10 janeiro 2015

Domingo após a Epifania

PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910 - Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 11 de janeiro de 2015
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Domingo após a Epifania de Nosso Senhor, Deus e Salvador Jesus Cristo


«Convertei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo»

Matinas


Tropário:
As potestades angélicas apareceram no Teu venerado Sepulcro, e os guardas ficaram como mortos, e Maria colocou--se junto do Sepulcro, procurando o Teu puríssimo Corpo. Entretanto, subjugaste o inferno, sem ser tentado por ele, e encontraste a Virgem, revelando a vida, Senhor, que ressuscitaste dos mortos, glória a Ti!
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo,
 
As potestades angélicas apareceram no Teu venerado Sepulcro, e os guardas ficaram como mortos, e Maria colocou--se junto do Sepulcro, procurando o Teu puríssimo Corpo. Entretanto, subjugaste o inferno, sem ser tentado por ele, e encontraste a Virgem, revelando a vida, Senhor, que ressuscitaste dos mortos, glória a Ti!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
 
Theotokion:
Ó Tu que chamaste Tua Mãe bendita e voluntariamente assumiste a paixão, brilhaste sobre a cruz para reencontrar Adão, dizendo aos Teus anjos: alegrai-vos comigo pois encontrei a dracma perdida. Ó nosso Deus, que com sabedoria ordenaste todas as coisas, glória a Ti.
 
Katisma:
O sepulcro está aberto, o inferno se lamenta e Maria exclama aos apóstolos prostrados: "Saí, operários da vinha, proclamai a nova da ressurreição. O Senhor ressuscitou e deu ao mundo a grande misericórdia."
Glória ao Pai +, Filho e Espírito Santo.
 
Ao lado de Teu sepulcro, Senhor, Maria Madalena chora e se lamenta: Ela Te fala e, pensando que eras o jardineiro, e diz: "Onde colocaste a vida eterna? Onde colocaste aquele que se assenta sobre o trono dos querubins?" E quando ela viu os guardas gelados, caírem como mortos, exclamou: "Dai-me o meu Senhor, ou então clamai comigo: glória a Ti que desceste até os mortos, glória a Ti que ressuscitaste dos mortos."
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos.
 
Theotokion:
Ó Mãe de Deus, Gedeão anuncia tua concepção e profetiza teu parto. Porque o verbo do Pai desceu ao teu seio como a chuva na lã das ovelhas e tu, ó santa terra, e cheia de graça fizeste germinar para nós, sem semente, este fruto, a salvação do mundo, o Cristo nosso Deus.
 
 
 
Ypakoí:
Por Tua morte voluntária e vivificante, ó Cristo, Tu como Deus, partiste em pedaços os portões do Hades, abrindo-nos o Paraíso do passado e por ressuscitar dentre os mortos Tu libertaste nossas vidas da corrupção.
 
Antífona:
Eu elevo meus olhos aos céus em direção a Ti, ó verbo de Deus. Tem misericórdia de mim, a fim de que eu viva para Ti. Ó Verbo, tem piedade de nós, Teus servos, que fomos desprezados, e faze de nós, ó Verbo, Teus instrumentos úteis.
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
O Espírito Santo é a fonte e a salvação de todos; por isto, se ele quiser, com o seu sopro une o homem a todas as coisas terrestres, dá-lhes asas, o eleva e o coloca nas alturas.
 
Prokimenon:
Senhor, revela Teu poder, e vem a nós para nos salvar. (2 vezes).
 
Stichos:
Escuta, pastor do povo; Senhor, revela Teu poder, e vem a nós para nos salvar.
 
Evangelho                                                                              Mt 28, 16-20
Evangelho de Nosso Senhor Jesus + Cristo, segundo o Evangelista São Mateus.
 
Os onze discípulos foram para a Galiléia, para a montanha que Jesus lhes tinha designado. Quando o viram, adoraram-no; entretanto, alguns hesitavam ainda. Mas Jesus, aproximando-se, lhes disse: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo.
 
