PATRIARCADO
ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega
de Buenos Aires e América do Sul
Igreja
Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910
- Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 09 de agosto de
2015.
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10º Domingo de Mateus
(10º depois de Pentecostes
- Modo 1)
Memória de São Matias, apóstolo
[dos 70] (séc. I).
Matinas
Tropário – 1º
tom:
Embora a pedra fora selada pelos Judeus,
e os soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador,
dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram
glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência,
Tu que És o único filantropo.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
Embora a pedra fora selada pelos Judeus,
e os soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador,
dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram
glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência,
Tu que És o único filantropo.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos.
Amém.
Theotokion:
Gabriel te trouxe a salvação, ó Virgem,
o Senhor de todas as coisas se fez carne em Ti, Tu és a arca santa de Seu poder,
como disse o justo Davi.
Ti tornaste mais vasta que os céus, porque
carregaste o Criador.
Glória àquele que fez sua morada em Ti!
Glória àquele que veio de Ti!
Glória àquele que nos libertou pelo teu
parto!
Katisma:
Ó Salvador, os soldados que guardavam
Teu sepulcro, com os olhos ofuscados pelo brilho da aparição do anjo tombaram como
mortos, enquanto as Santas mulheres proclamavam a Tua ressurreição.
Ó destruidor da morte, prostrados a Teus
pés, nós Te glorificamos a Ti que ressuscitaste do sepulcro, porque és o nosso único
Deus.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Ó Deus de misericórdia, livremente quiseste
ser crucificado!
Ó doador da vida, como um morto foste
colocado no sepulcro!
Ó poderoso, por Tua morte quebraste o
império da morte. Ó amigo do homem, os guardas diante de Ti, logo que despertaste
aqueles que estavam mortos há séculos!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos.
Amém.
Theotokíon:
Nós te conhecemos como a Mãe de Deus
e após o teu parto, nós vimos brilhar tua virgindade com amor, nós nos refugiamos
em ti, ó toda bondade. Nós, pobres pecadores, em ti encontramos, nosso único refúgio,
em ti depositamos nossa salvação em meio às provas, porque és a única sem mancha.
Ypakoí:
O arrependimento do ladrão o fez ganhar
o paraíso. O lamento das portadoras de aromas proclamou a boa nova de que tinhas
ressuscitado dando ao mundo sua grande misericórdia, ó Cristo.
Antífona:
Clamo à Ti, ó Senhor, no meu sofrer.
Presta ouvidos à minha dor.
Verdadeiramente a vida dos habitantes
do deserto é feliz, porque eles são conduzidos pela Tua divina paixão.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo. Agora, sempre
e pelos séculos dos séculos. Amém.
Pelo Espírito Santo toda criação, visível
e invisível, é preservada, porque Ele é todo Poderoso e é verdadeiramente, uma das
Três Pessoas Divinas.
Prokimenon:
Agora eu me levantarei, diz o Senhor;
faço a salvação e a declaro. (2 x)
Stichos:
As palavras do Senhor são palavras puras.
(repete a 1ª.)
Evangelho: Mt 11,27-30
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo,
segundo o Evangelista São Mateus.
Naquele tempo, respondendo Jesus, disse:
Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão
o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser
revelar. Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração;
e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu
fardo é leve.
Kondakion - 1º tom:
Na Tua glória, ressuscitaste do túmulo,
porque és Deus; o mundo ressuscita contigo e os homens Te celebram como Deus; a
morte desaparece, Senhor; Adão, livre dos entraves, se rejubila; Eva, na sua alegria
clama: "Ó Cristo, dá a Tua ressurreição aos homens".
Ikós - 1º tom:
Cantemos o ressuscitado do terceiro dia
o Deus Todo-Poderoso, aquele que destrói as portas do inferno e eleva o túmulo os
santos, seus fiéis! Benevolentemente,
Ele apareceu as santas mulheres, dizendo:
"Alegrai-vos", e revelou a alegria aos apóstolos, Ele é o único doador
da vida.
As mulheres clamavam, anunciando aos
discípulos a boa nova, os sinais da vitória. O inferno geme, a morte se lamenta
e o universo se rejubila. Ó Cristo, toda criação se alegra, pois Tu deste a todos
a ressurreição.
