10 agosto 2014

11º Domingo depois da Páscoa

PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus

Brasília, 06 de julho de 2014

4º Domingo de Mateus
4º Domingo depois de Pentecostes
11º Domingo depois da Páscoa





Matinas

Tropário:
Exultem os seres celestes e alegrem-se os terrestres, pois o Senhor demonstrou o poder de seu braço, pisou a morte com a morte, tornando-se o primogênito dos que morreram, nos livrou do seio do inferno e deu ao mundo a grande misericórdia.

Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo.

Exultem os seres celestes e alegrem-se os terrestres, pois o Senhor demonstrou o poder de Seu braço, pisou a morte com a morte, tornando-Se o primogênito dos que morreram, nos livrou do seio do inferno e deu ao mundo a grande misericórdia. Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Nós Te cantamos, virgem Mãe de Deus, pois permitiste a salvação de nosso povo. O Senhor, nosso Deus, Teu filho segundo a carne que recebeu de Ti, sofreu a paixão sobre a cruz e nos libertou da corrupção, por que ele é amigo do homem.

Katisma:
Cristo ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que estavam adormecidos. Primogênito de toda a criação e autor de todos os seres, Nele mesmo renovou nossa natureza arruinada pela corrupção. Ó morte, Tu já não reinas, porque o Senhor do universo destruiu teu reino.

Glória ao Pai+, ao Filho e ao Espírito Santo.

Senhor, em Teu corpo experimentaste a morte e por Tua ressurreição suprimiste a tristeza, tornaste o homem vencedor da morte e o reergueste da antiga doença que o massacrava. Protetor de nossa vida, Senhor, glória a Ti.

Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:

O Esplendor da Tua virgindade, ó Mãe de Deus, e o brilho de Tua pureza deslumbraram Gabriel que exclamou: “Que elogio poderei oferecer que seja digno de Ti, de que nome Te chamarei? Eu estou na incerteza e no temor, mas, seguindo a ordem recebida, eu clamo: Ave, cheia de graça!

Evangelho:                                                                                            Lc 24,1-12
Evangelho de Nosso Senhor Jesus + Cristo, segundo o Evangelista Lucas.

No primeiro dia da semana, muito cedo, dirigiram-se ao sepulcro com os aromas que haviam preparado. Acharam a pedra removida longe da abertura do sepulcro. Entraram, mas não encontraram o corpo do Senhor Jesus. Não sabiam elas o que pensar, quando apareceram em frente delas dois personagens com vestes resplandecentes. Como estivessem amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, disseram-lhes eles: Por que buscais entre os mortos aquele que está vivo?  Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos de como ele vos disse, quando ainda estava na Galiléia: O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores e crucificado, mas ressuscitará ao terceiro dia. Então elas se lembraram das palavras de Jesus. Voltando do sepulcro, contaram tudo isso aos Onze e a todos os demais. Eram elas Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; as outras suas amigas relataram aos apóstolos a mesma coisa.  Mas essas notícias pareciam-lhes como um delírio, e não lhes deram crédito. Contudo, Pedro correu ao sepulcro; inclinando-se para olhar, viu só os panos de linho na terra. Depois, retirou-se para a sua casa, admirado do que acontecera.

Divina Liturgia
 Tropário da Ressurreição - 3º tom:

Exultem os seres celestes e alegrem-se os terrestres, pois o Senhor demonstrou o poder de Seu braço, pisou a morte com a morte, tornando-Se o primogênito dos que morreram, nos livrou do seio do inferno e deu ao mundo a grande misericórdia.

Kondakion – 3º tom:
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo.

Hoje te levantaste da tumba, ó Compassivo, e nos conduziste para fora das portas da morte, Hoje Adão dança e Eva se regozija e com eles os Profetas e os Patriarcas louvam sem cessar o divino poder de tua autoridade.

Theotokion – 3º tom:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Tu, que te preocupavas com a salvação do gênero humano a ti cantamos, Virgem Mãe de Deus! Teu Filho e nosso Deus, com o puríssimo corpo recebido de ti, padecendo os sofrimentos da cruz livrou-nos da iniqüidade, Ele, o amigo dos seres humanos.

Hino à Mãe de Deus:
Ó Admirável e Protetora dos cristãos e nossa Medianeira do Criador não desprezes as súplicas de nenhum de nós pecadores, mas apressa-te em auxiliar-nos como Mãe bondosa que és, pois te invocamos com fé: roga por nós junto de Deus, tu que defendes sempre aqueles que te veneram.

Prokimenon:
Cantai salmos ao nosso Deus, cantai; cantai salmos ao nosso Rei, cantai! (Sl 47,7)
Nações, aplaudi todas com as mãos, clamai a Deus com vozes alegres. (Sl 47,1)
 

Epístola                                                                                               Rm 6,18-23
Leitura da Epistola de São Paulo aos Romanos.
 

Irmãos, libertados do pecado, vos tornastes servos da justiça. Vou-me servir de linguagem corrente entre os homens, por causa da fraqueza da vossa carne. Pois, como pusestes os vossos membros a serviço da impureza e do mal para cometer a iniqüidade, assim ponde agora os vossos membros a serviço da justiça para chegar à santidade. Quando éreis escravos do pecado, éreis livres a respeito da justiça. Que frutos produzíeis então? Frutos dos quais agora vos envergonhais. O fim deles é a morte. Mas agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes por fruto a santidade; e o termo é a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, enquanto o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!


Junto de Ti, Senhor, me refugio, não seja eu confundido para sempre, por tua justiça, livra-me.

Aleluia, aleluia, aleluia!
 
