PATRIARCADO
ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega
de Buenos Aires e América do Sul
Igreja
Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910
- Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 19 de abril de
2015.
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Domingo
de Tomé ou Domingo Novo
2º Domingo da Páscoa - Modo 1
Santo
Hieromártir Pafúncio de Jerusalém (início do séc. IV).
Matinas
Tropário:
Embora a pedra fora selada pelos
Judeus, e os soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro
dia, ó Salvador, dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti,
fator da vida, clamaram glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu
reino, glória à Tua providência, Tu que És o único filantropo.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
Embora a pedra fora selada pelos
Judeus, e os soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro
dia, ó Salvador, dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti,
fator da vida, clamaram glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu
reino, glória à Tua providência, Tu que És o único filantropo.
Agora, sempre e pelos séculos dos
séculos. Amém.
Theotokion:
Gabriel te trouxe a salvação, ó
Virgem, o Senhor de todas as coisas se fez carne em Ti, Tu és a arca santa de
Seu poder, como disse o justo Davi.
Ti tornaste mais vasta que os céus,
porque carregaste o Criador.
Glória àquele que fez sua morada em
Ti!
Glória àquele que veio de Ti !
Glória àquele que nos libertou pelo
teu parto!
Katisma:
Ó Salvador, os soldados que
guardavam Teu sepulcro, com os olhos ofuscados pelo brilho da aparição do anjo
tombaram como mortos, enquanto as Santas mulheres proclamavam a Tua
ressurreição.
Ó destruidor da morte, prostrados a
Teus pés, nós Te glorificamos a Ti que ressuscitaste do sepulcro, porque és o
nosso único Deus.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Ó Deus de misericórdia, livremente
quiseste ser crucificado!
Ó doador da vida, como um morto
foste colocado no sepulcro!
Ó poderoso, por Tua morte quebraste
o império da morte. Ó amigo do homem, os guardas diante de Ti, logo que
despertaste aqueles que estavam mortos há séculos!
Agora, sempre e pelos séculos dos
séculos. Amém.
Theotokíon:
Nós te conhecemos como a Mãe de Deus
e após o teu parto, nós vimos brilhar tua virgindade . com amor, nós nos
refugiamos em ti, ó toda bondade . Nós, pobres pecadores, em ti encontramos,
nosso único refúgio, em ti depositamos nossa salvação em meio às provas, porque
és a única sem mancha.
Ypakoí:
O arrependimento do ladrão o fez
ganhar o paraíso. O lamento das portadoras de aromas proclamou a boa nova de
que tinhas ressuscitado dando ao mundo sua grande misericórdia, ó Cristo.
Antifona:
Clamo à Ti, ó Senhor, no meu sofrer
. Presta ouvidos à minha dor.
Verdadeiramente a vida dos
habitantes do deserto é feliz, porque eles são conduzidos pela Tua divina
paixão.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo. Agora, sempre
e pelos séculos dos séculos . Amém.
Pelo Espírito Santo toda criação,
visível e invisível, é preservada, porque Ele é todo Poderoso e é
verdadeiramente, uma das Três Pessoas Divinas.
Prokimenon:
Agora eu me levantarei, diz o
Senhor; faço a salvação e a declaro. ( 2 x )
Stichos:
As palavras do Senhor, são palavras
puras. (repete a 1ª)
Evangelho: Mt 28, 16-20
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Evangelista São Mateus.
Naquele tempo, os onze discípulos
partiram para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes tinha designado. E,
quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. E, chegando-se Jesus,
falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide,
fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo; eEnsinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho
mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos
séculos. Amém.
Kondakion:
Na Tua glória, ressuscitaste do
túmulo, porque és Deus; o mundo ressuscita contigo e os homens Te celebram como
Deus; a morte desaparece, Senhor; Adão, livre dos entraves, se rejubila; Eva,
na sua alegria clama: "Ó Cristo, dá a Tua ressurreição aos homens".
Ikós:
Cantemos o ressuscitado do terceiro
dia o Deus Todo-Poderoso, aquele que destrói as portas do inferno e eleva o
túmulo os santos, seus fiéis! Benevolentemente,
Ele apareceu as santas mulheres,
dizendo: "Alegrai-vos", e revelou a alegria aos apóstolos, Ele é o
único doador da vida.
