PATRIARCADO ECUMÊNICO DE
CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega
de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe
de Deus
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Brasília, 05 de outubro de
2014
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2º Domingo de Lucas
Matinas
Tropário:
Desceste das alturas, ó
misericordioso, e aceitaste o sepultamento durante três dias, para nos livrar
das paixões. Senhor, És nossa vida e nossa ressurreição, glória a Ti.
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo,
Desceste das alturas, ó
misericordioso, e aceitaste o sepultamento durante três dias, para nos livrar
das paixões. Senhor, És nossa vida e nossa ressurreição, glória a Ti.
Agora, sempre e pelos
séculos dos séculos. Amém.
Theotokion:
Tu, que por nossa
salvação, nasceste de uma virgem e padeceste a crucificação, ó boníssimo por
Tua morte, despojaste a morte, Tu que é Deus, nos revelaste a ressurreição, não
desprezes aqueles que a Tua mão criou. Manifesta a Tua misericórdia, ó amigo do
homem; aceita as preces daqueles que deste a Luz e salva os desesperados, ó
nosso Salvador.
Katisma:
Ó vida de todos,
ressuscitaste os mortos. Um anjo resplandecente dizia às santas mulheres,
"cessai de chorar, levai, a boa nova aos Apóstolos, canta\ e c\ama\ Cristo
Senhor ressuscitou! Ele se dignou salvar o gênero humano, porque é Deus."
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Na verdade ressuscitaste
do túmulo e deste as santas mulheres a ordem de anunciar aos Apóstolos a tua
ressurreição, predita pelas Escrituras. E Pedro correndo chega ao sepulcro;
ele. vê a luz no túmulo e se enche de temor, mas ele percebe no chão o lençol
sem teu corpo divino e ele exclama com fé: Glória a ti, ó Cristo Deus, nosso
salvador, que salvas todos os homens. Tu és o esplendor da glória do Pai.
Agora sempre e pelos
séculos dos séculos Amém.
Theotokion:
Nós cantamos a ti, porta
do céu
Nós cantamos a ti, arca
da aliança
Nós cantamos a ti, santa
montanha
Nós cantamos a ti, nuvem
luminosa
Tu , o grande tesouro do
universo resgataste Eva. Por ti veio a salvação e o antigo pecado foi remido.
Por, isto, nós te imploramos: ora por nós a teu filho; e teu Deus para que
conceda o perdão dos pecados daqueles que adoram, piedosamente teu santo
nascimento.
Ypakoí:
Paradas no túmulo do
Doador de Vida, as portadoras de aromas procuravam o Mestre imortal entre os
mortos; e ao receberem a boa nova de alegria do Anjo, elas anunciaram aos
Apóstolos que Cristo havia ressuscitado, concedendo grande misericórdia para o
mundo.
Antífona:
Desde a minha juventude
o inimigo me prova, pelos prazeres ele me seduz; mas, colocando minha esperança
e Ti, Senhor, eu o rejeito. Que os inimigos de Sião se tornem como o feno antes
mesmo de ser arrancado, porque o Cristo cortará seus pescoços com a foice dos
tormentos.
Glória ao Pai, ao Filho
e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Pelo Espírito Santo,
todo o ser vive, porque Ele é a Luz da Luz, o grande Deus.
Prokimenon:
O Senhor vosso Deus,
reinará para sempre, ó Sião, de geração em geração. (2 vezes).
Stichos:
Ó minha alma, louvai o
Senhor (repete a primeira).
Evangelho Lc
24, 36-53
Evangelho de Nosso Senhor Jesus + Cristo, segundo o Evangelista São Lucas.
Enquanto ainda falavam
dessas coisas, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: A paz esteja
convosco! Perturbados e espantados, pensaram estar vendo um espírito. Mas ele
lhes disse: Por que estais perturbados, e por que essas dúvidas nos vossos
corações? Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um
espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho. E, dizendo isso,
mostrou-lhes as mãos e os pés. Mas, vacilando eles ainda e estando transportados
de alegria, perguntou: Tendes aqui alguma coisa para comer? Então
ofereceram-lhe um pedaço de peixe assado. Ele tomou e comeu à vista deles.
