PATRIARCADO
ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega
de Buenos Aires e América do Sul
Igreja
Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910
- Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 05 de abril de 2015
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Domingo de Ramos
«Entrada
Triunfal de Jesus em Jerusalém»
Domingo antes da Páscoa
Memória dos Santos Cláudio, Teodoro, Victor, Vitoriano,
Papias, Nicéforo e Serapião, mártires († 250).
Matinas
Evangelho: Mt 21,1-11; 15-17
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo,
segundo o Evangelista São João.
Naquele tempo, quando se aproximaram de Jerusalém, e chegaram
a Betfagé, ao Monte das Oliveiras, enviou Jesus dois discípulos, dizendo-lhes: Ide
à aldeia que está defronte de vós, e logo encontrareis uma jumenta presa, e um jumentinho
com ela; desprendei-a, e trazei-mos. E, se alguém vos disser alguma coisa, respondei:
O Senhor precisa deles; e logo os enviará. Ora, isso aconteceu para que se cumprisse
o que foi dito pelo profeta: Dizei à filha de Sião: Eis que aí te vem o teu Rei,
manso e montado em um jumento, em um jumentinho, cria de animal de carga. Indo,
pois, os discípulos e fazendo como Jesus lhes ordenara, trouxeram a jumenta e o
jumentinho, e sobre eles puseram os seus mantos, e Jesus montou. E a maior parte
da multidão estendeu os seus mantos pelo caminho; e outros cortavam ramos de árvores,
e os espalhavam pelo caminho. E as multidões, tanto as que o precediam como as que
o seguiam, clamavam, dizendo: Hosana ao Filho de Davi! bendito o que vem em nome
do Senhor! Hosana nas alturas! Ao entrar ele em Jerusalém, agitou-se a cidade toda
e perguntava: Quem é este? E as multidões respondiam: Este é o profeta Jesus, de
Nazaré da Galiléia. Vendo, porém, os principais sacerdotes e os escribas as maravilhas
que ele fizera, e os meninos que clamavam no templo: Hosana ao Filho de Davi, indignaram-se,
e perguntaram-lhe: Ouves o que estes estão dizendo? Respondeu-lhes Jesus: Sim; nunca
lestes: Da boca de pequeninos e de criancinhas de peito tiraste perfeito louvor?
E deixando-os, saiu da cidade para Betânia, e ali passou a noite.
Divina Liturgia
Anunciação
- Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação
do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e
Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”
Issodikon:
O Senhor é Deus e a nós se revelou, bendito o que
vem em nome do senhor!
Salva-nos, ó Filho de Deus, que estás sentado sobre
um jumentinho, a nós que a Ti cantamos: aleluia!
Tropário:
Ó Cristo Deus, dando-nos, antes da tua Paixão, uma
garantia da ressurreição geral, ressuscitaste Lázaro dos mortos; por isso, nós também,
como os filhos dos hebreus, levamos os símbolos da vitória, clamando: Ó vencedor
da morte, hosana nas alturas!
Bendito o que vem em nome do Senhor!
Outro Tropário – Modo 4:
Fomos sepultados contigo pelo batismo, ó Cristo Deus,
e pela tua Ressurreição, merecemos a vida eterna. Por isso, a Ti cantamos em alta
voz: hosana nas alturas!
Bendito o que vem em nome do Senhor!
Hipacoí:
Os Judeus, louvaram primeiro a Cristo Deus com ramos
e, em seguida, prenderam-no com varapaus. Quanto a nós, honremo-lo sempre como benfeitor
e com fé inabalável, clamemos: bendito és Tu que vieste para fazer Adão reviver!
Kondakion – Modo 2 Plagal:
Ó Cristo Deus, que nos céus estás sentado num trono,
e na terra montado num jumentinho, recebeste com agrado o canto dos Anjos e o louvor
das crianças que te aclamavam:
bendito és, Tu que vieste para fazer Adão reviver!
Prokimenon:
O Senhor é Deus e a nós se revelou.
Bendito o que vem em nome do senhor!
Louvai o Senhor, porque ele é bom, porque a sua misericórdia
é eterna.
Epístola: Fl 4,4-9
Leitura
da Epistola do Apóstolo São Paulo aos Filipenses.
Irmãos, alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos!
Seja conhecida de todos os homens a vossa bondade. O Senhor está próximo. Não vos
inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações,
mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda
a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo
Jesus. Além disso, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que
é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo
o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos. O que aprendestes,
recebestes, ouvistes e observastes em mim, isto praticai, e o Deus da paz estará
convosco.
Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele operou
maravilhas!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Todos as extremidade da terra viram a salvação de
nosso Deus.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Evangelho: Jo 12,1-18
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo,
segundo o Evangelista São João.
