16 maio 2015

Domingo do Cego


PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910 - Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 17 de maio de 2015.
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Domingo do Cego

6º Domingo da Páscoa - Modo Plagal 1

Memória dos Santos Andrônico e Junías
(dos 70 apóstolos)


Matinas

Tropário:
Nós, fiéis, louvemos e adoremos o Verbo igualado ao Pai e ao Espírito na eternidade, que nasceu da Virgem para nossa salvação, pois se dignou subir corporalmente à Cruz, suportar a morte e ressuscitar os mortos com sua gloriosa Ressurreição.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,

Nós, fiéis, louvemos e adoremos o Verbo igualado ao Pai e ao Espírito na eternidade, que nasceu da Virgem para nossa salvação, pois se dignou subir corporalmente à Cruz, suportar a morte e ressuscitar os mortos com sua gloriosa Ressurreição.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Alegra-Te! Porta invencível do Senhor.
Alegra-Te! Muralha de proteção dos que recorrem a Ti!
Alegra-Te! Porto sereno que não conheceu as núpcias. Ó Tu, que deste à luz segundo a carne ao Teu criador e Teu Deus, não cessai de interceder por aqueles que glorificam e veneram o Senhor que nasceu de Ti.

Katisma:
Louvemos a cruz do Senhor exaltemos, por nossos cantos, a Santa sepultura, glorifiquemos sua divina ressurreição. Porque Ele é Deus e fez sair com Ele os mortos, de seus túmulos, despojando a morte de seu império e o demêonto de seu poder e iluminou todos aqueles que estavam nos infernos.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.

Senhor, carregaste o nome de morto. Tu que destruíste a morte.
Foste depositado no sepulcro, Tu que esvaziaste os túmulos. Sobre a terra, os soldados guardavam Teu túmulo, abaixo da terra despertaste os que dormiam desde os séculos. Senhor todo poderoso, Senhor inconcebível.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos.

Theotokion:
Alegra-te, ó montanha santa que o Senhor transpôs! Alegra-te sarça ardente que não se consome. Alegra-te único ponto do mundo em direção a Deus que introduz os mortais na vida eterna! Alegra-te, ó puríssima, que, sem conhecer homem, deste à luz ao salvador do mundo.


Ypakoí:
Atônitas nas mentes com a visão do Anjo, e iluminadas nas almas por Tua divina Ressurreição, as portadoras de aromas proclamaram as boas novas para os Apóstolos: proclamai entre as nações a Ressurreição do Senhor, Que fez maravilhas convosco, e nos concedeu grande misericórdia.

Antífona (sl 119):
Ó meu Salvador, como Davi, eu canto a Ti: “Na minha aflição, livra minha alma da língua falsa”. Verdadeiramente, a vida dos habitantes do deserto é feliz, porque eles são conduzidos pela Tua divina paixão.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Pelo Espírito Santo, toda a criação visível e invisível é preservada, porque Ele é todo poderoso, e, verdadeiramente uma das três pessoas divinas.

Prokimenon (salmo 119):
Levanta-Te, Senhor Deus, que Tua destra se eleve, porque reinarás por todos os séculos. (2 vezes).

Stichos:
Eu confesso ao Senhor, de todo o meu coração (repete a primeira).

Evangelho:                                                                             Jo 20, 11-18
Evangelho de Nosso Senhor Jesus  Cristo, segundo o Evangelista São João.

Naquele tempo, Maria estava chorando fora, junto ao sepulcro. Estando ela, pois, chorando, abaixou-se para o sepulcro. E viu dois anjos vestidos de branco, assentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. E disseram-lhe eles: Mulher, por que choras? Ela lhes disse: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. E, tendo dito isto, voltou-se para trás, e viu Jesus em pé, mas não sabia que era Jesus. Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem buscas? Ela, cuidando que era o hortelão, disse-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, disse-lhe: Raboni, que quer dizer: Mestre. Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos que vira o Senhor, e que ele lhe dissera isto.

Kondakion:
Tu Te elevaste do túmulo e ressuscitaste dos mortos, elevaste Adão, Eva se rejubila em Tua ressurreição e as extremidades do mundo celebram teu despertar de entre os mortos, ó misericordiosissimo.