Ó Senhor, ressuscitado do sepulcro, rompeste os grilhões do inferno, eliminaste o poder da morte, salvando todos dos laços do inimigo; e quando apareceste a teus discípulos, os enviaste a evangelizar e, através deles, deste tua paz ao mundo, tu que és o Único Misericordioso.



Divina Liturgia

Anunciação - Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”.


Tropário da Ressurreição - 6º tom:
As potestades angélicas apareceram no Teu venerado Sepulcro, e os guardas ficaram como mortos, e Maria colocou--se junto do Sepulcro, procurando o Teu puríssimo Corpo. Entretanto, subjugaste o inferno, sem ser tentado por ele, e encontraste a Virgem, revelando a vida, Senhor, que ressuscitaste dos mortos, glória a Ti!

Tropário da Festa - 3º tom:
Batizando-te no Rio Jordão, ó Senhor, manifestou-se a adoração à Trindade. A voz do Pai, porém, testemunhou, chamando-Te «Filho amado», e o Espírito Santo, aparecendo em forma de pomba, confirmou a exatidão desta palavra. Ó Cristo Deus que vieste e iluminaste o mundo, Senhor, glória a Ti!

Kondakion da Festa:
Salva, Senhor, o teu povo e abençoa a tua herança! A ti Senhor, eu clamo, Deus meu, presta ouvidos aos meus rogos.

Kondakion – 6º tom:
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo.
Levantando com sua vivificante mão todos os mortos dos vales tenebrosos, Cristo Deus, Doador da vida, quis conceder a Ressurreição ao gênero humano; pois Ele é o Salvador, a Ressurreição, a Vida e o Deus de todos.

Theotokion – 6º tom:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Clamando com a tua bendita Mãe, voluntariamente, viste padecer, irradiando na cruz, desejaste encontrar Adão, dizendo aos anjos: Alegrem-se comigo, porque foi encontrado o dracma perdido, Deus nosso, que com sabedoria tudo consolidaste, glória a Ti!

Prokimenon:
Salva, Senhor, o teu povo e abençoa a tua herança. (Sl 28, 9)
Clamo a Ti, Senhor, meu rochedo presta ouvido aos meus rogos. (Sl 28, 1)

Epístola                                                                                              Ef. 4, 7-13
Leitura da Epistola do Apóstolo São Paulo aos Efésios.

Irmãos, a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo. Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, E deu dons aos homens. Ora, isto-ele subiu-que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas. E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.

Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Quem habita ao abrigo do Altíssimo e vive à sombra do Senhor Onipotente.
(Sl 91, 1)
Aleluia, aleluia, aleluia!
Diz ao Senhor, sois meu refúgio e proteção sois o meu Deus no qual confio inteiramente.
(Sl 91, 2).
Aleluia, aleluia, aleluia!

Evangelho                                                                              Mt. 4, 12-17
Evangelho de Nosso Senhor Jesus  Cristo, segundo o Evangelista São Mateus.

Naquele tempo, quando soube que João tinha sido preso, Jesus retirou-se para a Galiléia. Deixou Nazaré, e foi morar em Cafarnaúm, às margens do mar da Galiléia, no território de Zabulon e Neftali, para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: «Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região além do Jordão, Galiléia entregue às nações pagãs! O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; e uma luz brilhou para os que viviam na região sombria da morte.» Daí em diante, Jesus começou a anunciar: «Convertei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo».

Kinonikon:
Manifestou-se a Graça de Deus que a todos salva!
Aleluia, aleluia, aleluia!

Sinaxe

São Paulo escreve à Comunidade de Éfeso, instruindo-a que a Igreja se edifica pela variedade dos dons e pela participação de cada fiel na vitalidade do único Corpo de Cristo. Tais dons são recebidos no Batismo e colocados ao serviço de toda a Igreja. Põe em relevo a origem única e generosa do dom concedido a cada um. É uma afirmação da fé em Cristo, Principio e Fim de tudo.

