PATRIARCADO
ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa
Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910
- Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 19 de junho
de 2016.
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PENTECOSTES
«Festa da
Santíssima Trindade»
(8º Domingo da Páscoa - Modo Próprio)
Memória do Santo Apóstolo São Judas Tadeu, irmão do
Senhor (séc. I).
A Igreja comemora neste dia, a descida do
Espírito Santo sobre os apóstolos reunidos no cenáculo com Maria, a Mãe de
Jesus, e os outros discípulos do Senhor. É a festa do Espírito Santo e de seus
dons abundantes que infundem no fiel penitente e humilde para torná-lo morada
da Santíssima Trindade. Por isso, após a Divina Liturgia, ou Vésperas, faz-se o
RITO DE ADORAÇÃO OU «DOBRAMENTO DOS JOELHOS», para implorar os dons do
Espírito Santo.
MATINAS
Tropário:
Bendito és, ó Cristo, nosso Deus, que
provaste serem os pescadores, mui sábios, pois enviaste-lhes o Espírito Santo e
com eles conseguiste conquistar o Universo, ó Filantropo, Glória a Ti.
Glória ao Pai †, ao Filho e ao Espírito
Santo,
Bendito és, ó Cristo, nosso Deus, que
provaste serem os pescadores, mui sábios, pois enviaste-lhes o Espírito Santo e
com eles conseguiste conquistar o Universo, ó Filantropo, Glória a Ti.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos.
Amém.
Bendito és, ó Cristo, nosso Deus, que
provaste serem os pescadores, mui sábios, pois enviaste-lhes o Espírito Santo e
com eles conseguiste conquistar o Universo, ó Filantropo, Glória a Ti.
Katisma – Modo
variável 4º:
1ª Katisma:
Ó fiéis, vamos festejar a última festa, a
qual é o fim da festa. Por que o Pentecostes é o termo da promessa que deve ser
completada e nela desceu o fogo do consolador sobre a terra, como línguas e
iluminou os discípulos e lhes mostrou as coisas celestiais. A luz do Salvador
apareceu e Iluminou o mundo.
Glória ao Pai †, ao Filho e ao Espírito
Santo. Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Ó fiéis, vamos festejar a última festa, a
qual é o fim da festa. Por que o Pentecostes é o termo da promessa que deve ser
completada e nela desceu o fogo do consolador sobre a terra, como línguas e
iluminou os discípulos e lhes mostrou as coisas celestiais. A luz do Salvador
apareceu e Iluminou o mundo.
2ª Katisma:
A fonte do espírito desceu dividido em
línguas de fogo até a terra; espiritualmente pulverizou os apóstolos
iluminando-os e tornou-se para eles um fogo fluindo de nuvem, chama de luz e
frescor. Através deles receberam a graça nos foi dado pelo fogo e água: a luz
do Paracleto é presente e ilumina o universo.
Glória ao Pai †, ao Filho e ao Espirito
Santo. Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
A fonte do espírito desceu dividido em
línguas de fogo até a terra; espiritualmente pulverizou os apóstolos
iluminando-os e tornou-se para eles um fogo fluindo de nuvem, chama de luz e
frescor. Através deles receberam a graça nos foi dado pelo fogo e água: a luz
do Paracleto é presente e ilumina o
universo.
3ª Katisma:
Ó Cristo Salvador após sua ressurreição do
túmulo e sua subida divina ao céu, enviaste sua glória a seus discípulos, ó
afetuoso; e renovaste-lhes um espírito reto; por isso divulgaram claramente
suas palavras, para todos; como se fosse um instrumento melodioso musical,
mostrando sua mística política.
Glória ao Pai †, ao Filho e ao Espirito
Santo. Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Ó Cristo Salvador após sua ressurreição do
túmulo e sua subida divina ao céu, enviaste sua glória a seus discípulos, ó
afetuoso; e renovaste-lhes um espírito reto; por isso divulgaram claramente
suas palavras, para todos; como se fosse um instrumento melodioso musical,
mostrando sua mística política.
Ypakoí – Modo
variável 4º:
1ª Antífona:
Desde a minha juventude, numerosas são as
paixões que assaltam, mas tu, ó meu Salvador, protege-me e salva-me.
Ó que odiais a justiça, sede confundidos
pelo Senhor. Pois, como a erva pelo fogo, serais dissecados.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito
Santo;
Pelo Espírito Santo, toda a alma viva,
pela pureza se eleva e pelo mistério sagrado da unidade Trinitária, ela se
ilumina.
Agora, sempre, pelos séculos dos séculos.
Pelo Espírito Santo, transbordam as
correntes da graça e irrigam o universo pela vida vivificante.
Prokimenon:
Seu justo Espírito me guia a um caminho
reto (2 vezes)
Atende Senhor, minha oração.
Seu justo Espírito me guia a um caminho
reto.
Stichos:
Escuta Senhor minha oração, e em tua
fidelidade, presta ouvido a minhas preces.
Que, em sua bondade, me guie teu Espírito
pelo caminho justo.
