04 novembro 2014

21º Domingo depois de Pentecostes

PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Qd. 910 - Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 02 de novembro de 2014
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5º Domingo de Lucas


21º Domingo depois de Pentecostes
Santos Mártires Aquindinos, Pegásio, Elpidoforo, Anempodiste e Afthonio
(c. 350)




Matinas

Tropário:
As discípulas do Senhor aprenderam do Anjo a anunciar jubilosamente a ressurreição e rejeitaram a sentença dos nossos primeiros pais e conversaram com os Apóstolos, orgulhosas, dizendo: A morte já é cativa e o Cristo Deus já ressuscitou, dando ao mundo grande misericórdia.
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo,

As discípulas do Senhor aprenderam do Anjo a anunciar jubilosamente a ressurreição e rejeitaram a sentença dos nossos primeiros pais e conversaram com os Apóstolos, orgulhosas, dizendo: A morte já é cativa e o Cristo Deus já ressuscitou, dando ao mundo grande misericórdia.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Mistério desconhecido dos anjos; mistério oculto desde toda a eternidade; ó virgem, por Ti Deus se revelou a todos os habitantes da terra; uniu-se à carne sem corrupção, e livremente aceitou a cruz por nós; ressuscitou o primeiro homem e salvou nossas almas da morte.

Katisma:
As santas mulheres olharam para a entrada do túmulo, mas, não poderam suportar o brilho flamejante do anjo. Assustadas e tremendo, elas diziam: "Roubaram aquele que abriu as portas do céu ao bom ladrão? Será que ressuscitou Aquele que, antes de sua paixão, havia proclamado sua ressurreição? Em verdade, o Cristo, nosso Deus, ressuscitou dando aos que estavam no inferno. A vida e a ressurreição."
Glória ao Pai +, Filho e ao Espírito Santo.

Ó meu salvador, livremente escolheste a cruz. Homens mortais Te colocaram em um sepulcro novo, a Ti que com Tua palavra, estabeleceste os .confins do universo. Despojaste a morte e todos os habitantes dos infernos cantam a Tua vivificante ressurreição, clamando: "Cristo ressuscitou, ele que é o dispensador da vida e permanece pelos séculos dos séculos."
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos.

Theotokion:
Os coros dos anjos, ó puríssima, ficaram tomados de terror, diante do terrível mistério do teu parto. Como tu tens em teus braços Aquele que, com um só gesto tem todo o universo? Como Aquele que existe antes dos séculos, nasce e se alimenta de teu leite, aquele que cuja inefável bondade alimenta todo o ser vivente? Os anjos te bendizem e te proclamam a verdadeira Mãe de Deus.

Ypakoí:
As portadoras de aromas se apressaram em proclamar aos Apóstolos a boa-nova de Tua gloriosíssima Ressurreição, e anunciaram que Tu havias ressuscitado como Deus, ó Cristo, e concedeste ao mundo Tua grande misericórdia.

Antífona (sl. 128):
Desde minha juventude, numerosas são as paixões que me assaltam, mas Tu, ó meu Salvador, protege-me e salva-me. Vós que odiais Sião, sede confundidos pelo Senhor, pois, como a erva pelo fogo, sereis dissecados.
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Pelo Espírito Santo, toda a alma vive, pela pureza se eleva e pelo mistério sagrado da unidade Trinitária, ela se ilumina.

Prokimenon (salmo 44):
Levanta-Te, Senhor, vem em nosso socorro, resgata-nos pela glória de Teu nome. (2 vezes).

Stichos
Ó Deus, ouvimos com nossos próprios ouvidos (repete a primeira).

Evangelho                                                                                          Jo 21, 1-14
Evangelho de Nosso Senhor Jesus  Cristo, segundo o Evangelista São João.

Depois disso, tornou Jesus a manifestar-se aos seus discípulos junto ao lago de Tiberíades. Manifestou-se deste modo: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé (chamado Dídimo), Natanael (que era de Caná da Galiléia), os filhos de Zebedeu e outros dois dos seus discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Responderam-lhe eles: Também nós vamos contigo. Partiram e entraram na barca. Naquela noite, porém, nada apanharam. Chegada a manhã, Jesus estava na praia. Todavia, os discípulos não o reconheceram. Perguntou-lhes Jesus: Amigos, não tendes acaso alguma coisa para comer? Não, responderam-lhe. Disse-lhes ele: Lançai a rede ao lado direito da barca e achareis. Lançaram-na, e já não podiam arrastá-la por causa da grande quantidade de peixes. Então aquele discípulo, que Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor! Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se às águas. Os outros discípulos vieram na barca, arrastando a rede dos peixes (pois não estavam longe da terra, senão cerca de duzentos côvados). Ao saltarem em terra, viram umas brasas preparadas e um peixe em cima delas, e pão. Disse-lhes Jesus: Trazei aqui alguns dos peixes que agora apanhastes. Subiu Simão Pedro e puxou a rede para a terra, cheia de cento e cinquenta e três peixes grandes. Apesar de serem tantos, a rede não se rompeu. Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. Nenhum dos discípulos ousou perguntar-lhe: Quem és tu?, pois bem sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e lhos deu, e do mesmo modo o peixe. Era esta já a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado.

