10 junho 2016

«Domingo dos Santos Padres do 1° Concílio Ecumênico de Nicéia (325)»



PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910 - Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 12 de junho de 2016.
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«Domingo dos Santos Padres do
1° Concílio Ecumênico de Nicéia (325)»

(7 Domingo da Páscoa - Modo 2 Plagal)

Memória de Santo Onofre, o Grande,
Anacoreta do Egito (séc. IV).
  
Os cristãos orientais conservam viva a memória do solene evento realizado no ano 325 em Nicéia, em que foram condenados os erros de Ário. O fato de celebrar este acontecimento na proximidade da festa da Ascensão é um incentivo a reavivar a nossa fé no Verbo de Deus, verdadeiro homem, e que voltou para o Pai celestial.

MATINAS

Tropário – Modo plagal 2 - (6º tom):
As potestades angélicas apareceram no Teu venerado Sepulcro, e os guardas ficaram como mortos, e Maria colocou--se junto do Sepulcro, procurando o Teu puríssimo Corpo. Entretanto, subjugaste o inferno, sem ser tentado por ele, e encontraste a Virgem, revelando a vida, Senhor, que ressuscitaste dos mortos, glória a Ti
Glória ao Pai †, ao Filho e ao Espírito Santo,

As potestades angélicas apareceram no Teu venerado Sepulcro, e os guardas ficaram como mortos, e Maria colocou--se junto do Sepulcro, procurando o Teu puríssimo Corpo. Entretanto, subjugaste o inferno, sem ser tentado por ele, e encontraste a Virgem, revelando a vida, Senhor, que ressuscitaste dos mortos, glória a Ti
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Ó Tu que chamaste Tua Mãe bendita e voluntariamente assumiste a paixão, brilhaste sobre a cruz para reencontrar Adão, dizendo aos Teus anjos: alegrai-vos comigo pois encontrei a dracma perdida. Ó nosso Deus, que com sabedoria ordenaste todas as coisas, glória a Ti.

Katisma – Modo plagal 2 - (6º tom):
1ª Katisma:
Depois que viu o sepulcro aberto e o Hades chorando, Maria exortou os Apóstolos escondidos, dizendo: Sai! Obreiros da vinha, e evangelizai com a Palavra da Ressureição, porque o Senhor Ressuscitou outorgando ao mundo a grande misericórdia.
Glória ao Pai †, ao Filho e ao Espírito Santo.

Senhor, Maria Madalena, de pé ante o sepulcro, chorava e clamava; E quando pensou que Tu eras o jardineiro, Te disse: “Donde escondeste a Vida Eterna? Donde colocaste a quem se senta sobre o trono dos Querubins?” Ao ver que os guardas que o vigiavam estavam como mortos de temor, exclamou dizendo: “Dá-me o meu Senhor! Ou exclamai comigo: Oh tu que foste contado entre os mortos e os ressuscitaste, glória a Ti Senhor!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
 
Theotokion:
Oh Mãe de Deus, Gedeão prefigurou tua concepção, e David explicou teu nascimento porque o verbo desceu em tuas entranhas como a chuva sobre a erva ressequida. E, sem semente deste a Luz à Cristo nosso Deus, salvação do mundo, oh terra bendita e cheia de graça!

2ª Katisma:
A vida foi posta no sepulcro e o selo sobre a pedra. Os soldados custodiaram a Cristo como ao rei que dorme; E o Senhor Ressuscitou golpeando invisivelmente a seus inimigos.
Glória ao Pai †, ao Filho e ao Espirito Santo.

Oh Senhor imortal Jonas prefigurou Teu sepulcro e Simeão explicou Tua Divina Ressurreição, porque desceste ao sepulcro como mortal, Tu que dissolveste as portas do Hades e ressuscitaste livre da corrupção para a salvação do mundo, porque és o Senhor, oh Cristo Deus nosso, quem iluminou aos que jaziam nas trevas!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Theotokion:
Oh Virgem Mãe de Deus, intercedes ante teu Filho Cristo Deus nosso, quem por sua própria vontade foi cravado na Cruz e ressuscitou dentre os mortos para salvar nossas almas.

Ypakoí – Modo 2 plagal - (6º tom):
1ª Antífona:
Oh Verbo de Deus, elevo meus olhos até os céus. Tenha piedade de mim para que viva contigo.
Oh Verbo tenha piedade de nós os humildes e prepara-nos para Ti, como bons e escolhidos relicários.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
O Espirito Santo é a causa da salvação de todos, porque quando inspira o homem conforme a sua dignidade o eleva do terreno e o coloca nas alturas.

2ª Antífona:
Se o Senhor não estivesse conosco, ninguém poderia enfrentar o inimigo na batalha, pois dele surge os vencedores.
Oh Cristo que Tua direita me abrace, elevando-me e protegendo-me de todos os enganos.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Pelo Espirito Santo falamos divinamente, dizendo: Tu és Deus e vida, amor, e Luz; Tu és bondade e reina pelos séculos.

3ª Antífona:
Me alegrei quando me disseram: Vamos à casa do Senhor oferecendo orações sem tibieza.
Na casa de Davi, surpreendentes maravilhas ocorrerem porque há um fogo ardente que consome toda mente mal.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Cada coisa viva é animada pelo Espírito Santo, que, com o Pai e o Verbo, é o início da vida.

Prokimenon:
Levanta-te, Senhor Deus meu, por que Vós reinais para sempre. (2 vezes).