A Fonte dos dons eclesiais é o Cristo Glorioso, O que está sentado à direita do Pai. Esclarece depois a função e o objetivo dos dons que se concretizam nos ministérios. O objetivo essencial das diversas funções é favorecer o Corpo de Cristo na Unidade e na Caridade.

No Domingo após a Epifania do Senhor, tendo celebrado o seu santo Batismo, o evangelista Mateus nos narra os episódios que sucederam o período de quarenta dias no deserto:


«Em seguida o Espírito impeliu Jesus para o deserto. Jesus ficou no deserto durante quarenta dias, e ai era tentado por Satanás. Jesus vivia entre os animais selvagens e os anjos O serviam.» (Mc 1, 12-13).

O Senhor, após seu Batismo no Rio Jordão, é guiado pelo Espírito ao deserto e lá confronta-se com as provações. Jesus venceu todas as tentações.

O início de sua pregação aconteceu após a prisão de João, o Precursor, daquele que veio preparar sua vinda.

«Depois que João Batista foi preso, Jesus voltou para a Galiléia, pregando a Boa Notícia de Deus: 'O tempo já se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo: convertam-se e creiam no Evangelho.» (Mc 1, 14-15)

E começa dizendo que o tempo da espera tinha chegado ao fim: "o tempo já se cumpriu". João Batista anunciava por sua pregação o caminho de preparação para a vinda do Messias. Jesus, porém, não anunciou sua chegada, mas que o Reino de Deus já estava no meio deles. Sua pregação não era em torno de sua própria Pessoa. Ele não chamava atenção sobre Si mesmo; mas anunciava que o tempo da libertação definitiva já havia chegado.

A breve mensagem de Jesus soava como a do Batista. Só que Jesus a personificou e, o arrependimento que pedia era para receber o Evangelho. O Reino de Deus se fez, portanto, presente e atuante na pessoa de Jesus. Como o Batista, Jesus também exigia conversão: "convertam-se". Mas não era mais uma conversão na expectativa da vinda do Filho de Deus. A conversão acontecia porque o Senhor do Céu e da Terra, o Filho Unigênito de Deus já estava entre os homens.

A missão do Senhor, portanto, teve inicio após estes dois grandes acontecimentos: o Batismo e o tempo de oração no deserto. Das águas vivificantes do Jordão e da aridez do deserto nasceram o impulso do anúncio do Reino de Deus.

Assim como o Batismo do Senhor O levou à Missão Evangelizadora, também nosso Batismo deve frutificar em momentos de graça. O Batismo nos convida à oração e à meditação; nos convida ao deserto onde podemos fazer a experiência do encontro pessoal com Deus. Depois, iluminados e revestidos da Graça, poderemos partir para a missão e pregar «aquilo que vimos, ouvimos e sentimos». (São Paulo).

Após a Epifania, os evangelhos não mencionam mais nenhum batismo até a Ressurreição do Senhor, quando os discípulos receberam d'Ele a ordem de batizar a todos.

O acontecimento no Jordão e o início de sua pregação na Galiléia revestem-se de especial relevância, bem maior que a de simples dados biográficos ou históricos. Eles revelam de fato, quem é Jesus na História da Salvação. Tanto nos Evangelhos como nos Atos dos Apóstolos, o Batismo do Senhor é visto como ponto de partida do Mistério da Salvação e da Redenção do mundo.

Para São Clemente de Alexandria (+215) «O Batismo é iluminação, regeneração, banho e, através dele, nos tornamos filhos de Deus, recebendo a imortalidade.» Deus nos fez para a vida e não para a morte. Deus nos fez para a Luz e não para as trevas. Uma vez iluminados e viventes, nosso compromisso é nos conformar gradativamente a Cristo, vivendo sob a luz de seus ensinamentos: amando, perdoando e proclamando sem cessar a todos a Boa-Nova da Salvação que Ele nos trouxe.

