PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910 - Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100
- Brasília-DF
_____________________________________________________________________
Brasília, 20 de setembro de 2015.
______________________________________________________________________________________________________________________________
Domingo depois da Festa
da Exaltação da Santa, Venerável e Vivificante Cruz
(16º depois de
Pentecostes - Modo Grave)
Memória dos Santos Eustácio, sua mulher
Teopista, os dois filhos Agapito e Teopisto, mártires († C. 110)
Matinas
Evangelho Lc 24, 12-35
Evangelho
de Jesus†Cristo, segundo o Evangelista São Lucas.
Naquele tempo, Pedro, levantando-se, correu ao
sepulcro e, abaixando-se, viu só os lençóis ali postos; e retirou-se, admirando
consigo aquele caso. E eis que no mesmo dia iam dois deles para uma aldeia, que
distava de Jerusalém sessenta estádios, cujo nome era Emaús. E iam falando
entre si de tudo aquilo que havia sucedido. E aconteceu que, indo eles falando
entre si, e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou, e ia com
eles. Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecessem.
E ele lhes disse: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós, e
por que estais tristes? E, respondendo um, cujo nome era Cléopas, disse-lhe: És
tu só peregrino em Jerusalém, e não sabes as coisas que nela têm sucedido
nestes dias? E ele lhes perguntou: Quais? E eles lhe disseram: As que dizem
respeito a Jesus Nazareno, que foi homem profeta, poderoso em obras e palavras
diante de Deus e de todo o povo; E como os principais dos sacerdotes e os
nossos príncipes o entregaram à condenação de morte, e o crucificaram. E nós
esperávamos que fosse ele o que remisse Israel; mas agora, sobre tudo isso, é
já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram. É verdade que também
algumas mulheres dentre nós nos maravilharam, as quais de madrugada foram ao
sepulcro; e, não achando o seu corpo, voltaram, dizendo que também tinham visto
uma visão de anjos, que dizem que ele vive. E alguns dos que estavam conosco
foram ao sepulcro, e acharam ser assim como as mulheres haviam dito; porém, a
ele não o viram. E ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crer
tudo o que os profetas disseram! Porventura não convinha que o Cristo padecesse
estas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, e por todos os
profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras. E
chegaram à aldeia para onde iam, e ele fez como quem ia para mais longe. E eles
o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque já é tarde, e já declinou o dia.
E entrou para ficar com eles. E aconteceu que, estando com eles à mesa, tomando
o pão, o abençoou e partiu-o, e lho deu. Abriram-se-lhes então os olhos, e o
conheceram, e ele desapareceu-lhes. E disseram um para o outro: Porventura não
ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos
abria as Escrituras? E na mesma hora, levantando-se, tornaram para Jerusalém, e
acharam congregados os onze, e os que estavam com eles, Os quais diziam:
Ressuscitou verdadeiramente o Senhor, e já apareceu a Simão. E eles lhes
contaram o que lhes acontecera no caminho, e como deles fora conhecido no
partir do pão.
Divina Liturgia
Epístola Gl
2,16-20
Epístola
do Apóstolo São Paulo aos Gálatas.
Irmãos, sabemos que ninguém se
justifica pela prática da lei, mas somente pela fé em Jesus Cristo. Também nós
cremos em Jesus Cristo, e tiramos assim a nossa justificação da fé em Cristo, e
não pela prática da lei. Pois, pela prática da lei, nenhum homem será justificado.
Pois, se nós, que aspiramos à justificação em Cristo, retornamos, todavia, ao
pecado, seria porventura Cristo ministro do pecado? Por certo que não! Se torno
a edificar o que destruí, confesso-me transgressor. Na realidade, pela fé eu
morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou pregado à cruz de Cristo. Eu
vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na
carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.
Evangelho
de Jesus†Cristo, segundo o Evangelista São Marcos.
Naquele tempo, convocando Jesus, a
multidão, juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém me quer
seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Porque o que quiser
salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor de mim e do
Evangelho, salvá-la-á. Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se
vier a perder a sua vida? Ou que dará o homem em troca da sua vida? Porque, se
nesta geração adúltera e pecadora alguém se envergonhar de mim e das minhas
palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória
de seu Pai com os seus santos anjos. E dizia-lhes: Em verdade vos digo: dos que
aqui se acham, alguns há que não experimentarão a morte, enquanto não virem
chegar o Reino de Deus com poder.
