01 julho 2016

«2º Domingo de Mateus»




PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA

Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910 - Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 03 de julho de 2016.
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«2º Domingo de Mateus»

 (2º depois de Pentecostes - Modo 1)

Memória de Santo Anatólio,
Patriarca de Constantinopla († 458)

MATINAS

Apolitikion (Tropário) – Modo 1 - (1º tom):
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu que És o único filantropo.
Glória ao Pai †, ao Filho e ao Espírito Santo,

Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu que És o único filantropo.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Gabriel te trouxe a notícia da salvação. Ó Virgem, e, em nome do Senhor de todas as coisas a saudou, ao escutar sua voz, o Senhor de todos se encarnou em Ti, Ó Santa Nave, com proclamou o Justo Davi; e apareceste mais ampla que os céus carregando o teu Criador. Glória ao que habitou em ti! Glória ao que veio nascer por meio de ti! Glória aquele que nos libertou ao nascer de ti!

Katisma – Modo 1 - (1º tom):
1ª Katisma:
Oh Salvador, os saldados que guardavam Teu Sepulcro, quedaram como mortos, pelo resplendor do Anjo que anunciou às mulheres Tua Ressurreição. Te glorificamos a Ti, que acabaste com a corrupção; prosternamo-nos ante a Ti, oh Ressuscitado do sepulcro, oh único Deus nosso.
Glória ao Pai †, ao Filho e ao Espírito Santo.

Oh piedoso, foste cravado sobre a Cruz por Tua vontade e foste colocado no Sepulcro como morto, oh Doador da Vida, Tu que destruíste a morte com Tua morte. Oh Poderoso ante Ti abalaram-se os guardiões do Hades, quando ressuscitaste os mortos com Tua Ressurreição, Oh Único Amante da humanidade.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
 
Theotokion:
Todos nós te conhecemos como Mãe de Deus, e que depois de Teu parto permaneceste verdadeiramente Virgem. Nós refugiamos com amor em Tua Bondade, porque a Temos, nós os pecadores, com amor em Tua Bondade, porque a temos, nós pecadores, como intercessora e salvadora, nas tentações, oh Imaculada.

2ª Katisma:
As mulheres que vieram muito cedo ao Teu Sepulcro, ao verem a imagem angelical tremeram; ao surgir a Vida do Sepulcro, quebraram assombrados; por isso se dirigiram aos Teus Discípulos para anunciar-lhes Tua Ressurreição, dizendo: Cristo submeteu o Hades, porque és o Único Onipotente; e junto com Ele, Ressuscitou a todos os mortos; e com a força de sua Santa Cruz dissolveu o temor do juízo.
Glória ao Pai †, ao Filho e ao Espirito Santo.

Oh Vida de todos, foste cravado na Cruz, e contado entre os mortos, oh Senhor Imortal; ressuscitaste ao terceiro dia, oh Salvador, e liberaste a Adão da corrupção. Por isso os coros angelicais exclamaram, oh Doador da Vida: Glória à Tua Paixão, oh Cristo! Glória a Tua Ressureição! Glória a Tua Condescendência, oh Único Amante da humanidade!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Theotokion:
Oh Maria, Venerável Morada do Senhor, levanta-nos a nós os caídos no fundo da desesperação, da tristeza e do pecado, porque que deste como salvação dos pecadores, apoio e poderosa intercessora que salvas teus servos.

Ypakoí – Modo 1 - (1º tom):
Obediência:
O arrependimento do ladrão obteve o Paraíso e as lágrimas das Mirróforas anunciaram com alegria que Tu ressuscitaste, oh Cristo Deus dando ao mundo a grande misericórdia.

Anabtmo:
1ª Antífona:
Oh Senhor, a Ti clamo em meus sofrimentos, escuta em minha dor.
O desejo divino toca sempre aos habitantes do deserto, por seu distanciamento do mundo mal.
Glória ao Pai †, ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

A glória e a honra são dignos do Espírito Santo com do Pai e do Filho, por isso louvamos a Trindade, dona do único poder.

2ª Antífona:
Deus meu, quando me elevas à montanha de Tua leis, ilumina-me e faz-me brilhar com as virtudes para louvar-te.
Oh Verbo, sustenta-me com Tua destra, conserva-me e protege-me, para que não me queime no fogo do pecado.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Toda a criação se renova com o Espírito Santo e volta ao seu primeiro estágio, porque Ele é igual ao Pai e ao Filho em poder.

3ª Antífona:
Minha alma se alegrou com os que me disseram vamos à “casa de Deus”, e meu coração se encheu de alegria.
Grande temor há na casa de Davi, donde estão colocados os tronos para julgar a todas as tribos e as línguas de terra.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
O oferecimento da glória, o poder, a honra e a adoração são devidos ao Espírito Santo, igual ao Pai e ao Filho, porque a Trindade é única em sua natureza e não é suas Pessoas.

Prokimenon:
Agora eu me levanto, diz o Senhor, realizo a salvação e a proclamo. (2 x).

Stichos:
A Palavra de Deus é palavra pura.
Agora eu me levanto, diz o Senhor, realizo a salvação e a proclamo.

Kondakion – Modo 1 - (1º tom):
Na Tua glória, ressuscitaste do túmulo, porque és Deus; o mundo ressuscita contigo e os homens Te celebram como Deus; a morte desaparece, Senhor; Adão, livre dos entraves, se rejubila; Eva, na sua alegria clama: "Ó Cristo, dá a Tua ressurreição aos homens".

Ikós:
Cantemos o ressuscitado do terceiro dia o Deus Todo-Poderoso, aquele que destrói as portas do inferno e eleva o túmulo os santos, seus fiéis! Benevolentemente,

Ele apareceu as santas mulheres, dizendo: "Alegrai-vos", e revelou a alegria aos apóstolos, Ele é o único doador da vida.
As mulheres clamavam, anunciando aos discípulos a boa nova, os sinais da vitória. O inferno geme, a morte se lamenta e o universo se rejubila. Ó Cristo, toda criação se alegra, pois, Tu deste a todos a ressurreição.

Evangelho:                                                                                       Mc 16,1-8
Evangelho de Nosso Senhor Jesus † Cristo, segundo o Evangelista São Marcos:

Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para ungir Jesus. E no primeiro dia da semana, foram muito cedo ao sepulcro, mal o sol havia despontado. E diziam entre si: Quem nos há de remover a pedra da entrada do sepulcro? Levantando os olhos, elas viram removida a pedra, que era muito grande. Entrando no sepulcro, viram, sentado do lado direito, um jovem, vestido de roupas brancas, e assustaram-se. Ele lhes falou: Não tenhais medo. Buscais Jesus de Nazaré, que foi crucificado. Ele ressuscitou, já não está aqui. Eis o lugar onde o depositaram. Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vos precede na Galiléia. Lá o vereis como vos disse. Elas saíram do sepulcro e fugiram trêmulas e amedrontadas. E a ninguém disseram coisa alguma por causa do medo.

Exapostilário – 2º:
As portadoras de mirra quando viram a pedra removida e um jovem sentado no túmulo, se alegraram ao ouvi-lo dizer: “O Cristo ressuscitou; ide, pois, dizer a seus discípulos e a Pedro para irem ao monte da Galiléia, pois, lá, Ele apascentará a todos os seus amados como prometera”.

Theotokion – 2º:
Um anjo de paz apareceu à Virgem antes de ficar grávida de Ti, ó Cristo. Também um anjo removeu a pedra do túmulo. O primeiro anunciou a indescritível alegria em troca da tristeza.
O segundo anunciou aos Teus eleitos e às mulheres a Tua ressurreição dentre os mortos, louvando-Te, ó doador da vida.

