29 novembro 2014

25º Domingo depois de Pentecostes

PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Qd. 910 - Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 30 de novembro de 2014
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25º Domingo depois de Pentecostes

Apóstolo Santo André,
«o Primeiro Chamado»



Matinas

Tropário:
Desceste das alturas, ó misericordioso, e aceitaste o sepultamento durante três dias, para nos livrar das paixões. Senhor, És nossa vida e nossa ressurreição, glória a Ti.
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo,

Desceste das alturas, ó misericordioso, e aceitaste o sepultamento durante três dias, para nos livrar das paixões. Senhor, És nossa vida e nossa ressurreição, glória a Ti.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Tu, que por nossa salvação, nasceste de uma virgem e padeceste a crucificação, ó boníssimo por Tua morte, despojaste a morte, Tu que é Deus, nos revelaste a ressurreição, não desprezes aqueles que a Tua mão criou. Manifesta a Tua misericórdia, ó amigo do homem; aceita as preces daqueles que deste a Luz e salva os desesperados, ó nosso Salvador.

Katisma:
Ó vida de todos, ressuscitaste os mortos. Um anjo resplandecente dizia às santas mulheres, "cessai de chorar, levai, a boa nova aos Apóstolos, canta\ e c\ama\ Cristo Senhor ressuscitou! Ele se dignou salvar o gênero humano, porque é Deus."
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo.

Na verdade ressuscitaste do túmulo e deste as santas mulheres a ordem de anunciar aos Apóstolos a tua ressurreição, predita pelas Escrituras. E Pedro correndo chega ao sepulcro; ele. vê a luz no túmulo e se enche de temor, mas ele percebe no chão o lençol sem teu corpo divino e ele exclama com fé: Glória a ti, ó Cristo Deus, nosso salvador, que salvas todos os homens. Tu és o esplendor da glória do Pai.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos Amém.

Theotokion:
Nós cantamos a ti, porta do céu.
Nós cantamos a ti, arca da aliança.
Nós cantamos a ti, santa montanha.
Nós cantamos a ti, nuvem luminosa.
Tu , o grande tesouro do universo resgataste Eva. Por ti veio a salvação e o antigo pecado foi remido. Por, isto, nós te imploramos: ora por nós a teu filho; e teu Deus para que conceda o perdão dos pecados daqueles que adoram, piedosamente teu santo nascimento.

Ypakoí:
Paradas no túmulo do Doador de Vida, as portadoras de aromas procuravam o Mestre imortal entre os mortos; e ao receberem a boa nova de alegria do Anjo, elas anunciaram aos Apóstolos que Cristo havia ressuscitado, concedendo grande misericórdia para o mundo.

Antífona:
Desde a minha juventude o inimigo me prova, pelos prazeres ele me seduz; mas, colocando minha esperança e Ti, Senhor, eu o rejeito. Que os inimigos de Sião se tornem como o feno antes mesmo de ser arrancado, porque o Cristo cortará seus pescoços com a foice dos tormentos.
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Pelo Espírito Santo, todo o ser vive, porque Ele é a Luz da Luz, o grande Deus.

Prokimenon:
O Senhor vosso Deus, reinará para sempre, ó Sião, de geração em geração. (2 vezes).

Stichos
Ó minha alma, louvai o Senhor (repete a primeira).

Evangelho                                                                                          Mc 16, 9-20
Evangelho de Nosso Senhor Jesus + Cristo, segundo o Evangelista São Marcos.

Tendo Jesus ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana apareceu primeiramente a Maria Madalena, de quem tinha expulsado sete demônios. Foi ela noticiá-lo aos que estiveram com ele, os quais estavam aflitos e chorosos. Quando souberam que Jesus vivia e que ela o tinha visto, não quiseram acreditar. Mais tarde, ele apareceu sob outra forma a dois entre eles que iam para o campo. Eles foram anunciá-lo aos demais. Mas estes tampouco acreditaram. Por fim apareceu aos Onze, quando estavam sentados à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, por não acreditarem nos que o tinham visto ressuscitado. E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas, manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados. Depois que o Senhor Jesus lhes falou, foi levado ao céu e está sentado à direita de Deus. Os discípulos partiram e pregaram por toda parte. O Senhor cooperava com eles e confirmava a sua palavra com os milagres que a acompanhavam.

