25 abril 2015

Domingo de Tomé

PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910 - Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 19 de abril de 2015.
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Domingo de Tomé ou Domingo Novo

2º Domingo da Páscoa - Modo 1

Santo Hieromártir Pafúncio de Jerusalém (início do séc. IV).



Matinas

Tropário:
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu que És o único filantropo.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,

Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu que És o único filantropo.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Gabriel te trouxe a salvação, ó Virgem, o Senhor de todas as coisas se fez carne em Ti, Tu és a arca santa de Seu poder, como disse o justo Davi.
Ti tornaste mais vasta que os céus, porque carregaste o Criador.
Glória àquele que fez sua morada em Ti!
Glória àquele que veio de Ti !
Glória àquele que nos libertou pelo teu parto!

Katisma:
Ó Salvador, os soldados que guardavam Teu sepulcro, com os olhos ofuscados pelo brilho da aparição do anjo tombaram como mortos, enquanto as Santas mulheres proclamavam a Tua ressurreição.
Ó destruidor da morte, prostrados a Teus pés, nós Te glorificamos a Ti que ressuscitaste do sepulcro, porque és o nosso único Deus.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.

Ó Deus de misericórdia, livremente quiseste ser crucificado!
Ó doador da vida, como um morto foste colocado no sepulcro!
Ó poderoso, por Tua morte quebraste o império da morte. Ó amigo do homem, os guardas diante de Ti, logo que despertaste aqueles que estavam mortos há séculos!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.



Theotokíon:
Nós te conhecemos como a Mãe de Deus e após o teu parto, nós vimos brilhar tua virgindade . com amor, nós nos refugiamos em ti, ó toda bondade . Nós, pobres pecadores, em ti encontramos, nosso único refúgio, em ti depositamos nossa salvação em meio às provas, porque és a única sem mancha.

Ypakoí:
O arrependimento do ladrão o fez ganhar o paraíso. O lamento das portadoras de aromas proclamou a boa nova de que tinhas ressuscitado dando ao mundo sua grande misericórdia, ó Cristo.

Antifona:
Clamo à Ti, ó Senhor, no meu sofrer . Presta ouvidos à minha dor.
Verdadeiramente a vida dos habitantes do deserto é feliz, porque eles são conduzidos pela Tua divina paixão.

Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo. Agora, sempre e pelos séculos dos séculos . Amém.

Pelo Espírito Santo toda criação, visível e invisível, é preservada, porque Ele é todo Poderoso e é verdadeiramente, uma das Três Pessoas Divinas.

Prokimenon:
Agora eu me levantarei, diz o Senhor; faço a salvação e a declaro. ( 2 x )

Stichos:
As palavras do Senhor, são palavras puras. (repete a 1ª)

Evangelho:                                                                                                                   Mt 28, 16-20
Evangelho de Nosso Senhor Jesus  Cristo, segundo o Evangelista São Mateus.

Naquele tempo, os onze discípulos partiram para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes tinha designado. E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; eEnsinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.




Kondakion:
Na Tua glória, ressuscitaste do túmulo, porque és Deus; o mundo ressuscita contigo e os homens Te celebram como Deus; a morte desaparece, Senhor; Adão, livre dos entraves, se rejubila; Eva, na sua alegria clama: "Ó Cristo, dá a Tua ressurreição aos homens".

Ikós:
Cantemos o ressuscitado do terceiro dia o Deus Todo-Poderoso, aquele que destrói as portas do inferno e eleva o túmulo os santos, seus fiéis! Benevolentemente,
Ele apareceu as santas mulheres, dizendo: "Alegrai-vos", e revelou a alegria aos apóstolos, Ele é o único doador da vida.
As mulheres clamavam, anunciando aos discípulos a boa nova, os sinais da vitória. O inferno geme, a morte se lamenta e o universo se rejubila. Ó Cristo, toda criação se alegra, pois Tu deste a todos a ressurreição.

Exapostilarion:
Vamos com os discípulos para o Monte da Galiléia para ouvir o Cristo dizer: "Toda autoridade me foi dada no céu e na terra"; e aprender a batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; e ouvir a promessa de que Ele estará com seus eleitos até a consumação do mundo.

Theotokion
Ó Virgem Mãe de Deus, tu que te alegraste quando viste com os discípulos, o Cristo se levantar do túmulo, após três dias, como Ele havia predito; e aparecer-lhes para ensinar os bons atos; e ordenar o batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Fazendo-te acreditar na Sua ressurreição e glorificando-te.

