08 março 2015

2° Domingo da Quaresma


PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa­ Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910 - Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 08 de março de 2015.
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2° Domingo da Quaresma ou
«São Gregório Palamás» ou «Das Santas Relíquias»

Domingo 5° antes da Páscoa

Memória de São Teofilactos, arcebispo de Nicomédia, confessor (†842-845).


Neste Segundo Domingo da Quaresma a Igreja nos recorda a glória do santo Arcebispo de Tessalônica, São Gregório Palamás que, com «bendita paixão» (como ele mesmo afirmava) venceu sobre aqueles que ridicularizavam a forma santa de orar de nossos ascetas Athonitas. E que hoje, não obstante, muitos dos que receberam a má influência de Barlaam o Calabrés, visitam o Monte Athos (e também a Rússia, como outros lugares hesicastas) em busca da verdadeira espiritualidade dos Santos Padres. Nosso Santo padre Gregório Palamás foi um dos maiores teólogos de nossa Igreja e nos desvelou o mistério das «Energias divinas» e da «Luz Incriada», temas já investigados por nosso santo padre Gregório de Nissa. Por isso, humildemente se pode afirmar: São Gregório Palamás é sinônimo de Ortodoxia.


Matinas

Tropário:
As potestades angélicas apareceram no Teu venerado Sepulcro, e os guardas ficaram como mortos, e Maria colocou--se junto do Sepulcro, procurando o Teu puríssimo Corpo. Entretanto, subjugaste o inferno, sem ser tentado por ele, e encontraste a Virgem, revelando a vida, Senhor, que ressuscitaste dos mortos, glória a Ti
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,

As potestades angélicas apareceram no Teu venerado Sepulcro, e os guardas ficaram como mortos, e Maria colocou--se junto do Sepulcro, procurando o Teu puríssimo Corpo. Entretanto, subjugaste o inferno, sem ser tentado por ele, e encontraste a Virgem, revelando a vida, Senhor, que ressuscitaste dos mortos, glória a Ti
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Ó Tu que chamaste Tua Mãe bendita e voluntariamente assumiste a paixão, brilhaste sobre a cruz para reencontrar Adão, dizendo aos Teus anjos: alegrai-vos comigo pois encontrei a dracma perdida. Ó nosso Deus, que com sabedoria ordenaste todas as coisas, glória a Ti.

Katisma:
O sepulcro está aberto, o inferno se lamenta e Maria exclama aos apóstolos prostrados: "Saí, operários da vinha, proclamai a nova da ressurreição. O Senhor ressuscitou e deu ao mundo a grande misericórdia."
Glória ao Pai, Filho e Espírito Santo.

Ao lado de Teu sepulcro, Senhor, Maria Madalena chora e se lamenta: Ela Te fala e, pensando que eras o jardineiro, e diz: "Onde colocaste a vida eterna? Onde colocaste aquele que se assenta sobre o trono dos querubins?" E quando ela viu os guardas gelados, cairem como mortos, exclamou: "Dai-me o meu Senhor, ou então clamai comigo: glória a Ti que desceste até os mortos, glória a Ti que ressuscitaste dos mortos."
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos.

Theotokion:
Ó Mãe de Deus, Gedeão anuncia tua concepção e profetiza teu parto. Porque o verbo do Pai desceu ao teu seio como a chuva na lã das ovelhas e tu, ó santa terra, e cheia de graça fizeste germinar para nós, sem semente, este fruto, a salvação do mundo, o Cristo nosso Deus.

Ypakoí:
Por Tua morte voluntária e vivificante, ó Cristo,/ Tu como Deus, partiste em pedaços os portões do Hades,// abrindo-nos o Paraíso do passado e por ressuscitar dentre os mortos Tu libertaste nossas vidas da corrupção.