As mulheres clamavam, anunciando aos
discípulos a boa nova, os sinais da vitória. O inferno geme, a morte se lamenta
e o universo se rejubila. Ó Cristo, toda criação se alegra, pois Tu deste a
todos a ressurreição.
Exapostilarion:
Vamos com os discípulos para o Monte
da Galiléia para ouvir o Cristo dizer: "Toda autoridade me foi dada no céu
e na terra"; e aprender a batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo; e ouvir a promessa de que Ele estará com seus eleitos até a consumação
do mundo.
Theotokion
Ó Virgem Mãe de Deus, tu que te
alegraste quando viste com os discípulos, o Cristo se levantar do túmulo, após
três dias, como Ele havia predito; e aparecer-lhes para ensinar os bons atos; e
ordenar o batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Fazendo-te
acreditar na Sua ressurreição e glorificando-te.
Laudes:
1º - Cada criatura deve
louvar o nome do Senhor. Louvai, pois, o Senhor, do alto dos céus.
Louvai o Senhor das alturas; porque Ele merece ser louvado
eternamente.
2º - Louvai o Senhor, todos os seus anjos e sua força, pois Ele
merece, para sempre ser louvado. Esta glória será para todos os seus justos.
Ó Cristo, nós cantamos Tua paixão salutar e glorificamos Tua
ressurreição.
3º - Cantem-lhe salmos com tambores e cítaras.
Tu que padeceste na cruz, venceste a morte e ressuscitaste dos
mortos, preserva nossas vidas, ó Senhor que És o único Todo-Poderoso.
Louvai-O com a lira e a harpa; louva-O com adufes e danças.
4º - Ó Cristo que despojaste o inferno e elevaste o homem, por Tua
ressurreição, concede-nos um coração puro para cantar para Ti e glorificar-te.
Louvai-O com címbalos sonoros.
5º - Ó Cristo, nós cantamos
a Ti e glorificamos Tua divina humilhação.
Tu que nasceste da Virgem sem Te separar do Pai, sofreste como um
mortal, por Tua própria vontade, padeceste na Cruz, ressurgiste do túmulo como
de um leito nupcial para salvar o mundo.
Glória a Ti Senhor !
6º - Louvai-o com címbalos retumbantes.
Na hora em que foste pregado no madeiro da Cruz as forças inimigas
foram condenadas à morte; a criação tremeu de temor e Teu poder despojou o
inferno; ressuscitaste os fiéis de seus túmulos e abristes as portas do
paraíso.
Ó Cristo, nosso Deus, glória a Ti.
7º - Todo ser que respira, louve o Senhor.
As Santas mulheres, portando mirra, dirigiram-se, às pressas, ao
Teu sepulcro, chorando.
Elas encontraram a porta aberta e aprenderam do anjo, a história
do novo e maravilhoso milagre;
Elas anunciaram a boa nova aos discípulos: O Senhor ressuscitou e
concedeu ao mundo a grande misericórdia.
8º - Louvai-O com instrumentos de corda e de sopro. Louvai-O com
címbalos sonoros.
Ó Cristo, nosso Deus, nos adoramos as chagas de Tua divina paixão.
E este grande sacrifício que celebraste em Sião, onde Deus se
manifesta até o fim dos tempos.
Porque Tu, ó Sol da Justiça, brilhaste sobre aqueles que dormiam
nas trevas para levá-los à luz que não se acaba.
Ó Senhor, glória a Ti.
9º - Confesso a Ti, ó Senhor, de todo coração e observo todos os
Teus milagres.
Escutai, ó judeus e dizei-nos: Onde estão os selos do túmulo? Onde
estão as muralhas?
Como vendeste aquele que não tem preço? Como roubaste o tesouro?
Judeus sem fé, porque caluniar a ressurreição do crucificado ?
Ele ressuscitou, livre entre os mortos, concedendo ao mundo sua
grande misericórdia.
Eothino
Glória ao Pai, ao Filho e ao
Espírito Santo.
