18 outubro 2013

6º Domingo de Lucas (20/10/2013)

6º DOMINGO DE LUCAS
(MATINAS: Lc. 24, 36-53 | LITURGIA: 2Cor. 6, 16-18; 7, 1 e Lc. 8, 27-39)*
Ao ser curado, aquele homem de Gerasa, que fora possuído por demônios, uniu-se ao Senhor e desejou estar junto Dele para todo o sempre. Ouvindo, no entanto, o desejo de Cristo, o homem partiu e pregou por a toda a cidade quanto Jesus lhe tinha feito. É que Cristo nos atrai, e Sua vontade se torna lei para todos aqueles que recebem Sua graça, e, assim, não podemos deixar de proclamar tudo que recebemos Dele.
Se apenas guardássemos em nosso espírito todas as coisas boas que recebemos do Senhor, entre nós não haveria ingratidão; não haveria transgressão da santa vontade; não haveria pessoas que não amassem mais a Deus do que qualquer outra coisa.
É pelo santo batismo que nós somos salvos dos pecados de nossos antepassados e de toda a sua perdição; e é pelo arrependimento que nós somos constantemente purificados dos pecados, que incessantemente nos cercam. Através da divina providência nós somos preservados de infortúnios que muitas vezes não conseguimos enxergar; eis que Cristo nos guia em nossas vidas, colocando-nos nos caminhos mais seguros e favoráveis para os nossos objetivos. Enfim, tudo o que possuímos provém do Senhor.
É por isso que devemos estar unidos ao Senhor com toda a nossa alma, cumprir Sua vontade em todas as coisas, e glorificar Seu santíssimo nome, especialmente em nossas vidas e ações, para que não sejamos vencidos e dominados pelo mal; mas se isso acontecer, que possamos vencê-lo como aquele homem de Gerasa, que imediatamente provou ser tão sábio, tornando-se um exemplo digno de imitação.
Teófano, o Recluso (1815-1894)
Fonte: Pravoslavie.ru (tradução livre)

Boletim n. 39, 20.10.2013: 
6º Domingo de Lucas (Download)

OFÍCIO MEMORIAL | ΜΝΗΜΌΣΥΝΟ
Após a Divina Liturgia deste domingo, realizar-se-á o Ofício Memorial (Μνημόσυνο) pela passagem de 2 anos e meio de falecimento do Sr. Spilios Tzemos.
† Sua memória seja eterna!
Liturgia 20.10.2013.
Μνημόσυνο

Μνημόσυνο

PENSAMENTO
 São João Clímaco | Άγιος Ιωάννης της Κλίμακος (523-606)


A memória das dores de Jesus é um grande remédio para desterrar a memória dos ressentimentos, quando o homem, considerando tanta clemência e paciência, compreende que, esquecendo as injúrias do próximo, alcançará o perdão e, retendo e sustentando a lembrança delas, se faz indigno da misericórdia divina; pois bom meio é o trabalho e a aspereza da vida para alcançar o perdão dos pecados, porém muito melhor é o perdão das injúrias, segundo o que está escrito: Perdoai e sereis perdoados. 
Por isso, bem se vê que um dos grandes argumentos e indícios da verdadeira penitência é o esquecimento das injúrias; e aquele que, guardando as inimizades, pensa que faz penitência, é semelhante a quem, enquanto dorme, sonha que corre.

