5º DOMINGO DE LUCAS
(MATINAS: Jo. 20, 11-18 | LITURGIA: 2Cor. 11, 31-33; 12, 1-9 e Lc. 16, 19-31)*
(MATINAS: Jo. 20, 11-18 | LITURGIA: 2Cor. 11, 31-33; 12, 1-9 e Lc. 16, 19-31)*
O rico opulento e o mendigo Lázaro
Envolto
em tormentas, o homem rico provou pela primeira vez algo parecido com o amor. Ao
pensar em seus cinco irmãos, ele suplicou a Abraão para enviar Lázaro de volta
à Terra para avisá-los sobre o que o destino lhes reservava, acaso não corrigissem
suas vidas. Ele disse a Abraão: “Peço-te,
então, Pai, que ao menos o mandes à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos.
Que Lázaro os advirta, a fim de que não venham também eles para este lugar de
sofrimento.”
Não
é o verdadeiro amor que leva o homem rico pensar em seus irmãos. Ele insinua
que ele próprio não fora devidamente advertido, pelo que isso é uma tentativa
de justificar-se, acusando Deus de ser injusto. Em outras palavras é como se
dissesse: “Se eu tivesse sido
suficientemente avisado, se eu soubesse que este lugar seria o fim da minha
vida mundana, eu não teria vindo para cá. Mas agora, ao menos, permita que meus
irmãos sejam avisado.”
“Não”, disse Abraão, “eles têm Moisés e os Profetas. Que os
escutem."
“Não é isso, Pai”, disse o homem rico, “é que se algum dos mortos fosse até lá, eles
se converteriam”
Mas
Abraão disse: “se não ouvem Moisés e os
Profetas, tampouco acreditarão se um morto ressuscitar.”
A
maravilha de tudo isso é que, depois de Moisés e dos profetas, Deus enviou
alguém dentre os mortos para nos avisar. Ele enviou Cristo. Como Lázaro, Cristo
foi desprezado e rejeitado entre os homens. Como Lázaro, Ele esteve deitado na “porta
dos fundos do mundo” quando nasceu na gruta de Belém. Como Lázaro, Seu corpo foi
coberto de feridas. Ele foi ferido e injuriado por nossas iniquidades. Ele veio
como um de nós – um irmão – para advertir e salvar a nós, que somos seus cinco
irmãos. Não espere que Deus lhe dê um sinal maior do que este, pois não há
nenhum maior: “Deus amou tanto o mundo
que entregou o seu Filho único, para que todo aquele que Nele crer não morra,
mas tenha a vida eterna” (Jo. 3, 16).
Ouça com atenção como
Cristo lhe fala a palavra de Deus. Olhe para a sua vida para enxergar onde se
encontra o “seu Lázaro negligenciado”.
Deus o colocou bem à frente de sua porta para ajudá-lo a alcançar o céu!
Pe. Anthony M. CONIARIS
Prof. emérito da Holy Cross Greek Orthodox
School of Theology, em Brookline, MA (EUA).
Traduzido do livro: "Gems from the Sunday and Feasts Gospels"
Boletim n. 41, 03.11.2013:
5º Domingo de Lucas (Download)
OFÍCIO MEMORIAL | ΜΝΗΜΌΣΥΝΟ
Após a Divina Liturgia deste domingo, realizar-se-á o Ofício Memorial (Μνημόσυνο) pela passagem de 1 ano de falecimento do Sr. Galinos Kontoyannis.
† Sua memória seja eterna!
PENSAMENTO
† São Tiago (Tg. 1,
19-21).
“Já o sabeis, meus caríssimos irmãos: todo homem deve estar pronto para ouvir, lento para falar e tardo para se irritar. A ira do homem não realiza a justiça de Deus. Rejeitai, pois, toda impureza e todo vestígio de malícia e recebei com mansidão a palavra em vós semeada, que pode salvar vossas almas.”
Tom da semana: 2º Tom
(Ἦχος β΄ – Ἑωθινόν
Η ΄)
† MATINAS
8º Eothinon (Ἑωθινόν Η΄)
EVANGELHO
SEGUNDO SÃO JOÃO
Aparição à Maria Madalena
(Jo. 20, 11-18)
Naquele tempo, Maria ficou do lado de fora, chorando junto ao
sepulcro. Enquanto chorava, inclinou-se para o sepulcro e viu dois anjos
vestidos de branco, sentados no lugar onde estivera o corpo de Jesus, um à
cabeceira e outro aos pés. Eles perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Porque levaram o Senhor e não sei onde O puseram”. Depois de dizer
isso, ela virou-se para trás e viu Jesus que ali estava, mas não O reconheceu.
Jesus perguntou-lhe: “Mulher,
por que choras? A quem procuras?” Crendo que era o jardineiro, ela disse: “Senhor, se foste Tu que O levaste, dize-me
onde O puseste e eu irei buscá-Lo”. Respondeu Jesus: “Maria”. Ela, virou-se e disse em hebraico: “Rabuni” – que quer dizer Mestre. Jesus disse: “Não me retenhas porque ainda não subi ao Pai. Vai aos meus irmãos e
dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”.
Maria
Madalena foi anunciar aos discípulos que tinha visto o Senhor. E contou o que
Jesus tinha dito.
† DIVINA LITURGIA
SEGUNDA EPÍSTOLA DE SÃO PAULO AOS CORÍNTIOS
Dons divinos e fraquezas humanas
(2Cor.