Exapostilário:
10
Os filhos de Zebedeu, Pedro, Natanael,
Tomé e outros dois, se encontravam pescando no lago de Tiberíades; e quando a ordem
de Cristo, lançaram suas redes no lado direito, pescaram muitos peixes. E quando
Pedro reconheceu a Cristo, se aproximou dele nadando. Esta foi a terceira aparição
do Senhor quando lhes mostrou pão e peixe sobre as brasas.
Theotokion: 10
Oh Virgem, suplica por nós ao Senhor,
que ressuscitou do sepulcro ao terceiro dia. Nós os que com fevor te louvamos e
te chamamos bem aventurada, encontramos todos em ti um refúgio Salvador e uma intercessora,
porque nós servos teus, oh Mãe de Deus esperamos tua ajuda.
Laudes – 1º tom:
1º - Cada criatura deve louvar o nome do Senhor. Louvai, pois, o Senhor,
do alto dos céus.
Louvai o Senhor das alturas; porque Ele merece ser louvado eternamente.
2º - Louvai o Senhor, todos os seus anjos e sua força, pois Ele merece,
para sempre ser louvado. Esta glória será para todos os seus justos.
Ó Cristo, nós cantamos Tua paixão salutar e glorificamos Tua ressurreição.
3º - Cantem-lhe salmos com tambores e cítaras.
Tu que padeceste na cruz, venceste a morte e ressuscitaste dos mortos,
preserva nossas vidas, ó Senhor que És o único Todo-Poderoso.
Louvai-O com a lira e a harpa; louva-O com adufes e danças.
4º - Ó Cristo que despojaste o inferno e elevaste o homem, por Tua
ressurreição, concede-nos um coração puro para cantar para Ti e glorificar-te.
Louvai-O com címbalos sonoros.
5º - Ó Cristo, nós cantamos a Ti e glorificamos Tua divina humilhação.
Tu que nasceste da Virgem sem Te separar do Pai, sofreste como um mortal,
por Tua própria vontade, padeceste na Cruz, ressurgiste do túmulo como de um leito
nupcial para salvar o mundo.
Glória a Ti Senhor !
6º - Louvai-o com címbalos retumbantes.
Na hora em que foste pregado no madeiro da Cruz as forças inimigas
foram condenadas à morte; a criação tremeu de temor e Teu poder despojou o inferno;
ressuscitaste os fiéis de seus túmulos e abristes as portas do paraíso.
Ó Cristo, nosso Deus, glória a Ti.
7º - Todo ser que respira, louve o Senhor.
As Santas mulheres, portando mirra, dirigiram-se, às pressas, ao Teu
sepulcro, chorando.
Elas encontraram a porta aberta e aprenderam do anjo, a história do
novo e maravilhoso milagre;
Elas anunciaram a boa nova aos discípulos: O Senhor ressuscitou e concedeu
ao mundo a grande misericórdia.
8º - Louvai-O com instrumentos de corda e de sopro. Louvai-O com címbalos
sonoros.
Ó Cristo, nosso Deus, nos adoramos as chagas de Tua divina paixão.
E este grande sacrifício que celebraste em Sião, onde Deus se manifesta
até o fim dos tempos.
Porque Tu, ó Sol da Justiça, brilhaste sobre aqueles que dormiam nas
trevas para levá-los à luz que não se acaba.
Ó Senhor, glória a Ti.
9º - Confesso a Ti, ó Senhor, de todo coração e observo todos os Teus
milagres.
Escutai, ó judeus e dizei-nos: Onde estão os selos do túmulo? Onde
estão as muralhas?
Como vendeste aquele que não tem preço? Como roubaste o tesouro?
Judeus sem fé, porque caluniar a ressurreição do crucificado?
Ele ressuscitou, livre entre os mortos, concedendo ao mundo sua grande
misericórdia.
Eothino – 1º
tom
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito
Santo.
Para os discípulos que foram ao Monte
que Ele designara, o Senhor se fez presente, antes de se desprender das coisas terrenas;
ao verem O adoraram, entenderam toda autoridade de que o Senhor estava investido,
receberam a missão de anunciar a Sua ressurreição dentre os mortos e Sua ascensão
ao céu.
Receberam a promessa da presença divina
entre eles, como Salvador de nossas almas, até a consumação dos séculos.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos.
Amém.
Theotokion –
1º tom
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus,
em cujo seio se encarnou Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da
maldição, destruindo a morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em qualquer
tempo, e sempre o Seu louvor estará em minha boca (2 vezes).