Laudes - Modo 1 - (1º tom):
1 – Esta glória será para todos os Justos.
Oh Cristo, louvamos Tua paixão salvadora e glorificamos Tua ressurreição.

2 – Louvai a Deus em seu santuário, louvai na magnificência de seu firmamento!
Tu que suportaste a crucificação, aniquilaste a morte, e ressuscitaste dentre nos mortos, salva nossa vida, oh Senhor, porque és o único Todo poderoso.

3 – Louvai por suas proezas, louvai conforme Sua imensa grandeza!
Oh Cristo, Tu que esvaziaste o Hades, ressuscitaste o homem com Tua ressurreição, faz-nos dignos de louvar-Te e glorificar-Te com um coração limpo.

4 – Louvai ao som da trombeta, louvai com saltério e a harpa!
Oh Cristo, te louvamos glorificando Tua humildade digna de Deus; a Ti, que nasceste da Virgem e não te separaste do regaço do Pai, que

5 – Louvai com pandeiro e a dança; louvai com cordas e flautas!
Quando foste cravado sobre a Cruz, morreu a força do inimigo e, por temor a Ti a criação temeu e com Teu poder quedou vazio o Hades, levantaste os mortos dos sepulcros abriste o paraíso ao ladrão. Oh Cristo nosso Deus, glória a Ti!

6 – Louvai com címbalos retumbantes; louvai com címbalos de júbilo. Tudo que respira louve ao Senhor!
As veneráveis mulheres correram com cuidado e lágrimas até Teu sepulcro; e quando o encontraram aberto, conheceram pelo anjo o novo milagre e correram a dizer aos Apóstolos: “O Senhor ressuscitou dando ao mundo a grande misericórdia”.

7 – Levanta-Te, Senhor meu e Deus meu, que tua mão se levante e não te esqueças para sempre de Teus pobres.
Oh Cristo Deus, nos prosternamos ante as feridas de Tua divina paixão e a grande celebração que nos últimos tempos culminou em Sion com a Tua Divina manifestação, porque, oh sol de justiça, iluminaste aos que estavam na obscuridade guiando-os até a Luz que não conhece ocaso. Oh Senhor, glória à Ti.

8 – Te confesso, Senhor, como todo meu coração e proclamo todos teus milagres.
Oh raça Judia que ama os soberbos, entende e tem cuidado. Donde estão os que entraram com Pilatos? Que digam seus guardas: Onde estão os selos do sepulcro? Onde foi Ele sepultado? Donde se vendeu quem não se vende? Como foi roubado o Tesouro? Porquê negam a ressurreição do Crucificado, blasfemando, oh judeus transgressores da Lei? Ele ressuscitou livre dentre os mortos e deu ao mundo a grande misericórdia.

Eothinon – 1º:
Glória ao Pai †, ao Filho e ao Espírito Santo.
As mulheres que estavam com Maria e levaram aromas ficaram satisfeitas por terem conseguido o seu desejo de ir ao Sepulcro; ficaram espantadas quando viram a pedra do túmulo rolar; um divino jovem acalmou a perturbação de suas almas, dizendo: “O Cristo Deus já ressuscitou e anunciai aos discípulos para irem a Galiléia, para vê-Lo ressuscitado, porque Ele, o Senhor, é o doador da vida”.

Theotokion:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus, em cujo seio se encarnou Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da maldição, destruindo a morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em qualquer tempo, e sempre o Seu louvor estará em minha boca (2 vezes).

Apolitikion (Tropário):
Hoje é a salvação do mundo. Louvemos Aquele que ressuscitou do túmulo, dando-nos origem a uma nova vida, porque anulou a morte com a Sua morte e nos concedeu a misericórdia de obter essa grande vitória.
 
Divina Liturgia
 
Anunciação - Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”
 
Apolitikion (Tropário) da Ressurreição - Modo 1 - (1º tom):
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu que És o único filantropo.