Ikós:
Despojaste os palácios dos infernos e ressuscitaste dos mortos, ó pacientíssimo, vieste ao encontro das merróforas e em lugar, da tristeza lhes trouxeste a alegria.
Aos apóstolos manifestaste os sinais de tua vitória, ó meu Salvador, que dás a vida, e iluminaste a criação, ó amigo do homem.
Eis porque o universo se rejubila pelo teu despertar de entre os mortos, ó misericordiosíssimo.

Exapostilário:
Quando Maria viu dois anjos dentro do túmulo, admirou-Se e não reconheceu Jesus; pensando ser Ele o jardineiro, perguntou-Lhe: “Senhor, aonde puseste o corpo de Cristo?”.
Quando Ele A chamou, reconheceu ser logo o Salvador e ouviu a Sua recomendação: “Não Me toques, porque Eu ainda vou a Meu Pai, mas diga o que viu aos Meus irmãos”.

Theotokion
Tu, que por nossa salvação, nasceste de uma virgem e padeceste a crucificação, ó boníssimo, por Tua morte despojaste a morte; Tu que és Deus, nos revelaste a ressurreição. Não desprezes aqueles que Tua mão criou e manifesta a Tua misericórdia, ó amigo do homem. Aceita as preces daquele, a quem deste a Luz e salva os desprezados, ó nosso Salvador.

Laudes
1º Senhor, compareceste perante o tribunal para ser julgado por Pilatos e não deixaste o trono em que Te assentas com o Pai. Ressuscitado dentre os mortos, libertaste o mundo da tirania do usurpador, porque és compassivo e filantropo.

2º Senhor, Te colocaram num Sepulcro como morto; os soldados Te guardavam como um Rei que dorme; como sobre o tesouro da vida, eles puseram selos. Mas Tu ressuscitaste e deste às nossas almas a grande misericórdia.

3º Senhor, Tu nos deste a cruz como uma arma contra o demônio; diante dela, ele treme de temor, sem poder suportar a Tua força, ela que ressuscita os mortos e destrói a morte. Nós adoramos a Ti (Tua Sepultura e Tua Ressurreição).

4º Senhor, Teu anjo, que pregou a Ressurreição, encheu os guardas de temor e se dirigiu às mulheres: porque procuravam o vivo entre os mortos? Ele ressuscitou e deu ao mundo a vida eterna e a grande misericórdia.

5º Tu, ó impassível, em Tua divindade, padeceste na cruz, aceitaste permanecer três dias no sepulcro para nos dar a imortalidade e conceder-nos a vida, por Tua ressurreição, ó Cristo, nosso Deus, amigo dos homens.

6º Eu adoro, eu glorifico, eu canto, ó Cristo, Tua ressurreição do túmulo. Por ela, Tu nos libertaste dos elos do inferno e Tu, que és Deus, deste ao mundo a vida eterna e a grande misericórdia.

7º Os sem lei guardavam Teu Sepulcro, que eles haviam selado, colocando guardas. Mas Tu, Deus Imortal e todo poderoso, ressuscitaste no terceiro dia.

8º Senhor, quando chegaste às portas do inferno e as quebraste, os cativos clamaram, dizendo: Quem é Aquele que as profundezas da Terra não podem conter, e que anulou a prisão da morte como se fosse uma simples tenda? Eu o acolhi como um mortal, e eu o temo como um Deus. Salvador, todo poderoso, tem piedade de nós.

Eothinon
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
As sentidas lágrimas de Maria Madalena não foram vertidas em vão. Veja como ela aprendeu dos anjos, ó Jesus, a olhar a Tua face; mas como ela era uma fraca mulher, estava pensando em coisas mundanas, foi impedida de tocar em Ti, ó Senhor, mas foi mandada a anunciar a Tua ressurreição aos Teus discípulos, declarando a Tua ascensão para a perpétua herança Paternal. Concede-nos, como foi a ela concedido, de ver o Teu aparecimento, ó Senhor Deus.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus, em cujo seio se encarnou Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da maldição, destruindo a morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em qualquer tempo, e sempre o Seu louvor estará em minha boca (2 vezes).