Kondakion:
Quando desceu, o altíssimo confundiu
línguas dividindo as nações; e quando distribuiu as línguas de fogo, chamou a
todos para uma única união, por isso nós o glorificamos com vozes unidas, o
Santo Espirito.
Ikós:
Concede a teus servos Oh Jesus, no meio da
tristeza em que se acha nosso espírito, um cedo e firme consolo; não abandones
nossas almas na aflição, nem te afastes de nossos corações postos em prova
senão auxilia-nos sem cessar. Vêm a nosso lado, Senhor, do presente; como o
foste com teus Apóstolos, mantém em tua bondade unido a quem te amam, a fim de
que unidos a ti possamos cantar e glorificar a teu Espírito Santíssimo.
Evangelho: Jo 20, 19-23
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus † Cristo, segundo o Evangelista São João:
Naquele
tempo, Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as
portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou
Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco. E, dizendo isto,
mostrou-lhes as suas mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram,
vendo o Senhor. Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim
como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E, havendo dito isto, assoprou
sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. «Aqueles a quem perdoardes
os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos.
Exapostilário –
3º:
Ó Santíssimo Espírito, que procedeu do Pai
e vem pelo Filho, sobre os analfabetos discípulos; salva e santifica todos
aqueles que ti escolheram como Deus.
Luz é o Pai, Luz é o verbo. Luz é o
Espirito Santo que desceu sobre os Apóstolos como línguas de fogo. A qual, em
todo mundo; por Ele foi iluminado para adorar a Santíssima Trindade.
Laudes - Modo 4º:
Tudo que respira louve ao Senhor!
Louvai o Senhor do Céu, louvai-o, todos os
seus anjos; louvai-o todos os seus exércitos!
A ti pertence o louvor o Deus!
Cada criatura deve louvar o nome do
Senhor. Louvai pois, o Senhor, do alto dos céus, louvai o Senhor das alturas;
porque Ele merece ser louvado eternamente.
Louvai o Senhor, todos os seus anjos e sua
força, pois Ele merece, para sempre, ser louvado.
Modo 4º
Louvá-lo por suas proezas, louvá-lo de
acordo com a multiplicidade de sua grandeza.
Neste dia todas as nações viram
extraordinariamente sinais, na cidade de Davi, quando o Espírito Santo, sob a
forma de língua de fogo, pousou sobre os Apóstolos, segundo a descrição do
Teólogo São Lucas: “Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos
do mesmo lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso e
encheu toda a casa onde estavam assentados.
Louvai-o com o som da trombeta, Louvai-o
com o saltério e a cítara.
Neste dia todas as nações viram
extraordinariamente sinais, na cidade de Davi, quando o Espírito Santo, sob a
forma de língua de fogo, pousou sobre os Apóstolos, segundo a descrição do
Teólogo São Lucas: “Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos
do mesmo lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso e
encheu toda a casa onde estavam assentados.
Louvai-o com os címbalos som, Louvai-o com
címbalos de júbilo. Tudo o que tem fôlego que você louvar o senhor.
O Espírito Santo foi, é, e será sempre
Santo porque não tem absolutamente nem início, nem fim, Mas Ele continua, junto
com o Pai e o Filho, sendo considerando o reanimador da vida, doador da luz,
fonte de bondade. Através dele se tornou conhecido o Pai e foi glorificado o
Filho. E todos entendem que há uma só força, uma disposição e uma só adoração
para a Santíssima Trindade.
Louvai-o com os címbalos som, Louvai-o com
címbalos de júbilo. Tudo o que tem fôlego que você louvar o senhor.
O Espírito Santo é luz, vida, bondade; e
Espírito de sabedoria, inteligente, superior e justo. Purificador das faltas,
doador dos dons divinos, no qual todos os profetas, apóstolos e mártires foram
coroados com sua divina mensagem e com sua divina visão.
Glória ao Pai †, ao Filho e ao Espírito
Santo. Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Modo 2º
O Rei Celestial, consolador, Espírito de
Verdade, presente em todos os lugares, enchendo todos. Tesouro da bondade e
doador da vida, vem habitar em nós e purifica-nos de todas as manchas e salva,
ó bondoso, nossas almas.
Divina Liturgia
Anunciação
- Modo 4:
É hoje o começo
da nossa salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus
torna-Se Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos
com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia
de graça, o Senhor está contigo!”
Issodikon:
Levanta-te, Senhor, com
tua potência; cantaremos e celebraremos o teu poder. Salva-nos, ó Paráclito
cheio de bondade, a nós que a Ti salmodiamos: aleluia!
Tropário de
Pentecostes:
Bendito és, ó Cristo,
nosso Deus, que provaste serem os pescadores, mui sábios, pois enviaste-lhes o
Espírito Santo e com eles conseguiste conquistar o Universo, ó Filantropo,
Glória a Ti.
Kondakion da
Festa:
Quando, outrora, desceu à terra o
Altíssimo confundiu as línguas e dispersou as nações, mas, quando distribuiu as
línguas de fogo, chamou a todos os povos à unidade.
Numa
só voz, glorifiquemos o Espírito de toda santidade.
Triságion:
Vós que fostes batizados em Cristo, de
Cristo vos revestistes. Aleluia! (2 vezes).