Kondakion – Modo 1 - (1º tom):
Glória ao Pai †, ao Filho e ao Espírito Santo.
Tu, sendo Deus, te levantaste do túmulo, e devolveste a vida ao mundo; a natureza humana, por isso te louva: a morte foi vencida, Adão se regozija, ó Mestre, e Eva, liberta agora das cadeias da morte, com alegria exclama: Tu, Cristo, és o que a todos dá a Ressurreição!

Theotokion – Modo 1 - (1º tom):
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Quando Gabriel te saudou, ó Virgem, dizendo: "alegra-te!" E com sua voz, o Salvador encarnou-se em ti, tabernáculo santo; e, como falava o Justo Davi: "veio do céu trazendo o Criador de tudo", glória Àquele que habita em ti, glória Àquele nascido de ti e que nos libertou!

Prokimenon:
Desça sobre nós, Senhor, a tua misericórdia conforme nossa esperança em Ti.
Exultai, ó justos, no Senhor, pois aos retos convém o louvor.
 
Epístola:                                                                                                       Rm 2,10-16
Leitura da Epístola do Apostolo São Paulo aos Romanos:

Irmãos, glória, honra e paz a todo o que faz o bem, primeiro ao judeu e depois ao grego. Porque, diante de Deus, não há distinção de pessoas. Todos os que sem a lei pecaram, sem aplicação da lei perecerão; e quantos pecaram sob o regime da lei, pela lei serão julgados. Porque diante de Deus não são justos os que ouvem a lei, mas serão tidos por justos os que praticam a lei. Os pagãos, que não têm a lei, fazendo naturalmente as coisas que são da lei, embora não tenham a lei, a si mesmos servem de lei; eles mostram que o objeto da lei está gravado nos seus corações, dando-lhes testemunho a sua consciência, bem como os seus raciocínios, com os quais se acusam ou se escusam mutuamente. Isso aparecerá claramente no dia em que, segundo o meu Evangelho, Deus julgar as ações secretas dos homens, por Jesus Cristo.

Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Deus assegura a minha vitória e me submete os meus adversários.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Salva maravilhosamente seu servo e usa de misericórdia com seu ungido.
Aleluia, aleluia, aleluia!

Evangelho                                                                                                      Mt 4,18-23
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Evangelista São Mateus:

Naquele tempo, caminhando Jesus ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos: Simão (chamado Pedro) e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. E disse-lhes: «Vinde após mim e vos farei pescadores de homens». Na mesma hora abandonaram suas redes e o seguiram. Passando adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam com seu pai Zebedeu consertando as redes. Chamou-os, e eles abandonaram a barca e seu pai e o seguiram. Jesus percorria toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, curando todas as doenças e enfermidades entre o povo.
Extraído do site ecclesia.com.br

SINAXE
 Pe. Paulo A. Tamanini

Após vivenciarmos as experiências de Pentecostes e celebrarmos, logo no domingo posterior, o “dia de todos os santos”, a Igreja do Oriente retoma São Mateus, iniciando os relatos sobre a vida de Jesus pelo "chamado" dos primeiros discípulos. O mesmo texto, podemos encontrar em Marcos e Lucas.

Para anunciar a Deus é preciso tê-lo conhecido. Para conhecer a Deus é necessário que ele se revele. No Novo Testamento, Deus se deixa revelar na pessoa do Filho e o Filho chama seus colaboradores para que Deus seja cada vez mais conhecido e amado por todos.

O chamado genuíno para esta missão é sempre uma iniciativa divina:
(Δεν με εδιαλε§ατε σεις, αλλα εγω σας εδιαλε§α)

“Não fostes vós que me escolhestes, mas eu que vos escolhi” (Jo 15,16).


O Mar da Galiléia

Cafarnaum, ficava às margens do Lago de Genesaré, também chamado Mar da Galiléia. É aí, entre os pescadores, que Jesus encontra seus primeiros colaboradores: Simão Pedro e André, Tiago e João. Dois pares de irmãos, sinal de que o Reino é lugar de fraternidade, comunhão e Família. Jesus escolhe trabalhadores dedicados. Eles eram pescadores e conheciam bem sua profissão: sabiam das responsabilidades e das dificuldades provindas deste árduo labor.