Laudes:
1º  - Cada criatura deve louvar o nome do Senhor. Louvai, pois, o Senhor, do alto dos céus.
Louvai o Senhor das alturas; porque Ele merece ser louvado eternamente.

2º - Louvai o Senhor, todos os seus anjos e sua força, pois Ele merece, para sempre ser louvado. Esta glória será para todos os seus justos.
Ó Cristo, nós cantamos Tua paixão salutar e glorificamos Tua ressurreição.

3º - Cantem-lhe salmos com tambores e cítaras.
Tu que padeceste na cruz, venceste a morte e ressuscitaste dos mortos, preserva nossas vidas, ó Senhor que És o único Todo-Poderoso.
Louvai-O com a lira e a harpa; louva-O com adufes e danças.

4º - Ó Cristo que despojaste o inferno e elevaste o homem, por Tua ressurreição, concede-nos um coração puro para cantar para Ti e glorificar-te.
Louvai-O com címbalos sonoros.

5º  - Ó Cristo, nós cantamos a Ti e glorificamos Tua divina humilhação.
Tu que nasceste da Virgem sem Te separar do Pai, sofreste como um mortal, por Tua própria vontade, padeceste na Cruz, ressurgiste do túmulo como de um leito nupcial para salvar o mundo.
Glória a Ti Senhor !

6º - Louvai-o com címbalos retumbantes.
Na hora em que foste pregado no madeiro da Cruz as forças inimigas foram condenadas à morte; a criação tremeu de temor e Teu poder despojou o inferno; ressuscitaste os fiéis de seus túmulos e abristes as portas do paraíso.
Ó Cristo, nosso Deus, glória a Ti.

7º - Todo ser que respira, louve o Senhor.
As Santas mulheres, portando mirra, dirigiram-se, às pressas, ao Teu sepulcro, chorando.
Elas encontraram a porta aberta e aprenderam do anjo, a história do novo e maravilhoso milagre;
Elas anunciaram a boa nova aos discípulos: O Senhor ressuscitou e concedeu ao mundo a grande misericórdia.

8º - Louvai-O com instrumentos de corda e de sopro. Louvai-O com címbalos sonoros.
Ó Cristo, nosso Deus, nos adoramos as chagas de Tua divina paixão.
E este grande sacrifício que celebraste em Sião, onde Deus se manifesta até o fim dos tempos.
Porque Tu, ó Sol da Justiça, brilhaste sobre aqueles que dormiam nas trevas para levá-los à luz que não se acaba.
Ó Senhor, glória a Ti.

9º - Confesso a Ti, ó Senhor, de todo coração e observo todos os Teus milagres.
Escutai, ó judeus e dizei-nos: Onde estão os selos do túmulo? Onde estão as muralhas?
Como vendeste aquele que não tem preço? Como roubaste o tesouro?
Judeus sem fé, porque caluniar a ressurreição do crucificado ?
Ele ressuscitou, livre entre os mortos, concedendo ao mundo sua grande misericórdia.

Eothino
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Para os discípulos que foram ao Monte que Ele designara, o Senhor se fez presente, antes de se desprender das coisas terrenas; ao verem O adoraram, entenderam toda autoridade de que o Senhor estava investido, receberam a missão de anunciar a Sua ressurreição dentre os mortos e Sua ascensão ao céu.
Receberam a promessa da presença divina entre eles, como Salvador de nossas almas, até a consumação dos séculos.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus, em cujo seio se encarnou Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da maldição, destruindo a morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em qualquer tempo, e sempre o Seu louvor estará em minha boca (2 vezes).

Hoje é a salvação do mundo. Louvemos Aquele que ressuscitou do túmulo, dando-nos origem a uma nova vida, porque anulou a morte com a Sua morte e nos concedeu a misericórdia de obter essa grande vitória.

Divina Liturgia

Anunciação - Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”

Issodikon:
Bendizei a Deus nas vossas assembleias
Bendizei o Senhor, filhos de Israel!
Salva-nos, ó Filho de Deus, que ressuscitaste dentre os mortos, a nós que a Ti cantamos: Aleluia!

Tropário da Ressurreição - 1º tom:
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu que És o único filantropo.

Tropário de São Tomé – Modo Grave:
Do sepulcro selado ressurgiste, ó Vida; e as portas estando fechadas, entraste no meio dos discípulos, ó Cristo Deus, ressurreição de todos, e renovaste em nós, por seu intermédio, o espírito de retidão, segundo tua grande misericórdia.

Kondakion – 1º tom:
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Tu, sendo Deus, te levantaste do túmulo, e devolveste a vida ao mundo; a natureza humana, por isso te louva: a morte foi vencida, Adão se regozija, ó Mestre, e Eva, liberta agora das cadeias da morte, com alegria exclama: Tu, Cristo, és o que a todos dá a Ressurreição!