Stichos:
Te confesso, Senhor, como todo o meu coração.
Levanta-te, Senhor meu e Deus meu, porque Tu reina pelos séculos.

Modo Plagal 2 - 6º tom:
Kondakion:
De Tua direita, fonte de toda a vida, o doador da vida ressuscitou de todos os mortos do fundo das trevas.
O Cristo Deus deu a ressurreição ao gênero humano. Ele é o salvador, a ressurreição e a vida, Ele o Deus do universo.

Ikós:
Ó doador da vida, nós fiéis cantamos e adoramos Tua cruz e Tua sepultura.
Ó imortal, acorrentaste o inferno, ó Deus todo poderoso, ressuscitaste contigo todos os mortos e destruíste as portas do inferno.
Ó Senhor Deus, venceste o império da morte. Por isto os homens te glorificam com amor, a Ti, o ressuscitado que destruíste o poder do inimigo destruidor e elevaste todos os fiéis, libertando o mundo das setas da serpente e da sedução do inimigo Tu o único todo poderoso.
Cantemos com piedade a Tua ressurreição, pela qual Tu nos salvaste, ó Deus do universo.


Evangelho:                                                                                       Jo 21,1-14
Evangelho de Nosso Senhor Jesus † Cristo, segundo o Evangelista São João:

Naquele tempo, tornou Jesus a manifestar-se aos seus discípulos junto ao lago de Tiberíades. Manifestou-se deste modo: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé {chamado Dídimo}, Natanael {que era de Caná da Galiléia}, os filhos de Zebedeu e outros dois dos seus discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Responderam-lhe eles: Também nós vamos contigo. Partiram e entraram na barca. Naquela noite, porém, nada apanharam. Chegada a manhã, Jesus estava na praia. Todavia, os discípulos não o reconheceram. Perguntou-lhes Jesus: Amigos, não tendes acaso alguma coisa para comer? Não, responderam-lhe. Disse-lhes ele: Lançai a rede ao lado direito da barca e achareis. Lançaram-na, e já não podiam arrastá-la por causa da grande quantidade de peixes. Então aquele discípulo, que Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor! Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, cingiu-se com a túnica {porque estava nu} e lançou-se às águas. Os outros discípulos vieram na barca, arrastando a rede dos peixes {pois não estavam longe da terra, senão cerca de duzentos côvados}. Ao saltarem em terra, viram umas brasas preparadas e um peixe em cima delas, e pão. Disse-lhes Jesus: Trazei aqui alguns dos peixes que agora apanhastes. Subiu Simão Pedro e puxou a rede para a terra, cheia de cento e cinquenta e três peixes grandes. Apesar de serem tantos, a rede não se rompeu. Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. Nenhum dos discípulos ousou perguntar-lhe: Quem és tu?, pois bem sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e lhos deu, e do mesmo modo o peixe. Era esta já a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado.

Exapostilário – 10º:
Brilhemos na virtude e veremos os homens de pé vestidos de luz resplandecente dentro do sepulcro mudou a dor da vida, os mesmos que apareceram para as Mirróforas que temerosas inclinaram seus rostos até a terra e entenderemos a ressurreição do Senhor do Céu. Corramos com Pedro até o sepulcro, maravilhemo-nos com o acontecimento e esperemos ver a Cristo nossa vida.

Theotokion – 10º:
Senhor, quando exclamaste: “Alegrai-vos, compensaste a tristeza de nossos primeiros pais e com Tua ressurreição introduziste a alegria ao mundo. Tu, agora, oh Doador da Vida, envia-nos, pela intercessão de Tua Mãe, a luz que ilumina nossos corações, a Luz da piedade, para que exclamemos: Oh amante de humanidade, Deus encarnado, glória a Tua ressurreição!

Laudes - Modo plagal 1 - (5º tom):
Tudo que respira louve ao Senhor! Louvai o Senhor do Céu, louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o todos os seus exércitos! A ti pertence l louvor o Deus!

1 – Esta glória será para todos os Justos.
Oh Senhor, embora o sepulcro estivesse selado saíste dele como nasceste da Virgem; Teus Anjos incorpóreos não sabiam como assumiste um corpo, assim também os saldados que te vigiavam não se deram conta quando ressuscitaste, porque estas duas coisas são impossíveis para os questionadores; mais estes milagres foram revelados aos que se prosternam com fé ante o mistério. Presenteia-os aos que louvam a alegria e a grande misericórdia.

2 – Louvai a Deus em seu santuário, louvai na magnificência de seu firmamento!
Oh Senhor, Tu liberaste os aprisionados temporais, rompeste as cadeias e ressuscitaste do sepulcro deixando na mirra os lençóis, testemunhas de Tua verdadeira sepultura de três dias e Te adiantaste até a Galiléia. Oh Tu que estiveste em uma cova, grande é Tua misericórdia! Oh Salvador inalcançável, tem piedade de nós.

3 – Louvai por suas proezas, louvai conforme Sua imensa grandeza!
Oh Cristo que sofreste, as mulheres correram até o Teu sepulcro para ver-Te e quando chegaram encontraram um Anjo sentado sobre a pedra removida, quem com temor exclamou dizendo: “Ide, anunciai aos discípulos que Ele ressuscitou dentre os mortos, Ele o Salvador das almas.

4 – Louvai ao som da trombeta, louvai com saltério e a harpa!
Oh Senhor Salvador, entraste onde teus Discípulos ali se encontravam estando as portas cerradas, assim como saíste do sepulcro estando selado, mostrando-lhes as chagas do Teu corpo que aceitaste por Tua infinita paciência. Oh Tu que és da descendência de Davi, que padeceste as dores com paciência livrando o mundo como filho de Deus grande é Tua misericórdia! Oh salvador inalcançável, tem piedade de nós.