Naquele tempo, seis dias antes da Páscoa, foi Jesus
a Betânia, onde vivia Lázaro, que ele ressuscitara. Deram ali uma ceia em sua honra.
Marta servia e Lázaro era um dos convivas. Tomando Maria uma libra de bálsamo de
nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos.
A casa encheu-se do perfume do bálsamo. Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos,
aquele que o havia de trair, disse: Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos
denários e não se deu aos pobres? Dizia isso não porque ele se interessasse pelos
pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, furtava o que nela lançavam. Jesus
disse: Deixai-a; ela guardou este perfume para o dia da minha sepultura. Pois sempre
tereis convosco os pobres, mas a mim nem sempre me tereis. Uma grande multidão de
judeus veio a saber que Jesus lá estava; e chegou, não somente por causa de Jesus,
mas ainda para ver Lázaro, que ele ressuscitara. Mas os príncipes dos sacerdotes
resolveram tirar a vida também a Lázaro, porque muitos judeus, por causa dele, se
afastavam e acreditavam em Jesus. No dia seguinte, uma grande multidão que tinha
vindo à festa em Jerusalém ouviu dizer que Jesus se ia aproximando. Saíram-lhe ao
encontro com ramos de palmas, exclamando: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor,
o rei de Israel! Tendo Jesus encontrado um jumentinho, montou nele, segundo o que
está escrito: Não temas, filha de Sião, eis que vem o teu rei montado num filho
de jumenta (Zc 9,9). Os seus discípulos a princípio não compreendiam essas coisas,
mas, quando Jesus foi glorificado, então se lembraram de que isto estava escrito
a seu respeito e de que assim lho fizeram. A multidão, pois, que se achava com ele,
quando chamara Lázaro do sepulcro e o ressuscitara, aclamava-o. Por isso o povo
lhe saía ao encontro, porque tinha ouvido que Jesus fizera aquele milagre.
Kinonikon:
O Senhor é Deus e a nós se revelou.
Bendito o que vem em nome do Senhor.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Sinaxe
«O Domingo de Ramos»
No ponto de vista litúrgico, o sábado de Lázaro se
apresenta como a preparação do Domingo de Ramos; dia em que se celebra a entrada
do Senhor em Jerusalém. Essas duas festas têm um tema em comum: o triunfo e a vitória.
O sábado revelou o Inimigo que é a morte; o domingo anuncia a vitória, o triunfo
do Reino de Deus e a aceitação pelo mundo de seu único Rei, Jesus Cristo. A entrada
solene na cidade santa foi, na vida de Jesus, seu único triunfo visível; até aí,
ele tinha recusado qualquer tentativa de ser glorificado e é apenas seis dias antes
da Páscoa que ele não só aceitou de bom grado, como provocou mesmo o acontecimento.
Cumprindo ao pé da letra o que dissera o profeta Zacarias. — "Eis o teu Rei
que vem montado numa jumenta" (Zac. 9:9), ele mostra claramente que queria
ser reconhecido e aclamado como o Messias, Rei e Salvador de Israel. O texto do
Evangelho sublinha, com efeito, os traços messiânicos: os ramos, o canto de Hosanna,
a aclamação de Jesus como Filho de Davi e Rei de Israel. A história de Israel chega
ao seu fim: tal é o sentido deste acontecimento. O sentido desta história era o
de anunciar e preparar o Reino de Deus, a vinda do Messias. Hoje é o dia em que
isto se cumpre, pois eis que o Rei entra em sua cidade santa e nele todas as profecias
e toda a espera de Israel encontram seu término: ele inaugura seu Reino.
A liturgia deste dia comemora este acontecimento;
com os ramos nas mãos, nós nos identificamos com o povo de Jerusalém, com o qual
saudamos o humilde Rei, recitando-lhe nossa Hosanna. Mas, qual é o sentido disto
para nós, hoje?
Primeiramente, nós proclamamos que o Cristo é nosso
Rei e nosso Senhor. Muito freqüentemente nós nos esquecemos que o Reino de Deus
já foi inaugurado, que no dia do nosso Batismo nós fomos feitos cidadãos dele, e
que nós prometemos colocar nossa fidelidade a esse Reino acima de qualquer outra.
Não esqueçamos que, durante algumas horas, o Cristo foi verdadeiramente Rei sobre
a terra, Rei neste mundo que é o nosso. Por algumas horas apenas e numa única cidade.
Mas, da mesma maneira que em Lázaro nós reconhecemos a imagem de todo homem, podemos
ver nesta cidade o centro místico do mundo e de toda a criação. Tal é o sentido
bíblico de Jerusalém, a cidade, o ponto focal de toda a história da salvação e da
redenção, a santa cidade do Advento de Deus. O Reino inaugurado em Jerusalém é,
pois, um Reino universal, abraçando todos os homens, e a criação inteira. .. por
algumas horas, e entretanto, essas horas são decisivas; é a hora de Jesus, a hora
do cumprimento por Deus de todas as suas promessas e de todas as suas vontades.