Antífona:
Eu elevo meus olhos aos céus em direção a Ti, ó verbo de Deus. Tem misericórdia de mim, a fim de que eu viva para Ti. Ó Verbo, tem piedade de nós, Teus servos, que fomos desprezados, e faze de nós, ó Verbo, Teus instrumentos úteis.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
O Espírito Santo é a fonte e a salvação de todos; por isto, se ele quiser, com o seu sopro une o homem a todas as coisas terrestres, dá-lhes asas, o eleva e o coloca nas alturas.

Prokimenon:
Senhor, revela Teu poder, e vem a nós para nos salvar. (2 vezes).

Stichos:
Escuta, pastor do povo; Senhor, revela Teu poder, e vem a nós para nos salvar (repete a primeira).

Evangelho:                                                                                                                                     Lc 24,36-53
Evangelho de Nosso Senhor Jesus  Cristo, segundo o Evangelista São Lucas.

Naquele tempo, falando eles destas coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles, e disse-lhes: Paz seja convosco. E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito. E ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que sobem tais pensamentos aos vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. E, dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, não o crendo eles ainda por causa da alegria, e estando maravilhados, disse-lhes: Tendes aqui alguma coisa que comer? Então eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado, e um favo de mel; o que ele tomou, e comeu diante deles. E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos. Então abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras. E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos, e em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. E destas coisas sois vós testemunhas. E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. E levou-os fora, até betânia; e, levantando as suas mãos, os abençoou. E aconteceu que, abençoando-os ele, se apartou deles e foi elevado ao céu. E, adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para Jerusalém. E estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a Deus. Amém.

Kondakion:
De Tua direita, fonte de toda a vida, o doador da vida ressuscitou de todos os mortos do fundo das trevas.
O Cristo Deus deu a ressurreição ao gênero humano. Ele é o salvador, a ressurreição e a vida, Ele o Deus do universo.

Ikós:
Ó doador da vida, nós fiéis cantamos e adoramos Tua cruz e Tua sepultura.
Ó imortal, acorrentaste o inferno, ó Deus todo poderoso, ressuscitaste contigo todos os mortos e destruíste as portas do inferno.
Ó Senhor Deus, venceste o império da morte. Por isto os homens te glorificam com amor, a Ti, o ressuscitado que destruíste o poder do inimigo destruidor e elevaste todos os fiéis, libertando o mundo das setas da serpente e da sedução do inimigo Tu o único todo poderoso.
Cantemos com piedade a Tua ressurreição, pela qual Tu nos salvaste, ó Deus do universo.

Exapostilário:
Ó Salvador, quando ressuscitaste do túmulo Te mostraste aos Teus discípulos como homem comum, pois comeste com eles e os ensinaste o batismo da penitência, logo subiste ao Teu Pai celestial, prometendo enviar-lhes o Consolador; ó divino Senhor encarnado, glória a Ti.