Sê para mim um Deus protetor e uma casa de refúgio que me abrigue. 
Aleluia, aleluia, aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia! 
Evangelho                                                                                             Mt 8,5-13
Evangelho de Nosso Senhor Jesus + Cristo, segundo o Evangelista São Mateus:

E, entrando Jesus em Cafarnaum, chegou junto dele um centurião, rogando-lhe, E dizendo: Senhor, o meu criado jaz em casa, paralítico, e violentamente atormentado. E Jesus lhe disse: Eu irei, e lhe darei saúde. E o centurião, respondendo, disse: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra, e o meu criado há de sarar. Pois também eu sou homem sob autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu criado: Faze isto, e ele o faz. E maravilhou-se Jesus, ouvindo isto, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé. Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus; E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. Então disse Jesus ao centurião: Vai, e como creste te seja feito. E naquela mesma hora o seu criado sarou.

Kinonikon
Louvai o Senhor nos Céus, louvai-O nas alturas.
Aleluia, aleluia, aleluia!

Sinaxe 
Centurião, era um oficial do exército romano que comandava uma legião de cem soldados, formando com ele uma pequena base militar em locais estratégicos para assegurar a ordem e bom andamento do Império. Vale notar que todos os centuriões mencionados nos Evangelhos e no Livro dos Atos dos Apóstolos eram pessoas de boa índole, que se comoviam diante das necessidades e dos flagelos. Por exemplo: o Centurião que comandava os soldados que crucificaram Jesus reconheceu e confessou que Ele era o Filho de Deus (Mt 27,57) e inocente das acusações que lhe eram atribuídas. (Lc 23, 47).

O Evangelho desta semana nos mostra justamente este lado humano daqueles que a princípio eram vistos como frios soldados a serviço de um império que massacrava. Mateus e Lucas narram este episódio.

A cura do criado do Centurião romano que pede a Jesus por ele, verifica que podemos e devemos rezar por nossos irmãos e não somente por nossas próprias necessidades. São Teófilo de Antioquia um dos primeiros célebres da Patrística (II século), enaltece o coração daqueles que sentem que o seu próximo está necessitado de ajuda espiritual.

Segundo o relato admirável de Lucas, um Centurião romano tinha enfermo de morte um criado a quem estimava muito. Ao ouvir falar de Jesus, enviou-lhe servos, pedindo-lhe que fosse curar o seu criado. Os enviados foram até o Senhor. Quando este já estava se aproximando da casa, envia uma segunda delegação por meio de uns amigos:

"Senhor, não precisas incomodar-te, porque eu não sou digno de que entres em minha casa; por isso também não me julguei digno de ir ter contigo; mas dize uma só palavra e o meu criado será salvo".

Se vale de um argumento de acordo com sua psicologia militar: "pois até eu que sou um subalterno tenho soldados à minha disposição e digo a um: vá, e ele vai; e a outro: venha, e ele vem; e, ao meu empregado: faça isso, e ele faz".

Ao ouvir isto, Jesus se admirou dele e, voltando-se para a gente que o seguia, disse: "nem em Israel encontrei tanta fé". Ao voltar para casa os enviados encontraram o criado são.

Embora menhum dos dois interlocutores do colóquio à distância, - Jesus e o Centurião - se conhecesse um ao outro, há, não obstante, um diálogo muito próximo, porque a fé do suplicante e a palavra eficaz de Jesus encurtam o espaço físico. O Centurião romano admira a pessoa e o poder sobrenatural de Jesus, e o Senhor por sua vez faz elogios à sua fé. Grande maturidade humana em ambas as personalidades, pois uma das qualidades que engrandecem uma pessoa é sua capacidade de reconhecer os gestos nobres dos outros, demonstrando assim sensibilidade para apreciar os valores.

O Evangelista São Mateus relata que o próprio Centurião foi ao encontro do Senhor. Embora haja diferenças na narrativa, os escritores sagrados concordam em ressaltar a fé do Centurião que fez o Senhor proferir palavras de admiração. Sem duvidas um grande elogio, mas também uma triste constatação. E um alerta para todos nós!

Para o Centurião não era necessário que o Senhor fosse à sua casa, bastava uma palavra sua. Nós muitas vezes não confiamos desta maneira exemplar na Providencia. Somos mais exigentes e tal exigência revela nossa "pouca fé". É preciso ser humildes para pedir e grandes no confiar.

O centurião de Cafarnaúm é modelo de ambas as virtudes. Todos os grandes cristãos da história foram profundamente humildes diante de Deus e dos homens, embora fossem grandes personalidades, grandes sábios ou grandes santos. De fato, são duas virtudes que vão unidas. Aquele que crê em Deus santo e misericordioso, quando se vê a si mesmo pecador e mesquinho, não pode exclamar senão com sinceridade: "Senhor, eu não sou digno!" Assim rezava também o Publicano da parábola: "Tem compaixão de mim". Ele mereceu o favor de Deus, pois seu amor e salvação são sempre gratuitos e não se devem a nossos méritos. O fato de pedir pelo outro mostra a grandeza do coração humilde.

Na Divina Liturgia de São João Crisóstomo os momentos de súplicas são recorrentes, pontuando seu desenvolvimento, do início ao final. Uns em favor dos outros, desde aqueles que ocupam cargos mais elevados aos mais humildes dos servos, não excetuando as almas dos falecidos para quem sempre devemos pedir o descanso eterno.

Elevemos, então nossos corações aos Céus e, com humildade, não nos cansemos de repetir com os mais piedosos e santos monges de todos os tempos:

Kyrie eleison!, Kyrie eleison! Kyrie eleison!

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