Para os discípulos que foram ao
Monte que Ele designara, o Senhor se fez presente, antes de se desprender das
coisas terrenas; ao verem O adoraram, entenderam toda autoridade de que o
Senhor estava investido, receberam a missão de anunciar a Sua ressurreição
dentre os mortos e Sua ascensão ao céu.
Receberam a promessa da presença
divina entre eles, como Salvador de nossas almas, até a consumação dos séculos.
Agora, sempre e pelos séculos dos
séculos. Amém.
Theotokion
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de
Deus, em cujo seio se encarnou Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e
Eva da maldição, destruindo a morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em
qualquer tempo, e sempre o Seu louvor estará em minha boca (2 vezes).
Hoje é a salvação do mundo. Louvemos
Aquele que ressuscitou do túmulo, dando-nos origem a uma nova vida, porque
anulou a morte com a Sua morte e nos concedeu a misericórdia de obter essa
grande vitória.
Divina Liturgia
Anunciação
- Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação
do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e
Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”
Issodikon:
Bendizei a Deus nas vossas assembleias
Bendizei o Senhor, filhos de Israel!
Salva-nos, ó Filho de Deus, que
ressuscitaste dentre os mortos, a nós que a Ti cantamos: Aleluia!
Tropário da Ressurreição - 1º
tom:
Embora a pedra fora selada pelos
Judeus, e os soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro
dia, ó Salvador, dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti,
fator da vida, clamaram glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu
reino, glória à Tua providência, Tu que És o único filantropo.
Tropário de São Tomé –
Modo Grave:
Do sepulcro selado ressurgiste, ó Vida;
e as portas estando fechadas, entraste no meio dos discípulos, ó Cristo Deus,
ressurreição de todos, e renovaste em nós, por seu intermédio, o espírito de
retidão, segundo tua grande misericórdia.
Kondakion – 1º tom:
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Tu, sendo Deus, te levantaste do
túmulo, e devolveste a vida ao mundo; a natureza humana, por isso te louva: a
morte foi vencida, Adão se regozija, ó Mestre, e Eva, liberta agora das cadeias
da morte, com alegria exclama: Tu, Cristo, és o que a todos dá a Ressurreição!
Theotokion:
Agora, sempre e pelos séculos dos
séculos. Amém
Quando
Gabriel te saudou, ó Virgem, dizendo: "alegra-te!" e com sua voz, o
Salvador encarnou-se em ti, tabernáculo santo; e, como falava o Justo Davi:
"veio do céu trazendo o Criador de tudo", glória Àquele que habita em
ti, glória Àquele nascido de ti e que nos libertou!
Kondakion de São Tomé:
Ó Cristo Deus,
Tomé pôs sua mão incrédula no teu
lado que dá a vida, pois, quando
entraste, estando as portas fechadas, ele
aclamou com os outros discípulos: És meu senhor e meu Deus!
Kondakion da Páscoa – Modo 2
Tendo descido
ao túmulo, ó Imortal, Tu
destruíste o poderio dos infernos e
levantaste-te como vencedor, ó Cristo Deus,
Tu, que
disseste às mulheres miróforas: rejubilai! E aos apóstolos, dás a paz, Tu que ressuscitas aqueles que sucumbiram.
Prokimenon:
Grande é o
Senhor nosso Deus e poderosa a sua força; sua sabedoria não tem limites. Louvai
o Senhor, porque ele é bom! Agradável é
o louvor a nosso Deus.
Epístola: At 5, 12-20
Leitura do livro dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles dias,
realizavam-se entre o povo pelas mãos dos apóstolos muitos milagres e
prodígios. Reuniam-se eles todos unânimes no pórtico de Salomão. Dos outros
ninguém ousava juntar-se a eles, mas o povo lhes tributava grandes louvores.
Cada vez mais aumentava a multidão dos homens e mulheres que acreditavam no
Senhor. De maneira que traziam os doentes para as ruas e punham-nos em leitos e
macas, a fim de que, quando Pedro passasse, ao menos a sua sombra cobrisse
alguns deles. Também das cidades vizinhas de Jerusalém afluía muita gente,
trazendo os enfermos e os atormentados por espíritos imundos, e todos eles eram
curados. Levantaram-se então os sumos sacerdotes e seus partidários (isto é, a
seita dos saduceus) cheios de inveja, e deitaram as mãos nos apóstolos e
meteram-nos na cadeia pública. Mas um anjo do Senhor abriu de noite as portas
do cárcere e, conduzindo-os para fora, disse-lhes: Ide e apresentai-vos no
templo e pregai ao povo as palavras desta vida.
Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Vinde, regozijemo-nos
no Senhor; cantemos as glórias de
Deus, nosso Salvador!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Porque o Senhor
é grande, é o grande Rei de toda
a terra.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Evangelho: Jo 1,1-17
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Evangelista São João.
Na tarde do
mesmo dia, que era o primeiro da semana, os discípulos tinham fechado as portas
do lugar onde se achavam, por medo dos judeus. Jesus veio e pôs-se no meio
deles. Disse-lhes ele: A paz esteja convosco! Dito isso, mostrou-lhes as mãos e
o lado. Os discípulos alegraram-se ao ver o Senhor. Disse-lhes outra vez: A paz
esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós. Depois
dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo.
Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os
retiverdes, ser-lhes-ão retidos. Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava
com eles quando veio Jesus. Os outros discípulos disseram-lhe: Vimos o Senhor.
Mas ele replicou-lhes: Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser
o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não
acreditarei! Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez no mesmo
lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio
deles e disse: A paz esteja convosco! Depois disse a Tomé: Introduz aqui o teu
dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas
homem de fé. Respondeu-lhe Tomé: Meu Senhor e meu Deus! Disse-lhe Jesus:
Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto! Fez Jesus, na
presença dos seus discípulos, ainda muitos outros milagres que não estão
escritos neste livro. Mas estes foram escritos, para que creiais que Jesus é o
Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.
Hirmos:
Nós te
glorificamos com hinos, ó
candelabro brilhante! Mãe de Deus e glória resplandecente, tu que és mais
elevada que todas as criaturas.
Kinonikon:
Glorifica o
Senhor, Jerusalém! Celebra o teu Deus, ó Sião.
Aleluia,
aleluia, aleluia!
Observações:
Logo após "Bendito seja o reino do Pai
...", o sacerdote canta: "Cristo ressuscitou dos mortos..." e o
coro repete duas vezes. Em vez de: "Vimos a verdadeira luz ...",
"Cristo ressuscitou..." (uma vez).
Na
Semana de S. Tomé:
1
- Antífonas e Issodikón: da Páscoa;
2
- Apolitíkion do santo , do padroeiro da Igreja e de São Tomé;
3
- Hirmós: "Verdadeiramente é digno e justo ...";
4
- Kinonikón: do dia da semana;
5
- Depois da Comunhão: "Cristo ressuscitou dos mortos...".
Durante todo o Tempo Pascal, depois da Bênção
final, diz-se: "Cristo ressuscitou dos mortos..." em vez de
"Pelas orações...".
Sinaxe
Ainda é o Domingo da Nova Páscoa. Os discípulos
estão reunidos no Cenáculo e Jesus entra «estando às portas fechadas»,
trazendo-lhes a Paz [Jo 20,19]. As portas trancadas do Cenáculo ainda são
sinais da ausência do Mestre e do medo que todos sentiam.
Os discípulos estão reunidos na sala, onde
cearam com o Senhor, na ocasião em que ele ensinou o Mandamento Novo e lavou os
seus pés. O ambiente no qual aconteceu a manifestação de humildade de Jesus, ao
lavar os pés dos seus apóstolos, o lugar onde foi o palco do ensinamento mais
profundo sobre o amor, torna-se também o recinto do encontro entre o
Ressuscitado e seus seguidores mais próximos. Parece ser o espaço cedido às
grandes manifestações do divino, aonde concretizou toda a missão do Filho do
Homem de maneira sucinta. O cenáculo é o lugar da Oração, o lugar da Catequese
por excelência; o Cenáculo é o ambiente do esvaziamento e da humildade, é o
espaço da Celebração da Eucaristia, onde Ele se oferece e é oferecido. Mais do
que isso, o Cenáculo tornou-se ambiente sagrado, pois Jesus apareceu
Ressuscitado, enquanto os apóstolos rezavam.