Theotokion:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Quando Gabriel te saudou, ó Virgem, dizendo: "alegra-te!" e com sua voz, o Salvador encarnou-se em ti, tabernáculo santo; e, como falava o Justo Davi: "veio do céu trazendo o Criador de tudo", glória Àquele que habita em ti, glória Àquele nascido de ti e que nos libertou!

Kondakion de São Tomé:
Ó Cristo Deus, Tomé pôs sua mão incrédula no teu lado que dá a vida, pois, quando entraste, estando as portas fechadas, ele aclamou com os outros discípulos: És meu senhor e meu Deus!

Kondakion da Páscoa – Modo 2
Tendo descido ao túmulo, ó Imortal, Tu destruíste o poderio dos infernos e levantaste-te como vencedor, ó Cristo Deus, 
Tu, que disseste às mulheres miróforas: rejubilai! E aos apóstolos, dás a paz, Tu que ressuscitas aqueles que sucumbiram.

Prokimenon:
Grande é o Senhor nosso Deus e poderosa a sua força; sua sabedoria não tem limites. Louvai o Senhor, porque ele é bom! Agradável é o louvor a nosso Deus.





Epístola:                                                                                                                          At 5, 12-20
Leitura do livro dos Atos dos Apóstolos.

Naqueles dias, realizavam-se entre o povo pelas mãos dos apóstolos muitos milagres e prodígios. Reuniam-se eles todos unânimes no pórtico de Salomão. Dos outros ninguém ousava juntar-se a eles, mas o povo lhes tributava grandes louvores. Cada vez mais aumentava a multidão dos homens e mulheres que acreditavam no Senhor. De maneira que traziam os doentes para as ruas e punham-nos em leitos e macas, a fim de que, quando Pedro passasse, ao menos a sua sombra cobrisse alguns deles. Também das cidades vizinhas de Jerusalém afluía muita gente, trazendo os enfermos e os atormentados por espíritos imundos, e todos eles eram curados. Levantaram-se então os sumos sacerdotes e seus partidários (isto é, a seita dos saduceus) cheios de inveja, e deitaram as mãos nos apóstolos e meteram-nos na cadeia pública. Mas um anjo do Senhor abriu de noite as portas do cárcere e, conduzindo-os para fora, disse-lhes: Ide e apresentai-vos no templo e pregai ao povo as palavras desta vida.

Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Vinde, regozijemo-nos no Senhor; cantemos as glórias de Deus, nosso Salvador! 
Aleluia, aleluia, aleluia!
Porque o Senhor é grande, é o grande Rei de toda a terra.
Aleluia, aleluia, aleluia!

Evangelho:                                                                                Jo 1,1-17
Evangelho de Nosso Senhor Jesus  Cristo, segundo o Evangelista São João.

Na tarde do mesmo dia, que era o primeiro da semana, os discípulos tinham fechado as portas do lugar onde se achavam, por medo dos judeus. Jesus veio e pôs-se no meio deles. Disse-lhes ele: A paz esteja convosco! Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se ao ver o Senhor. Disse-lhes outra vez: A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós. Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos. Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Os outros discípulos disseram-lhe: Vimos o Senhor. Mas ele replicou-lhes: Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei! Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse: A paz esteja convosco! Depois disse a Tomé: Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé. Respondeu-lhe Tomé: Meu Senhor e meu Deus! Disse-lhe Jesus: Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto! Fez Jesus, na presença dos seus discípulos, ainda muitos outros milagres que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos, para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.

Hirmos:
Nós te glorificamos com hinos, ó candelabro brilhante! Mãe de Deus e glória resplandecente, tu que és mais elevada que todas as criaturas.

Kinonikon:
Glorifica o Senhor, Jerusalém! Celebra o teu Deus, ó Sião. 
Aleluia, aleluia, aleluia!

Observações:
Logo após "Bendito seja o reino do Pai ...", o sacerdote canta: "Cristo ressuscitou dos mortos..." e o coro repete duas vezes. Em vez de: "Vimos a verdadeira luz ...", "Cristo ressuscitou..." (uma vez).

Na Semana de S. Tomé:

1 - Antífonas e Issodikón: da Páscoa;

2 - Apolitíkion do santo , do padroeiro da Igreja e de São Tomé;

3 - Hirmós: "Verdadeiramente é digno e justo ...";

4 - Kinonikón: do dia da semana;

5 - Depois da Comunhão: "Cristo ressuscitou dos mortos...".