SINAXE
A crucifixão era uma forma de pena oriental que foi
introduzida no Ocidente pelos persas. Foi pouco usada pelos gregos, mas muito
utilizada pelos cartagineses e romanos.
Na literatura romana, a crucifixão é descrita como
punição cruel e temida, não sendo aplicada aos cidadãos romanos, mas apenas aos
escravos e aos não-romanos que houvessem cometido crimes atrozes, como
assassinato, furto grave, traição e rebelião. Seguindo a forma romana de
crucifixão Jesus provavelmente carregou somente a parte transversal da cruz,
pois a parte vertical era deixada no local da execução à espera do condenado.
Os braços eram inicialmente amarrados e somente ao chegar no local eram
pregados ao madeiro. Acontecia o mesmo procedimento com as pernas e pés.
A vítima era suspensa pouco mais de um metro do
chão para que as pessoas pudessem dar de beber uma mistura de água e fel ou
vinagre para ser mantida o tempo inteiro consciente, sem haver possibilidade de
desmaios (Mt 27,48). Os romanos crucificavam os criminosos inteiramente nus e
não há motivo para se pensar que tenha sido feita alguma exceção para Jesus. As
vestes do crucificado eram entregues aos soldados para serem divididas. As
vestes de Jesus não foram divididas mas sorteadas pois era de tecido fino e sem
costuras. Tal indumentária e feitio não poderiam ser destruídas, por isso
preferiu-se lançar sorte. (Mt 27,35ss).
Uma inscrição com o nome do criminoso e a natureza
do seu crime era feita sobre uma tabuinha, que o condenado levava pendurado no
pescoço até o local da execução; essa tabuinha foi afixada acima da cabeça de
Jesus na cruz. Por ironia de Pilatos, a inscrição de Jesus não indicava um
crime, mas registrava simplesmente a expressão "rei dos judeus" (Mt
27,37). A inscrição era feita em três línguas: aramaico, o dialeto local; o
grego, a língua do mundo romano e o latim, a língua oficial da administração
romana.
A morte de Jesus foi muito rápida. Ele ficou
suspenso à cruz algumas horas. Geralmente a morte dos condenados à cruz se dava
depois de alguns dias após pregado. Este foi o caso dos dois ladrões que
ladeavam Jesus: foram- lhe quebradas as pernas para que o fim fosse apressado
pois a Páscoa judaica se aproximava (Jo 19,32ss).
No Novo Testamento, o simbolismo teológico da Cruz
só aparece em uma afirmação do próprio Senhor e nos escritos de São Paulo.
Jesus disse que aqueles que o seguem devem tomar a sua própria Cruz, perdendo
assim a vida, para depois conquistá-la (Mt 10,38). Não se trata apenas de
alusão à sua própria morte, mas também da afirmação de que seu seguimento exige
a negação de si mesmo ( Mc 8,34), o total desprezo pela própria vida, pelo
bem-estar, pelas posses pessoais, a tudo aquilo a que se deve renunciar para
seguir Jesus.
Paulo pregava o Cristo crucificado, embora isto
fosse escândalo para os hebreus e loucura para os gentios (1Cor 1,23). A
linguagem da Cruz é absurda para aqueles que, sem ela, se perdem; entretanto é
poder de Deus para aqueles que se salvam (1Cor 1, 18).
Ao encerrarmos a Festa da Exaltação da Santa Cruz,
cabe-nos dar à Cruz seu devido valor. O sofrimento nos dá a possibilidade da
redenção. Reclamar dele nos atesta que ainda precisamos crescer
espiritualmente.
Bibliografia
MCKENZIE, John L. Dicionário Bíblico. São Paulo: Ed
Paulinas, 1983.