O pescador é um homem do silêncio, da esperança e da perseverança. Quando sai para a pesca sua língua cessa para que os peixes não se assustem com o barulho das palavras. É um homem da esperança, pois aguarda sem afobação o momento certo para retirar as redes e coletar o fruto de seu trabalho. Às vezes espera toda uma noite, sem nada pescar, mesmo assim insiste em jogá-la de novo às águas. Por isso o pescador também é caracterizado como o homem da perseverança.

Tão acostumados com o seu trabalho, Jesus convida aqueles pescadores para inaugurar um outro tipo de pesca pois era preciso trabalhar para o Reino:

“Απο τωρα και εις θα πιανις αντρωπους”
Doravante serás pescador de homens. (Jo 5,10)

Nesta nova empreitada aquelas características tão próprias dos pescadores (o silêncio, a esperança e a perseverança) lhes serão de grande valia. O silêncio da oração e da meditação contínua, fará dos chamados, homens de esperança e de perseverança, mesmo quando a pesca parecer infrutífera.

Mas é necessário que também nós façamos nossa parte: entregar-se à oração e à meditação e pedir. A este propósito, São João Crisóstomo, ao comentar esta passagem do Evangelho, recorda: “Quando falta nossa cooperação, também a ajuda de Deus perde sua força” (Comentário ao Evangelho de São Mateus, n. 50).

Os chamados por Deus devem ter a fisionomia própria Daquele que chama, que não é objeto de mudanças: o semblante do Cristo Sacerdote, Profeta e Rei. Os homens desejam contemplar no sacerdote, o chamado por excelência a anunciar o Reino, o rosto de Cristo, aquele que é, “posto a favor dos homens no que se refere a Deus” (Hb 5,1).

Portanto, pelo convite que Deus nos fez, os chamados comprometem-se a manifestar a presença de Cristo, único e sumo Pastor, no meio do Rebanho que lhes foi confiado. Este rebanho é a Igreja que está presente em todas as partes, com rosto multiforme, mas que se une pela mesma Cabeça: O Cristo Sacerdote.

Os quatro primeiros chamados seguiram o Mestre e, com Ele, aprenderam a ser santos para, só depois, mergulhados na Graça, sair e pescar de um modo diferente, novo.


Galileia, terra de encontros... Jesus gasta tempo a olhar as pessoas e a compreendê-las. Quando chama para o seguirem Simão e André, Tiago e João, mostra-se humano não quebrando os laços da fraternidade; os primeiros discípulos são chamados dois a dois. Deixar as redes, a barca e sobretudo o pai é já tão exigente! A Galileia, símbolo dos indivíduos e dos povos introduzidos na luz de um homem que põe de pé. Jesus leva-os consigo através de um longo itinerário em que nenhum "impossível" é colocado a priori, nem sequer a passagem para o outro lado do mar.

«Vinde após mim.
Farei de vós pescadores de homens»

Vieram a ele como pescadores de peixes e tornaram-se pescadores de homens, como ele dissera: “Eis que agora envio caçadores de homens, e eles caçaram sobre todas as montanhas e todos os lugares elevados” (Jr 16,16). Se ele tivesse enviado sábios, diriam que tinham persuadido o povo e assim tinham ganho, ou que os tinham enganado e assim os agarraram. Se ele tivesse enviado ricos, diriam que eles tinham dominado do povo alimentando-o, ou que os tinham corrompido com dinheiro, e assim os tinham dominado. Se tivesse enviado homens fortes, teriam dito que eles os tinham seduzido pela força, ou ao contrário, pela violência.