Hoje, o novo Cenáculo é a Igreja, aonde o Senhor
se dá na forma de pão e vinho, Corpo e Sangue d'Ele oferecidos, no Altar, isto
é, na Pedra removida da Ressurreição. Outrora os seus seguidores se reuniam no
Cenáculo por medo, agora se reúnem para manifestar a grande alegria da Nova
Páscoa.
São Cipriano nos ensina que a Igreja é o
ambiente sagrado onde a Celebração Eucarística revive a Ressurreição de Cristo
no sacrifício incruento oferecido pelo sacerdote: «O sacrifício do sacerdote é
a repetição do sacrifício de Cristo na Ceia e ambos são representação do
sacrifício único da Cruz».
Jesus «entra», atravessando as barreiras
externas (as portas) e internas (a dúvida) daquele ambiente. A razão e a fé têm
provas daquilo que Maria de Magdala anunciava tão efusivamente: «Jesus
Ressuscitou!» Jesus se apresenta com os sinais da Paixão; as marcas das
perfurações em seu corpo, ainda são nítidas, talvez para sacar qualquer duvida
sobre sua identidade: aquele que crucificaram, estava ali. Jesus transmite os
dons pascais resumidos na paz, na reconciliação e na fé, aos que estavam
reunidos em seu Nome. Jesus, ao transmitir seus dons aos homens, transforma
estes homens em «homens novos», em «homens pascais»; é uma nova identidade, uma
maneira peculiar de ser e de agir, movidos pelo espírito da Ressurreição.
Mostra-lhes as mãos e o lado com os sinais da Paixão e diz: "Como o Pai me
enviou, também eu vos envio" (Jo 20, 21). Depois dessas palavras, soprou
sobre eles dizendo: "Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os
pecados, ser-lhes-ão perdoados; a quem não os perdoardes, serão retidos"
(Jo 20, 22-23). Jesus lhes dá o dom de perdoar os pecados, um dom que brota das
chagas de suas mãos e de seus pés e, sobretudo, de seu lado perfurado, donde
jorram os sacramentos da Igreja.
«A paz seja convosco!» Mais do que um
cumprimento, esta saudação sintetiza a própria obra redentora do Ressuscitado.
Por meio da Cruz, Ele anulou a inimizade e anunciou a paz aos que estavam longe
e aos que estavam perto.
Os cristãos reunidos, no «Novo Cenáculo», a
Igreja, no mesmo dia da Ressurreição de Cristo, isto é, no Domingo, celebram
juntos os Mistérios da Morte e Ressurreição do Filho de Deus para, ante o
Mistério da Ressurreição, transformarem-se em novas criaturas, em novo homem. A
Igreja Bizantina celebra a Ressurreição do Senhor, única e exclusivamente aos
Domingos pela manhã, exceto nas grandes Festas, para testemunhar a seus fiéis
que Jesus Ressuscitado é o «Kyrios» (Senhor), o «Dominus» (Domingo).
Assim nos diz Eusébio de Cesaréia: «Nós, os
filhos da Nova Aliança, celebramos a cada Domingo a nossa Páscoa e somos
saciados, em todo o tempo, com o Corpo Ressuscitado do Salvador e participamos,
em todo o tempo, de seu Sangue. Cada Domingo somos vivificados pelo corpo
santificado do mesmo Cordeiro Pascal, que é a nossa Salvação e nossa alma é
selada pelo seu precioso sangue».
Esta celebração se faz com a Comunidade de fiéis
que, juntos confirmam sua fé em Deus e buscam n'Ele, através da Eucaristia, a
vida Nova, força para vencer o pecado, símbolo da morte. Quando não conseguimos
contemplar o Ressuscitado, fatalmente haverá a dúvida, a incerteza, os
questionamentos oriundos de um coração alicerçado ainda nas raízes da “velha
criação”. Foi o que aconteceu no Cenáculo, com aquele que era conhecido como o
«Dídimo».