Euzina:
As quentes lágrimas de Maria não foram derramados em vão, pois foi digna de aprender dos anjos e de ver teu rosto, oh Jesus; mas sendo mulher débil, pensava nas coisas terrenas, pelo qual não lhes permitiste tocar-te, oh Cristo; enviaste a Teus discípulos a dar a boa nova de Tua Ressurreição anunciando a ascensão até a casa paterna. Faz-nos digno, juntos com ela, de Tua manifestação, oh Senhor Deus.

Ó Senhor, ressuscitado do sepulcro, rompeste os grilhões do inferno, eliminaste o poder da morte, salvando todos dos laços do inimigo; e quando apareceste a teus discípulos, os enviaste a evangelizar e, através deles, deste tua paz ao mundo, tu que és o Único Misericordioso.

Divina Liturgia

Anunciação - Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”

Tropário da Ressurreição – 5º tom:
Nós, fiéis, louvemos e adoremos o Verbo igualado ao Pai e ao Espírito na eternidade, que nasceu da Virgem para nossa salvação, pois se dignou subir corporalmente à Cruz, suportar a morte e ressuscitar os mortos com sua gloriosa Ressurreição.

Kondakion - 5º tom:
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Desceste ao Hades, ó Salvador meu, rompendo suas portas, Tu que és Todo-poderoso, levantaste contigo os mortos, ó Criador, destruíste, ó Cristo, o aguilhão da morte. e libertaste também Adão da maldição, Tu que amas a humanidade. Por isso, clamamos, Senhor, salva-nos!

Theotokion - 5º tom:
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Alegra-te, ó Mãe de Deus, porta do Senhor!
Alegra-te, amparo e proteção para os que te procuram!
Alegra-te, ó noiva, que em teu ventre geraste teu Criador e Deus!
Roga, sem cessar, por aqueles que glorificam O que nasceu de ti.


Kondakion do Cego:
Privado dos olhos da alma, recorro a Ti, ó Cristo, como o cego de nascimento, clamando com arrependimento:
«Tu és a luz resplandecente para os que estão nas trevas.»

Kondakion da Páscoa:
Tendo descido ao túmulo, ó imortal, Tu destruíste o poderio dos infernos e levantaste-te como vencedor, ó Cristo Deus, Tu, que disseste às mulheres miróforas: «Rejubilai!» e aos Apóstolos, dás a paz, Tu que ressuscitas aqueles que sucumbiram.

Prokimenon:
Tu, Senhor, nos guardarás e nos preservarás desta geração e para sempre.
Salva-me, Senhor, porque o justo desapareceu, porque a verdade se extinguiu entre os filhos dos homens.

Epístola                                                                                  At 16, 16-34
Leitura dos Atos dos Apóstolos.

Naqueles dias, quando nós, apóstolos, íamos para a oração, veio ao nosso encontro uma jovem escrava que tinha o espírito de Píton. Com suas adivinhações dava muito lucro aos patrões. Começou a seguir Paulo e a nós, gritando: «Estes homens são servos do Deus altíssimo e vos anunciam o caminho da salvação». Isto se repetiu por muitos dias. Enfim, aborrecido, Paulo voltou-se para ela e disse ao espírito: «Em nome de Jesus Cristo, ordeno-te sair desta moça.» No mesmo instante o espírito saiu. Vendo os patrões que assim desaparecera a esperança do lucro, agarraram Paulo e Silas e os levaram para o foro, perante as autoridades. Apresentaram-nos aos oficiais romanos, dizendo: «Estes homens espalham a desordem em nossa cidade porque, sendo judeus, pregam costumes que, a nós, romanos, não são permitidos aceitar nem praticar". Toda a multidão se insurgiu contra eles. Os oficiais mandaram arrancar-lhes as roupas e açoitá-los com varas. Depois de lhes terem feito muitas feridas, meteram-nos no cárcere, mandando ao carcereiro que os guardasse com segurança. Recebendo tal ordem, ele os meteu nos porões do cárcere e lhes prendeu os pés ao cepo. Por volta da meia-noite, Paulo e Silas, em oração, louvavam a Deus, e os presos prestavam atenção. De repente sentiu-se um terremoto tão grande que se abalaram até os fundamentos do cárcere. Imediatamente se abriram todas as portas e se soltaram os grilhões de todos. O carcereiro acordou e, vendo abertas as portas do cárcere, supôs que os presos haviam fugido. Tirou a espada e ia matar-se. Mas Paulo gritou em voz alta: «Não te faças nenhum mal, pois estamos todos aqui.» Então o carcereiro pediu uma lanterna, entrou no cárcere e se lançou trêmulo aos pés de Paulo e Silas. Depois os conduziu para fora e perguntou: «Senhores, o que devo fazer para me salvar?» Eles responderam: «Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua família». Anunciaram a palavra do Senhor a ele e a todos os de sua casa. E naquela hora da noite ele cuidou deles, lavou-lhes as feridas e, em seguida, foi batizado com todos os seus. Depois os fez subir à sua casa, pôs-lhes a mesa e se alegrou com toda a família por ter crido em Deus.

Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Eu cantarei eternamente as tuas misericórdias, Senhor; e anunciarei a tua verdade de geração em geração.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Porque disseste: «A misericórdia elevar-se-á como um edifício eterno», e nos céus a tua verdade será solidamente estabelecida.
Aleluia, aleluia, aleluia!

Evangelho                                                                                          Jo 4, 5-42
Evangelho de Nosso Senhor Jesus  Cristo, segundo o Evangelista São João.

Naquele tempo, Jesus ia passando, quando viu um cego de nascença. Os seus discípulos lhe perguntaram: Rabi, quem pecou para que ele nascesse cego, ele ou seus pais? Jesus respondeu: Nem ele, nem seus pais pecaram. Isso serve para que as obras de Deus se manifestem nele. É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia. Vem a noite, quando ninguém poderá trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo. Dito isso, cuspiu no chão, fez lama com a saliva e aplicou-a nos olhos do cego. Disse-lhe então: Vai lavar-te na piscina de Siloé (que quer dizer: Enviado). O cego foi, lavou-se e voltou enxergando. Os vizinhos e os que sempre viam o cego pedindo esmola diziam: Não é ele que ficava sentado pedindo esmola? Uns diziam: Sim, é ele. Outros afirmavam: não é ele, mas alguém parecido com ele. Ele, porém, dizia: Sou eu mesmo. Então lhe perguntaram: Como é que se abriram os teus olhos? Ele respondeu: O homem chamado Jesus fez lama, aplicou nos meus olhos e disse-me: Vai a Siloé e lava-te. Eu fui, lavei-me e comecei a ver. Perguntaram-lhe ainda: Onde ele está? Ele respondeu: Não sei. Então levaram aquele que tinha sido cego aos fariseus. Ora, foi num dia de sábado que Jesus tinha feito lama e aberto os olhos do cego. Por sua vez, os fariseus perguntaram ao homem como tinha recuperado a vista. Respondeu-lhes: Ele aplicou lama nos meus olhos, e eu fui lavar-me e agora vejo! Alguns dos fariseus disseram então: Esse homem não vem de Deus, pois não observa o sábado; outros, no entanto, diziam: Como pode um pecador fazer tais sinais? E havia divisão entre eles. Voltaram a interrogar o homem que antes era cego: E tu, que dizes daquele que te abriu os olhos? Ele respondeu: É um profeta. Os judeus não acreditaram que ele fora cego e que tinha começado a ver, até que chamassem os pais dele. Perguntaram-lhes: Este é o vosso filho que dizeis ter nascido cego? Como é que ele está enxergando agora? Os seus pais responderam: Sabemos que este é o nosso filho e que nasceu cego. Como está enxergando, isso não sabemos. E quem lhe abriu os olhos, também não o sabemos. Perguntai a ele: ele é maior de idade e pode falar sobre si mesmo. Seus pais disseram isso porque tinham medo dos judeus, pois estes já tinham decretado expulsar da sinagoga quem confessasse que Jesus era o Cristo. Foi por isso que os pais disseram: Ele é maior de idade, perguntai a ele. Os judeus, outra vez, chamaram o que tinha sido cego e disseram-lhe: Dá glória a Deus. Nós sabemos que esse homem é um pecador. Ele respondeu: Se é pecador, eu não sei. Só sei que eu era cego e agora vejo. Eles perguntaram: Que é que ele te fez? Como foi que ele te abriu os olhos? Ele respondeu: Eu já vos disse e não me escutastes. Por que quereis ouvir de novo? Acaso quereis tornar-vos discípulos dele? Os fariseus, então, começaram a insultá-lo, dizendo: Tu, sim, és discípulo dele. Nós somos discípulos de Moisés. Nós sabemos que Deus falou a Moisés; mas, esse, não sabemos de onde é. O homem respondeu-lhes: Isso é de admirar! Vós não sabeis de onde ele é? No entanto, ele abriu-me os olhos! Sabemos que Deus não ouve os pecadores, mas ouve aquele que é piedoso e faz a sua vontade. Jamais se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença. Se esse homem não fosse de Deus, não conseguiria fazer nada. Eles responderam-lhe: Tu nasceste todo no pecado e nos queres dar lição? E o expulsaram da sinagoga. Jesus ficou sabendo que o tinham expulsado. Quando o encontrou, perguntou-lhe: Crês no Filho do Homem? Ele respondeu: Quem é, Senhor, para que eu creia nele? Jesus disse: Tu o estás vendo; é aquele que está falando contigo. Ele exclamou: Eu creio, Senhor! E ajoelhou-se diante de Jesus.

