6º DOMINGO DE LUCAS
(MATINAS: Lc. 24, 36-53 | LITURGIA: 2Cor. 6, 16-18; 7, 1 e Lc. 8, 27-39)*
Ao ser curado, aquele
homem de Gerasa, que fora possuído por demônios, uniu-se ao Senhor e desejou
estar junto Dele para todo o sempre. Ouvindo, no entanto, o desejo de Cristo, o
homem partiu e pregou por a toda a cidade quanto Jesus lhe tinha feito. É que
Cristo nos atrai, e Sua vontade se torna lei para todos aqueles que recebem Sua
graça, e, assim, não podemos deixar de proclamar tudo que recebemos Dele.
Se
apenas guardássemos em nosso espírito todas as coisas boas que recebemos do
Senhor, entre nós não haveria ingratidão; não haveria transgressão da santa
vontade; não haveria pessoas que não amassem mais a Deus do que qualquer outra
coisa.
É
pelo santo batismo que nós somos salvos dos pecados de nossos antepassados e de
toda a sua perdição; e é pelo arrependimento que nós somos constantemente
purificados dos pecados, que incessantemente nos cercam. Através da divina
providência nós somos preservados de infortúnios que muitas vezes não
conseguimos enxergar; eis que Cristo nos guia em nossas vidas, colocando-nos
nos caminhos mais seguros e favoráveis para os nossos objetivos. Enfim, tudo o
que possuímos provém do Senhor.
É por isso que
devemos estar unidos ao Senhor com toda a nossa alma, cumprir Sua vontade em
todas as coisas, e glorificar Seu santíssimo nome, especialmente em nossas
vidas e ações, para que não sejamos vencidos e dominados pelo mal; mas se isso
acontecer, que possamos vencê-lo como aquele homem de Gerasa, que imediatamente
provou ser tão sábio, tornando-se um exemplo digno de imitação.
Boletim n. 39, 20.10.2013:
OFÍCIO MEMORIAL | ΜΝΗΜΌΣΥΝΟ
Após a Divina Liturgia deste domingo, realizar-se-á o Ofício Memorial (Μνημόσυνο) pela passagem de 2 anos e meio de falecimento do Sr. Spilios Tzemos.
† Sua memória seja eterna!
Liturgia 20.10.2013.
Após a Divina Liturgia deste domingo, realizar-se-á o Ofício Memorial (Μνημόσυνο) pela passagem de 2 anos e meio de falecimento do Sr. Spilios Tzemos.
† Sua memória seja eterna!
Liturgia 20.10.2013.
PENSAMENTO
“A memória das dores de Jesus é um grande remédio para desterrar a memória dos ressentimentos, quando o homem, considerando tanta clemência e paciência, compreende que, esquecendo as injúrias do próximo, alcançará o perdão e, retendo e sustentando a lembrança delas, se faz indigno da misericórdia divina; pois bom meio é o trabalho e a aspereza da vida para alcançar o perdão dos pecados, porém muito melhor é o perdão das injúrias, segundo o que está escrito: Perdoai e sereis perdoados.
A Escada da Divina Ascensão.
9º Degrau: do ressentimento, p. 87.
† MATINAS
6º Eothinon (Ἑωθινόν ΣΤ΄)
EVANGELHO
SEGUNDO SÃO LUCAS
Aparição aos Onze | Ascensão do Senhor
(Lc. 24: 36-53)
Naquele tempo, enquanto falavam, Jesus apresentou-se no meio deles
e disse: “A paz esteja convosco”.
Assustados e cheios de medo, julgavam estar vendo um espírito. Mas Ele lhes
disse: “Por que estais perturbados e por
que estas dúvidas em vossos corações? Vede minhas mãos e pés; sou eu mesmo!
Tocai-me e vede: um espírito não tem carne nem ossos como eu tenho”. Dizendo
isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. Como ainda assim, dominados pela alegria,
não acreditassem e permanecessem surpresos, perguntou-lhes: “Tendes aqui alguma coisa para comer?”
Então lhe ofereceram um pedaço de peixe assado. Ele o tomou e comeu diante
deles.
Depois lhes disse: “Isto é o
que vos dizia enquanto ainda estava convosco: é preciso que se cumpra tudo o
que está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos a meu respeito”.
Então Jesus abriu-lhes a inteligência para compreenderem as Escrituras, e lhes
disse: “Assim estava escrito que o Cristo
haveria de sofrer e ao terceiro dia ressuscitar dos mortos e, começando por
Jerusalém, em seu nome seria pregada a todas as nações a conversão para o
perdão dos pecados. Vós sois testemunhas disso. Eu vos mandarei aquele que meu
Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade até que sejais revestidos da força
do alto”.
Levou-os em seguida até perto de Betânia. Ali,
levantou as mãos e os abençoou. Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi
levado ao céu. E eles, depois de se prostrarem diante Dele, voltaram para Jerusalém
com grande alegria. Permaneciam no Templo, louvando a Deus.