Depois lhes disse: Isto é o que vos dizia quando ainda estava convosco: era
necessário que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés,
nos profetas e nos Salmos. Abriu-lhes então o espírito, para que compreendessem
as Escrituras, dizendo: Assim é que está escrito, e assim era necessário que
Cristo padecesse, mas que ressurgisse dos mortos ao terceiro dia. E que em seu
nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações,
começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas de tudo isso. Eu vos mandarei
o Prometido de meu Pai; entretanto, permanecei na cidade, até que sejais
revestidos da força do alto. Depois os levou para Betânia e, levantando as
mãos, os abençoou. Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi arrebatado ao
céu. Depois de o terem adorado, voltaram para Jerusalém com grande júbilo. E
permaneciam no templo, louvando e bendizendo a Deus.
Destruístes com a Tua Cruz
a morte, abristes ao ladrão o paraíso, transformaste o luto das mirróforas e ordenaste,
aos Teus Apóstolos pregarem que Tu ressuscitaste, ó Cristo Deus, dando ao mundo
a grande misericórdia.
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo,
Destruístes com a Tua Cruz
a morte, abristes ao ladrão o paraíso, transformaste o luto das mirróforas e ordenaste,
aos Teus Apóstolos pregarem que Tu ressuscitaste, ó Cristo Deus, dando ao mundo
a grande misericórdia.
Divina Liturgia
Anunciação - Modo 4
É hoje o começo da nossa
salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se
Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele
à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça,
o Senhor está contigo!”.
Tropário da Ressurreição - 8º tom:
Descestes das alturas, ó
misericordioso, e aceitaste o sepultamento durante três dias, para nos livrar
das paixões. Senhor, És nossa vida e nossa ressurreição, glória a TI.
Kondakion – 8º tom:
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Tendo ressuscitado do
túmulo deste a vida aos mortos e levantaste Adão; Eva se regozija com a tua
Ressurreição, e exultam de alegria os confins da terra, ó Misericordioso!
Theotokion – 8º tom:
Agora, sempre e pelos
séculos dos séculos. Amém
Tu, que pela nossa
salvação nasceste da Sempre Virgem Maria, sofreste a crucifixão, ó
Misericordioso, com a morte, venceste a morte como Deus, revelando a
Ressurreição. Não abandones a nós, criaturas de tuas mãos, mostra a tua bondade
pela humanidade, atende as preces da tua Mãe que ora por nós, ó Misericordioso,
Salva, ó Salvador, nosso povo desolado!
Prokimenon:
Fazei votos ao Senhor
nosso Deus e cumpri-os; todos os que o cercam tragam oferendas.
Deus é conhecido na
Judéia, grande é o seu nome em Israel.
Epístola 2Cor.
6, 16-18; 7, 1
Leitura da 2ª Epistola de São Paulo aos
Coríntios.
Como conciliar o templo
de Deus e os ídolos? Porque somos o templo de Deus vivo, como o próprio Deus
disse: Eu habitarei e andarei entre eles, e serei o seu Deus e eles serão o meu
povo (Lv 26,11s). Portanto, saí do meio deles e separai-vos, diz o Senhor.
Não toqueis no que é impuro, e vos receberei. Serei para vós um Pai e vós
sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor todo-poderoso (Is 52,11; Jr
31,9). Depositários de tais promessas, caríssimos, purifiquemo-nos de toda
imundície da carne e do espírito, realizando plenamente nossa santificação no
temor de Deus.
Aleluia!
Aleluia, aleluia,
aleluia!
Vinde, exultemos no
Senhor, aclamemos o Rochedo que nos salva!
Aleluia, aleluia,
aleluia!
Apresentemo-nos diante
d'Ele com ação de graças, aclamemo-Lo com hinos de louvor!
Aleluia, aleluia,
aleluia!
Evangelho Lc.