Ó Senhor, ressuscitado do sepulcro, rompeste os grilhões do inferno, eliminaste o poder da morte, salvando todos dos laços do inimigo; e quando apareceste a teus discípulos, os enviaste a evangelizar e, através deles, deste tua paz ao mundo, tu que és o Único Misericordioso.

Divina Liturgia

Anunciação - Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”.

Tropário da Ressurreição - 8º tom:
Desceste das alturas, ó misericordioso, e aceitaste o sepultamento durante três dias, para nos livrar das paixões. Senhor, És nossa vida e nossa ressurreição, glória a Ti.

Tropário da Festa - 4º tom:
Ó glorioso santo André, primeiro chamado dentre os apóstolos: como irmão de Pedro, o Corifeu, implora ao Senhor a paz ao mundo e às nossas almas, a grande misericórdia.

Kondakion - 8º tom:
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Tendo ressuscitado do túmulo deste a vida aos mortos e levantaste Adão; Eva se regozija com a tua Ressurreição, e exultam de alegria os confins da terra, ó Misericordioso!



Theotokion:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Tu, que pela nossa salvação nasceste da Sempre Virgem Maria, sofreste a crucifixão, ó Misericordioso, com a morte, venceste a morte como Deus, revelando a Ressurreição. Não abandones a nós, criaturas de tuas mãos, mostra a tua bondade pela humanidade, atende as preces da tua Mãe que ora por nós, ó Misericordioso, Salva, ó Salvador, nosso povo desolado!

Kondakion da Festa:
Eia! veneramos o Apóstolo André, cuja fortaleza de ânimo é grande! Ele é irmão de Pedro, e por primeiro foi chamado pelo Salvador. Ele, hoje nos repete, quanto um dia falou a Pedro: vinde, nós encontramos o Desejado entre as nações!

Prokimenon:
Fazei votos ao Senhor nosso Deus e cumpri-os; todos os que o cercam tragam oferendas.
Deus é conhecido na Judéia, grande é o seu nome em Israel.

Epístola                                                                                  1Cor 4, 9-16
Leitura da Primeira Epistola do Apóstolo São Paulo aos Coríntios.

Irmãos, pelo que vejo, Deus reservou o último lugar para nós que somos apóstolos, como se estivéssemos condenados à morte, porque nos tornamos espetáculo para o mundo, para os anjos e para os homens! Nós somos loucos por causa de Cristo; e vocês, como são prudentes em Cristo! Nós somos fracos, vocês são fortes! Vocês são bem considerados, nós somos desprezados! Até agora passamos fome, sede, frio e maus tratos; não temos lugar certo para morar; e nos esgotamos, trabalhando com nossas próprias mãos. Somos amaldiçoados, e abençoamos; perseguidos, e suportamos; caluniados, e consolamos. Até hoje somos considerados como o lixo do mundo, o esterco do universo. Não escrevo essas coisas para envergonhar vocês, mas para chamá-los à atenção, como se faz com filhos queridos. De fato, ainda que vocês tivessem dez mil pedagogos em Cristo, não teriam muitos pais, porque fui eu quem gerou vocês em Jesus Cristo, através do Evangelho. Portanto, eu lhes dou um conselho: sejam meus imitadores.



Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Vinde, regozijemo-nos no Senhor, cantemos as glórias de Deus, nosso Salvador!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Apresentamo-nos diante d'Ele com louvor, e celebremo-lo com salmos!
Aleluia, aleluia, aleluia!

Evangelho                                                                                          Jo 1 ,35-52
Evangelho de Nosso Senhor Jesus  Cristo, segundo o Evangelista São Lucas:

Naquele tempo, João estava lá, de novo, com dois dos seus discípulos. Vendo Jesus caminhando, disse: Eis o Cordeiro de Deus! Os dois discípulos ouviram esta declaração de João e passaram a seguir Jesus. Jesus voltou-se para trás e, vendo que eles o seguiam, perguntou-lhes: Que procurais? Eles responderam: Rabi (que quer dizer mestre), onde moras? Ele respondeu: Vinde e vede! Foram, viram onde morava e permaneceram com ele aquele dia. Era por volta das quatro horas da tarde.André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido a declaração de João e seguido Jesus. Ele encontrou primeiro o próprio irmão, Simão, e lhe falou: Encontramos o Cristo! (que quer dizer Messias). Então, conduziu-o até Jesus, que, ao vê-lo, lhe disse: Tu és Simão, filho de João. Tu te chamarás Cefas! (que quer dizer Pedro). No dia seguinte, ele quis partir para a Galiléia e encontrou Filipe. Jesus disse a este: Segue-me! (Filipe era de Betsaida, a cidade de André e de Pedro.) Filipe encontrou-se com Natanael e disse-lhe: Encontramos Jesus, o filho de José, de Nazaré, aquele sobre quem escreveram Moisés, na Lei, e os Profetas. Natanael perguntou: De Nazaré pode sair alguma coisa boa? Filipe respondeu: Vem e vê! Jesus viu Natanael que vinha ao seu encontro e declarou a respeito dele: Este é um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade! Natanael disse-lhe: De onde me conheces? Jesus respondeu: Antes que Filipe te chamasse, quando estavas debaixo da figueira, eu te vi. Natanael exclamou: Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel! Jesus lhe respondeu: Estás crendo só porque falei que te vi debaixo da figueira? Coisas maiores verás. E disse-lhe ainda: Em verdade, em verdade, vos digo: vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem que está no céu!


SINAXE

O relato do Evangelho de hoje indica-nos como Jesus se faz encontrar por aqueles que O buscam. Trata-se do encaminhamento de dois dos discípulos do Batista que o deixam para seguir Jesus que, respondendo à sua busca, os convida a «vir e ver.» Jesus é a resposta de Deus a uma busca do Homem, como no AT a Sabedoria que «se deixa encontrar pelos que a buscam.»
André deixa João Batista para seguir Jesus; André significa «humano»; as pessoas se tornam humanas quando se encontram com Jesus. André encontra seu irmão, Simão Pedro e testemunha ter encontrado o Messias. É a dinâmica do testemunho que vai provocando a adesão a Jesus.
O Evangelho diz que André encontrou «primeiro» o seu próprio irmão, sinal de que encontrou depois outras pessoas. O importante é perceber que Jesus vai sendo conhecido através daqueles que O testemunham.
Com inegável arte literária, João evoca diante de nossos olhos o homem que busca o Deus da Salvação.
Pelo testemunho do Batista O vislumbra no Cordeiro de Deus. Porém ainda não penetra em seu mistério; quer saber onde é sua morada. Jesus convida o que busca a «vir e ver»: «Vir» significa o passo da fé; «ver» significa adesão da fé. Finalmente os discípulos permanecem com Ele. «Permanecer» ou »morar» significa a união vital permanente com Jesus.
Os que foram a procura do mistério do Salvador e Revelador acabaram sendo convidados e iniciados por Ele. Um encontro como este ultrapassa o que encontra, levando-o a querer unir consigo os que estão a procura, como ele.
Um dos dois que encontraram o Procurado, André, vai chamar seu irmão, Simão para compartilhar sua descoberta. Este se deixa conduzir até o Senhor que, de início, muda seu nome para Cefas que quer dizer «rocha», «pedra», e lhe dá uma nova identidade. Na continuação do episódio encontramos uma reação em cadeia: vemos primeiro o Batista introduzir seus discípulos a Jesus e, em seguida os discípulos procuram outros candidatos.
Todos estes ricos e densos aspectos do desenrolar deste episódio revelam a experiência transformadora da conversão: da inquietação frente à crise de sentido de um mundo sem Deus, ao discernimento da voz que anuncia esta Presença que está entre nós; o reconhecimento, - recuperação da Memória - a nova identidade (Cefas/Pedro) e o impulso a testemunhar esta experiência do Encontro.
FONTES:
Konings, J - "Espírito e Mensagem da Liturgia Dominical - Ed. Vozes, 1986.
Carvajal, Francisco F, "Falar com Deus" - Ed. Quadrante, 1993.
Donadeo, Madre Maria, "O Ano Litúrgico Bizantino" - Ed. Ave Maria.