Durante todo o Tempo Pascal, depois da Bênção final, diz-se: "Cristo ressuscitou dos mortos..." em vez de "Pelas orações...".







Sinaxe

Ainda é o Domingo da Nova Páscoa. Os discípulos estão reunidos no Cenáculo e Jesus entra «estando às portas fechadas», trazendo-lhes a Paz [Jo 20,19]. As portas trancadas do Cenáculo ainda são sinais da ausência do Mestre e do medo que todos sentiam.

Os discípulos estão reunidos na sala, onde cearam com o Senhor, na ocasião em que ele ensinou o Mandamento Novo e lavou os seus pés. O ambiente no qual aconteceu a manifestação de humildade de Jesus, ao lavar os pés dos seus apóstolos, o lugar onde foi o palco do ensinamento mais profundo sobre o amor, torna-se também o recinto do encontro entre o Ressuscitado e seus seguidores mais próximos. Parece ser o espaço cedido às grandes manifestações do divino, aonde concretizou toda a missão do Filho do Homem de maneira sucinta. O cenáculo é o lugar da Oração, o lugar da Catequese por excelência; o Cenáculo é o ambiente do esvaziamento e da humildade, é o espaço da Celebração da Eucaristia, onde Ele se oferece e é oferecido. Mais do que isso, o Cenáculo tornou-se ambiente sagrado, pois Jesus apareceu Ressuscitado, enquanto os apóstolos rezavam.

Hoje, o novo Cenáculo é a Igreja, aonde o Senhor se dá na forma de pão e vinho, Corpo e Sangue d'Ele oferecidos, no Altar, isto é, na Pedra removida da Ressurreição. Outrora os seus seguidores se reuniam no Cenáculo por medo, agora se reúnem para manifestar a grande alegria da Nova Páscoa.

São Cipriano nos ensina que a Igreja é o ambiente sagrado onde a Celebração Eucarística revive a Ressurreição de Cristo no sacrifício incruento oferecido pelo sacerdote: «O sacrifício do sacerdote é a repetição do sacrifício de Cristo na Ceia e ambos são representação do sacrifício único da Cruz».

Jesus «entra», atravessando as barreiras externas (as portas) e internas (a dúvida) daquele ambiente. A razão e a fé têm provas daquilo que Maria de Magdala anunciava tão efusivamente: «Jesus Ressuscitou!» Jesus se apresenta com os sinais da Paixão; as marcas das perfurações em seu corpo, ainda são nítidas, talvez para sacar qualquer duvida sobre sua identidade: aquele que crucificaram, estava ali. Jesus transmite os dons pascais resumidos na paz, na reconciliação e na fé, aos que estavam reunidos em seu Nome. Jesus, ao transmitir seus dons aos homens, transforma estes homens em «homens novos», em «homens pascais»; é uma nova identidade, uma maneira peculiar de ser e de agir, movidos pelo espírito da Ressurreição. Mostra-lhes as mãos e o lado com os sinais da Paixão e diz: "Como o Pai me enviou, também eu vos envio" (Jo 20, 21). Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo: "Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; a quem não os perdoardes, serão retidos" (Jo 20, 22-23). Jesus lhes dá o dom de perdoar os pecados, um dom que brota das chagas de suas mãos e de seus pés e, sobretudo, de seu lado perfurado, donde jorram os sacramentos da Igreja.


«A paz seja convosco!» Mais do que um cumprimento, esta saudação sintetiza a própria obra redentora do Ressuscitado. Por meio da Cruz, Ele anulou a inimizade e anunciou a paz aos que estavam longe e aos que estavam perto.

Os cristãos reunidos, no «Novo Cenáculo», a Igreja, no mesmo dia da Ressurreição de Cristo, isto é, no Domingo, celebram juntos os Mistérios da Morte e Ressurreição do Filho de Deus para, ante o Mistério da Ressurreição, transformarem-se em novas criaturas, em novo homem. A Igreja Bizantina celebra a Ressurreição do Senhor, única e exclusivamente aos Domingos pela manhã, exceto nas grandes Festas, para testemunhar a seus fiéis que Jesus Ressuscitado é o «Kyrios» (Senhor), o «Dominus» (Domingo).

Assim nos diz Eusébio de Cesaréia: «Nós, os filhos da Nova Aliança, celebramos a cada Domingo a nossa Páscoa e somos saciados, em todo o tempo, com o Corpo Ressuscitado do Salvador e participamos, em todo o tempo, de seu Sangue. Cada Domingo somos vivificados pelo corpo santificado do mesmo Cordeiro Pascal, que é a nossa Salvação e nossa alma é selada pelo seu precioso sangue».