Sinaxe

No Evangelho deste domingo, Jesus abre os olhos ao cego de nascença pelas águas de Silóe. Mas antes de pedir ao cego que lavasse seus olhos naquelas águas, Jesus tinha feito uma mistura de terra com sua própria saliva. O milagre estava iminente, uma vez que a receita usada pelo Senhor, isto é, a matéria (terra) e o espírito (saliva saída da boca do próprio Deus), proporcionam ao homem a possibilidade de uma nova criação, uma criação perfeita, por isso, sem defeitos.
Deus usa de nossa própria realidade para operar maravilhas.
Ele quer precisar de nossa história, nossas condições limitadas, nossas experiências, fazendo delas ingredientes necessários para revelar-se.
A luz é criada por Deus, conforme relata o Gênesis, para colocar ordem no Universo. Deus separa as trevas da luz e as nomeia Dia e Noite. Após ter feito a luz, cria o homem, a sua imagem e semelhança, sob a claridade da vida, para que ele governasse a Terra. No entanto preferiu o governo das trevas caindo no pecado. Foi necessária a Nova Luz que brota do caos da morte, para que ele pudesse retornar a sua essência, para que pudesse retornar à luz primitiva:

«Senhor, nosso Deus, fonte da vida e da
imortalidade;
luz e vida de todos;
ó luz eterna da luz eterna;
luz invisível e incompreensível;
cuja morada está na luz inacessível;
luz da glória do Pai e seu esplendor;
luz das ordens celestes
que ilumina todo homem que vem ao mundo.
Tu, ó Salvador,
puseste uma lei ao primeiro homem que estava na luz,
para que o guiasse e dirigisse ao mundo novo,
infundindo nele o desejo de progredir na vida eterna.
Ele, porém, transgrediu teu mandamento
e caiu daquela sua glória
e, com sua queda, causou a sua própria morte
e sua expulsão para longe de Ti,
ó Luz glorificada.

Tu, no entanto, Senhor,
pela tua morte, imensa bondade e compaixão incomensurável,
desceste até a nossa baixeza, a nós, pecadores,
para devolver-nos aquela glória perdida e a luz primitiva.
Quiseste até morar no túmulo
por nós, transgressores de teus mandamentos divinos;
desceste aos invernos e às profundezas da terra,
despedaçaste as portas eternas
e libertaste os que estavam nas trevas da morte.
Pela tua Ressurreição ao terceiro dia,
iluminaste o nosso gênero humano;
deste ao mundo uma vida nova;
iluminaste a todos melhor que o sol;
e por tua misericórdia,
restituíste à nossa natureza,
o seu lugar primitivo
e a luz gloriosa da qual fora afastada".

