PATRIARCADO ECUMÊNICO DE
CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega
de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe
de Deus
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Brasília, 26 de outubro de
2014
6º Domingo
de Lucas
20º Domingo
depois de Pentecostes
São Demétrio
de Salônica, Megalomártir, (c. 306)
Matinas
Tropários:
Exultem os seres celestes
e alegrem-se os terrestres, pois o Senhor demonstrou o poder de Seu braço, pisou
a morte com a morte, tornando-Se o primogênito dos que morreram, nos livrou do seio
do inferno e deu ao mundo a grande misericórdia.
Glória ao Pai, ao Filho e
ao Espírito Santo,
Exultem os seres celestes
e alegrem-se os terrestres, pois o Senhor demonstrou o poder de Seu braço, pisou
a morte com a morte, tornando-Se o primogênito dos que morreram, nos livrou do seio
do inferno e deu ao mundo a grande misericórdia.
Agora, sempre e pelos séculos
dos séculos. Amém.
Theotokion:
Nós Te cantamos, virgem Mãe
de Deus, pois permitiste a salvação de nosso povo. O Senhor, nosso Deus, Teu filho
segundo a carne que recebeu de Ti, sofreu a paixão sobre a cruz e nos libertou da
corrupção, por que ele é amigo do homem.
Katisma:
Cristo ressuscitou dentre
os mortos, como primicias dos que estavam adormecidos. Primogênito de toda a criação
e autor de todos os seres, Nele mesmo renovou nossa natureza arruinada pela corrupção.
Ó morte, Tu já não reinas, porque o Senhor do universo destruiu teu reino.
Glória ao pai, ao Filho e
ao Espírito Santo.
Senhor, em Teu corpo experimentaste
a morte e por Tua ressurreição suprimiste a tristeza, tornaste o homem vencedor
da morte e o reergueste da antiga doença que o massacrava.
Protetor de nossa vida, Senhor,
glória a Ti.
Agora, sempre e pelos séculos
dos séculos. Amém.
Theotokion:
O Esplendor da Tua virgindade,
ó Mãe de Deus, e o brilho de Tua pureza deslumbraram Gabriel que exclamou: “Que
elogio poderei oferecer que seja digno de Ti, de que nome Te chamarei? Eu estou
na incerteza e no temor, mas, seguindo a ordem recebida, eu clamo: Ave, cheia de
graça!
Ypakoí:
O anjo resplandecente
fez com que as portadoras de aromas se maravilhassem quando o contemplaram, e o
orvalho de suas palavras caiu sobre elas quando ele dizia: porque procurais o Vivo
no túmulo? Ele Que esvaziou os túmulos ressuscitou. Sabei que Ele que mudou a corrupção
é sem mudança! Cantai a Deus: Quão maravilhosas são as Tuas obras! Pois Ele salvou
a humanidade.
Antífona:
Arrancaste da
Babilônia, cativos de Sião. Quanto a mim, do fundo de minha paixão, ó verbo tirai-me
para a vida. Aqueles que em pleno meio-dia semeiam entre lágrimas divinas, colherão,
com alegria as espigas e a vida sem fim.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos
dos séculos. Amém.
No Espírito Santo,
brilhante da sabedoria e santidade, é Ele que dá existência a toda a criatura. Adoremo-Lo,
porque Ele é Deus, adoremo-Lo com o Pai e o Verbo.
Prokimenon:
Clamai as nações:
o Senhor reina. Ele estabeleceu o mundo que não será mais abalado. (2 vezes).
Stichos:
Cantai ao Senhor
um cântico novo (repete a primeira).
Evangelho Jo 20, 19-31
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo,
segundo o Evangelista São Lucas.