Tomé estando ausente não testemunhou a Nova
Páscoa... A Igreja reunida viu o Senhor Ressuscitado no Cenáculo e comunicou a
Tomé a grande notícia, mas não foi o suficiente para que ele acreditasse na voz
da Igreja (Os apóstolos). Era necessário que seus olhos vissem e seus dedos
tocassem as chagas.
Ainda hoje, como Tomé, muitos são os que ainda
exigem as mesmas condições para crer e viver as verdades proclamadas pela
Igreja. Nem mesmo o fundamental (a Ressurreição) está isento de dúvidas.
Prefere-se mesclar esta verdade de fé com outras doutrinas e crenças que lhes
parecem mais aceitáveis pela «razão», mais agradáveis aos sentidos. É uma necessidade
infantil e ingênua acalentar uma esperança de se ter nova chance, uma nova
oportunidade para se viver. Tais pensamentos geram confusão e aumenta a
incredulidade. É preciso purificar o conteúdo de nossa fé cristã.
Novamente o Ressuscitado aparece, desta vez com
Tomé presente, para que ele não tenha dúvidas que são de fato aquelas mãos que
acolhia os pecadores e protegia as crianças, que abençoava os alimentos e
retirava os espíritos impuros; são de fato os pés do Messias itinerante, do
Ungido sem endereço fixo, do Missionário andarilho. Carne e ossos de uma
humanidade aceita por amor, mas que estavam ali ressuscitados, elevando a
dignidade humana aos patamares cobiçados até mesmo pelos anjos. O Senhor se
apresenta no meio de todos, não dedicando a Tomé uma aparição exclusiva,
ensinando-nos que, para aqueles de «pouca fé», a ajuda da comunidade reunida é
essencial.
A dúvida, a insegurança, a incerteza e o medo
nascem dos momentos onde a presença de Deus é encoberta. Basta descobri-la para
nos tornarmos corajosos, desbravadores, seguros e convictos cristãos, como São
Tomé, depois da aparição do Ressuscitado.
Todos nós que cremos e vivemos sob a ótica da
Ressurreição de Cristo, recebemos uma nova criação, pois ela transforma nosso
interior e nos faz pessoas diferentes. Assim aconteceu com Pedro, Madalena e
Tomé. Antes da Ressurreição, Pedro negou Jesus por três vezes; depois, ele
afirma que ama o Senhor e sofre as conseqüências deste amor: de temeroso homem,
torna-se o «apascentador das ovelhas de Cristo», missionário, evangelizador e
mártir. Madalena, anteriormente, amedrontada chorava a perda de seu Mestre;
agora ela torna-se a Evangelizadora por excelência, a propagadora pioneira da
Boa Nova. Tomé, da boca que proferia palavras de descrença e dúvidas, verbaliza
a mais bela exclamação de reconhecimento perante o Jesus Ressuscitado: «meu
Senhor e meu Deus».
FONTE:
ALTANER,
B. / STUIBER, A: Patrologia. Vida Obras e Doutrina dos Padres da Igreja, II.
São Paulo: Ed. Paulinas, 1988.
Santo hieromártir Pafnuncio
(início do séc. IV)
São Pafnuncio era um eremita e bispo de uma das regiões do deserto
do Egito. Participou ativamente do Concilio de Nicéia, em 325, defendendo o
celibato clerical principalmente para os bispos. Defendia que somente a mãe,
irmã ou tias do clérigo poderia coabitar com ele na mesma
residência. Pafnuncio defendia que entre os diáconos e subdiáconos esta
regra canônica poderia não ser observada. Relata-se que durante o Concilio,
Pafnuncio levantou sua voz em defesa de se respeitar a continência somente para
os bispos, ficando opcional para padres e diáconos. Este relato é confirmado
pelo historiador eclesiástico chamado Sozómeno que em 16 linhas narra a
presença e a intervenção de Pafnuncio no Concilio de Nicéia. Algumas Atas do
Concilio do Século IV referem-se a Pafnuncio como “defensor da fé”; outras
atribuem a ele o título de “Mestre da fé” e um dos importantes “Padres
Conciliares”.
Folheto
Dominical da Igreja Anunciação da Mãe de Deus
Responsável
Reverendo Ecônomo Padre Emanuel Sofoulis
Editoração e Diagramação
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Atualização da Página na
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