Glória ao Pai ao filho e ao Espírito
Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém, de Cristo Vos
revestistes. Aleluia!
Vós que fostes batizados em Cristo, de
Cristo vos revestistes. Aleluia! (1 vezes)
Prokimenon:
Pela palavra do Senhor firmaram-se os céus
e pelo espírito de sua boca todo o seu exército. O Senhor olha do alto dos céus
e vê a todos os filhos dos homens.
Epístola: At 2, 1-11
Leitura
dos Atos dos Apóstolos:
Chegando o dia de Pentecostes,
estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como
se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados.
Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram
sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar
em línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. Achavam-se
então em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que há debaixo do céu.
Ouvindo aquele ruído, reuniu-se muita gente e maravilhava-se de que cada um os
ouvia falar na sua própria língua. Profundamente impressionados, manifestavam a
sua admiração: Não são, porventura, galileus todos estes que falam? Como então
todos nós os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? Partos,
medos, elamitas; os que habitam a Macedônia, a Judéia, a Capadócia, o Ponto, a
Ásia, a Frígia, a Panfília, o Egito e as províncias da Líbia próximas a Cirene;
peregrinos romanos, judeus ou prosélitos, cretenses e árabes; ouvimo-los
publicar em nossas línguas as maravilhas de Deus!
Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Pela palavra do Senhor firmaram-se os céus
e pelo espírito de sua boca todo o seu exército.
Aleluia, aleluia, aleluia!
O Senhor olha do alto dos céus e vê a
todos os filhos dos homens.
Aleluia,
aleluia, aleluia!
Evangelho: Jo
7, 37-52; 8, 12
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus † Cristo, segundo o Evangelista São João:
No último dia, que é o principal dia de
festa, estava Jesus de pé e clamava: Se alguém tiver sede, venha a mim e beba.
Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior manarão rios de água
viva (Zc 14,8; Is 58,11). Dizia isso, referindo-se ao Espírito que haviam de
receber os que cressem nele, pois ainda não fora dado o Espírito, visto que Jesus
ainda não tinha sido glorificado. Ouvindo essas palavras, alguns daquela
multidão diziam: Este é realmente o profeta. Outros diziam: Este é o Cristo.
Mas outros protestavam: É acaso da Galiléia que há de vir o Cristo? Não diz a
Escritura: O Cristo há de vir da família de Davi, e da aldeia de Belém, onde
vivia Davi? Houve por isso divisão entre o povo por causa dele. Alguns deles
queriam prendê-lo, mas ninguém lhe lançou as mãos. Voltaram os guardas para
junto dos príncipes dos sacerdotes e fariseus, que lhes perguntaram: Por que
não o trouxestes? Os guardas responderam: Jamais homem algum falou como este
homem!... Replicaram os fariseus: Porventura também vós fostes seduzidos? Há,
acaso, alguém dentre as autoridades ou fariseus que acreditou nele? Este poviléu
que não conhece a lei é amaldiçoado!... Replicou-lhes Nicodemos, um deles, o
mesmo que de noite o fora procurar: Condena acaso a nossa lei algum homem,
antes de o ouvir e conhecer o que ele faz? Responderam-lhe: Porventura és
também tu galileu? Informa-te bem e verás que da Galiléia não saiu profeta.
Falou-lhes outra vez Jesus: Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não
andará em trevas, mas terá a luz da vida.
Hirmos:
A
ti, que concebeste sem sofrer corrupção, e deste corpo ao Verbo, autor de todas
as coisas, ó Mãe Virgem, ó Virgem Mãe de Deus, receptáculo daquele que não pode
ser ocultado, morada de nosso Criador infinito, nós te glorificamos!
Kinonikón:
O teu bom Espírito me conduzirá
pela terra da retidão.
Aleluia, aleluia, aleluia!
OBS.:
Em vez de “Vimos a verdadeira luz...”, canta-se o
Apolitikion da festa;
Bênção Final: “...Que enviou do céu seu Espírito
Santo sobre seus santos discípulos e apóstolos sob forma de línguas de fogo...”
Encerra-se a festa no sábado seguinte.
Extraído
do site ecclesia.com.br
SINAXE
Pe. Paulo A. Tamanini
O PENTECOSTES
Era o quinquagésimo
(em grego: pentikosti) dia após a Páscoa judaica, mas também o quinquagésimo
dia após a Ressurreição de Cristo. Era o dia em que os judeus comemoravam com
uma grande festa a entrega das tábuas da Lei a Moisés sobre o monte Sinai;
assim, Jerusalém estava repleta de estrangeiros, judeus vindos de todas as
partes do mundo então conhecido - eram chamados a «Diáspora» - para celebrar a
festa. Alguns dias antes, os discípulos «reunidos em número de cerca de cento e
vinte pessoas» à volta dos Apóstolos e da Mãe de Jesus haviam procedido,
conforme a proposta de Pedro, à substituição de Judas com a escolha de um
décimo segundo apóstolo: foram indicados dois discípulos - José, o Justo e
Mathias - que haviam acompanhado os apóstolos desde o batismo de João até o dia
da Ascensão e que podiam, portanto, ser testemunhas de Sua Ressurreição; após
terem orado, a fim de que o Senhor «mostrasse qual dos dois havia de ser
escolhido», tiraram a sorte e esta apontou a Mathias. Esses discípulos
aguardavam em Jerusalém, como Jesus lhes havia instruído, a vinda desse «outro
Consolador» que o Mestre lhes prometera antes de Sua Ascensão. Espera repleta
de uma esperança radiosa. Eles iriam enfim conhecer Aquele de quem Jesus havia
dito:
«Convém a vós
que eu vá; porque se eu não for o Consolador não virá a vós, mas se eu for
envia-lo-ei» (Jo16, 7).