Na tarde do mesmo dia, que
era o primeiro da semana, os discípulos tinham fechado as portas do lugar onde se
achavam, por medo dos judeus. Jesus veio e pôs-se no meio deles. Disse-lhes ele:
A paz esteja convosco! Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se
ao ver o Senhor. Disse-lhes outra vez: A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou,
assim também eu vos envio a vós. Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes:
Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados;
àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos. Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo,
não estava com eles quando veio Jesus. Os outros discípulos disseram-lhe: Vimos
o Senhor. Mas ele replicou-lhes: Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e
não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado,
não acreditarei! Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez no mesmo
lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles
e disse: A paz esteja convosco! Depois disse a Tomé: Introduz aqui o teu dedo, e
vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de
fé. Respondeu-lhe Tomé: Meu Senhor e meu Deus! Disse-lhe Jesus: Creste, porque me
viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto! Fez Jesus, na presença dos seus
discípulos, ainda muitos outros milagres que não estão escritos neste livro. Mas
estes foram escritos, para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e
para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.
Hoje é a salvação
do mundo. Louvemos Aquele que ressuscitou do túmulo, dando-nos origem a uma nova
vida, porque anulou a morte com a Sua morte e nos concedeu a misericórdia de obter
essa grande vitória.
Divina Liturgia
Anunciação - Modo 4:
É hoje o começo da nossa
salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se
Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele
à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça,
o Senhor está contigo!”.
Tropário da Ressurreição
– 3º tom:
Exultem os seres celestes
e alegrem-se os terrestres, pois o Senhor demonstrou o poder de Seu braço, pisou
a morte com a morte, tornando-Se o primogênito dos que morreram, nos livrou do seio
do inferno e deu ao mundo a grande misericórdia.
Kondakion - 3º
tom:
Glória ao Pai †, ao Filho e ao Espírito Santo.
Hoje te levantaste da tumba,
ó Compassivo, e nos conduziste para fora das portas da morte, Hoje Adão dança e
Eva se regozija e com eles os Profetas e os Patriarcas louvam sem cessar o divino
poder de tua autoridade.
Theotokion - 3º
tom:
Agora, sempre e pelos séculos
dos séculos. Amém
Tu, que te preocupavas com
a salvação do gênero humano a ti cantamos, Virgem Mãe de Deus! Teu Filho e nosso
Deus, com o puríssimo corpo recebido de ti, padecendo os sofrimentos da cruz livrou-nos
da iniquidade, Ele, o amigo dos seres humanos.
Hino
à Mãe de Deus:
Ó Admirável e Protetora dos cristãos e nossa
Medianeira do Criador não desprezes as súplicas de nenhum de nós pecadores, mas
apressa-te em auxiliar-nos como Mãe bondosa que és, pois te invocamos com fé: roga
por nós junto de Deus, tu que defendes sempre aqueles que te veneram.
Prokimenon:
Cantai salmos ao nosso Deus,
cantai; cantai salmos ao nosso Rei, cantai! Nações, aplaudi todas com as mãos, clamai
a Deus com vozes alegres.
Epístola 2Tim. 2, 1-10
Leitura
da 2ª Epistola do Apóstolo São Paulo a Timóteo
Tu, portanto,
meu filho, procura progredir na graça de Jesus Cristo. O que de mim ouviste em presença
de muitas testemunhas, confia-o a homens fiéis que, por sua vez, sejam capazes de
instruir a outros. Suporta comigo os trabalhos, como bom soldado de Jesus Cristo.
Nenhum soldado pode implicar-se em negócios da vida civil, se quer agradar ao que
o alistou. Nenhum atleta será coroado, se não tiver lutado segundo as regras. É
preciso que o lavrador trabalhe antes com afinco, se quer boa colheita. Entende
bem o que eu quero dizer. O Senhor há de dar-te inteligência em tudo. Lembra-te
de Jesus Cristo, saído da estirpe de Davi e ressuscitado dos mortos, segundo o meu
Evangelho, pelo qual estou sofrendo até as cadeias como um malfeitor. Mas a palavra
de Deus, esta não se deixa acorrentar. Pelo que tudo suporto por amor dos escolhidos,
para que também eles consigam a salvação em Jesus Cristo, com a glória eterna. (2Tm
2, 1-10)
Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Junto de Ti, Senhor, me refugiei;
não seja eu confundido para sempre. Por tua justiça, livra-me.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Sê para mim um Deus protetor
e uma casa de refúgio para me salvar.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Evangelho Lc. 8, 26-39
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo,
segundo o Evangelista São Lucas:
Naquele
tempo, chegando Jesus na região dos Gerasenos, um homem da cidade que tinha vários
demônios veio ao seu encontro. Havia muito tempo que ele não vestia roupa, nem morava
em casa, mas nos túmulos. Ao ver Jesus, prostrou-se diante dele, gritando em alta
voz: Que queres de mim, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Eu te peço, não me atormentes.