Santo Irineu ( +202) defendeu em seus escritos o batismo administrado às crianças e não somente aos adultos «para que a Graça Divina - diz ele - seja dada a todos desde cedo, para que sua missão comece igualmente cedo.»

FONTES:
GOEDERT, Valter. Teologia do Batismo. São Paulo - Ed. Paulinas - 1987
BALANCIN, Euclides Martins. Como ler o Evangelho de Marcos. São Paulo - Ed. Paulus - 2000
FABRIS, Rinaldo. Cartas de São Paulo - São Paulo. Ed. Loyola - 1996

11: S. Vitalis de Gaza


São Vitalis viveu em um monastério do Egito até seus 6o anos de idade. Mudou-se depois para Alexandria onde desenvolveu uma trabalho que lhe rendeu muitas acusações. Sua função, como oficial, era contar as prostitutas profissionais da cidade. Cobrava por seu trabalho como diarista. Ao final do dia, do que ganhava usava uma décima parte para se alimentar e distribuía tudo mais às prostitutas dizendo: “Toma isto, e te conserva pura esta noite” e, sob juramento, fazia-lhes prometer não revelar isso a ninguém. Enquanto crescia as acusações contra ele, os olhares de menosprezo vinham de todos os lados. Vitalis passava as noites orando por seus acusadores sem se preocupar em agradar os homens, mas somente a Deus.

Muitas das prostitutas com as quais tratava, ao ver sua vigília e ouvir sua oração permanente pela salvação delas, deixaram suas vidas de promiscuidade, algumas se casaram e outras dedicaram suas vidas à castidade. Uma vez, enquanto Vitális estava saindo daquele lugar, encontrou-se com um jovem que pretendia satisfazer seus prazeres. Este jovem, apesar de sua má conduta, reagiu violentamente face à presença do monge Vitális, reagiu com rancor dizendo: “Até onde seguirás praticando estas más ações, ó negociador de Cristo? O ancião lhe respondeu com benevolência: “Ó, miserável, receberás um golpe tão doloroso que toda Alexandria se reunirá a tua volta”. Pouco dias depois, Vitális adormeceu no Senhor enquanto estava em sua cela. Ninguém teria ficado sabendo de sua morte se não fosse o seguinte: Um dia, veio ao encontro do jovem libertino acima mencionado um escravo negro e lhe deu uma terrível bofetada, dizendo-lhe: “Isto te manda o monge Vitális”. Os gritos de dor do jovem reuniu muita gente em sua volta. Com muita dor, o jovem começou a gritar: “Ó servo de Deus, Vitális, eu pequei muito diante de Deus e de ti”. Algumas pessoas então se dirigiram à cela do estranho monge, encontrando-o prostrado sem movimento. Morreu em oração. Próximo dele encontraram escrito na terra: “Ó, alexandrinos, não julguem precipitadamente a ninguém, até a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo”. Ao ser divulgada esta notícia, as mulheres ex-prostitutas saíram com velas e mirra em direção à sua cela para embalsamarem seu corpo. Puderam então revelar a todos o que este homem de Deus havia feito por elas para que tivessem alcançado sua pureza, castidade e humildade.

Assim, pois, a vida deste justo nos mostra um martírio-testemunho de santos de Deus que nunca buscam a glória de si mesmos, mas a de Deus. Pelas orações de São Vitális, Senhor Jesus Cristo Nosso Deus, tem piedade de nós e salva-nos. Amém.

Tradução e publicação neste site com permissão de: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André



Folheto Dominical da Igreja Anunciação da Mãe de Deus


Responsável

Reverendo Ecônomo Padre Emanuel Sofoulis


Editoração e Diagramação

Antonio José


Atualização da Página na internet

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