoria de Deus para os chamados, quer judeus, quer gregos.
EVANGELHO
SEGUNDO SÃO JOÃO
Última
interrogação e condenação | A crucificação | Últimas palavras e morte do
Messias
(Jo. 19, 6-11, 13-20, 25-28, 30)
(Jo. 19, 6-11, 13-20, 25-28, 30)
Naquele tempo, os sumos sacerdotes e os
guardas gritaram: “Crucifica-o,
crucifica-o”! Pilatos lhes disse: “Tomai-o
vós e crucificai-o, pois não encontro nele crime algum”. Os judeus
responderam: “Nós temos uma Lei e,
segundo a Lei, ele deve morrer porque se fez Filho de Deus”. Ao ouvir essas
palavras Pilatos ficou com mais medo ainda. Entrou novamente no palácio e
perguntou a Jesus: “Donde és tu?”Jesus
não lhe deu resposta. Disse-lhe então Pilatos: “Tu não me respondes? Não sabes que tenho poder para te soltar e poder
para te crucificar?”
Quando Pilatos ouviu
essas palavras, trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar
chamado Pavimento de pedra (em hebraico Gábata). Era véspera da Páscoa, por
volta do meio-dia [hora sexta]. Pilatos disse aos judeus: “Aqui está o vosso rei”! Mas eles gritaram: “Fora com ele! Crucifica-o!” Pilatos perguntou: “Vou crucificar o vosso rei?” Os sumos
sacerdotes responderam: “Nós não temos
outro rei senão César”. Então Pilatos o entregou a eles para que fosse
crucificado. Levaram então Jesus consigo. Jesus saiu carregando a cruz para o
lugar chamado Caveira (em hebraico Gólgota). Ali o crucificaram, juntamente com
outros dois, um de cada lado e Jesus no meio. Pilatos mandou escrever um
letreiro e colocá-lo no alto da cruz. Estava escrito: Jesus Nazareno, o rei dos
judeus. Muitos judeus leram o letreiro, porque ficava perto da cidade o lugar
onde Jesus foi crucificado, e o letreiro estava escrito em hebraico, grego e
latim.
Junto à cruz de Jesus
estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas e Maria Madalena.
Vendo a mãe e, perto dela o discípulo a quem amava, Jesus disse para a mãe: “Mulher, aí está o teu filho”. Depois
disse para o discípulo: “Aí está a tua
mãe”. E desde aquela hora o discípulo tomou-a sob seus cuidados. Em
seguida, sabendo que tudo estava consumado e para se cumprir plenamente a
Escritura, Jesus disse: “Tenho sede”.
Depois de provar o
vinagre, Jesus disse: “Tudo está
consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
* Leituras conforme o Typikon do Patriarcado Ecumênico (Τυπικὸν τῆς Μεγάλης τοῦ Χριστοῦ ᾽Εκκλησίας): Typikon 14-set-2013.
__________________
Anotações (Jo. 19, 6-11, 13-20, 25-28, 30):
- Cap. 19, V. 14. Naquele ano a Páscoa caiu em um sábado, e o dia da preparação era a véspera, i.e., sexta-feira. Hora sexta, i.e., meio-dia.
- VV. 26-27. Mulher: era então o tratamento de respeito, equivalente ao nosso atual "Senhora!". S. João que perscruta o sentido mais profundo das palavras e acontecimentos, registra nestes vv. algo mais do que a simples expressão do afeto filial de Jesus, a saber: o mistério divino da maternidade espiritual de Maria.
- V. 28. Sl. 68 [69], 22. Ao que parece, a sede era um dos piores suplícios dos crucificados.
Mons. José Castro Pinto. Notas in: Bíblia Sagrada,
Novo Testamento. Barsa: 1967, pp. 96-97.
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