Já que Jesus
havia partido, já que agora Ele estava sentado à direita do Pai (Mc 16, 19),
Ele guardaria a Sua promessa. E, portanto, no dia em que Moisés lhes dera a
Lei, Jesus vem lhes dar o Espírito, pois «a Lei foi dada por Moisés, a graça e
a verdade vieram por Jesus Cristo». (Jo 1,17) 1
Cumprindo-se o
dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; e, de repente, veio
do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em
que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de
fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito
Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes
concedia que falassem. E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões
religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. E, correndo aquela
voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na
sua própria língua. E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros:
Pois quê! Não são galileus todos esses homens que estão falando? Como, pois, os
ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? Cretenses, e
árabes, todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de
Deus. E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros:
Que quer isto dizer? E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto. Pedro,
porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Varões judeus e
todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas
palavras. Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo esta a
terceira hora do dia. Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: «E nos
últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a
carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens
terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos; e farei aparecer prodígios em
cima no céu e sinais em baixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça. O sol
se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes de chegar o grande e
glorioso Dia do Senhor; 21e acontecerá que todo aquele que invocar o Nome do
Senhor será salvo». (At 2, 1-8; 11-17; 19-21)
E Pedro
exaltava o nome de Jesus, o Nazareno: «esse homem ... que tomando-o, vós o
crucificastes e matastes pelas mãos de injustos (os romanos); ao qual Deus
ressuscitou, soltas as cadeias da morte (textualmente: o Hades)...» (At 2,
22-24).
Davi vira com
antecedência essa vitória e anunciara a Ressurreição do Cristo (Sl 16) e, com
efeito, não foi abandonado no Hades e sua carne não viu a corrupção (cf. At 2,
25-27):
«Deus
ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que,
exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito
Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis ... Saiba pois, com certeza,
toda a casa de Israel, que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez
Senhor e Cristo ... Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo, para o perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo;
porque a promessa vos diz respeito a vós, aos vossos filhos, e a todos os que
estão longe»... «De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a
sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase 3 mil almas» (At 2, 32-33; 36;
38-39; 41).
Esse é o relato
do Pentecostes que nos é feito por Lucas no segundo capítulo dos Atos dos
Apóstolos e que nós relembramos com alegria ao cantar o «Tropário de
Pentecostes»:
Tu és bendito, ó Cristo Nosso Deus,
que enchestes os pescadores do lago de sabedoria
enviando-lhes o Espírito Santo.
Por eles, Tu tomastes o Universo em sua rede.
Glória a Ti, ó Amigo do Homem!
que enchestes os pescadores do lago de sabedoria
enviando-lhes o Espírito Santo.
Por eles, Tu tomastes o Universo em sua rede.
Glória a Ti, ó Amigo do Homem!
Tropário
de Pentecostes (Modo Plagal 4):
Esse relato nos
leva, sem duvida, a colocar algumas perguntas que permitirão aprofundar e
meditar sobre o texto bíblico: - Por que se diz que «as línguas de fogo
dividiam-se e pousavam sobre cada um deles?»
O dom do
Espírito Santo é pessoal, ou seja, é recebido pessoalmente por cada um dos
discípulos. E, no entanto, há apenas um Espírito Santo. É o mesmo Fogo divino
que desce sobre todos (relembremos o Fogo do céu que, no tempo de Elias, desceu
sobre sua oferenda), mas Ele divide-se para mostrar que cada um recebe esse
Espírito Único.
Também em Babel
as línguas foram divididas! Exatamente! O que se passa no Pentecostes é
exatamente o contrário do que se passou em Babel. Em Babel, por orgulho, foram
as línguas dos homens que se dividiram, de modo que eles não se compreendiam
mais e foram, por isso, divididos, separados, dispersos. Em Pentecostes é o dom
de Deus que se divide para estender-se a cada um e reuni-los a todos: a partir desse
momento os homens que receberam o Espírito Santo anunciam todos a mesma
palavra, a Palavra de Deus, e fazem-se compreender por todos os homens pois
falam todas as línguas. As barreiras linguísticas são ultrapassadas pela
Palavra do Deus Único, tornada compreensível a todos pelo dom das línguas. É o
que nos explica o kondakion [1] de Pentecostes:
Quando o Altíssimo desceu para confundir as línguas,
dispersou os gentios;
quando partilhou as línguas de fogo,
Ele nos chamou a unidade.
Com uma única voz, louvemos o Espírito Santo.
dispersou os gentios;
quando partilhou as línguas de fogo,
Ele nos chamou a unidade.