Kondakion:
Meu Salvador e meu libertador, saiu do sepulcro desligou e ressuscitou todos os habitantes da terra, Ele o boníssimo, Ele o nosso Deus.
Ele destruiu as portas do inferno. O Senhor de todas as coisas ressuscitou ao terceiro dia.

Ikós:
Cristo doador da vida, ressuscitou dos mortos, depois de três dias, deixou seu túmulo e em sua força,
Ele quebrou as portas da morte condenou o inferno destruindo a morte e libertando Adão e Eva.
Habitantes da terra, celebremo-Lo e rendemos-lhes graças; clamemos, sem cessar seu louvor.
Três dias sepultado, Ele ressuscitou porque Ele é o único forte, o único Deus, o único Senhor.

Ó Senhor, ressuscitado do sepulcro, rompeste os grilhões do inferno, eliminaste o poder da morte, salvando todos dos laços do inimigo; e quando apareceste a teus discípulos, os enviaste a evangelizar e, através deles, deste tua paz ao mundo, tu que és o Único Misericordioso.

Divina Liturgia

Anunciação - Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”.


Tropário da Ressurreição – 4º tom:
As discípulas do Senhor aprenderam do Anjo a anunciar jubilosamente a ressurreição e rejeitaram a sentença dos nossos primeiros pais e conversaram com os Apóstolos, orgulhosas, dizendo: A morte já é cativa e o Cristo Deus já ressuscitou, dando ao mundo grande misericórdia.

Kondakion – 4º tom:
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo.
O Salvador e Redentor meu, sendo Deus, rompeu as portas do Hades, libertando de suas cadeias os habitantes da terra, e, sendo Soberano, ressuscitou ao terceiro dia.

Theotokion - 4º tom:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
O mistério eternamente oculto e dos anjos desconhecido, através de ti, ó Mãe de Deus, encarnando-se, apareceu na terra, voluntariamente aceitou a Cruz, e com ela ressuscitou o primeiro criado, e salvou da morte as nossas almas.

Hino à Mãe de Deus:
Ó Admirável e Protetora dos cristãos e nossa Medianeira do Criador não desprezes as súplicas de nenhum de nós pecadores, mas apressa-te em auxiliar-nos como Mãe bondosa que és, pois te invocamos com fé: roga por nós junto de Deus, tu que defendes sempre aqueles que te veneram.

Prokimenon:
Tu és bendito Senhor, Deus de nossos pais e teu nome é louvado e glorificado pelos séculos.
Pois és justo em todas as coisas que nos fizeste tuas obras são verdadeiras e retos os teus caminhos.

Epístola                                                                                              Gl. 2, 16-20
Leitura da Epistola do Apóstolo São Paulo aos Gálatas

Irmãos, sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. Pois, se nós, que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é porventura Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma. Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor. Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim. (Gl 2,16-20).

Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Cinge a tua espada, com majestade e esplendor, cavalga vitorioso, pela causa da verdade e da justiça.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Amaste a justiça e detestaste a iniquidade, por isso Deus te ungiu com o óleo da alegria.
Aleluia, aleluia, aleluia!

Evangelho                                                                              Lc. 16, 19-31
Evangelho de Nosso Senhor Jesus + Cristo, segundo o Evangelista São Lucas:

Naquele tempo, o Senhor disse: «havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente. Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele; e desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: 'Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama'. Disse, porém, Abraão: 'Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá'. E disse ele: 'Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento'. Disse-lhe Abraão: 'Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. E disse ele: 'Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam'. Porém, Abraão lhe disse: 'Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite'».

NOTA. Este Evangelho é lido somente no domingo que cai entre 30 de outubro e 5 de novembro.