5 – Louvai com pandeiro e a dança; louvai com cordas e flautas!
Oh Senhor, Rei dos séculos e criador de tudo, que aceitaste a crucifixão e a sepultura em seu corpo por todos nós para libertar-nos do Hades, Tu és nosso Deus e não conhecemos a outro.

6 – Louvai com címbalos retumbantes; louvai com címbalos de júbilo. Tudo que respira louve ao Senhor!
Oh Senhor Deus, quem pode falar de Teus milagres e publicá-los? Ou quem pode narrar Teus mistérios? Tu que Te fizeste homem por nós por tua própria vontade, mostrando Tua onipotência. Com Tua Cruz abriste o paraíso ao ladrão; com Tua sepultura acabaste com as cadeias do inferno, e com Tua ressureição enriqueceste toda a criação. Oh Piedoso, glória a Ti!

7 – Levanta-Te, Senhor meu e Deus meu, que tua mão se levante e não te esqueças para sempre de Teus pobres.
As Mirróforas foram ao Teu sepulcro de madrugada desejando ungir-Te com a mirra, oh Deus e Verbo imortal. E quando o Anjo lhes anunciou a boa nova voltaram com alegria para anuncia-la aos Apóstolos dizendo-lhes que ressuscitaste, oh Vida de todos dando ao mundo o perdão e a grande misericórdia.

8 – Te confesso, Senhor, como todo meu coração e proclamo todos teus milagres.
Os guardas que vigiavam o sepulcro que continha Deus, disseram aos judeus: “Que insensatos!” Fizeram todo o possível para conter à Aquele que é incontenível, em vão se cansaram tratando de ocultar a ressureição do crucificado, mostrando-a com maior claridade. Oh Sinédrio de más intenções, porque confabularam o que é impossível de se ocultar? O melhor é escutarmos e aceitar com fé o acontecido, porque o Anjo resplandecente com o relâmpago desceu do céu e removeu a pedra, e de medo caímos como mortos. Ele disse às Mirróforas com firme convicção: “Não veem os guardas como mortos, os selos partidos e o Hades vazio? Por quê querem encontrar entre os mortos o vivo, o que acabou com o domínio do Hades e arrancou a espinha da morte? Ide sem demora e anunciai aos Apóstolos a ressureição, e clamem sem temor: Em verdade ressuscitou o Senhor da grande misericórdia!

Eothinon – 10º:
Glória ao Pai †, ao Filho e ao Espírito Santo.
Após a descida ao inferno e tua ressurreição dentre os mortos, os teus discípulos entristeceram, sentindo a Tua separação, ó Cristo, e voltaram ás suas atividades trabalhando nos barcos e com redes, mas sem nada pescarem. Quando lhes apareceste, ó Salvador, como És o Senhor de tudo, mandaste jogar a rede no lado direito. Isto feito, pescaram muitos peixes e ao saltarem em terra, encontraram um estranho jantar já preparando, e comeram. Concede a nós ó Senhor, o mesmo prazer de sentir a Tua presença, ó amigos dos homens.

Theotokion:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus, em cujo seio se encarnou Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da maldição, destruindo a morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em qualquer tempo, e sempre o Seu louvor estará em minha boca (2 vezes).

Tropário:
Hoje é a salvação do mundo. Louvemos Aquele que ressuscitou do túmulo, dando-nos origem a uma nova vida, porque anulou a morte com a Sua morte e nos concedeu a misericórdia de obter essa grande vitória.

Divina Liturgia

Anunciação - Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”

Issodikon:
Bendizei a Deus nas vossas assembleias.
Bendizei o Senhor, filhos de Israel!
Salva-nos, ó Filho de Deus, que ressuscitaste dentre os mortos, a nós que a Ti cantamos: Aleluia!

Tropário da Ressurreição – Modo 2 plagal - (6º tom):
As potestades angélicas apareceram no Teu venerado Sepulcro, e os guardas ficaram como mortos, e Maria colocou--se junto do Sepulcro, procurando o Teu puríssimo Corpo. Entretanto, subjugaste o inferno, sem ser tentado por ele, e encontraste a Virgem, revelando a vida, Senhor, que ressuscitaste dos mortos, glória a Ti.

Tropário da Festa – Modo 4 plagal:
Tu és digno de toda glória, ó Cristo nosso Deus, pois constituíste os nossos padres como astros sobre a terra, e por eles nos guiaste a todos à verdadeira fé. Ó cheio de compaixão, glória a Ti!

Kondakion – Modo 2 plagal - (6º tom):
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Levantando com sua vivificante mão todos os mortos dos vales tenebrosos, Cristo Deus, Doador da vida, quis conceder a Ressurreição ao gênero humano; pois Ele é o Salvador, a Ressurreição, a Vida e o Deus de todos.

Theotokion – Modo 2 plagal - (6º tom):
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Clamando com a tua bendita Mãe, voluntariamente, viste padecer, irradiando na cruz, desejaste encontrar Adão, dizendo aos anjos: Alegrem-se comigo, porque foi encontrado o dracma perdido, Deus nosso, que com sabedoria tudo consolidaste, glória a Ti!
 