6, 31-36
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Evangelista São Lucas:
Naquele tempo, disse
Jesus: «O que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles. Se amais
os que vos amam, que recompensa mereceis? Também os pecadores amam aqueles que
os amam. E se fazeis bem aos que vos fazem bem, que recompensa mereceis? Pois o
mesmo fazem também os pecadores. Se emprestais àqueles de quem esperais
receber, que recompensa mereceis? Também os pecadores emprestam aos pecadores,
para receberem outro tanto. Pelo contrário, amai os vossos inimigos, fazei bem
e emprestai, sem daí esperar nada. E grande será a vossa recompensa e sereis
filhos do Altíssimo, porque ele é bom para com os ingratos e maus. Sede
misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.
Sinaxe
O Evangelho que Lucas nos apresenta é uma
continuação do Sermão da Montanha e nos convida a uma reflexão sobre o amor, o
perdão, a magnanimidade e a oração. Jesus manda-nos bendizer aqueles que nos
amaldiçoam, orar pelos que nos injuriam, praticar o bem sem esperar nada em
troca, ser compassivos como Deus é compassivo, perdoar a todos, ser generosos
sem cálculos ou tramas.
A virtude da
magnanimidade, muito relacionada com a da fortaleza, consiste na disposição de
acometer coisas grandes em nome da generosidade e do desprendimento. Quem se
dispõe a viver assim traça o caminho da santidade.
O magnânimo propõe-se a
ideais altos e não recua ante os obstáculos, às críticas ou aos desprezos. Não
se deixa intimidar pelas murmurações ou pelo respeito humano; segue porque sua
natureza o faz persistente em direção à perfeição. O magnânimo sente uma força
que o faz sair de si mesmo em beneficio do próximo. Em sua pessoa não paira a
mesquinhez e, para ele, não basta dar e oferecer; ele se dá e se oferece. É uma
entrega pessoal às causas nobres. Jesus Cristo entregou-se a si mesmo, sofreu a
morte de Cruz, por amor aos homens. Ele se oferece e é oferecido pelo Pai por
amor.
A grandeza de alma
demonstra-se também pela disposição em perdoar o que quer que seja. Não é
próprio do cristão guardar rancores em seu coração, agravos, recordações que
nos fazem sofrer; o que nos deveria ser próprio é a disposição permanente ao
perdão.
Assim como Deus está
sempre pronto a perdoar a todos e a tudo, a nossa capacidade de perdoar não
deve também ter limites, nem pelo número de vezes, nem pelo grau da ofensa. - “Se,
pois Jesus nos manda amar nossos inimigos, a quem nos dá como modelo? O próprio
Deus”. (S. Agostinho de Hipona)
O Senhor nos deu o
exemplo. Perdoou na Cruz àqueles que lhe faziam padecer tanto. Em plena agonia
no madeiro, no sofrimento beirando ao insuportável, Ele pede ao Pai por aqueles
que o aniquilam: - “Pai Perdoa-lhes; eles não sabem,o que fazem”. (Lc 23,34)
Os pedidos que o Senhor
nos faz através do Evangelho são possíveis de serem observados na medida de
nossa magnanimidade. O Senhor não nos sobrecarregaria com fardos pesados se não
nos tivesse provido antes das condições para carregá-los. Para isso, no
entanto, é necessário cultivarmos um íntimo relacionamento com Jesus pela
oração frequente. Desta maneira amaremos também aqueles que não nos amam,
faremos o bem aqueles que nos fazem o mal, emprestaremos (quiçá, daremos) sem
esperar a devolução.
Portanto, a primeira
atitude a que somos chamados é a de rezar pelos nossos inimigos. Isto não é
fácil. Exige de nós disciplina na oração.
«Compreenderemos o quanto
Deus nos ama quando doarmos os que nos ofendem; sentiremos o amor divino em
nossa existência quando amarmos os nossos inimigos. Quanto mais estivermos
próximos de Deus pela oração menos inimigos teremos, pois já o veremos como
irmãos.»