11, 31-33; 12, 1-9)
Irmãos, O Deus e Pai de Nosso Senhor
Jesus Cristo, que é bendito pelos séculos, sabe que não minto. Em Damasco, o
governador do rei Aretas pôs guarda na cidade dos damascenos, para me prender, mas
através de uma janela, por uma cesta, fui descido pelo muro e escapei às suas
mãos.
É preciso contar
vantagens? Embora não convenha, passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço
um homem em Cristo que há quatorze anos foi arrebatado até ao terceiro céu. Se
foi no corpo, não sei, se fora do corpo, também não sei, Deus sabe. Sei que
esse homem – se no corpo, se fora do corpo, não sei, Deus sabe – foi arrebatado
ao paraíso e lá ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito proferir. Disso
me gloriarei, mas de mim mesmo não me gloriarei, a não ser de minhas fraquezas.
Pois ainda que me quisesse gloriar, não seria insensato, porque diria a
verdade. Mas abstenho-me para que ninguém me julgue acima do que em mim vê e do
que de mim ouve.
E para que a grandeza
das revelações não me levasse ao orgulho, foi-me dado um espinho na carne, um
anjo de Satanás, que me esbofeteia e me livra do perigo da vaidade. Três vezes
supliquei ao Senhor que o afastasse de mim. Mas Ele me respondeu: “Basta minha graça porque é na fraqueza que a
força chega à perfeição”. Portanto prefiro gloriar-me das minhas fraquezas
para que habite em mim a força de Cristo.
EVANGELHO SEGUNDO SÃO LUCAS
Parábola do rico opulento e do mendigo Lázaro
(Lc. 16, 19-31)
Disse o Senhor: Havia um homem rico que se
vestia com roupas de púrpura e linho finíssimo. Todos os dias dava esplêndidos
banquetes. Um pobre, de nome Lázaro, coberto de feridas, ficava deitado junto
ao portão do rico. Desejava tanto matar a fome com o que caía da mesa do rico.
Em vez disso eram os cães que vinham lamber-lhe as feridas! Aconteceu que o
pobre morreu e foi levado pelos anjos para junto de Abraão. Também o rico
morreu e foi sepultado. E na morada dos mortos, em meio aos tormentos, levantou
os olhos e viu de longe Abraão e Lázaro ao seu lado.
Ele
então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de
mim. Manda que Lázaro molhe a ponta do dedo e venha refrescar-me a língua,
porque sofro nestas chamas’. Respondeu Abraão: ‘Filho, lembra-te de que em vida recebeste teus bens e Lázaro seus
males. Agora ele aqui é consolado e tu, atormentado. Ademais, entre nós e vós
há um grande abismo. Os que quiserem passar daqui para aí não podem, nem
tampouco daí para cá’.
O rico disse: ‘Peço-te, então, Pai, que ao menos o mandes à
casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos. Que Lázaro os advirta, a fim de que
não venham também eles para este lugar de sofrimento’. Mas Abraão
respondeu: ‘Eles têm Moisés e os
Profetas. Que os escutem’. Disse ele: ‘Não
é isso, Pai, é que se algum dos mortos fosse até lá, eles se converteriam’.
Ele respondeu-lhe: ‘Se não ouvem Moisés e
os Profetas, tampouco acreditarão se um morto ressuscitar’.
Jo. 20, 11-18:
- Cap. 20, V. 17: Não me toques [não me retenhas]: pelo texto original percebe-se melhor que Jesus diz a Maria (já abraçada a seus pés) que O deixe ir levar logo a notícia (da ressurreição e da próxima ascensão) aos apóstolos, pois ainda terá ocasião de O ver outras vezes antes da ascensão.
2Cor. 11, 31-33; 12, 1-9:
- Cap. 12, V. 1: Ao falar de seus privilégios, S. Paulo hesita, pois isto repugna à sua humildade, mas por outro lado sente a necessidade de assim fazer. Não fossem estas desinteligências na comunidade de Corinto talvez ficássemos desconhecendo estas visões de S. Paulo (cf. Gl. 1, 12).
- V. 2: Um homem em Cristo, i.e., o próprio S. Paulo que passa a falar de si em terceira pessoa. Há quatorze anos, i.e., em 43 ou 44 d.C. Terceiro céu: segundo a concepção judaica mais antiga, o primeiro céu é a atmosfera terrestre, o segundo a região dos astros e o terceiro a habitação do próprio Deus, onde os justos gozarão a "vida eterna", cf. Mt. 25, 46.
- V. 3: Se foi no corpo...: ignora se foi arrebatado ao céu, só em espírito ou de corpo e alma.
- V. 7: permitiu Deus que eu sentisse na carne um estímulo [foi-me dado um espinho na carne]...: provavelmente uma enfermidade crônica. Comparando esta indicação tão vaga com outras, parece poder se concluir tratar-se de uma oftalmia oriunda da poeira e excesso de luz, não rara no Oriente e que provoca fortes dores de cabeça além de deixar o paciente com aspecto repugnante.
- Cap. 16, VV. 19-31. Outra advertência de Jesus sobre a salvação: as atuais situações de vantagem e desvantagem poderão se inverter na outra vida. Da parábola de Lázaro segue-se que: 1º) devemos usar sabiamente os bens terrenos, em vista da outra vida; 2º) haverá um castigo na outra vida para os maus e gozadores desta, e um prêmio para os bons e pacientes sofredores desta; 3º) o acatamento que devemos dar aos enviados de Deus, i.e., aos ministros da Igreja.
Mons. José Castro Pinto. Notas in: Bíblia Sagrada,
Novo Testamento. Barsa: 1967, p. 67, 98 e 163.
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