Kondakion da Festa:
A pregação dos apóstolos e os ensinamentos dos padres firmaram uma só fé na Igreja; a qual, revestida do manto da verdade, tecido com a ciência teológica revelada, distribui sabiamente e glorifica o grande mistério da piedade.

Prokimenon:
Salva, Senhor, o teu povo e abençoa a tua herança (Sl 28, 9).
Clamo a Ti, Senhor, meu rochedo presta ouvido aos meus rogos (Sl 28, 1).

Epístola:                                                                                At 20,16-18; 28-36
Leitura do livro dos Atos dos Apóstolos:

Naqueles dias, Paulo havia determinado não ir a Éfeso, para não se demorar na Ásia, pois se apressava para celebrar, se possível em Jerusalém, o dia de Pentecostes. Mas, de Mileto mandou a Éfeso chamar os anciãos da igreja. Quando chegaram, e estando todos reunidos, disse-lhes: «Vós sabeis de que modo sempre me tenho comportado para convosco, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia, porque nada omiti no anúncio que vos fiz dos desígnios de Deus. Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastorear a Igreja de Deus, que ele adquiriu com o seu próprio sangue. Sei que depois da minha partida se introduzirão entre vós lobos cruéis, que não pouparão o rebanho. Mesmo dentre vós surgirão homens que hão de proferir doutrinas perversas, com o intento de arrebatarem após si os discípulos. Vigiai! Lembrai-vos, portanto, de que por três anos não cessei, noite e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós. Agora eu vos encomendo a Deus e à palavra da sua graça, àquele que é poderoso para edificar e dar a herança com os santificados. De ninguém cobicei prata, nem ouro, nem vestes. Vós mesmos sabeis: estas mãos proveram às minhas necessidades e às dos meus companheiros. Em tudo vos tenho mostrado que assim, trabalhando, convém acudir os fracos e lembrar-se das palavras do Senhor Jesus, porquanto ele mesmo disse: É maior felicidade dar que receber!» A essas palavras, ele se pôs de joelhos a orar.
 
Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Quem habita ao abrigo do Altíssimo e vive à sombra do Senhor Onipotente (Sl 91, 1).
Aleluia, aleluia, aleluia!
Diz ao Senhor: sois meu refúgio e proteção, sois o meu Deus no qual confio inteiramente (Sl 91, 2).
Aleluia, aleluia, aleluia!

Evangelho:                                                                                                     Jo 17,1-13
Evangelho de Nosso Senhor Jesus † Cristo, segundo o Evangelista São João.

Naquele tempo, disse Jesus: «Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus»

Hirmos:
Subiu Deus por entre aclamações, o Senhor, ao som das trombetas.
Aleluia, aleluia, aleluia!

OBS.:
- Antífonas da Ascensão;
- Hirmos comum e Kinonikón de domingo;
- Após a comunhão, Apolitikion da Ascensão;
- Bênção Final: fórmula da Ressurreição e da Ascensão.

Extraído do site ecclesia.com.br


SINAXE

Pe. Paulo A. Tamanini

Os cristãos orientais conservam viva a memória do solene evento realizado no ano 325 em Nicéia, em que foram condenados os erros de Ário. O fato de celebrar este acontecimento entre as festas da Ascensão e Pentecostes é um incentivo a reavivar a nossa fé no Verbo de Deus, verdadeiro homem, e que voltou para o Pai celestial donde nos enviou o Paráclito.

É sabido que, entre os Padres dos Sete Concílios ecumênicos do primeiro milênio, o grupo dos bispos orientais formavam a maioria, mas não é tanto a eles que são elevados hinos de louvor; mais se insiste sobre a importância da Igreja, liberta dos erros, e se agradece com gratidão a Deus por tal acontecimento, como é claramente expresso no tropário principal, que é comum também às outras duas comemorações dos Padres dos Concílios.

Remetemos à apresentação detalhada da comemoração de outubro em que será dado também o texto do tropário que começa com as palavras: "Infinitamente glorioso és tu, ó Cristo nosso Deus...". Ao Evangelho lê-se a Oração sacerdotal de Jesus (Jo 17,1-13). É uma súplica já bastante repetida entre os ecumenistas e que nos faz pensar nas muitas Igrejas agora separadas entre si, mas que têm em comum a fé professada no Concílio de Nicéia, doutrina fundamental e essencial para todos os cristãos.

Na sexta-feira se conclui o Pós-festa da Ascensão e no sábado, vigília de Pentecostes, celebra-se a comemoração de todos os fiéis defuntos.

FONTE:
DONADEO, Madre Maria, O Ano Litúrgico Bizantino. São Paulo: Editora Ave Maria, 1990

Extraído do site ecclesia.com.br


O Domingo dos Santos Padres do 1° Concílio Ecumênico de Nicéia

Protopresbítero Nicolás Milus

A comemoração dos Santos Padres dos Concílios realiza-se no domingo após a festa da Ascensão do Senhor. Com a expansão da Igreja, surgiram interpretações dúbias da doutrina cristã, daí nasceram os Concílios Ecumênicos, reuniões universais de Bispos que decidiam junto aos Patriarcas (cinco em total) o que era ou não, a verdadeira fé. O primeiro concílio ocorreu em 325 e o sétimo e último, em 787, transcorrendo quase 500 anos de uma era conturbada dentro da Igreja.

O Primeiro Concílio Ecumênico realizou-se na cidade de Nicéia, no ano 325, atendendo a um pedido do imperador Constantino Magno. Deliberou sobre o erro de Ário, sacerdote de Alexandria, que se referia a Jesus Cristo somente como um homem inspirado por Deus e não a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. Assim as ideias de Ário foram condenadas como doutrina errônea e foram criados os sete primeiros pontos do Credo que professamos.