Sinaxe

A pobreza e a riqueza são tão antigas como as primeiras organizações sociais surgidas. As interpretações e soluções dadas a elas são várias: há os que associam a pobreza e a riqueza à sorte ou ao acaso. Há os que vêem na pobreza um sinal de incapacidade e desordem social e moral; e, na riqueza, um sinal de premiação, inteligência, capacidade e virtude. Para outros é justamente o contrário, defendendo a tese de que não há um homem honesto rico pois, para enriquecer-se, será preciso ser inescrupuloso, onde se dará a exploração de um pelo outro. O pobre neste caso sempre será a vítima.

Na Bíblia também encontramos diferentes interpretações para a pobreza e a riqueza. O Antigo Testamento vê na pobreza um sinal de maldição, escândalo e consequências de pecados. O rico é sinal visível da bênção divina e a característica dos amigos de Deus.

No Novo Testamento o próprio Senhor se faz pobre com os pobres e amaldiçoa os opulentos: «Ai de vós ricos...» Mt 5. Jesus vê na riqueza o perigo da autossuficiência e do afastamento de Deus e a insensibilidade perante as carências.

O pobre é o primeiro destinatário da Boa Nova. A pobreza não é mais sinal de desgraça ou escândalo, mas é bem-aventurança.

A descrição que o Senhor nos faz nesta parábola usa estes fortes contrastes: a grande abundância para um e a extrema necessidade para o outro. Dos bens, em si mesmos, nada se diz. O Senhor apenas sublinha o mal uso que dele se faz: roupas luxuosas e banquetes diários.

Ao mendigo Lázaro nem se quer chegam as sobras. O Evangelho contrapõe a vida do rico banqueteador com a do pobre Lázaro. À primeira vista, parece não ter o primeiro outro pecado que o excessivo apego ao luxo e a boa mesa. Olhando atentamente, porém, observaremos um desinteresse absoluto para com Deus e para com o próximo. Vive para si como se Deus e os outros não existissem. Todas as suas preocupações limitavam-se a se banquetear esplendidamente cada dia, totalmente esquecido dos necessitados. Ele esqueceu-se de uma grande verdade que o Senhor nos lembra: nós não somos donos dos bens materiais que dispomos, apenas seus administradores.

Parece que os bens do rico não tinham sido adquiridos de forma ilícita e, tampouco, a pobreza do Lázaro era culpa sua. Não se opunha a Deus nem explorava os pobres. Contudo, estava cego ante as necessidades do outro. Poderia ser mais feliz não buscando satisfações efêmeras de alguns poucos elogios sobre as belas festas que dava aos seus convivas, mas repartindo com os mais necessitados. Seu erro foi administrar os bens de Deus de forma egoísta e, por isso, equivocada. Não soube compartilhar. Não foi sua riqueza que o impediu de entrar no Reino dos Céus, mas o seu egoísmo; da mesma forma, Lazaro entrou no Céu não por ser pobre, mas porque foi humilde e resignado.

A pobreza não é garantia de santidade, nem a riqueza é sinal de perdição. O egoísmo, que muitas vezes se concretiza na ânsia de usufruir sem medidas dos bens materiais, pode levar a tratar as pessoas como coisas, coisas sem valor.

Todos temos ao nosso redor alguém necessitado, se não de bens materiais, necessitados de afeto, calor humano, de uma palavra amiga, de generosidade, de cordialidade e de confiança. Do uso que façamos dos bens que Deus depositou em nossas mãos depende a vida eterna. Por isso o Senhor nos diz que é melhor dar do que receber.

Ganhamos mais dando do que recebendo: ganhamos a eternidade. Sendo generosos, descobriremos nos outros os filhos de Deus que necessitam de nosso apoio, de nossa companhia e solidariedade. A caridade é sempre realização do Reino dos Céus, e é a única bagagem que podemos levar.

Os filhos de Deus têm coração generoso e bom pois nosso Pai é generoso e bom!

Quem creu em Deus durante sua vida e n'Ele confiou, em Deus terá sua eterna herança. Mas quem somente se entregou aos prazeres da carne, comportando-se como se Deus não existisse, desprezando o Senhor na pessoa do irmão, permanecerá eternamente separado d'Ele.

O Senhor é minha fortaleza e o meu refúgio,
para sempre é tua fidelidade.
Pois fazes justiça aos oprimidos
e dás de comer aos que tem fome. (Sl 145)

FONTE:
Carvajal, Francisco F. «Falar com Deus». Editora Quadrante - S. Paulo, 1991



Folheto Dominical da Igreja Anunciação da Mãe de Deus


Responsável

Reverendo Ecônomo Padre Emanuel Sofoulis


Editoração e Diagramação

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Atualização da Página na internet

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