A Escada da Divina Ascensão

9º Degrau: do ressentimento, p. 87.
Tom da semana: 8º Tom
(χος πλ. δ΄ – ωθινόν ΣΤ΄)
† MATINAS
6º Eothinon (ωθινόν ΣΤ΄)
EVANGELHO SEGUNDO SÃO LUCAS
Aparição aos Onze | Ascensão do Senhor
(Lc. 24: 36-53)
Naquele tempo, enquanto falavam, Jesus apresentou-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. Assustados e cheios de medo, julgavam estar vendo um espírito. Mas Ele lhes disse: “Por que estais perturbados e por que estas dúvidas em vossos corações? Vede minhas mãos e pés; sou eu mesmo! Tocai-me e vede: um espírito não tem carne nem ossos como eu tenho”. Dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. Como ainda assim, dominados pela alegria, não acreditassem e permanecessem surpresos, perguntou-lhes: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” Então lhe ofereceram um pedaço de peixe assado. Ele o tomou e comeu diante deles.
Depois lhes disse: “Isto é o que vos dizia enquanto ainda estava convosco: é preciso que se cumpra tudo o que está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos a meu respeito”. Então Jesus abriu-lhes a inteligência para compreenderem as Escrituras, e lhes disse: “Assim estava escrito que o Cristo haveria de sofrer e ao terceiro dia ressuscitar dos mortos e, começando por Jerusalém, em seu nome seria pregada a todas as nações a conversão para o perdão dos pecados. Vós sois testemunhas disso. Eu vos mandarei aquele que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade até que sejais revestidos da força do alto”.
Levou-os em seguida até perto de Betânia. Ali, levantou as mãos e os abençoou. Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi levado ao céu. E eles, depois de se prostrarem diante Dele, voltaram para Jerusalém com grande alegria. Permaneciam no Templo, louvando a Deus.
† DIVINA LITURGIA
SEGUNDA EPÍSTOLA DE SÃO PAULO AOS CORÍNTIOS
Desabafos de São Paulo
(2Cor. 6, 16-18; 7, 1)
Irmãos, qual a relação entre o templo de Deus e os ídolos? Pois nós somos o templo de Deus vivo, segundo o que Deus mesmo disse: Habitarei e andarei no meio deles e serei seu Deus e eles serão meu povo. Pelo que, saí de seu meio e afastai-vos, diz o Senhor. Não toqueis coisa imunda e eu vos acolherei, serei vosso pai e vós sereis meus filhos e minhas filhas, diz o Senhor Todo-poderoso.
   Depositários de tais promessas, caríssimos, purifiquemo-nos de toda imundície da carne e do espírito, realizando plenamente nossa santificação no temor de Deus.
EVANGELHO SEGUNDO SÃO LUCAS
Vários milagres
(Lc. 8, 27-39)
Naquele tempo, navegaram para a região dos gerasenos, que está em frente à Galileia. Ao desembarcar, veio-Lhe ao encontro um homem da cidade, possesso de demônios. Há muito tempo não se vestia nem morava numa casa, e sim nos túmulos. Ao ver Jesus, gritou, prostrando-se diante dele, e disse em voz alta: “O que tens a ver comigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Peço-te que não me atormentes”. Porque Jesus havia ordenado ao espírito impuro que saísse do homem, pois muitas vezes se apossava dele. Metiam-lhe, então, algemas e prendiam-lhe os pés, mas ele quebrava as correntes e era impelido pelo demônio para lugares desertos. Jesus lhe perguntou: “Qual é o teu nome?” –“Legião”, respondeu ele, porque haviam entrado nele muitos demônios. Eles imploravam a Jesus que não os fizesse voltar para o abismo.
Havia ali numerosa vara de porcos pastando no monte. Os demônios suplicaram-lhe que lhes permitisse entrar nos porcos. E Jesus permitiu. Saindo do homem, os demônios entraram nos porcos e a vara precipitou-se barranco abaixo, dentro do lago, e se afogou.
Vendo o que tinha sucedido, os pastores fugiram e contaram o fato na cidade e nos campos. O povo saiu para ver o que tinha acontecido. Vieram ter com Jesus e encontraram o homem de quem haviam saído os demônios sentado aos pés de Jesus, vestido e em pleno juízo. Tomados de espanto, ouviram das testemunhas como o endemoninhado fora curado. E toda a gente do território dos gerasenos pediu a Jesus que se retirasse dali, porque ficaram dominados por grande medo. Então Jesus subiu ao barco e voltou. O homem, de quem haviam saído os demônios, suplicava-Lhe para ficar com Ele. Mas Jesus o despediu, dizendo: “Volta para tua casa e conta o que Deus fez por ti”. Ele foi embora, proclamando por toda a cidade quanto Jesus lhe tinha feito.
__________________
Lc. 24, 36-53:
  1. Cap. 24, VV. 39-43: Além das predições, oferece Jesus três provas sensíveis aos incrédulos discípulos: aparição prolongada e em pleno dia; apalpamento; e a ação de comer.  
2Cor. 6, 16-18; 7, 1:
  1. Cap. 6, V. 16cf. Ez. 37, 27 ("27 Minha morada estará junto deles. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.") e cf. Lev. 26, 1  ("1 Não façais para vós falsos deuses. Não levanteis para vós ídolos ou colunas sagradas. Não coloqueis em vosso país nenhuma pedra esculpida para vos prostrardes diante dela, porque eu sou o Senhor vosso Deus."). 
  2. V. 17: Cf. Is. 52, 1 ("Pois doravante nenhum incircunciso, nenhum impuro porá os pés em ti.").
  3. V. 18Cf. Jer. 31, 9 ("9 Com lágrimas eles voltam, com súplicas trago-os de volta. Vou conduzi-los às torrentes de água, por um caminho reto, em que não tropeçarão. Porque sou um pai para Israel e Efraim é o meu primogênito.").
Lc. 8, 27-39:
  1. Cap. 8, V. 32: ["Os demônios suplicaram-lhe que lhes permitisse entrar nos porcos. E Jesus permitiu"]. Esta permissão serviu para mostrar aos apóstolos a realidade da possessão diabólica e da expulsão, bem como o poder de Satanás que, no entanto, para fazer qualquer coisa depende da permissão de Deus ou da de Jesus.
  2. V. 39: A repulsa dos gerasenos devia ter suas atenuantes, uma vez que Jesus recomendou ao ex-possesso que fosse fazer um apostolado entre os seus.     
Mons. José Castro PintoNotas in: Bíblia Sagrada,
Novo Testamento. Barsa: 1967, p. 58, 76 e 159.

* Leituras conforme o Typikon do Patriarcado Ecumênico (Τυπικν τς Μεγάλης το Χριστο Εκκλησίας): Typikon 20-out-2013. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário