PATRIARCADO
ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega
de Buenos Aires e América do Sul
Igreja
Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910
- Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 02 de agosto de
2015.
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9º Domingo de Mateus
(9º depois de Pentecostes
- Modo 4 Plagal)
Memória da Trasladação das
relíquias de Santo Estevão, protomártir (c.428).
Matinas
Tropário:
Desceste das alturas, ó misericordioso, e aceitaste
o sepultamento durante três dias, para nos livrar das paixões. Senhor, És nossa
vida e nossa ressurreição, glória a Ti.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
Desceste das alturas, ó misericordioso, e aceitaste
o sepultamento durante três dias, para nos livrar das paixões. Senhor, És nossa
vida e nossa ressurreição, glória a Ti.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Theotokion:
Tu, que por nossa salvação, nasceste de uma virgem
e padeceste a crucificação, ó boníssimo por Tua morte, despojaste a morte, Tu que
é Deus, nos revelaste a ressurreição, não desprezes aqueles que a Tua mão criou.
Manifesta a Tua misericórdia, ó amigo do homem; aceita as preces daqueles que deste
a Luz e salva os desesperados, ó nosso Salvador.
Katisma:
Ó vida de todos, ressuscitaste os mortos. Um anjo
resplandecente dizia às santas mulheres, "cessai de chorar, levai, a boa nova
aos Apóstolos, canta\ e c\ama\ Cristo Senhor ressuscitou! Ele se dignou salvar o
gênero humano, porque é Deus."
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Na verdade ressuscitaste do túmulo e deste as santas
mulheres a ordem de anunciar aos Apóstolos a tua ressurreição, predita pelas Escrituras.
E Pedro correndo chega ao sepulcro; ele. vê a luz no túmulo e se enche de temor,
mas ele percebe no chão o lençol sem teu corpo divino e ele exclama com fé: Glória
a ti, ó Cristo Deus, nosso salvador, que salvas todos os homens. Tu és o esplendor
da glória do Pai.
Agora sempre e pelos séculos dos séculos Amém.
Theotokion:
Nós cantamos a ti, porta do céu
Nós cantamos a ti, arca da aliança
Nós cantamos a ti, santa montanha
Nós cantamos a ti, nuvem luminosa
Tu , o grande tesouro do universo resgataste Eva.
Por ti veio a salvação e o antigo pecado foi remido. Por, isto, nós te imploramos:
ora por nós a teu filho; e teu Deus para que conceda o perdão dos pecados daqueles
que adoram, piedosamente teu santo nascimento.
Ypakoí:
Paradas no túmulo do Doador de Vida, as portadoras
de aromas procuravam o Mestre imortal entre os mortos; e ao receberem a boa nova
de alegria do Anjo, elas anunciaram aos Apóstolos que Cristo havia ressuscitado,
concedendo grande misericórdia para o mundo.
Antífona:
Desde a minha juventude o inimigo me prova, pelos
prazeres ele me seduz; mas, colocando minha esperança e Ti, Senhor, eu o rejeito.
Que os inimigos de Sião se tornem como o feno antes mesmo de ser arrancado, porque
o Cristo cortará seus pescoços com a foice dos tormentos.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre
e pelos séculos dos séculos. Amém.
Pelo Espírito Santo, todo o ser vive, porque Ele
é a Luz da Luz, o grande Deus.
Prokimenon:
O Senhor vosso Deus, reinará para sempre, ó Sião,
de geração em geração. (2 vezes).
Stichos:
Ó minha alma, louvai o Senhor (repete a primeira).
Evangelho: Jo 20,19-31
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo,
segundo o Evangelista São João.
Na tarde do mesmo dia, que era o primeiro da semana,
os discípulos tinham fechado as portas do lugar onde se achavam, por medo dos judeus.
Jesus veio e pôs-se no meio deles. Disse-lhes ele: A paz esteja convosco! Dito isso,
mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se ao ver o Senhor. Disse-lhes
outra vez: A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio
a vós. Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito
Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem
os retiverdes, ser-lhes-ão retidos. Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava
com eles quando veio Jesus. Os outros discípulos disseram-lhe: Vimos o Senhor. Mas
ele replicou-lhes: Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu
dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei!
Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com
eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse: A paz
esteja convosco! Depois disse a Tomé: Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos.
Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé. Respondeu-lhe Tomé:
Meu Senhor e meu Deus! Disse-lhe Jesus: Creste, porque me viste. Felizes aqueles
que crêem sem ter visto! Fez Jesus, na presença dos seus discípulos, ainda muitos
outros milagres que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos, para
que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a
vida em seu nome.
Kondakion:
Tu Te elevaste do
túmulo e ressuscitaste dos mortos, elevaste Adão, Eva se rejubila em Tua ressurreição
e as extremidades do mundo celebram teu despertar de entre os mortos, ó misericordiosissimo.
Ikós:
Despojaste os palácios
dos infernos e ressuscitaste dos mortos, ó pacientíssimo, vieste ao encontro das
merróforas e em lugar, da tristeza lhes trouxeste a alegria.
Aos apóstolos manifestaste
os sinais de tua vitória, ó meu Salvador, que dás a vida, e iluminaste a criação,
ó amigo do homem.
Eis porque o universo
se rejubila pelo teu despertar de entre os mortos, ó misericordiosíssimo.
Exapostilário:
Oh Senhor, quando
entraste estando as portas fechadas, enchestes os Apóstolos de Teu santíssimo Espírito
soprando sobre eles e dando lhes a paz dissestes “Atai e desatai!”. E depois de
oito dias à Tomé mostraste tuas mãos e teu lado! Nós junto com ele exclamamos “Meu
Senhor e meu Deus”.
Theotokion:
Oh Virgem Santíssima
e noiva de Deus, ao ver teu filho ressuscitado do sepulcro no terceiro dia, desejaste
a pena que passaste como Mãe quando o viste sofrer, e quando te encheste de alegria,
e glorificaste com os Discípulos com louvores, Salva, oh Virgem, aos que te chamam
Mãe de Deus.
Euzina:
Ao cumprir seu tempo, oh Cristo paraste em
frente aos Teus amados, e na noite de um dos sábados confirmando-lhes com este milagre
de Tua Ressureição entre os mortos. Com Tua entrada estando as portas fechadas encheste
de alegria aos Teus Apóstolos quando lhes destes o Espírito Santo, outorgando-lhes
o poder de remir o pecado, não descuidaste de Tomé deixando que ele se afogasse
no mar da incredulidade. Por isso te suplicamos que no dês o conhecimento da verdade
e o perdão de nossa faltas, oh piedoso Senhor.
Ó Senhor, ressuscitado do sepulcro, rompeste
os grilhões do inferno, eliminaste o poder da morte, salvando todos dos laços do
inimigo; e quando apareceste a teus discípulos, os enviaste a evangelizar e, através
deles, deste tua paz ao mundo, tu que és o Único Misericordioso.
Divina Liturgia
Anunciação
- Modo 4:
É hoje o começo da nossa
salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se
Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com
ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça,
o Senhor está contigo!”
Tropário da Ressurreição
- 8º tom:
Descestes das alturas, ó misericordioso, e aceitaste
o sepultamento durante três dias, para nos livrar das paixões. Senhor, És nossa
vida e nossa ressurreição, glória a TI.
Kondakion
– 8º tom:
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Tendo ressuscitado do túmulo deste a vida
aos mortos e levantaste Adão; Eva se regozija com a tua Ressurreição, e exultam
de alegria os confins da terra, ó Misericordioso!
Theotokion
– 8º tom:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Tu, que pela nossa salvação nasceste da Virgem,
sofreste a crucifixão, ó Misericordioso, e com a morte venceste a morte, como Deus,
revelando a Ressurreição; não abandones a nós, criaturas de tuas mãos! Mostra a
tua bondade pela humanidade, atende as preces da tua Mãe, que roga por nós, ó Misericordioso,
e salva, ó Salvador, nosso povo desolado!
Prokimenon:
Fazei votos ao Senhor nosso Deus e cumpri-os;
todos os que o cercam tragam oferendas.
Deus é conhecido na Judéia, grande é o seu
nome em Israel.
Epístola: 1Cor
3,9-17
Leitura da Primeira Epístola do Apostolo São Paulo aos Coríntios:
Irmãos, nós somos cooperadores
de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus. Segundo a graça de Deus que
me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele;
mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento
além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento
formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, A obra
de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta;
e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa
parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá
detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo. Não sabeis vós que sois
o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo
de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo.
Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Vinde, exultemos no Senhor, aclamemos o Rochedo que
no salva!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Apresentemo-nos diante d'Ele com ação de graças,
aclamemo-Lo com hinos de louvor!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Evangelho: Mt 14,
22-34
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo,
segundo o Evangelista São Mateus:
Naquele tempo, Jesus obrigou seus
discípulos a entrar na barca e a passar antes dele para a outra margem, enquanto
ele despedia a multidão. Feito isso, subiu à montanha para orar na solidão. E, chegando
a noite, estava lá sozinho. Entretanto, já a boa distância da margem, a barca era
agitada pelas ondas, pois o vento era contrário. Pela quarta vigília da noite, Jesus
veio a eles, caminhando sobre o mar. Quando os discípulos o perceberam caminhando
sobre as águas, ficaram com medo: É um fantasma! disseram eles, soltando gritos
de terror. Mas Jesus logo lhes disse: Tranqüilizai-vos, sou eu. Não tenhais medo!
Pedro tomou a palavra e falou: Senhor, se és tu, manda-me ir sobre as águas até
junto de ti! Ele disse-lhe: Vem! Pedro saiu da barca e caminhava sobre as águas
ao encontro de Jesus. Mas, redobrando a violência do vento, teve medo e, começando
a afundar, gritou: Senhor, salva-me! No mesmo instante, Jesus estendeu-lhe a mão,
segurou-o e lhe disse: Homem de pouca fé, por que duvidaste? Apenas tinham subido
para a barca, o vento cessou. Então aqueles que estavam na barca prostraram-se diante
dele e disseram: Tu és verdadeiramente o Filho de Deus.
Kinonikon:
Louvai o Senhor nos céus
louvai-O nas alturas!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Sinaxe das Festa
«Coragem! Sou Eu. Não tenham
medo!»
Imaginar a existência do mar com as águas sempre
tranqüilas é uma quimera. Faz parte da natureza do mar os momentos de tranqüilidade
e serenidade. Nestes casos, suas ondas tocam a costa marítima como se estivessem
acariciando-a delicadamente. Assim, tanto as águas do mar como as areias da praia
co-existem pacificamente, respeitando os limites de espaço designados pelo Criador.
No entanto, este mesmo mar sofre influências dos ciclos lunares, dos ventos, e reponde
a isso de forma própria. Aos nossos olhos estas manifestações são agressivas, violentas
e destrutivas. A afabilidade das ondas tranqüilas que iam ao encontro das costas
marítimas com desvelo e cuidado, transforma-se em algo arrebatador e impetuoso ignorando
os limites de sua abrangência. A força de suas ondas parece expulsar de sua área
aquilo que lhe pareça estranho. Levadas pelas forças do vento, as ondas agitam e
engolem o que está sobre sua superfície.
Pedro e outros discípulos, como exímios pescadores
estavam a par desta realidade. Sabiam da força e do perigo do mar agitado; sabiam
também que as águas tem uma densidade incapaz de suportar o peso de uma pessoa,
a não ser que esteja dentro de uma embarcação. Extrapolando as leis da física e
excedendo o perímetro do usual e costumeiro, os que estavam no barco se assustaram
ao ver que um vulto se aproximava, caminhando sobre as águas. A perplexidade contagia
o ambiente e os tripulantes não sabem o que fazer, resta uma alternativa: gritar.
O Senhor os acalma dizendo: "sou eu, não tenham
medo!" Essas palavras não só identificam aquele que se aproximava como também
acalmam os discípulos assustados. Ao falar, a voz do Senhor é reconhecida; sabiam
que não se tratava mais de um fantasma ou de um espírito: era o próprio Filho de
Deus manifestando seu poder outra vez.
O poder do Senhor, aliás, tinha sido manifesto ao
entardecer daquele mesmo dia quando multiplicou os pães e peixes e matou a fome
da multidão exausta e faminta que o seguia. Aquele que foi capaz de multiplicar
os pães e peixes, que transformou a fome em saciedade era capaz de não afundar e
andar sobre as águas.
Pedro pede uma prova: "Se és de fato o Senhor,
manda que eu vá ter contigo e ande sobre as águas". Jesus imediatamente lhe
ordena: "Vem!". Sem titubeios Pedro sai do barco e começa a andar sobre
as águas indo ao seu encontro. O que era impossível torna-se possível graças ao
poder de Deus e à obediência a sua palavra. Pedro, de maneira destemida, abandona
sua embarcação e atira-se ao impossível. É a fé que o impulsionou a obedecer à voz
de seu Mestre. A fé fez de Pedro um homem de coragem. Estava ciente dos perigos
do mar agitado, todavia sabia que além das ondas estava Jesus. Quem tem fé enxerga
as ondas revoltas, mas vê além delas o Salvador. Quem tem fé ouve o zumbido dos
ventos, mas escuta a voz mais forte de Deus dizendo "Vem".
Não basta ter fé. É preciso mantê-la. Por isso, num
instante de dúvida, Pedro se apavora e sucumbe às águas. Pedro não podia salva-se
sozinho, não tinha nem forças para fazê-lo. Pede por socorro àquele que era o único
que podia salvá-lo. Seu grito por socorro, era uma manifestação e um grito de fé.
Jesus era a sua tábua de salvação e se apegou a ele com toda tenacidade. Prontamente
Jesus estende seus braços e acolhe Pedro e o salva, advertindo-o, porém, que sua
fé era pequena, pois teve dúvidas. Onde há dúvidas há a divisão. Onde ha dúvidas
a fé não pode existir. Alias, fé e dúvida não co-existem. Onde se instala a dúvida
o demônio age. Onde se planta a dúvida colhemos a ausência de Deus. Fé significa
certeza. Fé significa confiança total e irrestrita em Deus. Fé é dom. Há que pedir
o dom da fé em cada oração que fizermos.
Os dois sobem no barco e o mar se acalma. Onde Deus
está a serenidade se torna presente. Ao cair da tarde o Senhor dominou a fome de
muitos, depois dominou o pânico dos discípulos e o medo de Pedro, agora, domina
a força dos ventos e das ondas. O mar e o vento foram criados por Deus e lhe são
submissos. Por isso sua presença bastou para que a ordem voltasse a reinar sobre
a natureza. As coisas que Deus cria não obstaculizam a relação entre Deus e o homem.
O homem, ao explorar desregradamente a natureza e destruí-la, não tem consciência
que ao fazer isto, está destruindo também um dos meios de se contemplar Deus. A
natureza preservada auxilia o coração do homem a entrar em sintonia com Deus e e
nele encontrar sua paz. A valorização e a preservação da natureza é indispensável
para que continuemos a encontrar nela um meio de se chegar a Deus.
Da mesma forma que imaginar um mar sempre tranqüilo
é um sonho, querer uma vida sem problemas é uma utopia. Um cristão não se acovarda
diante das dificuldades, mas os enfrenta confiante. Nada pode abalar uma pessoa
cheia de fé pois sabe que Deus está sempre aí para acalmar as tempestades da vida.
«Por que ter medo?»
No dia 14 de Setembro houve no Monte Athos um violento
tremor de terra. Produziu-se durante a noite, durante a vigília da festa da Exaltação
da Santa Cruz. Eu estava no coro, junto do Prior, e este último estava mesmo ao
lado do sítio onde tinha o hábito de confessar. Um tijolo soltou-se do teto e caiu
naquele lugar, assim como muito estuque. A princípio assustei-me um pouco mas rapidamente
me acalmei e disse ao Prior: "Eis que o Senhor misericordioso quer que nos
arrependamos."
Olhamos para os outros monges, na igreja e no coro:
poucos tiveram medo; cerca de seis homens saíram da igreja, os outros ficaram nos
seus lugares e a vigília continuou de acordo com a ordem habitual e com tanta tranqüilidade
como se nada se tivesse passado. E eu pensei: "Como é abundante nestes monges
a graça do Espírito Santo!" Com efeito, enquanto ocorria um tremor de terra
tão violento que todo o imenso edifício do mosteiro tremia, a cal caía, os lustres,
as lâmpadas de azeite e os candelabros balançavam, que os sinos começaram a tocar
no campanário, que até o sino grande bateu com a violência do abalo, eles, pelo
contrário, permaneceram tranqüilos. E eu pensei: "A alma que conheceu o Senhor
não teme nada, exceto o pecado, e sobretudo o pecado do orgulho. Ela sabe que o
Senhor nos ama e, se Ele nos ama, que temos nós a temer?"
S. Siluane (1886-1938)
«Confiança, sou eu, não temais»
A minha alegria está em Deus
E o meu ardor vai para Ele,
Porque Ele é o meu amparo.
Revelou-se na Sua simplicidade,
E a Sua benevolência apequenou para mim a Sua grandeza.
Fez-se semelhante a mim para que eu O recebesse;
Fez-se semelhante a mim para que eu O possuísse.
Ao vê-lO, não temi,
Porque Ele é a minha misericórdia.
Tomou a minha natureza para que eu O compreenda,
E o meu rosto, para que não me afaste dEle.
O pai do conhecimento é o Verbo do conhecimento.
Ele, que criou a sabedoria, é mais sábio do que as Suas criaturas.
Ele, que me criou, sabia antes de eu ser
Aquilo que eu faria quando existisse.
E, por isso, apiedou-se na Sua misericórdia,
Permitiu que eu reze
E que partilhe do Seu sacrifício.
E o meu ardor vai para Ele,
Porque Ele é o meu amparo.
Revelou-se na Sua simplicidade,
E a Sua benevolência apequenou para mim a Sua grandeza.
Fez-se semelhante a mim para que eu O recebesse;
Fez-se semelhante a mim para que eu O possuísse.
Ao vê-lO, não temi,
Porque Ele é a minha misericórdia.
Tomou a minha natureza para que eu O compreenda,
E o meu rosto, para que não me afaste dEle.
O pai do conhecimento é o Verbo do conhecimento.
Ele, que criou a sabedoria, é mais sábio do que as Suas criaturas.
Ele, que me criou, sabia antes de eu ser
Aquilo que eu faria quando existisse.
E, por isso, apiedou-se na Sua misericórdia,
Permitiu que eu reze
E que partilhe do Seu sacrifício.
Sim, Deus é incorruptível.
Ele é a plenitude dos mundos e o seu Pai.
Manifestou-se aos seus,
Para que conheçam Aquele que os criou
E não imaginem a sua origem provindo de si próprios.
Abriu caminho ao conhecimento,
E alargou-o, prolongou-o e conduziu-o à Sua perfeição.
Nele infundiu as marcas da Sua luz,
E os Seus traços, do princípio ao fim,
Pois é a Sua obra.
Ele é a plenitude dos mundos e o seu Pai.
Manifestou-se aos seus,
Para que conheçam Aquele que os criou
E não imaginem a sua origem provindo de si próprios.
Abriu caminho ao conhecimento,
E alargou-o, prolongou-o e conduziu-o à Sua perfeição.
Nele infundiu as marcas da Sua luz,
E os Seus traços, do princípio ao fim,
Pois é a Sua obra.
Pôs no Filho a Sua complacência.
Pela Sua salvação, exercerá a Sua onipotência,
E o Altíssimo será conhecido pelos santos:
Para anunciarem àqueles que cantam a vinda do Senhor,
A fim de que vão ao Seu encontro
E Lhe cantem com alegria.
Pela Sua salvação, exercerá a Sua onipotência,
E o Altíssimo será conhecido pelos santos:
Para anunciarem àqueles que cantam a vinda do Senhor,
A fim de que vão ao Seu encontro
E Lhe cantem com alegria.
São Pedro Crisólogo, bispo
de Ravena
(cerca de 406-450) Sermão
50
Trasladação das
relíquias de Santo Estevão, Protomártir e Arquidiácono
A Igreja instituiu esta segunda festa do Santo Protomártir
Estevão para comemorar a descoberta de suas relíquias junto às de Gamaliel, Habib
e Nicodemos, pelo sacerdote Luciano, em Gamala da Palestina, em dezembro do ano
415. Segundo relato atribuído a Luciano, fora revelado em sonho, a ele e ao monge
Migecio, o lugar onde podiam encontrar as relíquias do Santo Protomártir. Tendo
sido descobertas conforme a revelação, foram solenemente trasladadas para Jerusalém
pelo arcebispo João, juntamente com os bispos Eleutério de Sebaste e Eleutério de
Jericó. Posteriormente, por volta do ano 428, durante o reinado do imperador Teodósio,
o Jovem (408-450), as relíquias foram depositadas numa igreja em honra ao santo
Diácono Lourenço, até o dia 02 de agosto, quando foram solenemente transferidas
para uma igreja construída em honra do Protomártir Santo Estêvão. Fragmentos destas
relíquias foram distribuídos para vários lugares do mundo, o que contribuiu para
a propagação da devoção a Santo Estevão. Incontáveis milagres foram operados por
Deus através de sua intercessão. Santo Evódio, bispo de Uzalum, na África, e Santo
Agostinho, nos deixaram relatados muitos desses milagres.[…] «Está bem que, desejando
obter, por sua intercessão, bens temporais, o imitemos de tal modo que possamos
alcançar, finalmente, os bens eternos». Certamente Deus se fez homem para curar
os males temporais, pois, durante a sua vida mortal, curou os enfermos, libertou
os possessos e socorreu aos necessitados, dando-nos uma prova sensível do seu poder
divino e indicando que veio para nos livrar das enfermidades.
[…] Depois
da morte de Santo Estêvão por apedrejamento pelos judeus, o seu corpo não teve um
sepultamento, mas foi atirado às bestas e aves, ao tempo. Gamaliel, um fariseu,
membro do Grande Conselho, e doutor da lei e respeitado por todo o povo, tendo se
voltado para a fé em Jesus Cristo como o Messias, aquele msmo que saiu em defesa
dos Apóstolos no Sinédrio (At 5, 34-40), na segunda noite após a morte de Estevão
enviou pessoas de sua confiança para que encontrassem e trouxessem a ele o seu corpo,
sepultando-o numa caverna de sua propriedade não muito longe de Jerusalém. Mais
tarde, Gamaliel se fez batizar com seu filho Habib. O segredo do lugar do sepultamento
de Estevão foi deixado com Nicodemos, o discípulo que, durante a noite, visitava
Jesus (Jo 3, 1-21; 7, 50-52; 19, 38-42). Depois de mortos, os corpos de Gamaliel
e de seu filho Habib foram sepultados perto do lugar onde estava sepultado Estevão.
[…]
Tradução e publicação neste
site
com permissão de Ortodoxia.org
Trad.: pe. André
II – Santo
Estêvão, diácono, primeiro mártir, séc. I
Depois do Pentecostes, os apóstolos dirigiam o anúncio
da mensagem cristã aos mais próximos, aos hebreus, aguçando o conflito apenas acalmado
da parte das autoridades religiosas do judaísmo. Como Cristo, os apóstolos conheceram
logo as humilhações dos flagelos e da prisão, mas apenas libertados das correntes
retomam a pregação do Evangelho. A primeira comunidade cristã, para viver integralmente
o preceito da caridade fraterna, colocou tudo em comum, repartindo diariamente o
que era suficiente para o seu sustento. Com o crescimento da comunidade, os apóstolos
confiaram o serviço da assistência diária a sete ministros da caridade, chamados
diáconos. Entre eles sobressaía o jovem Estêvão, que além de exercer as funções
de administrador dos bens comuns, não renunciava ao anúncio da Boa Nova, e o fez
com tanto sucesso que os judeus “apareceram de surpresa, agarraram Estêvão e levaram-no
ao tribunal. Apresentaram falsas testemunhas, que declararam: “Este homem não faz
outra coisa senão falar contra o nosso santo templo e contra a Lei de Moisés. Nós
até o ouvimos afirmar que esse Jesus de Nazaré vai destruir o templo e mudar as
tradições que Moisés nos deixou.” Estêvão, como se lê nos Atos dos Apóstolos, cheio
de graça e de força, como pretexto de sua autodefesa, aproveitou para iluminar as
mentes de seus adversários. Primeiro, resumiu a história hebraica de Abraão até
Salomão, em seguida afirmou não ter falado contra Deus, nem contra Moisés, nem contra
a Lei, nem fora do Templo. Demonstrou, de fato, que Deus se revelava também fora
do Templo e se propunha a revelar a doutrina universal de Jesus como última manifestação
de Deus, mas os seus adversários não o deixaram prosseguir no discurso, “taparam
os ouvidos e atiraram-se todos contra ele, em altos gritos. Expulsaram-no da cidade
e apedrejaram-no.” Dobrando os joelhos debaixo de uma tremenda chuva de pedra, o
primeiro mártir cristão repetiu as mesmas palavras de perdão pronunciadas por Cristo
sobre a Cruz: “Senhor, não os condenes por causa deste pecado.” Em 415 a descoberta
das suas relíquias suscitou grande emoção na cristandade. A festa do primeiro mártir
foi sempre celebrada imediatamente após a festividade do Natal.
Folheto
Dominical da Igreja Anunciação da Mãe de Deus
Responsável
Reverendo Ecônomo Padre Emanuel Sofoulis
Editoração e Diagramação
Antonio José
Atualização da Página na
internet
Jean Stylianoudakis
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Apoio
- Rodrigo Marques – Membro do Coro da Igreja
- Alessandra Sofia Kiametis Wernik – Membro do Coro da Igreja
- Folheto da Comunidade Ortodoxa de São Pedro e São Paulo
Pavuna – Rio de Janeiro – RJ – Brasil
http://comunidadeortodoxaspsp.blogspot.com.br/
Igreja
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Liturgia Dominical das 10h30 às 12h
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