Pois Jesus estava ordenando ao espírito impuro que saísse daquele homem. Muitas
vezes o espírito o tinha dominado. Para protegê-lo, amarravam-no com correntes e
grilhões. Ele, porém, arrebentava as correntes, e o demônio o levava para lugares
desertos. Jesus, então, lhe perguntou: Qual é o teu nome? Ele respondeu: Legião!,
porque muitos demônios tinham entrado nele. Eles pediam a Jesus que não os mandasse
para o abismo. Estava ali, no morro, uma grande manada de porcos pastando. Pediram,
então, que os deixasse entrar nos porcos, e Jesus permitiu. Saindo do homem, os
demônios entraram nos porcos. E a manada precipitou-se no mar pelo despenhadeiro
e se afogou. Vendo isso, os homens que cuidavam dos porcos fugiram e espalharam
a notícia pela cidade e pelas aldeias. Então, as pessoas foram ver o que tinha acontecido.
Chegaram perto de Jesus e encontraram, sentado, o homem de quem tinham saído os
demônios. Ele estava aos pés de Jesus, vestido e no seu perfeito juízo. Eles, então,
ficaram com medo. Os que tinham presenciado o fato contaram-lhes como o possesso
tinha ficado são. Toda a multidão da região dos Gerasenos pediu a Jesus que fosse
embora, pois estavam com muito medo. Jesus entrou no barco e voltou. Entretanto,
o homem de quem saíram os demônio pedia a Jesus para ficar com ele. Ele a despediu,
dizendo: volta para casa e conta tudo o que Deus fez por ti. Ele foi embora; anunciando
por toda a cidade o que Jesus tinha feito por ele.
Sinaxe
Este episódio é também narrado
por Mateus (8,28-34) e por Marcos (5,1-20). Os três evangelistas dão maior ênfase
a duas situações distintas: a) o encontro de Jesus com um homem atormentado por
uma fúria de violência e de morte; b) o gesto libertador que o reintegra na dignidade
humana.
Inserem este episódio no
ciclo dos milagres com a intenção de demonstrar o poder extraordinário de Jesus,
que se revela numa região pagã, em favor de um homem dominado pelo espírito impuro.
Este tema é proposto de maneira
expressiva na descrição do endemoniado, o homem que habita no meio dos túmulos,
isto é, numa zona impura, estranha ao mundo social, sujeito à fúria e à violência
descontrolada. Estes dois traços caracterizam a força demoníaca como poder de morte
e de destruição desagregadora da dignidade e liberdade humana.
Também o encontro do endemoniado
com Jesus e a cena dos porcos entram nesta perspectiva. A tentativa do demônio de
se subtrair ao poder de Jesus proclamando sua identidade secreta, conjurando-o a
não expulsá-lo daquela região, entra no esquema literário do exorcismo.
Também a pergunta sobre a
identidade daquele que se apossava, feita por Jesus, está em sintonia com este tema.
Os diversos elementos que são utilizados pelo evangelista para dar relevo ao poder
de Jesus, diante do espírito, que se declara legião, isto é, força organizada para
a completa destruição, contrasta com a força da simples palavra imperativa de Jesus.
O episódio dos porcos talvez
tenha sido construído sobre uma lembrança conservada pela população da margem oriental
do lago. Não é só um típico elemento de exorcismo, onde o espírito maligno deixa
de maneira espetacular a sua vítima, mas na atual narração corresponde à finalidade
geral do evangelista: a força de destruição e morte, que caracteriza o espírito
é rechaçada no seu ambiente pela Palavra.