Theotokion:
Ó Santa Virgem, o Deus de todos nos tomou o corpo humano do Teu puro sangue, e assim renovou a nossa corrupta natureza, conservando-Te da mesma forma como era antes do Seu nascimento. Por isso todos nós Te louvamos com fé e clamamos: “Alegra-Te, ó Senhora do mundo!”.
Laudes:
1º Tua cruz, Senhor, é a vida e ressurreição de Teu povo. Nela nós depositamos nossa esperança. A Ti ressuscitado, nós cantamos: Ó nosso Deus, tem piedade de nós.
2º Ó Senhor, Teu Sepulcro abriu o paraíso ao gênero humano. Resgatados da corrupção, a Ti ressuscitado, nós cantamos: Ó nosso Deus, tem piedade de nós.
3º Cantemos, ó Cristo, com o Pai e o Espírito Santo e Ele, o ressuscitado dos mortos. Clamemo-lhe: Tu és a nossa vida, Tu és a nossa ressurreição, tem piedade de nós!
4º Ao terceiro dia, Tu Te elevaste do Sepulcro como estava escrito, e ressuscitaste contigo os nossos ancestrais. Por isto o gênero humano Te glorifica e canta Tua ressurreição.
5º Grande e temível é o mistério da Tua ressurreição, Senhor! Como um esposo do tálamo, saíste do túmulo. Por Tua morte destruíste a morte, para libertar Adão. Os anjos exultam nos céus e os homens glorificam na Terra Tua misericórdia para conosco, ó amigo dos homens.
6º Juízes sem lei, onde estão os selos? Onde está o dinheiro que destes aos soldados? O tesouro não foi violado, mas o forte ressuscitou e vós permanecestes cobertos de vergonha, negando Cristo, o Senhor da glória. Ele que sofreu, foi condenado e que ressuscitou dos mortos; vinde e adoremo-Lo.
7º Como pagaram vossos despojos, a vós que selastes o túmulo e colocastes os guardas? O Rei saiu, mesmo estando as portas fechadas. Encontrai-vos com o morto ou adorai-O como Deus, cantando conosco: Glória, Senhor, à Tua cruz e à Tua ressurreição.
8º Senhor, as portadoras de aromas, chorando, chegaram ao Teu túmulo vivificante. Elas levaram perfumes para embalsamar o Teu corpo puríssimo. Mas elas encontraram um anjo luminoso sentado sobre a pedra.
E ele lhes falou nestes termos: “Porque chorais Aquele, cujo lado jorrou a vida para o mundo? Porque procurais entre o mortos, no Sepulcro, Aquele que é imortal? Ide logo e anunciai aos Seus discípulos Sua gloriosa ressurreição e alegrai o mundo inteiro”.
A nós também, ó Salvador, por Tua ressurreição, dá-nos a Luz e dá-nos o perdão e a Tua grande misericórdia.

Eothinon:
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Ó Cristo, és a verdadeira paz divina para os homens. Concede a Teus discípulos, após a Tua ressurreição, a Tua paz, mostrando-Te aos atemorizados que pensavam estarem vendo um espírito, as Tuas mãos e o Teu lado; continuando em dúvida, ao comer com eles, lhes lembraste as Tuas palavras, lhes abriste a capacidade de entender os livros sagrados e a promessa divina. Abençoando-os, subiste aos céus. Nós, como eles, Te adoramos, ó Senhor da glória.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus, em cujo seio se encarnou Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da maldição, destruindo a morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em qualquer tempo, e sempre o Seu louvor estará em minha boca (2 vezes).

Ó Senhor, ressuscitado do sepulcro, rompeste os grilhões do inferno, eliminaste o poder da morte, salvando todos dos laços do inimigo; e quando apareceste a teus discípulos, os enviaste a evangelizar e, através deles, deste tua paz ao mundo, tu que és o Único Misericordioso.



Divina Liturgia



Anunciação - Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”

Tropário da Ressurreição - tom:
As potestades angélicas apareceram no Teu venerado Sepulcro, e os guardas ficaram como mortos, e Maria colocou--se junto do Sepulcro, procurando o Teu puríssimo Corpo. Entretanto, subjugaste o inferno, sem ser tentado por ele, e encontraste a Virgem, revelando a vida, Senhor, que ressuscitaste dos mortos, glória a Ti

Tropário próprio Modo Plagal 4:
Luminar da Ortodoxia, pilar e doutor da Igreja, ornamento dos monges e campeão irrefutável dos teólogos, ó São Gregório taumaturgo, glória de Tessalônica e prega dor da Graça, roga sem cessar pela salvação de nossas almas!


Kondakion - 6º tom:
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Levantando com sua vivificante mão todos os mortos dos vales tenebrosos, Cristo Deus, Doador da vida, quis conceder a Ressurreição ao gênero humano; pois Ele é o Salvador, a Ressurreição, a Vida e o Deus de todos.

Theotokion - 6º tom:
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Clamando com a tua bendita Mãe, voluntariamente, viste padecer, irradiando na cruz, desejaste encontrar Adão, dizendo aos anjos: Alegrem-se comigo, porque foi encontrado o dracma perdido, Deus nosso, que com sabedoria tudo consolidaste, glória a Ti!