O Segundo Concílio Ecumênico realizou-se no ano 381, conhecido como Constantinopla I, que foi convocado pelo imperador Teodósio e que condenou outro erro grave de Macedônio, Arcebispo de Constantinopla, que negava que o Espírito Santo fosse Deus, quer dizer, a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, que é a base da fé cristã. Neste Concílio completou-se o Credo - " Niceno-Constantinopolitano", o que se professa até hoje.

O Terceiro Concílio Ecumênico realizou-se em Éfeso, no ano 431, convocado pelo imperador Teodósio II, no seu nome e do imperador Valentiniano III do Império Romano Ocidental, para condenar Nestório, Arcebispo de Constantinopla, que propagava a crença de que a Virgem Maria não era Mãe de Deus, quer dizer da Segunda Pessoa de Deus, mas somente de um homem chamado Jesus, mais uma vez negando a divindade do Senhor Jesus. De acordo com Nestório, o homem chamado Jesus era simplesmente unido a Deus de modo espiritual e não era necessariamente o seu Filho.

O Quarto Concílio Ecumênico realizou-se em Calcedônia, no ano 451, convocado pelo imperador Marquiano, no seu nome e do imperador do Império Romano Ocidental. Este Concílio julgou Eutiques, monge de Constantinopla, que combateu Nestório de maneira equivocada, negando a humanidade de Jesus que está bem clara nas Sagradas Escrituras. Esta doutrina errônea chama-se Monofisitismo que vem do grego e significa "uma só natureza". Neste Concílio foi definitivamente estabelecido que Jesus tem duas naturezas, a Divina e a humana, sendo perfeitamente homem e Perfeitamente Deus.

O Quinto Concílio Ecumênico, Constantinopla II, realizou-se no ano 553. Foi convocado pelo imperador Justiniano. Este Concílio condenou as obras escritas pelos seguidores do herege Nestório.

O Sexto Concílio Ecumênico, Constantinopla III, realizou-se no ano 680. Foi convocado pelo imperador Constantino, Barbudo. Este Concílio combateu a corrente chamada Monotelista, que defendia a ideia de Cristo ter uma só vontade, a Divina, e que a vontade humana estava perfeita e absolutamente sujeita a esta Vontade Divina. Na verdade, a dualidade de vontades em Jesus Cristo não é contrariada uma pela outra, estando a vontade humana sujeita a Vontade Divina. (Lc 22,42). É nesta época que surge, historicamente, o Islamismo, analisado neste Concílio. Outro objeto de análise foi o destaque dado às novas Regras Apostólicas, transformadas no principal documento legislativo da Santa Igreja Ortodoxa (Nono Cânon).

O Sétimo e último Concílio Ecumênico, Nicéia II, realizou-se no ano 787. Foi convocado pela imperatriz Irene, em seu nome e do seu filho Constantino, para condenar um grupo de iconoclastas que queriam proibir a veneração das santos Ícones. Neste Concílio definiu-se e deliberou-se a doutrina ortodoxa da veneração dos Ícones.

BIBLIOGRAFIA:
«CHAMS» n.67, São Paulo, maio de 1998, pag. 62
Jaroslav K. Turkalo: «Narys istórií vselenskykh soboriv»
Compêndio da história dos Concílios Ecumênicos, New Haven - 1974.

Extraído do site ecclesia.com.br


08 de Junho: Santa Mártir Kaliopi


 
Santa Kaliopi viveu no século III, no tempo do Imperador Décio. De notável beleza física, distinguiu-se, no entanto, pela beleza de sua alma. Muitos homens, deslumbrados por sua beleza, tentaram, em vão, se casar com ela. Sua alma e todo o seu esforço foram dedicados ao cuidado e assistência aos mais fracos e pobres. Quando teve início a perseguição aos cristãos por Décio, prenderam também a Santa e levaram-na à presença do imperador. Este, muito impressionado por sua beleza, buscou, de diversas maneiras, introduzi-la na idolatria. A Santa, porém, inamovível em sua posição e com a fé inabalável em Cristo, rejeitou toda e qualquer proposta. Assim, o imperador ordenou que a açoitassem e, depois de submetê-la a várias formas de torturas, foi enfim decapitada.

Tradução e publicação neste site
com permissão de www.ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