Euzina: 10
Depois de Tua descida ao Hades e Tua
Ressurreição dentre os mortos, os discípulos se entristeceram como era de se esperar
por tua separação, oh Cristo regressando ao Seus trabalhos seguiram em suas fimas
nas barcas e suas redes, porém nada pescaram. Mas quando lhes apareceste, oh Salvador
sendo o Senhor de todos lhes ordenaste lançar as redes ao lado direto, de imediato
Tua palavra foi cumprida e eles pescaram muitos peixes. Banquetearam-se de estranha
ceia preparada no solo comeram então os Teus discípulos. Torna-nos dignos com eles
de goza-la também espiritualmente, oh Senhor que amas a humanidade.
Hoje é a salvação do mundo. Louvemos
Aquele que ressuscitou do túmulo, dando-nos origem a uma nova vida, porque anulou
a morte com a Sua morte e nos concedeu a misericórdia de obter essa grande vitória.
Divina Liturgia
Anunciação
- Modo 4:
É hoje o começo da nossa
salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se
Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com
ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça,
o Senhor está contigo!”
Tropário da Ressurreição
- 1º tom:
Embora a pedra fora selada pelos Judeus,
e os soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador,
dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram
glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência,
Tu que És o único filantropo.
Kondakion – 1º tom:
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Tu, sendo Deus, te levantaste do túmulo,
e devolveste a vida ao mundo; a natureza humana, por isso te louva: a morte foi
vencida, Adão se regozija, ó Mestre, e Eva, liberta agora das cadeias da morte,
com alegria exclama: Tu, Cristo, és o que a todos dá a Ressurreição!
Theotokion – 1º tom:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos.
Amém
Quando Gabriel te saudou, ó Virgem, dizendo:
"alegra-te!" e com sua voz, o Salvador encarnou-se em ti, tabernáculo
santo; e, como falava o Justo Davi: "veio do céu trazendo o Criador de tudo",
glória Àquele que habita em ti, glória Àquele nascido de ti e que nos libertou!
Prokimenon:
Venha sobre nós, Senhor a tua misericórdia
conforme nossa esperança em Ti.
Por isso eu te clamo como o Filho Pródigo:
pequei contra Ti, ó Pai Misericordioso!
Recebe-me arrependido e faze-me um de
teus servos.
Epístola: 1Cor 4, 9-16
Leitura da Primeira Epístola do Apostolo São Paulo aos Coríntios:
Irmãos, tenho para mim, que Deus a nós,
apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo
ao mundo, aos anjos, e aos homens. Nós somos loucos por amor de Cristo, e vós sábios
em Cristo; nós fracos, e vós fortes; vós ilustres, e nós vis. Até esta presente
hora sofremos fome, e sede, e estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada
certa, e nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos. Somos injuriados,
e bendizemos; somos perseguidos, e sofremos; somos blasfemados, e rogamos; até ao
presente temos chegado a ser como o lixo deste mundo, e como a escória de todos.
Não escrevo estas coisas para vos envergonhar; mas admoesto-vos como meus filhos
amados. Porque ainda que tivésseis dez mil aios em Cristo, não teríeis, contudo,
muitos pais; porque eu pelo evangelho vos gerei em Jesus Cristo. Admoesto-vos, portanto,
a que sejais meus imitadores.
Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Deus assegura a minha vitória e me submete os meus
adversários.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Salva maravilhosamente seu servo e usa de misericórdia
com seu ungido.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Evangelho: Mt 14, 22-34
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo,
segundo o Evangelista São Mateus:
Naquele tempo, aproximou-se de Jesus
um homem que, ajoelhando-se diante dele, disse: Senhor, tem compaixão de meu filho,
porque é epiléptico e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes
na água. Eu o trouxe aos teus discípulos, e não o puderam curar. E Jesus, respondendo,
disse: ó geração incrédula e perversa! até quando estarei convosco? até quando vos
sofrerei? Trazei-mo aqui. Então Jesus repreendeu ao demônio, o qual saiu de menino,
que desde aquela hora ficou curado. Depois os discípulos, aproximando-se de Jesus
em particular, perguntaram-lhe: Por que não pudemos nós expulsá-lo? Disse-lhes ele:
Por causa da vossa pouca fé; pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um
grão de mostarda direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar;
e nada vos será impossível. {mas esta casta de demônios não se expulsa senão à força
de oração e de jejum.} Ora, achando-se eles na Galiléia, disse-lhes Jesus: O Filho
do homem está para ser entregue nas mãos dos homens; e matá-lo-ão, e ao terceiro
dia ressurgirá. E eles se entristeceram.