Kondakion Próprio:
Os Mártires de Cristo mortificaram pela temperança a rebelião das paixões e desejos abrasados; por causa disto receberam o dom de curar os doentes e de fazer milagres durante a vida e depois da morte. Que maravilha realmente prodigiosa: de ossos descarnados jorram as curas!
Glória, pois, ao nosso único Deus!

Kondakion Final:
Nós, teus servos, ó Mãe de Deus, te conferimos os lauréis da vitória, penhor de nossa gratidão, como a um general que combateu por nós e nos salvou de terríveis calamidades. E, como tens um poder invencível, livra-nos dos perigos de toda espécie para que te aclamemos: salve, Virgem e Esposa!

Prokimenon:
Salva, Senhor, o teu povo e abençoa a tua herança (Sl 28, 9).
Clamo a Ti, Senhor, meu rochedo presta ouvido aos meus rogos (Sl 28, 1).

Epístola                                                                                                                           Hb 1, 10-14; 2 ,1-3
Leitura da Epistola do Apóstolo São Paulo aos Hebreus.

Tu, Senhor, nas origens fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos. Eles desaparecerão, mas tu permaneces; envelhecerão todos como veste, e tu os dobrarás como a um manto, e serão como veste que se muda; mas tu permanecerás o mesmo, e teus anos jamais terminarão.» A qual dos anjos Deus disse alguma vez: «Sente-se à minha direita, até que eu coloque seus inimigos como estrado para seus pés?» Não são todos eles espíritos encarregados para um serviço, enviados para servir àqueles que deverão herdar a salvação? Por isso, devemos levar mais a sério a mensagem que ouvimos, se não quisermos perder o rumo. De fato, se a palavra transmitida por meio dos anjos se mostrou válida, e toda transgressão e desobediência recebeu um justo castigo, como poderemos nós escapar do castigo, se não dermos atenção a uma salvação tão grande? De fato, depois de ter sido promulgada no início pelo Senhor, essa mesma salvação foi confirmada no meio de nós por aqueles que a tinham ouvido. .

Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Quem habita ao abrigo do Altíssimo e vive à sombra do Senhor Onipotente (Sl 91, 1).
Aleluia, aleluia, aleluia!
Diz ao Senhor: sois meu refúgio e proteção, sois o meu Deus no qual confio inteiramente (Sl 91, 2).
Aleluia, aleluia, aleluia!

Evangelho                                                                                                                                       Mc 2, 1-12
Evangelho de Nosso Senhor Jesus  Cristo, segundo o Evangelista São Marcos.

Naquele tempo, Jesus entrou de novo na cidade de Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que Jesus estava em casa. E tanta gente se reuniu que não havia lugar nem na frente da casa. E Jesus anunciava a palavra. Levaram então um paralítico, carregado por quatro homens. Mas eles não conseguiam chegar até Jesus, por causa da multidão. Então fizeram um buraco no teto, bem em cima do lugar onde Jesus estava, e pela abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado. Vendo a que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: «Filho, os seus pecados estão perdoados.» Ora, alguns doutores da Lei estavam sentados, e começaram a pensar: «Por que este homem fala assim? Ele está blasfemando! Ninguém pode perdoar pecados, porque Deus tem poder para isso!» Jesus logo percebeu o que eles estavam pensando no seu íntimo, e disse: «Por que vocês pensam assim? O que é mais fácil dizer ao paralítico: ‘Os seus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levante-se, pegue a sua cama e ande?’ Pois bem, para que vocês saibam que o Filho do Homem tem poder na terra para perdoar pecados, - disse Jesus ao paralítico - eu ordeno a você: Levante-se, pegue a sua cama e para casa.» O paralítico então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E todos ficaram muito admirados e louvaram a Deus dizendo: «Nunca vimos uma coisa assim!»

Hirmos:
Ó cheia de graça, em ti rejubila-se toda a Criação. A assembléia dos anjos e o gênero humano te glorificam, ó templo santificado, paraíso espiritual e glória das virgens, na qual Deus se encarnou e da qual tornou-se Filho Aquele que é nosso Deus antes dos séculos. Porque fez de teu seio um trono e as tuas entranhas, mais vastas do que os céus. Ó cheia de graça, em ti rejubila-se toda a Criação e te glorifica!