Esta celebração se faz com a Comunidade de fiéis que, juntos confirmam sua fé em Deus e buscam n'Ele, através da Eucaristia, a vida Nova, força para vencer o pecado, símbolo da morte. Quando não conseguimos contemplar o Ressuscitado, fatalmente haverá a dúvida, a incerteza, os questionamentos oriundos de um coração alicerçado ainda nas raízes da “velha criação”. Foi o que aconteceu no Cenáculo, com aquele que era conhecido como o «Dídimo».

Tomé estando ausente não testemunhou a Nova Páscoa... A Igreja reunida viu o Senhor Ressuscitado no Cenáculo e comunicou a Tomé a grande notícia, mas não foi o suficiente para que ele acreditasse na voz da Igreja (Os apóstolos). Era necessário que seus olhos vissem e seus dedos tocassem as chagas.

Ainda hoje, como Tomé, muitos são os que ainda exigem as mesmas condições para crer e viver as verdades proclamadas pela Igreja. Nem mesmo o fundamental (a Ressurreição) está isento de dúvidas. Prefere-se mesclar esta verdade de fé com outras doutrinas e crenças que lhes parecem mais aceitáveis pela «razão», mais agradáveis aos sentidos. É uma necessidade infantil e ingênua acalentar uma esperança de se ter nova chance, uma nova oportunidade para se viver. Tais pensamentos geram confusão e aumenta a incredulidade. É preciso purificar o conteúdo de nossa fé cristã.

Novamente o Ressuscitado aparece, desta vez com Tomé presente, para que ele não tenha dúvidas que são de fato aquelas mãos que acolhia os pecadores e protegia as crianças, que abençoava os alimentos e retirava os espíritos impuros; são de fato os pés do Messias itinerante, do Ungido sem endereço fixo, do Missionário andarilho. Carne e ossos de uma humanidade aceita por amor, mas que estavam ali ressuscitados, elevando a dignidade humana aos patamares cobiçados até mesmo pelos anjos. O Senhor se apresenta no meio de todos, não dedicando a Tomé uma aparição exclusiva, ensinando-nos que, para aqueles de «pouca fé», a ajuda da comunidade reunida é essencial.

A dúvida, a insegurança, a incerteza e o medo nascem dos momentos onde a presença de Deus é encoberta. Basta descobri-la para nos tornarmos corajosos, desbravadores, seguros e convictos cristãos, como São Tomé, depois da aparição do Ressuscitado.

Todos nós que cremos e vivemos sob a ótica da Ressurreição de Cristo, recebemos uma nova criação, pois ela transforma nosso interior e nos faz pessoas diferentes. Assim aconteceu com Pedro, Madalena e Tomé. Antes da Ressurreição, Pedro negou Jesus por três vezes; depois, ele afirma que ama o Senhor e sofre as conseqüências deste amor: de temeroso homem, torna-se o «apascentador das ovelhas de Cristo», missionário, evangelizador e mártir. Madalena, anteriormente, amedrontada chorava a perda de seu Mestre; agora ela torna-se a Evangelizadora por excelência, a propagadora pioneira da Boa Nova. Tomé, da boca que proferia palavras de descrença e dúvidas, verbaliza a mais bela exclamação de reconhecimento perante o Jesus Ressuscitado: «meu Senhor e meu Deus».

FONTE:
ALTANER, B. / STUIBER, A: Patrologia. Vida Obras e Doutrina dos Padres da Igreja, II. São Paulo: Ed. Paulinas, 1988.


Santo hieromártir Pafnuncio (início do séc. IV)




São Pafnuncio era um eremita  e bispo de uma das regiões do deserto do Egito. Participou ativamente do Concilio de Nicéia, em 325, defendendo o celibato clerical principalmente para os bispos. Defendia que somente a mãe, irmã ou tias  do clérigo poderia  coabitar com ele na mesma residência. Pafnuncio defendia que entre os diáconos e subdiáconos  esta regra canônica poderia não ser observada. Relata-se que durante o Concilio, Pafnuncio levantou sua voz em defesa de se respeitar a continência somente para os bispos, ficando opcional para padres e diáconos. Este relato é confirmado pelo historiador eclesiástico chamado Sozómeno que em 16 linhas narra a presença e a intervenção de Pafnuncio no Concilio de Nicéia. Algumas Atas do Concilio do Século IV referem-se a Pafnuncio como “defensor da fé”; outras atribuem a ele o título de “Mestre da fé”  e um dos importantes “Padres Conciliares”.


 

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