Sinaxe das Festa
«Se tiverdes fé do tamanho
de um grão de mostarda,
direis a esta montanha: vai daqui para lá, e ela irá...»
direis a esta montanha: vai daqui para lá, e ela irá...»
Jesus sempre procurou valorizar o pequeno. Aquilo
que era muitas vezes menosprezado pelos homens, ele atribuía seu verdadeiro valor
e importância. Procurava enaltecer o desprezível, o insignificante e o diminuto.
Deu-nos muitos exemplos a este respeito para que pudéssemos aprender a rever nossa
posição diante daquilo que é julgado anódino pela maioria. A semente de mostarda,
o dracma perdido, a espiga de trigo, a ovelha perdida, o copo dӇgua oferecido ao
sedento, são alguns exemplos que receberam de Deus o valor devido, mostrando-nos
que nem tudo o que aparentemente é secundário para o mundo, seja assim para Deus.
Ensinou que à criança pura e sensível está destinado o Reino dos Céus; e nos instruiu
a imitá-la para que também pudéssemos ser dignos deste Reino. Jesus não era um homem
das massas, não gostava de populismos, evitava o ufanismo, procurava orientar seus
discípulos que não contassem aos outros a maioria dos milagres; preferia a sutileza
da gratidão de um humilde a ser exaltado e homenageado pelos das camadas mais privilegiadas.
Conhecia o coração das pessoas, sabia de seus sofrimentos e de suas inquietudes,
estava ciente do quanto os homens são afligidos pelas doenças e pelas possessões
do demônio.
Valorizou as viúvas indefesas, os órfãos, os servos,
os pobres, os excluídos, os marginalizados, os doentes, os deficientes: todos eles
sensibilizavam o Deus da Vida. Contudo, a criança era a predileção de Jesus. Via
nela a imagem da pureza, a imagem do imaculado. Na criança a imagem e semelhança
de Deus que nos foi dada na Criação permanecem fidedignas, pois Deus se revela pela
sua candura. Nada sensibilizava mais seu coração quanto ver o sofrimento de uma
criança inocente. Este é o cenário no qual Jesus se encontra: trouxeram-lhe uma
criança que estava possuída por um espírito maligno e que por causa disso, sofria
ataques de epilepsia que a levavam a cair no fogo ou na água para o desespero de
seus familiares. Jesus ouve da boca do próprio pai que seus discípulos não foram
capazes de curar seu filho que padecia de uma grave enfermidade e que por isso estava
trazendo diante dele, como ultima esperança.
O Senhor expôs para todos a fraqueza e a pequenez
da fé que seus seguidores mais próximos tinham; e denunciou que esta fé vulnerável
era o motivo pelo qual a cura não tinha sido alcançada. A falta de uma fé consistente
em Deus da parte dos discípulos fez o Senhor falar de um jeito mais enérgico beirando
o desabafo e a rispidez: “Ó gente de pouca fé! Até quando deverei ficar convosco?
Até quando terei que vos suportar?” Jesus estava se referindo a pouca fé dos apóstolos
que, apesar de sempre estarem em sua companhia, pareciam não aprender muito com
ele.
Imediatamente após esta censura, Jesus curou o menino.
Bastou um gesto, bastou um toque. Sem espetáculos, sem alardes, sem ostentação,
como lhe era peculiar, Jesus expulsou e venceu outra vez o demônio, e a cura foi
imediata. Os discípulos ficaram atônitos diante da simplicidade do gesto de cura
realizada pelo Senhor e se questionaram: “Por que nós não conseguimos expulsar o
espírito?”.
O Senhor revelou que aquela “espécie de demônios
não podia ser expulsa de nenhum outro modo, a não ser pela oração”. A oração nos
faz íntimos com Deus e, por isso, conhecedores de sua vontade. A fé inquebrantável
em Deus é resultante do contínuo diálogo com Deus. A comunicação diária com o Senhor
estreita os laços de nossa filiação e nos faz sensíveis a esta realidade. Verdadeiramente,
somos filhos de Deus em seu Filho, por isso faz a experiência desta comunhão quem
de fato eleva sua alma e ora.
Muitos seguidores de Jesus, hoje e naquele tempo,
queriam experimentar esta comunhão em suas vidas. A causa do insucesso era e continua
sendo a falta de esforço e de persistência na oração. Sem oração não há fé inabalável.