A reação da gente do lugar
diante do acidente dos porcos entra na lógica dos fatos: Jesus é um estrangeiro
perigoso e imprevisível. A rejeição de Jesus por parte da população que habita a
margem oriental do lago serve ao evangelista para estabelecer um contraste: de um
lado, Jesus que domina e expulsa a força do espírito do mal, do outro, os homens
que, para defender seus interesses, expulsam Jesus de sua região.
O homem reintegrado na sua
dignidade e liberdade humana vale menos que a proteção dos interesses econômicos.
Em outras palavras, o poder demoníaco tem sua raiz mais perigosa e secreta, sua
zona privilegiada de manifestação, no âmbito da liberdade humana que está disposta,
para a defesa de seu privilégio e poder, a negociar sobre a dignidade e integridade
do outro homem. Mas naquele ambiente pagão, escravo do medo, Jesus deixa um sinal
vivente, uma testemunha do poder libertador de Deus. Ele é o primeiro enviado da
missão aos pagãos.
FONTE:
Carvajal, Francisco F. «Falar com Deus». Editora Quadrante, São
Paulo, 1991
26 de Outubro: São Demétrio de
Salônica, Megalomártir, († c. 306)
Este glorioso e milagroso santo nasceu na cidade
de Salônica (Norte da Grécia) ,de pais devotos e de descendência nobre. Era filho
único de pais estéreis que recorreram a Deus pedindo que um filho lhes fosse dado
e, portanto, era especialmente amado e educado. Seu pai era comandante militar em
Salônica, e depois de sua morte, o imperador o promoveu ao mesmo posto em substituição
ao pai. Ao fazê-lo, o imperador Maximiano, um adversário de Cristo, recomendou especialmente
a Demétrio perseguir e exterminar os cristãos de Salônica. Demétrio, não só desobedeceu
ao imperador, mas também confessava e pregava abertamente na cidade o Cristo, Senhor.
Tomando conhecimento disso, o Imperador se enfureceu com Demétrio e, numa certa
ocasião, ao retornar de uma guerra contra os samaritanos, foi para Salónica especificamente
para investigar o assunto. Ordenou então que Demétrio fosse chamado à sua presença,
interrogando-o acerca de sua fé. Também diante do imperador Demétrio proclamou corajosamente
sua fé, afirmando-se, portanto, como cristão, e, ainda mais, condenando a idolatria.
Enfurecido, o imperador o condenou à prisão. Sabendo o que lhe esperava, Demétrio,
entregou seus bens ao seu fiel servo Lupus para que distribuísse aos pobres. Depois
foi conduzido à prisão, feliz, pois considerava o sofrer por Cristo como o lote
de sua herança. Na prisão, um anjo do Senhor lhe apareceu e disse: «A paz esteja
contigo, que sofres por amor a Cristo! Sê valente e forte!»
Depois de vários dias, o Imperador enviou soldados
à prisão para que matassem Demétrio. Na prisão, os soldados imperiais encontraram
Demétrio em oração, e o atravessaram com lanças. Os cristãos recolheram secretamente
o seu corpo e o sepultaram. De seu túmulo passou a fluir mirra que trouxe a cura
a muitos enfermos que recorriam ao lugar. Uma pequena igreja logo foi construída
sobre suas relíquias. Leôncio, um nobre de Ilíria, padecendo de um mal incurável,
foi plenamente restabelecido após recorrer em oração às relíquias de São Demétrio.
Em gratidão, construiu uma igreja maior para substituir à anterior. O santo lhe
apareceu em duas ocasiões. Quando o imperador Justiniano quis transferir as relíquias
do santo, de Salônica para Constantinopla, uma faísca de fogo saiu do interior da
sepultura e ouviu-se uma voz que dizia: «Deixe-as aqui e não as toques!» Assim,
pois, as relíquias de São Demétrio foram mantidas sempre em Salônica. São Demétrio
apareceu e salvou aquela cidade muitas vezes e de muitas calamidades, e os milagres
são incontáveis.
Folheto Dominical da Igreja Anunciação da Mãe de Deus
Responsável
Reverendo Ecônomo Padre Emanuel
Sofoulis
Editoração
e Diagramação
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Atualização
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