«André, primeiro a ser chamado,
Primeiro a testemunhar»

Santo André, depois de ter ficado com Jesus (Jo 1,39) e de ter aprendido muito, não guardou esse tesouro só para si: apressa-se a correr para junto de seu irmão Simão-Pedro para o fazer participar dos bens que ele próprio recebeu. Ouve o que ele diz ao irmão: "Encontramos o Messias, quer dizer, o Cristo" (Jo, 1,41).
Estás a ver o fruto do que acabava de aprender em tão pouco tempo? Isso demonstra ao mesmo tempo a autoridade do Mestre que ensinou os discípulos e, desde o início, o seu zelo para o conhecerem.
A pressa de André, o seu zelo em espalhar logo de seguida esta tão boa nova, supõe uma alma que ansiava por ver o cumprimento de tantas profecias respeitantes a Cristo. Partilhar assim estas riquezas espirituais foi mostrar uma amizade verdadeiramente fraterna, uma afeição profunda e um temperamento cheio de sinceridade... «Nós o encontramos, ao Messias, diz ele, não um messias qualquer, mas o Messias que esperávamos.»

S. João Crisóstomo (cerca de 345-407),
«Homilia sobre o Evangelho de João»
«O primeiro discípulo do Senhor»

André foi o primeiro a reconhecer o Senhor como seu mestre... O seu olhar percebeu a vinda do Senhor e deixou os ensinamentos de João Baptista para entrar na escola de Cristo... João Baptista tinha dito: "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (Jo 1,29). Eis aquele que liberta da morte; eis aquele que destrói o pecado. Eu sou enviado, não como o esposo, mas como quem o acompanha (Jo 3,29). Vim como servo e não como mestre.
Levado por estas palavras, André deixa o seu antigo mestre e corre para quem ele anunciava..., levando consigo João, o evangelista. Ambos deixam a lâmpada (Jo 5,35) e caminham para o Sol... Tendo reconhecido o profeta de quem Moisés dissera: "É a ele que escutareis" (Dt 18,15), André conduz até ele o seu irmão Pedro. Mostra a Pedro o seu tesouro: "Encontramos o Messias (Jo 1,41), aquele que desejávamos; vem agora saborear a sua presença". Ainda antes de ser apóstolo, conduz a Cristo o irmão... Foi o seu primeiro milagre.

Basílio de Selêucia (? - cerca de 468),
«Sermão em honra de Santo André»
Dados Hagiográficos