Sem um mínimo de fé não há como persistir na oração sincera. A fé é dom de Deus;
para se tê-la é necessário pedi-la e para pedi-la é imperioso orar. A fé nos é dada
à medida de nosso esforço em persistir na petição. Ela nos é oferecida aos poucos,
para que da mesma maneira possamos contemplar a abundante graça divina que nos é
ofertada.
Jesus diz a seus discípulos que se tivéssemos fé
do tamanho de uma semente de mostarda transportaríamos uma montanha de um lado ao
outro; e que faríamos obras maiores do que as dele. Esta constatação estampa a fragilidade
da nossa fé em Deus, revela nossa falta de perseverança na oração. Talvez a montanha
primeira que teremos que transpor seja nossa própria resistência na frequência da
oração.
Quem reza aceita obediente à vontade de Deus. Aceita
seus desígnios. Não questiona as dificuldades impostas pelo transcorrer dos acontecimentos,
não atribui ao Criador responsabilidades que lhe são alheias; enxerga em cada instante
o atuar incessante de sua providência nos caminhos da história. Enche-se de coragem
e de entusiasmo e enfrenta as barreiras, pois sabe que Deus não lhe faltará.
Outro fruto da oração é a obediência à sua Palavra.
Jesus, sinal da perfeita comunhão entre o homem e o Pai, entre o humano e o Divino,
foi obediente à vontade de Deus. Predisse a seus discípulos, após curar aquela criança,
que iria padecer e morrer, mas ressuscitaria no terceiro dia. Seus seguidores não
compreenderam aquelas divinas palavras, não sabiam do que ele falava. compreenderiam
mais tarde, quando o Divino Paráclito lhes foi enviado. É imprescindível que o Espírito
Santo norteie nossos passos, que ele dirija nossos caminhos para que possamos compreender
as palavras, os ensinamentos de Jesus nos dias atuais. As palavras são eternas,
não mudam. Nossas atitudes diante delas é que precisam ser transformadas pelo Espírito
Santo.
Nossa fé ainda permanece pequena mas há quem a tenha
muito maior do que o tamanho de uma semente de mostarda. Talvez, estes, para não
ganhar o aplauso vil do mundo, não estejam transportando montanhas, mas fazem a
santidade de vida ser uma realidade possível. Vivem no anonimato servindo seu próximo
no silêncio, procurando curar as pessoas das novas doenças deste século. São santos
agindo no meio da multidão de maneira despercebida mas atuante, como fermento levedando
a massa. Homens de jejum, oração, que se entregam todos os dias à obediência e à
escuta da Palavra de Deus; agem assim movidos pela fé e sabem que é pela candura,
pela simplicidade e pela humildade do servir que recuperaremos a imagem da criança
adormecida em nós e tão amada e valorizada por Jesus.
06 de Agosto: «Transfiguração de Nosso Senhor Deus e Salvador Jesus Cristo»
Para a igreja Ortodoxa, a festa da «Transfiguração (Metamórphosis)
de nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo» é uma das 12 solenidades do calendário
litúrgico. Isso traduz toda a teologia da divinização do homem. A teologia oriental
insiste sobre a graça incriada, participação na luz que envolveu o Cristo no Tabor,
«Graça deificante, emanação do Espírito Santo que vem a iluminar a Esposa para torná-la
nupcialmente conforme ao Esposo», como escreve C. Andronikov, acrescentando: «A
Transfiguração, festa teleológica por excelência, nos permite aguardar a Páscoa
e prever o porvir para além da parusia.»
A referida festa parece ter surgido como comemoração de dedicação
das basílicas do monte Tabor. É posterior à festa da Exaltação da Cruz, da qual,
no entanto, depende quanto à fixação de sua data. Com efeito, segundo uma tradição,
a Transfiguração de Jesus tinha acontecido 40 dias antes da crucifixão. A solenidade
tinha-se, pois, fixado no dia 6 de Agosto, isto é, 40 dias antes da Exaltação da
Cruz, que é celebrada no dia 14 de Setembro. A relação entre uma e outra festa sublinha-se,
igualmente, pelo fato de que no dia 6 de Agosto começam a cantar-se os hinos (catavasias)
da Cruz. Neste dia é costume que os fiéis tragam frutas para a Igreja para que sejam
abençoadas, como se fazia, antes, oferecendo as primícias para o Templo, conforme
a lei.