Com uma única voz, louvemos o Espírito Santo.
kondakion
[1] de Pentecostes:
Por que as
línguas de fogo não desceram sobre todos os homens, mas apenas sobre os
discípulos? Elas desceram sobre aqueles que Jesus havia preparado para receber
o Espírito Santo, sobre aqueles que estavam reunidos, com um único coração, na
fé do Senhor Jesus Ressuscitado: é necessário crer no Doador para receber o
dom. O Espírito não desceu sobre o mundo todo. «O Espírito de Verdade que o
mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece» (Jo14, 17) Ele desceu
sobre aqueles que o Senhor Jesus havia reunido porque creram n'Ele. Ele desceu
sobre a Igreja. Certamente um dom pessoal, que cada um recebeu em particular,
mas porque estavam unidos, em comunhão - e justamente «no dia de Pentecostes
estavam todos reunidos no mesmo lugar» (At 2, 1) - e sofreram uma transformação
radical: repentinamente tomaram consciência da Palavra de Deus em seu seio e
puseram-se a comunicar em todas as línguas as maravilhas de Deus. Donde o
discurso de Pedro anunciando com audácia a Ressurreição do Crucificado àqueles
mesmos que O crucificaram.
O Pentecostes
continua. A descida do Espírito Santo perpetua-se depois, vindo consagrar os
testemunhos da Ressurreição do Cristo, até o final dos tempos, como testemunha
São Simeão, o Novo Teólogo, no século X:
«Eu ouvi certa
vez de um hieromonge, que me confidenciou que jamais iniciara os ofícios
litúrgicos sem antes ter visto o Espírito Santo, da mesma forma que O vira
quando o metropolita pronunciara sobre ele a oração de consagração e que o
santo Evangelho fora colocado sobre sua cabeça. Eu lhe perguntei como O vira,
sob que forma? Ele disse: 'Primitivo e sem forma, todavia como uma luz'. E
quando eu próprio vi o que jamais havia visto antes, fui surpreendido e comecei
a refletir: 'o que poderia ser isto'. Então, misteriosamente, mas com uma voz
clara, Ele me disse: 'Eu desço assim sobre todos os profetas e apóstolos, como
também sobre todos os atuais eleitos de Deus e dos santos; pois Eu sou o
Espírito Santo' [2]
Bem, essa assembleia
dos testemunhos da Ressurreição do Cristo, esses eleitos atuais de Deus que o
Espírito Santo consagra à Igreja, e cada um de nós, é chamado a ser um desse
eleitos. A Igreja é o Pentecostes que continua. [3]
«Não fostes vós
que me escolhestes; eu vos escolhi, e vos destinei a ir e dar fruto, um fruto
que permaneça; assim, o que pedirdes ao Pai em meu nome, eu vo-lo concederei.»
Jo 16.
Notas:
[1] Kondákion: pequeno cântico (kondós em grego = curto) cantado após a
sexta ode das Matinas e durante a Pequena Entrada, na Liturgia e que resume o
sentido da festa.
[2] Simeão o Novo Teólogo, Sermão 184, Sermões, traduzido do russo,
t.II, pp.569-570.4
[3] Igreja: em grego Ecclesia, a assembleia daqueles que são convocados,
chamados.
Fonte:
Extraído do livro Dieu est Vivant. Paris: Ed. du Cerf, 1979
Extraído do
site ecclesia.com.br
Meditando com os
Ícones:
«PENTECOSTES»
Tradução:
Monges da Comunidade Monástica São João, o Teólogo
A festa
A Festa de
Pentecostes ou das «Semanas», como a chama o Pentateuco, era para os judeus a
«Festa das Primícias» de trigo ou a «Festa da colheita». A Festa, de origem
estritamente agrícola, assumiu sucessivamente um sentido histórico-salvacional,
ligado às Alianças. Esta acepção, a partir da segunda metade do século II a. C,
foi assumida pela Sinagoga que, por sua vez, centrou memória na Aliança do
Sinai.
A Igreja
Primitiva, por sua vez, não preservou para si estas memórias judaicas, porque
teve sua experiência própria: a descida do Espírito Santo. O período sagrado
dos cinquenta dias, recorda o tempo de espera e a efusão do Espírito Santo
sobre os Apóstolos, ocorrida no quinquagésimo dia após a celebração da Páscoa
da Ressurreição, marcando o início da missão evangelizadora.
O Pentecostes,
dia do nascimento da Igreja, é o momento em que o verdadeiro significado da
Cruz e da Ressurreição de Cristo se manifesta e a nova humanidade retorna à
comunhão com Deus.
A Festa da
Aliança do Sinai, que se celebra no mundo hebreu, recordando a entrega das
Tabuas da Lei, se converteu, com o cristianismo, na festa dos Dons das Línguas,
porque, através delas, cada povo ou nação pode receber o anúncio e retornar à
primitiva unidade que se rompeu em Babel. Desde o dia de Pentecostes, a Igreja
tomou consciência da Nova Páscoa, segundo havia predito o próprio Senhor: «O
consolador, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará cada
coisa e vos recordará tudo o que eu vos disse».