Mas os apóstolos não tinham nada disso. O Senhor mostrá-lo-á a todos pelo exemplo de São Pedro. Ele era pusilânime, porque ele ficou aterrorizado à voz de um criado; era pobre, porque ele próprio não podia pagar a sua parte do imposto: “Não tenho ouro nem prata” (Ac 3,6; Mt 17, 24-27). Ele não tinha cultura pois, quando negou o Senhor, nem foi capaz de se defender pela astúcia.

Eles partiram, pois, estes pescadores de peixes, e alcançaram a vitória sobre os fortes, os ricos e os sábios. Grande milagre! Fracos como eram, atraíram, sem violência, os fortes à sua doutrina; pobres, ensinaram os ricos; ignorantes, fizeram os seus discípulos sábios e prudentes. A sabedoria do mundo deu lugar a esta sabedoria que é ela própria a sabedoria das sabedorias.
S. Efrem (306-373)
Comentário do Diatessaron

 «Deixando logo as redes, seguiram-No»

Poderíamos pensar […]: «Terão abandonado assim tanta coisa para seguirem o Senhor, estes dois pescadores que não tinham quase nada?» […] A verdade é que abandonaram muito, visto que renunciaram a tudo, por muito pouco que esse tudo fosse. Nós, pelo contrário, apegamo-nos ao que temos e procuramos avidamente o que não temos. Por isso, Pedro e André abandonaram muito quando renunciaram ao simples desejo de possuir; abandonaram muito porque, ao renunciarem aos seus bens, renunciaram igualmente ao que ambicionavam. […]

Assim, quando vemos que alguns renunciaram a grandes riquezas, não devemos pensar: «Gostaria muito de os imitar no seu desprezo por este mundo, mas não tenho nada para abandonar, não possuo nada.» Abandonais muito, meus irmãos, se renunciais aos desejos deste mundo. Com efeito, o Senhor contenta-Se com os nossos bens exteriores, por muito pequenos que sejam; pois é o coração que Ele tem em conta e não o valor das coisas: não Lhe interessa a quantidade de coisas que Lhe sacrificamos, mas o amor que acompanha a nossa oferenda.

Com efeito, pensando apenas nos bens exteriores, os nossos santos comerciantes pagaram a vida eterna, a vida dos anjos, com as suas redes e o seu barco. O Reino de Deus não tem preço e, por conseguinte, não te custa nem mais nem menos do que aquilo que possuis.
São Gregório Magno (c. 540-604)
Homilias sobre o Evangelho, n° 5

Extraído do site ecclesia.com.br

29 de Junho:

Santos Apóstolos Pedro e Paulo

 

O Apóstolo São Pedro era chamado, antes, Simão, o filho de Jonas, pescador de Betsaida na Galiléia, e irmão do Apóstolo Santo André, o «Primeiro Chamado», que foi quem o conduziu a Cristo. São Pedro era casado e tinha sua casa em Cafarnaúm. Chamado por nosso Salvador, Jesus Cristo, enquanto pescava no Lago de Genesaré (Mar de Tiberíades), sempre demonstrou uma especial devoção e determinação, pelo que se fez digno de uma especial abordagem do Senhor, como o Apóstolo Tiago (Jacó) e São João, o Teólogo. Espiritualmente forte e fervoroso, ele ocupou, na verdade, um lugar influente entre os apóstolos de Cristo. Foi o primeiro que confessou com determinação ao Senhor Jesus como o Cristo (Messias), e por isso foi digno de ser chamado «Pedra» (Pedro). Sobre esta fé firme como pedra de Pedro o Senhor prometeu edificar a Sua Igreja, contra a qual não prevalecerão as portas do inferno. O Apóstolo São Pedro lavou com lágrimas amargas de arrependimento a sua tríplice negação a seu Senhor, na véspera de Sua crucifixão. Consequentemente, logo após a sua Ressurreição, o Senhor novamente o reabilitou na dignidade de apóstolo, por três vezes, o número de suas negações, e lhe confiou o cuidado de seu rebanho de cordeiros e ovelhas.
 