São MATIAS, apóstolo
O Santo Apóstolo Matias era natural de Belém e um dos descendentes
da tribo de Judá. Desde a sua infância em Jerusalém, dedicou-se à meditação da Lei
de Deus através do estudo dos livros sagrados e, sob a orientação de São Simeão,
o Receptor de Deus, foi instruído na vida e nas virtudes. Em tudo, procurava ser
agradável a Deus, seguindo estritamente o caminho dos Divinos Mandamentos.
Matias foi contado entre os setenta e dois outros discípulos que
«o Senhor designou e enviou, dois a dois, adiante de si, por todas as cidades e
lugares para onde ele tinha de ir» (Lc 10,1), tendo antes seguido Jesus desde o
começo de sua vida pública, testemunhando e vivendo todo o drama da sua paixão,
morte e ressurreição. Após a morte de Judas Iscariotes, o Traidor, Matias foi o
escolhido para ocupar seu lugar, completando o grupo dos Doze Apóstolos. Sua Eleição
foi descrita nos Atos dos Apóstolos, assim:
«É necessário, pois, que, dentre estes homens que nos acompanharam
todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu em nosso meio, a começar do batismo de
João até o dia em que dentre nós foi arrebatado, um destes se torne conosco testemunha
da sua ressurreição. Apresentaram então dois: José, chamado Barsabás e Matias. E
fizeram esta oração: ‘Tu, Senhor, que conheces o coração de todos, mostra-nos qual
destes dois escolheste para ocupar o lugar que Judas abandonou, no ministério do
apostolado, para dirigir-se ao lugar que era o seu’ lançaram sortes sobre eles,
e a sorte veio a cair em Matias, que foi então contado entre os doze apóstolos (At 1,21-26).
Após a descida do Espírito Santo, os apóstolos fizeram a distribuição
dos lugares aonde deviam levar o Evangelho. Ao apóstolo Matias coube a região da
Judéia, onde percorreu cidades e povoados proclamando a boa-nova da presença do
Salvador do mundo, na pessoa de Jesus Cristo. O livro do Atos dos Apóstolos relata
que o apóstolo Matias pregou o Evangelho na Judéia e em Jerusalém, juntamente com
os outros Apóstolos (At 6,2; 8,14). Sua pregação não se restringiu aos judeus, alcançando
também os gentios. Diz ainda a Tradição que São Matias levou o Evangelho aos habitantes
da Etiópia, e lá teve de suportar muitas e diversas formas de aflições.
Ainda que sejam poucos os relatos sobre a sua vida, sabe-se que
ele sofreu o martírio em Colchis, apedrejado por ordem do sumo sacerdote Ananias,
e recebeu a coroa de mártir, oferecendo sua vida por amor a Cristo, no ano 63.
Tradução e publicação neste site
com permissão de Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André
São Matias, apóstolo
e mártir (II)
Sua Eleição foi descrita nos Atos dos Apóstolos, assim: “É necessário,
pois, que, dentre estes homens que nos acompanharam todo o tempo em que o Senhor
Jesus viveu em nosso meio, a começar do batismo de João até o dia em que dentre
nós foi arrebatado, um destes se torne conosco testemunha da sua ressurreição” Apresentaram
então dois: José, chamado Barsabás e Matias. E fizeram esta oração: “Tu, Senhor,
que conheces o coração de todos, mostra-nos qual destes dois escolheste para ocupar
o lugar que Judas abandonou, no ministério do apostolado, para dirigir-se ao lugar
que era o seu; lançaram sortes sobre eles, e a sorte veio a cair em Matias, que
foi então contado entre os doze apóstolos (atos dos Apóstolos 1,21-26).
Poucos relatos existem sobre sua vida, Sabe-se apenas que ele
também morreu sob martírio em Colchis e, muitas vezes, teve o seu nome confundido
com o de São Mateus, que em muito se assemelha na grafia.
Folheto
Dominical da Igreja Anunciação da Mãe de Deus
Responsável
Reverendo Ecônomo Padre Emanuel Sofoulis
Editoração e Diagramação
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Atualização da Página na
internet
Jean Stylianoudakis
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Apoio
- Rodrigo Marques – Membro do Coro da Igreja
- Alessandra Sofia Kiametis Wernik – Membro do Coro da Igreja
- Folheto da Comunidade Ortodoxa de São Pedro e São Paulo
Pavuna – Rio de Janeiro – RJ – Brasil
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Liturgia Dominical das 10h30 às 12h
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