(Santo
Irineu)
De fato a oração nos
transporta para uma realidade divina; a oração nos possibilita levar para o
âmago de nosso coração não apenas aqueles que nos rodeiam distribuindo afeto e
empatia, mas também aqueles que se aproximam de nós com aspereza, rudeza,
inimizade, discórdia e apatia. Isto é possível quando estamos dispostos a fazer
de nossos inimigos, parte de nós mesmos: nossos irmãos.
«Então, sim, ao amares teu
inimigo, estás a amar um irmão. É esse o motivo por que o amor ao inimigo é a perfeição da caridade,
já que a caridade perfeita consiste no amor aos irmãos. Ama e fazes o que
quiseres; se te calas, cala-te por amor; se falas em tom alto, fala por amor;
se corrigires alguém, faze por amor. Pois é preciso amar o homem e não o seu erro.
O homem é obra de Deus, o erro é obra do homem. Ama a obra de Deus e purifica
as obras do homem. Se existe o inimigo é porque existe o erro. Retira o erro e
em vez de enxergares um inimigo, contemplarás um irmão.»
Santo
Agostinho, Bispo de Hipona.
Rezar por nossos
inimigos revela a disposição para a reconciliação. Quando elevamos nossos
inimigos ao coração de Deus pela oração, será impossível continuar a nutrir
maus sentimentos por eles. Pois Deus tudo transforma. A oração transforma o
inimigo em “alguém próximo ao coração de Deus”. Tal proximidade nos fará
pessoas propensas a um novo relacionamento. Provavelmente não existe nenhuma
oração tão poderosa como a oração pelos inimigos. Mas também é a mais difícil
pois é exigente. Alguns santos consideram a oração feita pelos inimigos o
principal critério de santidade.
Amar os nossos inimigos
nos faz próximos da Cruz e da comunhão com o Crucificado. Esta intimidade com o
Senhor que sofreu, mas se fez vencedor, abre os olhos de nosso coração para que
reconheçamos que em nosso “inimigo” está, na verdade, um irmão que também é
amado por Deus. Nem sempre aqueles que julgamos ser nossos inimigos são
inimigos de Deus. Constatamos isto quando o Senhor nos chama a atenção dizendo
que Deus faz chover e brilhar o sol sobre os justos e sobre os injustos. Não o
sol e a chuva apenas terrenos, mas também o “Sol da justiça”, que é o próprio
Jesus Cristo.
O amor e o perdão se
fazem par quando desejamos viver o Evangelho de forma autêntica, buscando
incansavelmente caminhar na santidade dos filhos de Deus: “Sede santos como
vosso Pai é Santo”.
«Amar nossos inimigos é o
desejo que Tu revelastes, ó Amor Misericordioso do Pai. Pedirias semelhante
coisa a nós, se não pudéssemos alcançar ? Estarei eu compreendendo em meu
intimo tal desejo? Ou equivocado
estou em meus conceitos sobre o amor e a inimizade? O que é o amor ? Quem são
meus inimigos? Teria entre os filhos do Altíssimo alguém que pudesse ser
realmente inimigo? Se todos somos filhos do Amor, como podemos gerar inimizade
entre nós ? Que meus sentimentos em relação aos meus irmãos, aqueles que não
são dignos de serem oferecidos no Altar sejam modificados por tua Graça, ó
Soberano Celestial. Elevo minha alma a Ti, Criador de todas as coisas, para
transformá-la em espaço onde possa acolher aqueles que não me são caros. Rezo
por eles, Senhor, e por mim. Que sejamos irmãos antes de tudo para que
consigamos enxergar a face do mesmo Pai e sermos dignos do Amor.»
Abade
Moisés (XXV Discurso)
Biografia:
Storniolo, Ivo - «Como Ler o Evangelho de Lucas» - Ed.
Paulus - SP
HAMMANN, A. «Os Padres da Igreja» – Ed Paulinas – SP
«Orações dos Primeiros Cristãos» – Ed. Paulinas – SP
HAMMANN, A. «Os Padres da Igreja» – Ed Paulinas – SP
«Orações dos Primeiros Cristãos» – Ed. Paulinas – SP
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Responsável
Reverendo Ecônomo Padre Emanuel
Sofoulis
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e Diagramação
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