«Deus, fonte da vida e da imortalidade;
luz e vida de todos;
ó luz eterna da luz eterna;
luz invisível e incompreensível;
cuja morada está na luz inacessível;
luz da glória do Pai e seu esplendor;
luz das ordens celestes
que ilumina todo homem que vem ao mundo» (*)

Na Criação, o Senhor reorganiza o caos e, com a Ressurreição de Cristo, dá ao homem a Luz nova; neste fato narrado pelo Evangelho, o Senhor reorganizou a vida daquele que era antes privado da visão: de incrédulo passou a ser testemunha do Messias e ao mesmo tempo sua cura manifestava que o Reino de Deus já estava no meio deles.
Em outras passagens do Novo Testamento, a luz também foi usada por Jesus como elemento pedagógico em suas parábolas ensinado-nos que não podemos escondê-la, mas colocá-la em lugares onde ela possa irradiar sua luminosidade.
Uma vez batizados somos possuidores da Luz pois no Batismo, a luz ocupa um lugar de destaque trazendo em seu bojo uma catequese: recebemos a luz (vela acesa) que nos faz Filhos de Deus, que nos faz criaturas iluminadas, com a missão de iluminar.
Ao nascer uma criança dizemos que a «mãe deu à luz uma criança»; isto é: a mãe dá de presente uma criança para a luz do mundo. Com o Batismo pais e padrinhos dão à luz um filho da Igreja. Nele, esta luz não é criada, é a nova luz, a luz que brota da Ressurreição, do túmulo de Cristo. A Igreja acolhe em seu seio, como Mãe, os novos filhos que pelo Batismo são dados à luz da fé. Da mesma forma que após o nascimento uma criança recebe todos os cuidados necessários, no Batismo, pais e padrinhos cuidam por zelar também por ela,para que de fato a Luz recebida no Batismo não seja escondida ou ocultada, mas pelo contrario, seja intensificada, divulgada e anunciada.
Não podemos agir, portanto, como se ignorássemos essas grandezas; não podemos nos esconder da própria luz que nos foi dada no dia de nosso Batismo. Semelhantemente, a prática deve confirmar a nossa adesão ao Cristo e não contrariar o que professamos em público.
O Cego, após o milagre, professou sua fé no Senhor, menosprezando o medo e as conseqüências que disto podia lhe advir.
Somente Cristo consegue lançar luz sobre as trevas. Renunciá-lo significa preferir a escuridão à Luz; luz esta que ilumina a todos e a tudo.
O Senhor abre também nossos olhos e nos ensina a ver nos sofrimentos, nas dores, na morte e nas dificuldades a presença de Jesus sofredor e não a sua completa ausência ou abandono que, as vezes, somos tentados a supor.
A terra e a saliva ainda são necessárias para que a Luz resplandeça e ilumine o mundo; e para que o mundo creia e professe que Jesus é o Senhor, o Messias prometido aos nossos pais desde os tempos mais antigos.

(*) Oração do Sábado Santo


Ss. Andrônico e Junías

dos 70 apóstolos


Estes dois santos tinham uma amizade de longa data e, trabalhando em conjunto, levaram a luz de Jesus Cristo aos idólatras. Na medida em que passava o tempo, germinava em seus corações a semente do Espírito Santo. Santos Andrônico e Junías, em seu apostolado, construíram várias igrejas e colaborarm de perto com o Apóstolo Paulo, o qual, na sua epístola diz, “Saúdo a Andrônico e Junías, meus parentes e companheiros de cárcere, destacados entre os apóstolos e convertidos a Cristo antes de mim”. Rm (16: 7)
Kondakion:
Companheiros notáveis dos apóstolos
e verdadeiros ministros de Jesus,
sagrados mensageiros de sua condescendência;
recebendo a Graça do Espírito Santo,
ó glorioso Andrônico e Junías,
a Luz, como lâmpada, a levastes aos confins do mundo!
Tradução e publicação neste site com permissão de Ortodoxia.orgTrad.: Pe. André


Folheto Dominical da Igreja Anunciação da Mãe de Deus


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