Essas horas são o término de toda a longa preparação revelada pela Bíblia e o cumprimento
de tudo aquilo que Deus quis fazer pelos homens. E assim, este breve momento de
triunfo terrestre do Cristo adquire uma significação eterna. Ele introduz a realidade
do Reino de Deus no nosso tempo, em cada uma de nossas horas, fazendo deste Reino
aquilo que dá ao tempo o seu sentido, sua finalidade última. A partir dessa hora,
o Reino é revelado ao mundo e sua presença julga e transforma a história humana.
E quando do momento mais solene da celebração litúrgica, nós recebemos um ramo das
mãos do padre, nós renovamos nossa promessa a nosso Rei, e nós confessamos que o
seu Reino é o único objetivo de nossa vida, a única coisa que dá um sentido a ela.
Nós confessamos também que tudo, na nossa vida e no mundo, pertence ao Cristo, que
nada pode ser subtraído ao único e exclusivo Mestre e que nenhum domínio de nossa
existência escapa de seu império e de sua ação redentora. Enfim, nós proclamamos
a universal e total responsabilidade da Igreja com relação à história da humanidade
e nós afirmamos sua missão universal.
No entanto, nós sabemos, o Rei que os judeus aclamam
hoje, e nós com eles, se encaminha para o Gólgota, para a cruz e para o túmulo.
Nós sabemos que este breve triunfo é apenas o prólogo de seu sacrifício. Os ramos
em nossas mãos significam, desde então, nosso ardor em segui-lo no caminho do sacrifício,
nossa aceitação do sacrifício e nossa renúncia a nós mesmos, em que reconhecemos
a única estrada real que conduz ao Reino.
E, finalmente, os ramos, essa celebração, proclamam
nossa fé na vitória final do Cristo. Seu Reino ainda está oculto e o mundo o ignora.
O mundo vive como se o acontecimento decisivo jamais tivesse ocorrido, como se Deus
não tivesse morrido na cruz e como se, nele, o homem não tivesse ressuscitado dentre
os mortos. Mas nós, cristãos, cremos, na chegada desse Reino onde Deus será tudo
em todos, e onde o Cristo aparecerá como o único Rei.
As celebrações litúrgicas nos relembram acontecimentos
passados; mas todo o sentido e toda a virtude da liturgia consistem precisamente
em transformar a lembrança em realidade. Neste Domingo de Ramos, a realidade em
questão é a nossa própria implicação neste Reino de Deus, é nossa responsabilidade
a seu respeito. O Cristo não entra mais em Jerusalém; ele o fez de uma vez por todas.
Ele não cuidou do "símbolo" e, certamente, não foi para que nós possamos
perpetuamente "simbolizar" sua vida, que ele morreu na cruz. O que ele
espera de nós, é um real acolhimento do Reino que ele nos trouxe... e se nós não
estivermos prontos a sermos totalmente fiéis ao juramento que renovamos a cada ano,
o Domingo de Ramos, se de fato não estivermos decididos a fazer do Reino a base
de toda nossa vida, então nossa celebração é vã, vãos e sem significado são os ramos
que levamos da igreja para nossas casas.
FONTE:
Alexandre Schmémann, Olivier
Clément. «O Mistério Pascal - Comentários Litúrgicos»
Santos Cláudio, Teodoro, Victor, Victoriano,
Papias, Nicéforo e Serapião, mártires († c. 250)
Claudio e seus companheiros, Teodoro,
Victor, Victoriano, Papias, Nicéforo e Serapião eram naturais de Corinto, Grécia,
e viveram na época do imperador Décio (249-251). Por lhes ser exigido que negassem
sua fé em Cristo, e porque a reafirmaram ainda com maior veemência, um oficial da
guarda do imperador o submeteu a grandes tormentos. Mesmo no sofrimento, permaneceram
inabaláveis em sua fé em Jesus Cristo, assim como o Apóstolo Paulo, fundamento de
nossa Igreja. Foram todos martirizados, um a um. Sabe-se que, de Claudio, cortaram-lhe
as mãos e as pernas; Victor e Nicéforo morreram após terem seus membros rompidos;
Papias foi jogado ao mar e Victoriano foi lançado ao fogo. Tudo isso ocorreu no
próprio povoado onde viviam. Com fé intacta e com alegria em seus corações, partiram
para os braços de Nosso Senhor, onde encontraram um lugar luminoso e o bálsamo para
seus ferimentos.
Trad.: Pe. Pavlos Tamanini
Folheto
Dominical da Igreja Anunciação da Mãe de Deus
Responsável
Reverendo Ecônomo Padre Emanuel Sofoulis
Editoração e Diagramação
Antonio José
Atualização da Página na
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