André foi o primeiro a ser chamado, portanto, o Protóclito (protos = primeiro + klitos = chamar). Recordemos como se deu este chamado: estava ele e seu irmão Cefas pela segunda vez na região do Jordão onde João Batista batizava, este exclamou: "Eis aí o cordeiro de Deus (Jo 1,36). Ouvindo estas palavras deixaram de seguir João Batista para acompanhar o próprio Cristo.
Jesus, voltando-se para atrás e vendo que o seguiam, disse-lhes: «Que buscais?» Eles disseram: «Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?» Disse-lhes Jesus: «vinde e vede». Foram, pois, e viram onde habitava e permaneceram lá aquele dia. Era quase a hora décima.
Ora, André tinha um irmão chamado Simão e disse-lhe: «Nós encontramos o Messias, que é o Cristo». E levou-o a Jesus, que olhando-o disse: «Tu és Simão, filho de Jonas, doravante chamar-te-ás Pedro».
Este é, segundo a narrativa de São João, o primeiro encontro de André com Jesus.
André e Pedro, contudo, não ficaram definitivamente com o Divino Mestre, mas voltaram às suas ocupações de pescadores. Dias depois, Jesus, passando pela praia do Lago de Tiberíades, pelas bandas de Cafarnaum, tendo-os encontrado quando lavavam as redes, disse-lhes: «Segui-me, e eu vos farei pescadores de homens». Eles, deixando imediatamente as redes, o seguiram (Mt 4,18). Com estas palavras, deu-se o chamamento oficial de André como apóstolo junto com seu irmão Pedro.
Nos catálogos oficiais que os evangelistas dão dos doze apóstolos, André ocupa sempre o segundo lugar, depois do irmão Pedro. Poucas menções expressas nos deixou o Evangelho deste apóstolo durante os três anos do seguimento a Cristo. A primeira deu-se por ocasião da multiplicação dos pães e peixes.
Quando Jesus interpelou Filipe sobre a possibilidade de dar de comer a toda aquela multidão, André interveio, dizendo: «Está aqui um menino que tem cinco pães e dois peixes; mas que é isto para tanta gente?» Jo 6,9).
Uma segunda intervenção de André deu-se nos últimos dias da vida do Mestre. Havia alguns gentios que desejavam ver Jesus de perto e se aproximaram de Filipe, dizendo: «Senhor, desejamos ver Jesus». Filipe foi dizer a André: e ambos disseram-no a Jesus.
Diz a Tradição que, por ocasião da partida dos apóstolos para levar o Evangelho pelo mundo, André viajou para a região dos mares Cáspio e Negro. Por último, fundou a igreja em Patras, na Acaia, que foi uma das mais florescentes dos tempos apostólicos. Esta mesma fonte afirma ter Santo André morrido crucificado em Patras, na Acaia, no dia trinta de novembro. A ele está relacionada a Cruz de Santo André em forma de X. Ao vê-la, antes do suplício, teria dito o apóstolo:
«Salve santa Cruz, tão desejada, tira-me do meio dos homens e entrega-me ao meu Mestre; de ti receba O que por ti me salvou!»
Todos se admiravam da coragem e da alegria que se estampava no rosto do apóstolo mártir, quando se entregou aos algozes fixado à cruz, permanecendo dois dias nesta posição, orando, aconselhando e orientando aos seus. Uma piedosa mulher de nome Maximila retirou da cruz o corpo do apóstolo sepultando-o com muita honra.
Depois das perseguições romanas, as relíquias do santo foram transportadas para Constantinopla e, pelo ano 1460, transferidas para Amalfi e Roma. Mais recentemente, o Papa Paulo VI, desejando simbolizar a união de fraternidade com a Igreja Ortodoxa, devolveu as relíquias de Santo André à Igreja de Constantinopla.

Santo André, Apóstolo

«Oh cruz há tanto tempo desejada, oferecida agora às aspirações da minha alma, venho a ti com gozo e confiança.»

Recebeme com alegria, a mim, discípulo daquele que pendeu em teus braços». Assim falava Santo André [segundo a tradição] vendo ao longe a cruz que fora erigida para o seu suplício. De onde vinham a este homem alegria e exaltação tão espantosas? De onde provinha tanta constância num ser tão frágil? De onde obtinha este homem uma alma tão espiritual, uma caridade tão fervorosa e uma vontade tão forte? Não julguemos que encontrava tão grande coragem em si próprio; era o dom perfeito que descia do Pai das luzes (Tgo 1,17), daquele que é o único que opera maravilhas. Era o Espírito Santo que vinha em auxílio da sua fraqueza, e que espalhava no seu coração um amor forte como a morte, e mesmo mais forte do que a morte (Ct 8,6).
Queira Deus que também nós participemos hoje nesse Espírito! Porque se agora o esforço da conversão nos é penoso, se velar em oração nos aborrece, é unicamente devido à nossa indigência espiritual. Se o Espírito Santo estivesse conosco, viria seguramente ajudar-nos na nossa fraqueza. O que fez por santo André face à cruz e à morte, fá-lo-ia também por nós: retirando ao labor da conversão o seu caráter penoso, torná-lo-ia desejável e mesmo delicioso. […] Irmãos, procuremos este Espírito, envidemos todos os nossos esforços para O possuir, ou possuí-Lo mais plenamente se O tivermos já. Porque «se alguém não tem o espírito de Cristo, não Lhe pertence» (Rom 8,9). «Nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que vem de Deus» (1Cor 2,12). […] Devemos pois tomar a nossa cruz com santo André, ou antes, com Aquele que ele seguiu, o Senhor, nosso Salvador. A causa da sua alegria era que, não só morria com Ele, mas como Ele, e que, unido tão intimamente à Sua morte, reinaria com Ele. […] Porque a nossa salvação está nesta cruz.



Folheto Dominical da Igreja Anunciação da Mãe de Deus


Responsável

Reverendo Ecônomo Padre Emanuel Sofoulis


Editoração e Diagramação

Antonio José


Atualização da Página na internet

Jean Stylianoudakis

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Apoio

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