† DIVINA LITURGIA
SEGUNDA
EPÍSTOLA DE SÃO PAULO AOS CORÍNTIOS
Desabafos de São Paulo
(2Cor.
6, 16-18; 7, 1)
Irmãos, qual a relação entre o templo
de Deus e os ídolos? Pois nós somos o templo de Deus vivo, segundo o que Deus
mesmo disse: Habitarei e andarei no meio
deles e serei seu Deus e eles serão meu povo. Pelo que, saí de seu meio e afastai-vos, diz o Senhor. Não toqueis coisa imunda e eu vos acolherei,
serei vosso pai e vós sereis meus filhos e minhas filhas, diz o Senhor
Todo-poderoso.
Depositários de tais
promessas, caríssimos, purifiquemo-nos de toda imundície da carne e do
espírito, realizando plenamente nossa santificação no temor de Deus.
EVANGELHO
SEGUNDO SÃO LUCAS
Vários milagres
(Lc.
8, 27-39)
Naquele
tempo, navegaram para a região dos gerasenos, que está em frente à Galileia. Ao
desembarcar, veio-Lhe ao encontro um homem da cidade, possesso de demônios. Há
muito tempo não se vestia nem morava numa casa, e sim nos túmulos. Ao ver
Jesus, gritou, prostrando-se diante dele, e disse em voz alta: “O que tens a ver comigo, Jesus, Filho do
Deus Altíssimo? Peço-te que não me atormentes”. Porque Jesus havia ordenado
ao espírito impuro que saísse do homem, pois muitas vezes se apossava dele.
Metiam-lhe, então, algemas e prendiam-lhe os pés, mas ele quebrava as correntes
e era impelido pelo demônio para lugares desertos. Jesus lhe perguntou: “Qual é o teu nome?” –“Legião”, respondeu ele, porque haviam entrado
nele muitos demônios. Eles imploravam a Jesus que não os fizesse voltar para o
abismo.
Havia ali numerosa vara de porcos pastando no
monte. Os demônios suplicaram-lhe que lhes permitisse entrar nos porcos. E
Jesus permitiu. Saindo do homem, os demônios entraram nos porcos e a vara
precipitou-se barranco abaixo, dentro do lago, e se afogou.
Vendo o que tinha
sucedido, os pastores fugiram e contaram o fato na cidade e nos campos. O povo
saiu para ver o que tinha acontecido. Vieram ter com Jesus e encontraram o
homem de quem haviam saído os demônios sentado aos pés de Jesus, vestido e em
pleno juízo. Tomados de espanto, ouviram das testemunhas como o endemoninhado
fora curado. E toda a gente do território dos gerasenos pediu a Jesus que se
retirasse dali, porque ficaram dominados por grande medo. Então Jesus subiu ao
barco e voltou. O homem, de quem haviam saído os demônios, suplicava-Lhe para
ficar com Ele. Mas Jesus o despediu, dizendo: “Volta para tua casa e conta o que Deus fez por ti”. Ele foi embora,
proclamando por toda a cidade quanto Jesus lhe tinha feito.
Lc. 24, 36-53:
- Cap. 24, VV. 39-43: Além das predições, oferece Jesus três provas sensíveis aos incrédulos discípulos: aparição prolongada e em pleno dia; apalpamento; e a ação de comer.
2Cor. 6, 16-18; 7, 1:
- Cap. 6, V. 16: cf. Ez. 37, 27 ("27 Minha morada estará junto deles. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.") e cf. Lev. 26, 1 ("1 Não façais para vós falsos deuses. Não levanteis para vós ídolos ou colunas sagradas. Não coloqueis em vosso país nenhuma pedra esculpida para vos prostrardes diante dela, porque eu sou o Senhor vosso Deus.").
- V. 17: Cf. Is. 52, 1 ("Pois doravante nenhum incircunciso, nenhum impuro porá os pés em ti.").
- V. 18: Cf. Jer. 31, 9 ("9 Com lágrimas eles voltam, com súplicas trago-os de volta. Vou conduzi-los às torrentes de água, por um caminho reto, em que não tropeçarão. Porque sou um pai para Israel e Efraim é o meu primogênito.").
Lc. 8, 27-39:
- Cap. 8, V. 32: ["Os demônios suplicaram-lhe que lhes permitisse entrar nos porcos. E Jesus permitiu"]. Esta permissão serviu para mostrar aos apóstolos a realidade da possessão diabólica e da expulsão, bem como o poder de Satanás que, no entanto, para fazer qualquer coisa depende da permissão de Deus ou da de Jesus.
- V. 39: A repulsa dos gerasenos devia ter suas atenuantes, uma vez que Jesus recomendou ao ex-possesso que fosse fazer um apostolado entre os seus.
Mons. José Castro Pinto. Notas in: Bíblia Sagrada,
Novo Testamento. Barsa: 1967, p. 58, 76 e 159.
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