Pela herança da
tradição primitiva da Igreja, os cinquenta dias, após a Páscoa constituem uma
só festa, celebrados com grande júbilo, porque formavam um único acontecimento
e tinham a mesma importância do domingo em que celebramos a Ressurreição com
toda a solenidade.
Na segunda
metade do século IV, a celebração indiferenciada do Mistério pascal, sofreu algumas
modificações, obedecendo a ordem cronológica dos eventos da salvação, segundo a
narração dos Atos dos Apóstolos. Naquela época, como se deduziu do relato de
Egeria, em Jerusalém, o último domingo da cinquentena se celebrava,
conjuntamente, tanto o envio do Espírito Santo sobre os Apóstolos, como a
Ascensão. Em outras Igrejas, contudo, ia-se estabelecendo a festa da Ascensão
no quadragésimo dia após a Páscoa e no quinquagésimo dia, a Festa da descida do
Espírito Santo.
A iconografia
A iconografia,
para a Festa de Pentecostes, é constante, ainda que se registrem variantes mais
ou menos significativas, que foram discutidas por teólogos e historiadores da
Arte. A mais importante é a presença da Mãe de Deus no centro da reunião dos
Apóstolos. A presença da Mãe de Deus no cenáculo é encontrada inicialmente na
iconografia dos primeiros séculos como, por exemplo, no Evangeliário sírio de
Rábula de 587 e que, mais tarde, foi proposta novamente ao final do século XVI.
Sua presença tem sido explicada de diversos modos: referindo à narração dos
Atos dos Apóstolos ou no sentido dedutivo, isto é, tendo presente que o evento
aconteceu em Sião, lugar onde a Virgem vivia, supõe-se que ela participava do
grupo dos Apóstolos.
As razões de
sua ausência na iconografia bizantina e na ocidental, durante muito tempo,
também têm suas explicações: Maria concebeu pelo Espírito Santo, logo foi
transformada por ele, estando plena do Espírito Santo; os textos litúrgicos não
oferecem indicações relacionadas, de forma clara e pontual sobre a sua presença
e papel, no momento da descida do Espírito Santo. Posteriormente, a reintrodução
da presença de Maria na Descida do Espírito Santo, pelo Ocidente e
sucessivamente por alguns filões iconográficos bizantinos, trouxe como consequência
novo significado para o Ícone de Pentecostes e o crescimento do culto mariano.
O cenáculo e as
línguas de fogo
Na parte
superior do ícone estão pintadas duas casas, semelhantes a torres. Desde modo,
quer se dar a entender que a cena se desenvolveu no piso superior, onde
aconteceu a Última Ceia, que após a Ressurreição do Senhor se converteu em
lugar de encontro dos discípulos e de reunião e de oração dos Apóstolos.
Os edifícios,
simétricos, apresentam aberturas somente na parte superior, seguindo as
direções das línguas de fogo que são emanadas da esfera celeste, donde partem
doze raios.
«Aparecendo em
línguas de fogo, o Espírito o faz recordar as palavras de salvação que Cristo
recebeu do Pai e transmitiu aos Apóstolos». Assim se entoa no Cânon das Matinas
da Festa.
Os Apóstolos
começaram a anunciar a Palavra a partir do momento em que receberam o Espírito
Santo e, por estarem unidos, representavam a unidade espiritual dos Sínodos
futuros. De forma análoga os ícones que representam os Concílios Ecumênicos reproduzem
o mesmo esquema iconográfico.
O rei
No
centro do semicírculo, imerso na obscuridade, aparece um ancião, com trajes
régios e que segura entre suas mãos um grande lenço branco. Em alguns ícones,
sobre ele, aparecem doze rolos que simbolizam as pregações apostólicas. O
significado desta figura não é unívoco. Parece ter tomado forma a partir do
século X. Anteriormente, em seu lugar figurava um aglomerado de povos, de
distintas línguas e nacionalidades, como narra os Atos dos Apóstolos. Quando
seu nome é indicado, é chamado de “O Kosmos” (o mundo). O velho Rei, pretendia
representar o conjunto dos povos e nações que tinham na pessoa do Imperador
Bizantino, seu ponto de referência. Tal significado, fruto da evolução
conceitual de caráter histórico-político, pode ser mais direto e imediato se o
enquadrarmos na estrutura que a rodeia, na assim chamada «Bema Sírio».
Na tradição
arquitetônica das Igrejas Sírias e caldéias, encontramos, com efeito, um
elemento do qual resta hoje somente algum sinal: o ambão ou o bema no centro da
Igreja. Trata-se de uma tribuna em forma de ferradura colocado no centro da
Igreja em frente ao abside e o santuário. Sobre este acontecia a liturgia da
Palavra, o anuncio à Jerusalém e ao mundo, onde tomavam acentos os celebrantes.
O Rei, então, no centro do semicírculo é o mundo, posto que ele detém o mandato
celeste sobre a terra.
O ancião está
representado de forma a lembrar a figura do rei David, que representa os
«muitos profetas e justos que desejaram ver o que vistes e não viram, e escutar
o que escutastes, e não escutaram».