Sinaxe


A veneração às relíquias de santos cristãos teve inicio no culto aos mártires do inicio do cristianismo que eram vistos como símbolo do sofrimento, da morte e da vitória do Cristo. No santo mártir, a por Cristo ganhava forma; era uma realidade próxima, possível de ser imitada. Por isso restos dos corpos desses mártires e objetos que lhes pertenciam eram venerados com respeito e devoção pelos cristãos da Igreja perseguida, pois, não negando a no Ressuscitado, derramaram seu sangue por Ele, O testemunhavam com sua vida.
Após o Edito de Milão, quando a Igreja deixou de ser perseguida, essas relíquias dos primeiros santos mártires eram colocadas em altares para veneração. Tempos depois as relíquias eram incrustadas no Altar principal, onde se celebrava a Sagrada Liturgia.
O Altar é o símbolo do Cristo, Pedra Vida e Pedra Fundamental da Igreja . Da mesma forma que as relíquias estavam unidas ao Altar, o mártir estava unido ao Corpo Místico de Cristo de modo inseparável, pelo martírio e pela santidade de vida.
Na cerimônia Litúrgica de Consagração de uma nova Igreja ou de um novo Altar, as relíquias de um santo são colocadas naquela Igreja para veneração dos fiéis, lembrando também o primitivo costume da celebração eucarística nas catacumbas, na época da Igreja perseguida.
Neste Segundo Domingo da Quaresma, após venerarmos os santos Ícones, a Igreja do Oriente às santas relíquias, a mesma dignidade, honra, devoção e respeito. Os santos ícones unidos às santas relíquias são venerados pela Igreja pois são vistos pelos cristãos como testemunhas vivas da sua fé.
A devoção aos santos ícones e às santas relíquias são pois, um convite para que vivamos a Quaresma santificando nossa vida. Ela é vista como um estímulo, um convite insistente para que não esqueçamos de nossa vocação primeira: sermos santos como nosso Pai é Santo.
Encontramos relatos extraordinários de curas e milagres graças à intercessão de um santo cujas relíquias foram tocadas. As relíquias dos santos na Igreja são testemunhas do possível: a santidade nos é possível. Venerar relíquias de pessoas que viveram santamente a sua nos coragem e ânimo.
A Quaresma nos convida, através das santas relíquias, a trilharmos o caminho da caridade, do amor e do perdão. Hoje são veneradas as relíquias não de mártires mas de todos os que amaram a Cristo em sua vida cotidiana. Ser santo é viver sua de maneira simples mas verdadeira. A sinceridade de nossa vida rumo à santidade nos encaminha à perfeição. A perfeição de uma vida vivida na caridade, no desapego, na solidariedade e filantropia é causa de admiração e imitação.
Muitos são os que viajam para lugares distantes para ver e, se possível, tocar as relíquias em algum lugar sagrado. As peregrinações a estes lugares são registradas desde o inicio do cristianismo, principalmente em Jerusalém.
Nós fiéis acreditamos que ao venerarmos estas relíquias estamos testemunhando a presença do Cristo na história dos homens e mulheres simples. O santo arrasta atrás de si milhares de pessoas, e em alguns casos, não após a morte, mas durante sua vida.
O Evangelho de Marcos, nos confirma este pensamento: onde Jesus estava, as pessoas recorriam a Ele. Numa atitude incomum, destelhando o lugar onde se encontrava Nosso Senhor, as pessoas fizeram chegar a Ele um paralítico. Alguns poderiam pensar que tal gesto beirasse ao vandalismo, outras poderiam argumentar que a capacidade das pessoas concretizarem seus objetivos, às vezes as leva às cenas pitorescas, como esta. De qualquer forma, o interessante é que Jesus não repreendeu as pessoas por destelharem a casa, ou as elogiou pela sua determinação em ali chegar. Jesus surpreende a todos manifestando a misericórdia de Deus, perdoando os pecados daquele paralítico, causando espanto a todos. Como se uma coisa estivesse de fato associada à outra, comunica ao paralítico primeiramente o perdão de seus pecados e liberta-o em seguida do mal que mantém paralisado o seu corpo: «Levanta-te, toma teu leito e vai para casa!» Logo após a purificação da alma, o Senhor purifica o corpo dos males físicos, curando-o.
Esta passagem nos faz refletir sobre o "pecado". Se na época de Jesus, a noção de pecado era distorcida, no mundo de hoje padecemos de uma generalizada e progressiva banalização da mesma. Do "tudo é pecado" ao "nada é pecado". Quando pensamos que "nada" é pecado nos privamos da experiência da misericórdia divina. Como sentir o perdão de Deus se nada achamos em nós que precise ser perdoado? Como dar perdão aos que nos ofendem, se não sabemos o que é ser perdoado?
Quem acredita não ter pecado, afasta a possibilidade da presença de Deus em sua vida. Os santos homens, ao atingirem um grau quase perfeito em sua vida espiritual, achavam-se pecadores e indignos. Por que então poderíamos nós pensar diferente?
Este Segundo Domingo da Quaresma nos convida, pois, ao sacramento do Perdão. A Igreja, sinal e sacramento do Perdão Divino, é lugar de conversão e perdão fraterno. Também é portadora da mensagem do perdão que o Pai misericordioso quer estender a todos os filhos e filhas para tê-los sempre próximos. E todos nós, tornados seus membros pelo batismo, somos chamados a assumir, comunitária e individualmente, esta tarefa: ser mensageiros do sacramento da misericórdia divina, instrumentos do amor misericordioso que o Pai quer fazer chegar a cada um de nós, seus filhos e filhas.