Extraído do site ecclesia.com.br

11 de Junho: Apóstolo São Bartolomeu

 O Santo Apóstolo Bartolomeu foi um dos doze apóstolos de Jesus. Após o Pentecostes, tendo recebido, junto com os demais, o Espírito Santo, que desceu sobre eles em forma de línguas de fogo quando se encontravam reunidos no cenáculo com Maria, São Bartolomeu seguiu com o apóstolo Felipe para pregar o Evangelho na Síria e Ásia Menor. Os dois partiram dali, primeiro pregando juntos, depois, se separando, enquanto visitavam várias cidades individualmente. Mais tarde, outra vez juntos, levaram a muita gente a salvação pela fé em Jesus Cristo. Na Ásia Menor, o apóstolo Felipe se separou mais uma vez de Bartolomeu por algum tempo, levando à conversão os ferozes e selvagens habitantes de Lidia e Misia. Enquanto isso, São Bartolomeu, que anunciava o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo nas cidades dos arredores, recebeu um mandato do Senhor para que fosse ao encontro de Felipe para ajudá-lo. Juntos, mais uma vez, São Bartolomeu desempenhou, com muito esforço, suas tarefas apostólicas, em unidade de pensamento e ação com Felipe. Felipe foi seguido por sua irmã, a virgem Mariamna, e todos trabalhavam juntos pela salvação das almas. Durante a passagem por Lidia e Misia, ao difundir as boas novas da Palavra de Deus, sofreram todo o tipo de perseguição, suportaram muitas provações, açoites e tribulações nas mãos dos infiéis. Apesar de tudo isso, porém, seguiram adiante com a tarefa de anunciar o Evangelho e difundir a fé cristã por onde passavam. Numa das aldeias de Lidia encontraram-se com São João, o Teólogo, o Discípulo amado de Cristo, e em sua companhia viajaram par a terra de Frígia. Ao entrar na cidade de Hierápolis, começaram desde logo a anunciar o Evangelho de Cristo. Por esta época, a cidade se encontrava repleta de ídolos que eram adorados por todos os seus habitantes. Entre estas falsas divindades, havia uma víbora para a qual tinham edificado um templo especial. Ali se ofereciam alimentos e outros tantos e variados sacrifícios. Esta gente adorava, igualmente, outras serpentes e víboras. São Felipe e sua irmã se protegeram a si mesmos com orações contra os ataques das víboras, e foram ajudados por São Bartolomeu e São João, o Teólogo que ainda estava com eles neste momento. Todos juntos venceram a serpente com orações poderosas, quais lanças, e com o poder de Cristo as mataram. Depois disso, São João, o Teólogo, separou-se deles deixando-lhes em Hierápolis para que ali anunciassem a Palavra de Deus. Ele seguiu para outras cidades para difundir as jubilosas boas novas do Evangelho de Cristo. Felipe, Bartolomeu e Mariamna permaneceram em Hierápolis, esforçando-se com muito empenho, para expulsar a obscuridade da idolatria, e para que a luz do conhecimento da verdade pudesse brilhar entre os desviados. Dedicaram-se, dia e noite, a este trabalho, ensinando a Palavra de Deus aos incrédulos, instigando aos fracos e encaminhando aos errantes pelo caminho da verdade.

Nesta cidade, havia um homem de nome Eustáquio, cego há quarenta anos. Os santos apóstolos, valendo-se do poder da oração, recobraram luz aos seus olhos físicos e, pregando a Cristo, iluminaram também a cegueira espiritual da que era vítima. Depois de batizar Eustáquio, os santos permaneceram por alguns dias em sua casa. A notícia da recuperação da visão ao cego se espalhou logo pela cidade, uma grande multidão acorreu para junto da casa onde estavam. Os santos apóstolos ensinavam a todos que chegavam a boa-nova de Jesus Cristo, conduzindo-os à fé. Muitos enfermos foram levados aos apóstolos e foram curados pela oração e os demônios foram expulsos de tal modo que uma inumerável multidão aderiu à fé, se fazendo batizar.

A esposa do governador desta cidade, um homem chamado Nicanor, tinha sido mordida por uma serpente e se encontrava enferma, já à beira da morte. Sabendo que os santos apóstolos estavam hospedados na casa de Eustáquio, e que curavam toda espécie de males somente com a palavra, na ausência de seu marido, pediu aos seus servos que a levassem ao encontro dos santos. Ali, recebeu uma dupla cura: a do corpo, atingido pela mordida da serpente; e a do espírito, libertando-se do engano demoníaco ao acolher os ensinamentos dos santos apóstolos e crer em Cristo.

No seu retorno, o governador foi informado por seus escravos que a sua mulher havia recebido ensinamentos sobre a fé em Cristo de alguns estrangeiros que estavam hospedados na casa de Eustáquio. Furioso, Nicanor mandou que fossem trazidos à sua presença os santos

Apóstolos e que a casa de Eustáquio fosse queimada. Reuniu depois uma grande multidão de pessoas e, à vista de todos, os três santos, Bartolomeu, Felipe e sua irmã Mariamna, foram arrastados pela cidade, sendo por todos ridicularizados e esbofeteados e, finalmente, colocados na prisão. O governador, então, tomou seu lugar no tribunal da cidade para presidir o julgamento daqueles que pregavam os ensinamentos de Cristo. Apresentaram-se todos os sacerdotes dos ídolos e da serpente que havia sido morta, e expuseram suas queixas contra

Os santos apóstolos, dizendo: -“Ó senhor, com estes estrangeiros veio a desonra para nossos deuses, porque desde que apareceram em nossa cidade, os altares de nossos grandes deuses foram esquecidos, e as pessoas já não se lembram de oferecer-lhes seus sacrifícios como de costume. Nossa grande deusa, a serpente, foi morta, e a cidade inteira está cheia de iniquidades, Portanto, morte aos feiticeiros!