Em outros
casos, o Rei é identificado com o Profeta Joel. O motivo é de natureza
litúrgica. Pois, na grande vésperas de Pentecostes, a segunda Leitura
vetero-testamentária está extraída precisamente de Joel: «Eu infundirei meu
espírito sobre vós, e profetizarão vossos filhos e vossas filhas, e vossos
anciãos terão sonhos, e vossos moços terão visões». Profecia esta que foi
mencionada por Pedro para justificar o comportamento dos Apóstolos frente aos
“homens da Judéia” e a todos aqueles que se encontravam em Jerusalém depois da
descida do Espírito Santo.
Os doze
Os doze
estão em geral dispostos nas duas alas do semicírculo e entre os dois grupos
está um lugar vazio. O trono vazio simboliza o trono preparado para a segunda
vinda de Cristo. Neste caso, a representação assume o significado do Juízo
Final, onde os doze se sentarão para julgar as tribos de Israel. Há ícones onde
aparece a pomba, símbolo do Espírito Santo; ela é o sinal tangível da
realização da economia da salvação com a manifestação trinitária.
O Mistério de
Pentecostes, com efeito, não é a encarnação do Espírito, mas a efusão dos dons
que comunicam a graça incriada à pessoa humana, a cada membro do corpo de
Cristo. A unidade que se realiza na comunhão eucarística é por excelência, um
dom do Espírito Santo.
Fonte:
El Arca de Noé
Extraído
do site ecclesia.com.br
19 de Junho: São Judas, irmão do Senhor
O Santo
Apóstolo Judas foi um dos doze apóstolos do Senhor, e sua origem é a tribo de
Judá, de onde descende também David e Salomão. São Judas nasceu em Nazaré,
Galiléia, filho de José, o Justo, a quem a Puríssima Virgem Maria desposou.
Segundo a tradição, a mãe de Judas foi Salomé, filha de Hagai. Este, por sua
vez, era filho de Baraquiá, irmão de São Zacarias, o pai do precursor do
Senhor, o Profeta São João Batista. Judas era irmão do apóstolo São Tiago, o
Justo, o primeiro hierarca da Igreja de Jerusalém. O Santo Apóstolo era mais
conhecido como «Judas de Tiago», ou seja, o irmão do apóstolo Tiago. Ele, em
sua grande humildade, preferia este sobrenome, pois se considerava indigno de
ser chamado irmão do Senhor, segundo a carne, porque julgava-se pecador diante
de Deus por sua falta de fé e de amor fraterno.
O Santo
Evangelista João, o Teólogo, atesta este pecado de Judas, a sua falta de fé,
quando escreve: «Nem seus irmãos creram nele» (Jo 7,5). Explicando esta
passagem do Evangelho, São Teofilacto interpreta que os irmãos aqui mencionados
eram os filhos de José. E assinala: «Nem mesmo os seus irmãos, os filhos de
José (entre os quais, Judas) creram nele – isto é, em Jesus. E, de onde vem
esta incredulidade? Da tola falta de vontade e da inveja, porque é mais comum
nas pessoas sentirem inveja de seus próprios parentes que de estranhos». Fica,
portanto, claro, que Judas pecou contra o Senhor por causa da sua pouca fé.
Do mesmo modo,
Judas mostrou a sua falta de amor fraterno para com Jesus quando José, no seu
regresso do Egito, decidiu dividir suas terras entre os filhos nascidos de sua
primeira esposa. Queria também dar uma parte para Jesus, que era ainda apenas
um menino, nascido de maneira sobrenatural da Puríssima Virgem Maria. Porém, os
três filhos de José não admitiram compartilhar com Cristo, já que havia nascido
de outra mãe; somente São Tiago, o quarto filho, concordou que Jesus fosse seu coproprietário
da parte que lhe coube, pelo que, mais tarde, foi chamado de «Irmão de Jesus».
Consciente dos seus pecados anteriores, pela sua falta de fé e de amor
fraterno, Judas não se atreveu a se chamar o «irmão de Cristo», mas somente
«irmão de Tiago», como escreve em sua epístola: «Judas, servo de Jesus Cristo e
irmão de Tiago». (Jd 1,1)
Além de ser
chamado «Apóstolo irmão de Tiago», Judas tinha ainda outros títulos. O
evangelista Mateus o chamava Lebeu e Tadeu. Estes nomes lhe foram
atribuídos com razão, pois, Lebeu significa «fervoroso». No apóstolo
Judas, este título significaria que, após ter cometido pecados contra o Cristo
Deus por sua incredulidade, mais tarde veio a crer em Jesus como o verdadeiro
Messias, e se uniu a ele de todo o seu coração. O Apóstolo Judas era também
chamado «Tadeu», que significa «aquele que presta louvor», porque ele
glorificou e confessou a Cristo Deus, proclamando o seu Evangelho a muitas
nações.