20 de Setembro: Santo
Eustáquio, sua esposa Teopista, e seus dois filhos, Agapito e Teopisto,
mártires († C. 110)
A
Igreja Ortodoxa comemora hoje, o grande Santo Mártir Eustáquio, sua esposa sua
esposa, Teopista, e seus dois filhos, Agapito e Teopisto. Santo Eustáquio
chamava-se Plácido e sua esposa Tatiana, antes de se converterem ao
Cristianismo. Plácido foi um general que viveu em Roma na época do imperador
Trajano (98-117). Ainda pagão, Plácido era notavelmente virtuoso e tinha um
amor especial para com os pobres. Vendo sua natureza bem intencionada, Deus é
revelou a ele como havia feito com São Paulo. Certo dia, caçando na floresta,
Plácido apanhou um grande cervo e, entre seus chifres viu uma cruz mais
brilhante que o sol na qual se lhe revelou a face de Cristo. Ouviu ainda uma
voz que lhe disse: «Plácido, por que me persegues? Eu sou o Cristo, a quem,
inconscientemente, tens honrado com tuas boas obras. Eu vim ao mundo como homem
para salvar a humanidade, e como tal, mostro-me hoje a ti para acolher-te na
rede do meu amor pela humanidade». Assombrado e aterrorizado, Plácido caiu de
seu cavalo e permaneceu inconsciente por várias horas. A veracidade de sua
visão foi indubitável quando Cristo lhe apareceu uma segunda vez e lhe deu a
conhecer que é Deus por natureza, que fez o céu e a terra, e que por seu amor à
humanidade, assumiu como própria a nossa natureza humana. Plácido então
acreditou do fundo de seu coração, e se fez batizar juntamente com sua esposa e
filhos, recebendo todos eles novos nomes cristãos. Os pais passaram a se chamar
Eustáquio e Teopista, e seus dois filhos, Agapito e Teopisto.
Encontrando
em Eustáquio a virtude que provém da fé, o Senhor novamente se mostrou a ele
dizendo-lhe das tribulações que o diabo usou para com Jó, e que também a ele
estas coisas poderiam acontecer, mas, que a divina graça estaria com ele. E, um
pouco adiante Eustáquio perdeu todos os seus bens e decidiu então embarcar para
o Egito com sua esposa e filhos. O capitão do barco, desavergonhado e
licencioso, capturou sua esposa no momento em que ele desembarcava seus filhos.
Com lágrimas nos olhos Eustáquio prosseguiu seu caminho e, enquanto atravessava
um rio, um lobo e um leão afugentaram seus filhos, ficando Eustáquio solitário
e arruinado, mas firme em sua fé e com sua esperança voltada no Senhor. Ele,
que já havia sido um notável membro da nobreza romana, agora perambulava de um
lugar a outro, tendo a mesma paciência de Jó e vivendo de trabalhos eventuais.
Finalmente estabeleceu-se num lugar chamado Badissos cuidando de um jardim, não
muito longe de onde seus dois filhos, que haviam sido resgatados por alguns
pastores, cresciam sem saber do pai.
Quinze
anos mais tarde, os bárbaros tinham feito cativa sua esposa Teopista, preparavam-se
para invadir em massa o império; os romanos não encontraram um general
suficientemente hábil que pudesse enfrentar ao ataque. O Imperador lembrou-se
então das muitas vitórias e do grande valor de Eustáquio, e mandou que o
buscassem. Quando se apresentou na corte, mal era possível reconhecê-lo, pois a
pobreza e a miséria haviam deixado suas marcas em seu semblante. O imperador
lhe restituiu a sua posição e posses, dando-lhe também o comando da Legião. E,
com a ajuda de Deus, afastaram para longe os bárbaros. Durante a campanha
Eustáquio reencontrou a sua esposa e filhos e pode provar que sua paciência não
ficou sem recompensa nesta vida.
Em
seu retorno triunfal a Roma, Adriano, o novo imperador, o encheu de presentes e
perguntou-lhe se, em agradecimento por sua vitória, iria oferecer um sacrifício
aos ídolos. Eustáquio respondeu que sua vitória pertencia somente a Cristo e
não a poderes imaginários de falsos deuses. Esta resposta enfureceu o tirano e,
novamente, todos os seus bens foram confiscados e sua esposa e filhos foram
levados como comida aos leões famintos, mas os animais não se atreveram a
tocá-los, sentando-se, com reverência, diante deles. Os santos foram então
jogados num caldeirão cheio de bronze fervente onde entregaram suas almas a Deus
sem que seus corpos sofressem qualquer alteração. Isto produziu grande assombro
aos pagãos, e grande alegria aos fiéis que, por estes sinais reconheceram que a
graça de Deus habitava aqueles corpos dos santos mártires, e neles permaneceu
como conforto no sofrimento. Que suas intercessões sejam também com todos nós!
Tradução e
publicação neste site
com permissão
de: ortodoxia.org
Trad.: Pe.