Segundo a tradição, o apóstolo São Pedro chorava amargamente sempre ao amanhecer, ao ouvir o canto dos galos, lembrando-se de suas covardes negações para com o Cristo. O apóstolo Pedro foi o primeiro a contribuir para o fortalecimento e a divulgação da Igreja de Cristo após a descida do Espírito Santo, no dia de Pentecostes; ao pregar com determinação e firmeza diante de uma multidão de pessoas, promoveu a conversão de três mil almas para Cristo. Pouco depois curou a um paralítico de nascença; e na sua segunda pregação pública, levou a conversão e à fé em Cristo mais de cinco mil hebreus. A força espiritual que procedia do apóstolo Pedro era tão intensa, que «chegaram ao ponto de transportar doentes para as praças, em esteiras e camas, para que Pedro, ao passar, pelo menos a sua sombra cobrisse alguns deles, e todos eram curados». (At 5,15). O livro dos Atos dos Apóstolos, do primeiro ao décimo segundo capítulo, narra a sua atividade apostólica. Herodes Agripa I, neto de Herodes, o Grande, após o ano 42 d. C., restabeleceu as perseguições contra os cristãos, assassinando o Apóstolo São Tiago (Jacó), filho de Zebedeu e aprisionando o Apóstolo São Pedro. Os cristãos, ao serem informados sobre a sua prisão, oraram fervorosamente pelo Apóstolo Pedro. Durante a noite, um milagre aconteceu: um Anjo do Senhor apareceu na cela de Pedro, e as algemas que o prendiam se partiram caindo ao chão, e ele pode assim deixar a sua cela sem ser notado. Após esta milagrosa libertação o livro dos Atos o recorda mais uma vez ao narrar o Concílio dos Apóstolos. Outros testemunhos sobre ele foram conservados ela tradição da Igreja. Sabe-se que ele difundia o Evangelho às margens do Mar Mediterrâneo, em Antioquia (onde consagrou o bispo Evódio). O Apóstolo Pedro evangelizava na Ásia Menor aos judeus e prosélitos (pagãos convertidos ao judaísmo). Logo depois, no Egito, onde consagrou Marcos como o primeiro bispo da Igreja de Alexandria. Daí, seguiu para evangelizar a Grécia, Corinto, e depois Roma, Espanha, Cartagena e Bretanha. Segundo a tradição, o apóstolo Marcos escreveu seu Evangelho para os cristãos romanos baseado nas palavras do Apóstolo Pedro. Entre os livros do Novo Testamento existem duas Epístolas Católicas (universais) do Apóstolo Pedro. A primeira é dedicada aos estrangeiros da diáspora, no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bithynia, províncias da Ásia Menor. Esta carta tem a finalidade de fortalecer aos seus irmãos ante os surgimentos de conflitos internos nestas comunidades e perseguições por parte dos inimigos da Cruz de Cristo. Entre os cristãos surgiram também inimigos internos, os falsos mestres. Na ausência do Apóstolo Paulo começaram a perverter os seus ensinamentos sobre a liberdade cristã e a defender uma moral sem limites. A segunda Epístola Católica foi escrita para os cristãos da Ásia Menor. Nela o Apóstolo Pedro colocou ênfase especial em advertir aos fiéis sobre os falsos mestres libertinos. Estes falsos ensinamentos coincidem com aqueles que foram refutados pelo apóstolo Paulo em suas cartas a Timóteo e Tito, e também ao Apóstolo São Judas, em sua Epístola Católica. Os falsos ensinamentos dos hereges ameaçavam a moral e a fé cristãs. Naquela época, rapidamente se espalhou a heresia gnóstica que absorveu elementos do judaísmo, do cristianismo e de diversos ensinamentos pagãos. Esta Epístola foi escrita pouco antes do Apóstolo São Pedro ser martirizado: «Eu sei que em breve deverei deixar o meu templo (corpo), como nosso Senhor Jesus Cristo me revelou». No final de sua vida o apóstolo Pedro esteve novamente em Roma, onde foi martirizado no ano 67 d.C., sendo crucificado com a cabeça para baixo.
Tradução e publicação neste site
com permissão de www.ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