Muito pouco se
sabe sobre a vida e as atividades do Santo Apóstolo Judas, além do fato de que
ele se casou com uma mulher chamada Miriam. Tudo o que se sabe, além disso, é
que durante o reinado de Domeciano (81-96 d.C.), dois netos de Judas, que
trabalhavam a terra com suas próprias mãos, foram levados pelo mesmo Imperador,
por calúnias feitas por hereges, dado que eram descendentes de Davi e parentes
do Senhor. Mas, depois que o Imperador teve a certeza de que não significariam
qualquer risco político para ele, foram postos em liberdade.
Tal como os
outros «irmãos do Senhor, o apóstolo Judas empreendeu muitas missões, levando e
difundindo o evangelho de Cristo. Pouco depois da ascensão aos céus do Senhor
Jesus Cristo, o apóstolo Judas, tal como fizeram todos os demais apóstolos de Cristo,
saiu em viagens missionárias para levar o Evangelho de Cristo. O testemunho do
historiador eclesiástico Nicéforo, assinala que: «O divino Judas, que tinha o
duplo título de Tadeu e Lebeu, filho de José e irmão de Tiago
(que foi jogado do pináculo do templo de Jerusalém), pregou o Evangelho e
propagou o Cristianismo, em primeiro lugar na Judéia, Galiléia, Samaria, Idumea
e, em seguida, na Arábia, Síria e na Mesopotâmia. Finalmente, ele chegou à
cidade de Edessa, que pertencia ao rei Abgar, onde o Evangelho já havia sido
anunciado por outro Tadeu, um dos setenta Apóstolos. Lá, o apóstolo Judas
empreendeu e concluiu o que o outro Tadeu não tinha terminado”.
Existem algumas
indicações que permitem presumir que o Santo Apóstolo Judas tenha pregado o
Cristianismo também na Pérsia, onde escreveu sua epístola universal em língua
grega. A ocasião ou razão para que tenha escrito esta epístola, não se sabe.
Tais fatos foram ocultados por essa gente ímpia, entre a comunidade dos crentes
que, convertendo a graça de Deus numa oportunidade para praticar o mal e pecar,
e, sob o pretexto e disfarce da liberdade religiosa, permitiram-se cometer todo
o tipo de ações abomináveis. Esta curta epístola contém muitos pensamentos
profundos e muita doutrina edificante. Em parte, trata de ensinamentos
dogmáticos: o mistério da Santíssima Trindade, a encarnação do Filho de Deus,
Nosso Senhor Jesus Cristo, a diferença entre bons e maus anjos, e o terrível
Juízo que está por vir; de outra parte, trata de ensinamentos morais: a exortação
a evitar a impureza do pecado – a injúria carnal, blasfêmia, orgulho,
desobediência, inveja, ódio, rancor e traição. O Apóstolo aconselha a todos a
permanecer fiéis em seus deveres, a sua fé, oração e amor; recomenda que nos
preocupemos em corrigir os errantes e de evitar os hereges, cuja moral,
espiritualmente daninha, descreve ele claramente, explicando que os hereges
perecerão como o povo de Sodoma (Jd 1,7 ss).
Além disso, o
Apóstolo São Judas afirma em sua epístola que, para a nossa salvação, não é
suficiente a conversão do paganismo ao cristianismo, mas que, além da fé, é
preciso realizar as obras apropriadas aos cristãos e dignas de salvação; cita
então, como exemplo, os anjos e homens que foram punidos por Deus: aos anjos
que não conservaram a sua dignidade, Deus lhes prendeu com eternas correntes,
submetendo-os à escuridão eterna até o dia do terrível Juízo (Jd 1,16). Deus
também, depois de ter retirado a salvo o seu povo do Egito, fez perecer aos
incrédulos, que o negaram e caíram em depravação, não vivendo de acordo com a
lei de Deus (Jd 1,5), Em suma, o apóstolo Judas revela, com poucas palavras,
grandes verdades em sua epístola.
O Santo
Apóstolo Judas visitou ainda muitas outras terras, pregando o Evangelho,
convertendo os povos à fé cristã e guiando-os pelo caminho da salvação. Assim
fazendo, chegou às terras situadas no entorno do Monte Ararat, onde converteu
muita gente da idolatria ao cristianismo. Despertou, portanto, o mal-estar dos
sacerdotes pagãos contra ele. Estes o agarraram e, depois de submetê-lo a
numerosas torturas, suspenderam-no numa cruz atravessando em seu corpo lanças.
Assim terminou a luta e a vida do Santo Apóstolo Judas, que partiu para junto
de Cristo Deus para receber dele a coroa da eterna recompensa no céu.
Tradução e publicação
neste site
com permissão
de www.ortodoxia.org
Trad.: Pe. André
Extraído do
site ecclesia.com.br
Folheto Dominical da Igreja Anunciação da Mãe de Deus
Responsável
Reverendíssimo Protopresbítero do Trono Ecumênico Emanuel
Sofoulis
Editoração e Diagramação
Antonio José
Atualização da Página
na internet
Jean Stylianoudakis
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Apoio
- Rodrigo Marques – Membro do Coro da Igreja
- Alessandra Sofia Kiametis Wernik – Membro do Coro da
Igreja
- Paróquia Ortodoxa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo
Pavuna – Rio de Janeiro – RJ – Brasil
http://paroquiaortodoxaspsp.blogspot.com
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