São Teofilactos, arcebispo de Nicomédia, confessor († 845)

Ainda menino, Teofilactos mudou-se da Ásia para Constantinopla onde conheceu São Tarásios que o por ele se afeiçoou e lhe deu uma boa formação. Observando que o jovem sentia-se chamado à vida religiosa, enviou a outro de seus discípulos, Miguel, o confessor, que acabara de fundar um Monastério junto ao Bósforo. Alguns anos mais tarde, depois de seus dois discípulos haverem suportado difíceis provas, São Tarásios os elevou à dignidade episcopal: Teofilactos recebeu a sede de Nicomédia e Miguel à sede de Sínada. Quando Leão V empreendeu nova guerra contra as imagens sagradas,
São Nicéforo, sucessor de São Tarásios na sede de Constantinopla, convocou um Concilio para proteger a doutrina católica contra as heresias iconoclastas do imperador. São Teofilactos, juntamente com outros teólogos de renomado saber, defenderam com eloqüência o ponto de vista da Igreja, mas o imperador permanecia irredutível em suas posições. Quando todos já haviam falado, fez-se uma ligeira pausa na sala conciliar interrompida por São Teofilactos que proferiu a seguinte profecia: «Já sei que fazes pouco caso da imensa paciência de Deus! Pois bem, eu te predigo: calamidades e mortes virão cair sobre ti como um furacão, não restando ninguém que te possa defender». Furioso ao ouvir aquelas palavras, o imperador desterrou a todos os padres conciliares e encarcerou São Teofilactos em uma fortaleza em Caria, onde morreu trinta anos depois. Sua profecia, porém, se cumpriu à risca. No dia da Natividade do ano 820, estando o imperador em sua capela privada, conspiradores caíram sobre ele e o assassinaram, antes que seus servidores o socorressem. Contam-se maravilhas sobre a grande liberalidade deste santo, de sua generosidade para com os pobres, da ajuda que prestava às viúvas, órfãos e doentes mentais, de sua predileção pelos cegos e enfermos em geral. Para estes e para os peregrinos, São Teofilactos fundou muitos hospitais.
Tradução e publicação neste site
com permissão de www.ortodoxia.org
Trad.: Pe. Pavlos Tamanini


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