Extraído do site ecclesia.com.br

 

30 de Junho: Sinaxe dos Doze Apóstolos




Estes são os nomes dos doze Apóstolos: Primeiro Simão, chamado Pedro, e seu irmão André; Tiago e seu irmão João, filhos de Zebedeu; Felipe, e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeo, e Tadeu; Simão o zelote e Matias, que foi eleito para assumir o lugar de Judas Iscariotes, o que traiu Jesus.

Todos os discípulos de Jesus morreram como mártires, com exceção de dois: Judas e João. Judas Iscariotes (12º), que traiu Jesus e acabou se enforcando; João (4º), após ser exilado na ilha de Patmos, obteve a liberdade e morreu de morte natural; Matias, ficou no lugar de Judas Iscariotes e foi martirizado na Etiópia; Simão (11º), o zelote, foi crucificado; Tadeu (10º), morreu como mártir pregando o evangelho na Síria e na Pérsia; Tiago (9º), o mais jovem, pregou na Palestina e no Egito, sendo ali crucificado; Mateus (8º), morreu como mártir na Etiópia; Tomé (7º), pregou na Pérsia e na Índia, sendo martirizado perto de Madras no monte de São Tomé; Bartolomeu (6º), serviu como missionário na Armênia, sendo golpeado até a morte; Filipe (5º), pregou na Frigia e morreu como mártir em Hierápolis; André (2º), pregou na Grécia e Ásia Menor. Foi crucificado em Acácia pelo pro cônsul Eges. Foi amarrado para sofrer mais. Ele foi crucificado em forma de X (cruz decussada); Tiago (3º), o mais velho, pregou em Jerusalém e na Judéia. Foi decapitado por Herodes; Simão Pedro (1º), pregou entre os judeus até a Babilônia, esteve em Roma, onde foi crucificado com a cabeça para baixo. Considerado indigno de sofrer como Jesus; Paulo, que não era apóstolo oficialmente, foi considerado apóstolo dos gentios por causa da sua grande obra missionário nos países gentílicos. Foi decapitado em Roma por ordem de Nero.
Tradução e publicação neste site
com permissão de www.ortodoxia.org
Trad.: Pe. André
Extraído do site ecclesia.com.br

 03 de Julho: Santo Anatólio, Patriarca de Constantinopla

     São Flaviano morreu como consequência dos maus tratos que havia recebido na assembleia conciliar de Éfeso. Anatólio, que foi eleito para sucedê-lo na sede de Constantinopla, foi consagrado pelo monofisita Dióscoro de Alexandria. Santo Anatólio, que era de Alexandria, tinha se destacado durante o Concílio de Éfeso como adversário do nestorianismo. Pouco depois de sua consagração episcopal, Santo Anatólio reuniu um sínodo, em Constantinopla, no qual ratificou solenemente a carta dogmática («o Tomo»), que São Leão tinha enviado a São Flaviano, encaminhando uma cópia desta carta a cada um dos seus metropolitanos, bem como uma condenação à Nestório e Eutiques, para que as assinassem. Logo depois, comunicando-se com o Papa, de sua ortodoxia expressou seus protestos, e pediu-lhe que o confirmasse como o legítimo sucessor de Flaviano. São Leão concordou, não sem antes observar que o fazia mais por «misericórdia do que por justiça», uma vez que ele, Anatólio, havia aceitado a consagração episcopal das mãos do herege Dióscoro No ano seguinte, no grande Concílio de Calcedônia que definiu a doutrina ortodoxa contra o monofisismo e nestorianismo, Santo Anatólio desempenhou um papel de grande importância neste Concílio, morrendo no ano 458 d.C.
 Tradução e publicação neste site
com permissão de www.ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

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