O governador ordenou então que Felipe fosse despojado de suas vestes, desconfiado que escondesse por debaixo delas seus mágicos poderes de encanto. Nada encontraram. O mesmo fizeram com Bartolomeu, porém, tampouco encontraram alguma coisa. Quando se aproximaram de Mariamna para fazer o mesmo, despir-lhe de suas vestes deixando seu corpo virginal descoberto, ela se transformou diante de todos, repentinamente, numa chama ardente, pondo em fuga apavorados os ímpios. Os santos apóstolos foram condenados pelo governador à crucifixão. O primeiro foi São Felipe; perfuraram-lhe os orifícios entre os ossos do tornozelo por onde passaram cordas, crucificando-o com a cabeça para baixo diante do portal do templo da serpente. Enquanto estava suspenso à cruz, atiravam-lhe pedras. Depois foi a vez do santo Apóstolo Bartolomeu, que foi crucifixado na parede do templo. De repente, um terremoto sacudiu violentamente a terra que se abriu engolindo o governador, os sacerdotes idólatras e um grande número de infiéis. Os que sobreviveram, crentes e pagãos, cheios de temor rogavam aos santos que tivesse piedade deles e suplicasse ao verdadeiro Deus para não permitir que a terra também lhes tragasse. Rapidamente, começaram a retirar da cruz os apóstolos. São Bartolomeu estava crucificado não muito acima do solo e, por isso, pode ser retirado mais depressa. Felipe, porém, estava suspenso muito acima e não pode ser retirado. Era, pois, da vontade de Deus que seu apóstolo, depois dos tormentos, sofrimentos e morte na cruz, passasse da terra ao céu para onde ele mesmo havia dirigido seus passos durante toda a sua vida. Assim, São Felipe orou a Deus por seus inimigos, para que seus pecados fossem perdoados e suas mentes fossem iluminadas para aprenderem o conhecimento da verdade. O Senhor atendeu seu pedido e, imediatamente, a terra trouxe de volta e com vida, as vítimas que haviam sido tragadas, com exceção do governador e dos sacerdotes da serpente. Todos então confessaram e glorificaram em alta voz o poder de Cristo, expressando o desejo de serem batizados. Quando se apressavam para retirar Felipe da Cruz, perceberam que este já havia entregue à Deus a sua alma, e desceram seu corpo já desfalecido. Mariamna, sua irmã, que havia, durante todo tempo, presenciado os sofrimentos de irmão Felipe, abraçou-o, beijando com amor o seu corpo, alegrando-se por ele ter sido honrado em sofrer por amor a Cristo.

São Bartolomeu batizou aos que aderiram ao Senhor, pela fé, e consagrou bispo a Eustáquio. Os cristãos recém convertidos sepultaram, com grande honra, o corpo do santo apóstolo Felipe. No lugar onde o sangue do apóstolo foi derramado cresceu, em três dias, uma videira como sinal de que Felipe estava junto do Senhor, pelo sangue derramado em nome de Cristo. Depois que o corpo de São Felipe foi sepultado, São Bartolomeu e a bem-aventurada virgem Mariamna, permaneceram em Hierápolis por alguns dias mais para consolidar a fé em Cristo da igreja recém-formada, separando-se mais tarde. Santa Mariamna foi a Licaonia onde, depois de anunciar triunfalmente a palavra de Deus, repousou no Senhor (comemoração em 7 de fevereiro). São Bartolomeu ainda esteve na Índia onde passou muito tempo trabalhando na pregação do evangelho de Jesus Cristo e, pelas cidades e aldeias por onde passava, curava os doentes e iluminava com sua fé aos pagãos que encontrava. Depois de estabelecer muitas igrejas, traduziu o Evangelho Segundo São Mateus que trazia consigo, para a língua local. Também deixou um Evangelho escrito em hebraico que, um século mais tarde, foi levado para Alexandria pelo filósofo cristão Panteno.

Da Índia, São Bartolomeu foi para Armênia Maior. Ao chegar neste lugar, os ídolos, ou melhor, os demônios que os habitavam, calaram-se, lamentando com suas últimas palavras, a presença atormentadora de Bartolomeu e que muito logo lhes expulsaria. Na realidade, os espíritos imundos foram expulsos, não só dos ídolos, mas também daquelas pessoas, só com a aproximação do apóstolo e, por isso, muitos se converteram a Cristo.

Polimio, o rei desta terra, tinha uma filha que estava possuída pelo demônio que exclamava através de seus lábios: “Bartolomeu, também nos expulsarás deste lugar?” O rei, ao ouvir isto, ordenou que Bartolomeu fosse trazido imediatamente à sua casa. Estando já o apóstolo ao lado da jovem possuída, o demônio fugiu naquele instante, deixando livre e curada a filha do rei. Este, desejando demonstrar sua gratidão para com o santo, enviou-lhe camelos carregados de ouro, prata e pedras preciosas raras. O apóstolo, em sua grande humildade, nada conservou do que havia recebido. Devolvendo tudo ao rei, disse: “Eu não busco estas coisas, mas as almas dos homens, para lhes mostrar e conduzi-las à mansão celestial e, assim, me tornar um grande mercador aos olhos do Senhor.” O rei Polimio, impactado com estas palavras e a atitude do apóstolo, passou a crer em Cristo juntamente com toda a sua família, recebendo, ele, a rainha e a filha curada, o batismo pelas mãos do santo apóstolo. O mesmo aconteceu com um grande número de nobres de sua corte e outras pessoas deste lugar e de todos os outros lugares do reino, seguindo o exemplo do seu rei.