André
14 de Setembro: «Festa
da Exaltação da Santa, Venerável e Vivificante Cruz»
A
Igreja celebra hoje a festa da Exaltação da Santa Cruz. É uma festa que se liga
à dedicação de duas importantes basílicas construídas em Jerusalém por ordem de
Constantino, filho de Santa Helena. Uma foi construída sobre o Monte do
Gólgota; por isso, se chama Basílica do Martyrium ou Ad Crucem. A outra foi
construída no lugar em que Cristo Jesus foi sepultado pelos discípulos e foi
ressuscitado pelo poder de Deus; por isto é chamada Basílica Anástasis, ou
seja, Basílica da Ressurreição.
A
dedicação destas duas basílicas remonta ao ano 335, quando a Santa Cruz foi
exaltada ou apresentada aos fiéis. Encontrada por Santa Helena, foi roubada
pelos persas e resgatada pelo imperador Heráclio. Segundo contam, o imperador
levou a Santa Cruz às costas desde Tiberíades até Jerusalém, onde a entregou ao
Patriarca Zacarias, no dia 3 de Maio de 630. Tal festividade lembra aos
cristãos o triunfo de Jesus, vencedor da morte e ressuscitado pelo poder de
Deus.
A
pregação da Cruz é uma necessidade para os que se perdem; mas para os que se
salvam – para nós – é força de Deus. Por que diz a Escritura: «Destruirei a
sabedoria dos sábios, e inutilizarei a inteligência dos inteligentes. Onde está
o sábio? Onde o douto? Onde o sofista deste mundo? De fato, como o mundo
através de sua própria sabedoria não conheceu Deus na divina sabedoria, quis
Deus salvar os crentes através da necessidade da pregação». Assim,
enquanto os judeus pedem sinais e os gregos buscam sabedoria, nós pregamos a
Cristo crucificado: escândalo para os judeus e loucura para os pagãos, mas para
os chamados, tanto judeus quanto gregos, um Cristo, força de Deus e sabedoria
de Deus. As palavras do apóstolo Paulo, lidas na solenidade da Exaltação da
veneranda e santificadora Cruz, marcam o sentido inequívoco que, desde o
princípio, tivera para os cristãos o patíbulo dos malfeitores, que era a cruz.
Por que, pois, estranhar-se que a Igreja a tenha considerado objeto de culto
particular?
Romano
o Melode, imaginando um diálogo entre o diabo e o inferno, põe na boca do
primeiro as palavras: «Belial, é tempo de abrires o ouvido. A hora presente
far-te-á ver o império da Cruz, e o grande poder do Crucificado. Para ti, a
Cruz não é senão loucura; porém toda a Criação a considera como um trono desde
que, nela cravado, escuta Cristo como juiz em atividade».
A
forma de cruz das igrejas antigas, inclusive hoje nas de tradição bizantina,
evoca a virtude ou força da ação redentora desse sinal. A Cruz defende a todos
do maligno e de seus ataques. Os marcados com o sinal de Cristo têm a esperança
confiante de entrar no paraíso. Nas igrejas bizantinas, atrás do altar e no
ponto mais alto do Iconostase, destaca-se a Crucifixão, 4 com o objetivo de
que, de qualquer ponto do templo e a todo momento, possa atrair o olhar dos
fiéis para a Árvore da Vida, plantada no novo paraíso universal, frondosa e
muito mais honorável que a do Éden […]
Folheto Dominical da Igreja Anunciação da Mãe de Deus
Responsável
Reverendo Ecônomo Padre Emanuel Sofoulis
Editoração e Diagramação
Antonio José
Atualização da Página na
internet
Jean Stylianoudakis
Solicite o envio do Boletim Mensagens Cristão-Ortodoxas por email.
Apoio
- Rodrigo Marques – Membro do Coro da Igreja
- Alessandra Sofia Kiametis Wernik – Membro do Coro da Igreja
- Folheto da Comunidade Ortodoxa de São Pedro e São Paulo
Pavuna – Rio de Janeiro – RJ – Brasil
http://comunidadeortodoxaspsp.blogspot.com.br/
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910 - Módulo ‘’B’’ - Asa
Norte
Brasília-DF - CEP: 70.790-100
Telefones (61) 3344-0163 e Celular (61) 9396-1652
Matinas Dominical das 10h às 10h30
Liturgia Dominical das 10h30 às 12h
Nenhum comentário:
Postar um comentário