Ao ver o que estava acontecendo, os sacerdotes idólatras ficaram encolerizados contra Bartolomeu, lamentando pela destruição de seus cultos e divindades, a queda da idolatria e o abandono dos templos de onde obtinham seus lucros. Convenceram então o irmão do rei, Astiago, a vingar-se pelas “ofensas” praticadas contra as suas divindades. Astiago, esperando o momento oportuno, apresentou o santo apóstolo na cidade de Albano e o fez crucificar com a cabeça para baixo. O santo apóstolo, por amor a Cristo, padeceu suspenso na cruz sem, no entanto, deixar de proclamar a Palavra de Deus. Com coragem e determinação, firmou seus fiéis na fé, exortando os descrentes a conhecerem a verdade e a abandonar a obscuridade dos ídolos e dos demônios em direção à luz de Cristo. O tirano se recusou a dar ouvidos às suas palavras e, em vez disso, ordenou que fosse esfolado vivo. O santo, porém, suportando tudo com grande paciência, não se calou, mas seguiu ensinando e glorificando a Deus. Por último, o tirano ordenou que lhes arrancassem a cabeça e que fosse escalpelado. Só então seus lábios se aquietaram, ainda que seu corpo, ao ter sua cabeça retirada, permaneceu fixado à cruz com as pernas para o alto, dando a impressão de estar a caminho do Alto.

Assim chegou ao final de sua vida terrena o apóstolo de Cristo, Bartolomeu, sofrendo as mais terríveis dores, para a maior glória do Senhor (por volta do ano 90 d.C.). Os fiéis que estavam presentes no momento de seu adormecimento em Cristo, retiraram seu corpo da cruz, juntando sua cabeça e pele e colocando tudo em um caixão e procederam o sepultamento que se deu na cidade de Albano (atual Baku) na Armênia Maior. Através de suas relíquias, os enfermos receberam curas milagrosas, razão pela qual, muitos descrentes foram convertidos para a Igreja Cristã.

Tradução e publicação neste site
com permissão de www.ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

Extraído do site ecclesia.com.br

12 de Junho: Santo Onofre



 Entre os muitos eremitas que viveram nos desertos do Egito durante os séculos 4º e 5º, havia um santo varão chamado Onofre. O pouco que se sabe dele vem de um relato atribuído a certo abade Pafnucio, sobre as visitas que fez aos eremitas de Tebaida. Ao que parece, vários dos ascetas que conheceram Pafnucio lhe pediram que escrevesse sobre essa relação, tendo circulado várias versões, sem que por isso a essência da história fosse desvirtuada. Pafnucio empreendeu a peregrinação com o objetivo de estudar a vida eremítica e descobrir se ele mesmo sentia verdadeira inclinação para ela. Com esse propósito, deixou seu monastério e, durante 16 dias, andou pelo deserto, tendo alguns encontros edificantes e algumas aventuras estranhas. No 17º dia, porém, ficou assombrado ao avistar-se com uma criatura que, à primeira vista, pensou ser um animal. “Era um homem ancião, com os cabelos e as barbas tão longas que tocavam o chão. Tinha o corpo coberto por um pelo espesso como a pele de uma fera, e de seus ombros pendia um manto de folhas”… A aparição de semelhante criatura foi tão assustadora que Pafnucio se bateu em fuga. No entanto, a estranha criatura o chamou, pedindo para que parasse, assegurando-lhe que era mesmo um homem e um servo de Deus. Um pouco receoso, a princípio, Pafnucio se aproximou do desconhecido e, logo os dois se viram envolvidos numa conversação, e Pafnucio descobriu que aquele estranho se chamava Onofre, que tinha sido um monge num monastério onde viveu com muitos outros irmãos e que, seguindo sua inclinação para à vida solitária se retirou para o deserto onde já estava há setenta anos. Em resposta às perguntas de Pafnucio o eremitão admitiu que, em várias ocasiões, tinha padecido de fome e sede, dos rigores do clima e da violência das tentações, mas Deus também lhe havia dado consolos inumeráveis e lhe havia alimentado através de uma palmeira que crescia perto de sua cela. Mais adiante, Onofre conduziu o peregrino até a sua cova (caverna) onde morava e ali passaram o resto do dia em amistosas conversas sobre as coisas santas. De repente, ao cair da tarde, apareceu diante deles uma torta de pão e uma jarra de água e, depois de compartilhar a comida, ambos se sentiram extraordinariamente reconfortados. Durante toda aquela noite Onofre e Pafnucio oraram juntos. No dia seguinte, ao despontar o sol, Pafnucio, alarmado, percebeu que se havia operado uma mudança no eremitão, que estava notavelmente prestes a morrer. Aproximando-se de Onofre para ajudá-lo, este começou a falar: “Nada temas, irmão Pafnucio, o Senhor, em sua infinita misericórdia, te enviou aqui para que me sepultasses”. O visitante sugeriu ao eremita agonizante que ele mesmo ocuparia a sua caverna quando ele partisse. Onofre reagiu, porém, dizendo que isso não era da vontade de Deus. Instantes depois suplicou que lhe encomendassem a alma e também às orações dos fiéis, por quem prometia interceder e, abençoando Pafnucio, se deixou cair por terra entregando a Deus o seu espírito. O visitante lhe preparou uma mortalha com a metade de sua túnica, depositou o corpo no côncavo de uma rocha, cobrindo-o com pedras. Logo que terminou sua tarefa, viu desmoronar diante de si a caverna onde o santo tinha vivido, e desaparecer a palmeira que lhe havia alimentado. Pafnucio compreendeu assim que não devia permanecer por mais tempo naquele lugar e, de pronto, partiu de retorno.

Tropário (8º tom)

Êmulos na carne da vida dos Anjos,
tornastes-vos habitantes do deserto e tesouros celestes,
Santo Onofre esplendor do Egito e São Pedro luminar do Monte Athos.
Por isso cantamos em honra dos vossos ilustres combates.
Glória àquele que vos deu esse poder! Glória àquele que vos coroou!

Tradução e publicação neste site
com permissão de www.ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

Extraído do site ecclesia.com.br


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