22 outubro 2013

São Tiago, Irmão do Senhor (23/10/2013)

Quarta-feira, 23 de outubro
SÃO TIAGO APÓSTOLO E IRMÃO DO SENHOR
Άγιος Ιάκωβος ο Απόστολος και Αδελφόθεος
(Gl. 1, 11-19 e Mt. 13, 54-58)*
Antes de tudo, é necessário que se diferencie São Tiago, irmão do Senhor, do apóstolo Tiago, filho de Alfeu, um dos Doze, cuja memória a Igreja celebra em 9 de outubro. 
   São Tiago, cuja festa comemoramos no dia de hoje, é o que mencionam Mateus (Mt 13,15) e Marcos (Mc 6,3) como um dos 4 irmãos do Senhor. Os outros três são: José, Simão e Judas. 
   Acerca da relação entre estes «irmãos» com o Senhor Jesus Cristo houve, desde o início, várias explicações, as mais relevantes são duas: ou eram filhos de uma prima de Maria, ou, mais provavelmente, eram filhos de José de um casamento anterior já que José era viúvo quando ficou noivo de Maria.

   E, em ambos os casos, segundo o costume da época, era comum chamá-los de «irmãos», o que pode ser verificado em várias passagens do Antigo Testamento. Ao que parece, nenhum dos «irmãos» creram n’Ele logo de início, conforme menciona claramente São João (Jo. 7, 1-5). Mas, o que foi que transformou São Tiago a ponto de se apresentar, em sua carta como o «Servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo» (cf. carta a ele atribuída: Tg. 1,1). Não o sabemos com certeza, mas o santo apóstolo Paulo cita em sua primeira epístola aos Coríntios que Jesus se manifestou a São Tiago depois da sua ressurreição (1Cor. 15, 7). 
   Dos textos bíblicos, sabemos que Tiago foi um dos representantes mais destacados da Igreja de Jerusalém. 
   São Paulo, em sua carta aos Gálatas (Gl 1, 19; 2, 9) faz menção a ele como um dos três «pilares» da Igreja nesta cidade. 
  Também em Atos dos Apóstolos, quando os apóstolos se reuniram com os anciãos para decidir se os gentios convertidos deveriam aceitar a circuncisão ou não, São Tiago falou como «cabeça» da comunidade de Jerusalém, e foi ele que proclamou o parecer do conselho. A São Tiago é atribuída a primeira das sete cartas pastorais (que não é dirigida a uma determinada cidade ou pessoa) que fazem parte do Novo Testamento. 
   De acordo com os exegetas, a carta de Tiago foi escrita entre os anos 50 e 60 (d.C). Esta carta contém uma coleção de ensinamentos e instruções sobre a conduta cristã e a vida pastoral: a paciência na tribulação, a fé, o amor ao trabalho, o controle da língua, o perigo do dinheiro entre outras coisas. 
   Isto é o que nos informa o Novo Testamento sobre Tiago. A tradição, porém, nos faz também menção a ele, entre estas, que Tiago era conhecido, em vida, como «o Justo»; que desde a sua infância havia sido separado para Deus; que nunca se alimentava de manteiga, nem provava vinho; que seu cabelo «não conhecia a tesoura» (em sinal de sua separação para Deus); que permaneceu casto durante toda a sua vida; que seus joelhos ficaram endurecidos como pedra pelas prostrações excessivas para a oração. 

   Os Apóstolos o elegeram por unanimidade como o primeiro bispo de Jerusalém, e assim permaneceu durante 30 anos, atraindo durante este tempo, muitos judeus e gentios à fé em Jesus Cristo. 
   Certa vez foi visto pregando do telhado de uma casa, ou mesmo no templo, e dizia: «O Filho do homem está sentado à direita do Todo-Poderoso, e virá sobre as nuvens para julgar o mundo com bondade». E, enquanto o povo aclamava: «Hosana ao Filho de Davi!» os fariseus e os fanáticos dos judeus empurravam para baixo o Justo, apedrejando-o em seguida. 
   Um deles bateu violentamente com um pau em sua cabeça, com o que se consumou o martírio, e se lhe abriram as portas da vida. 
   Suas virtudes, conhecidas de todos, fez com que os judeus mais eminentes atribuíssem ao assassinato de São Tiago o cerco e destruição de Jerusalém em 70 dC.
Tom da semana: 8º Tom
† DIVINA LITURGIA
Tropário de São Tiago (4º Tom)
Ως τού Κυρίου μαθητής, αvεδέξω Δίκαιε τό Ευαγγέλιον, ως Μάρτυς έχεις τό απαράτρεπτον, τήν παρρησίαν ως Αδελφόθεος, τό πρεσβεύειν ως ιεράρχης. Πρέσβευε Χριστώ τώ Θεώ, σωθήναι τάς ψυχάς ημώv.
Como um discípulo do Senhor recebeste o Evangelho, ó justo São Tiago; e como mártir, irrecusável é a tua súplica por nós; como irmão do Senhor, desfrutas de Sua confiança, e como bispo, podes interceder por nós, Intercede, pois, a Cristo Deus pela salvação de nossas almas.
EPÍSTOLA DE SÃO PAULO AOS GÁLATAS 
Não de homens, mas de Deus recebeu Paulo o Evangelho
(Gl. 1, 11-19)
Irmãos, asseguro-vos que o Evangelho pregado por mim não tem nada de humano. Não o recebi nem aprendi de homem algum mas através de uma revelação de Jesus Cristo. Certamente ouvistes falar como outrora vivia eu no judaísmo. Perseguia ferrenhamente a Igreja de Deus e procurava exterminá-la. E no zelo pelo judaísmo ultrapassava muitos dos companheiros de idade da minha nação, mostrando-me extremamente zeloso das tradições paternas. Mas, quando aprouve àquele que me reservou desde o seio de minha mãe e me chamou por sua graça, para revelar seu Filho em minha pessoa, a fim de que o tornasse conhecido entre os pagãos, imediatamente parti para a Arábia, sem recorrer a nenhum conselho humano, sem ir a Jerusalém ver os que, antes de mim, eram apóstolos. Da Arábia voltei a Damasco. Três anos depois, subi a Jerusalém para conhecer Cefas e fiquei com ele quinze dias. Dos outros apóstolos não vi mais nenhum, mas somente Tiago, irmão do Senhor.
EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS
Má acolhida em Nazaré
(Mt. 13, 54-58)
Naquele tempo, Jesus foi para sua terra e ensinava na sinagoga de maneira que, admiradas, as pessoas diziam: “De onde lhe vêm essa sabedoria e esses milagres? Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas? Suas irmãs não estão todas entre nós? De onde, pois, lhe vem tudo isso?
    E não queriam acreditar nele. Mas Jesus lhes disse: “Um profeta só é desprezado em sua terra e em sua própria casa”. E não fez ali muitos milagres por causa da incredulidade deles.
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Mt. 13, 54-58:
  1. Cap. 13, V. 57O povo não queria reconhecer em Jesus o Messias, apesar dos milagres, profecias, etc., porque pensava que o conhecia (cf. Jo. 7, 27: "Nós sabemos de onde este homem vem; mas quando vier o Cristo, ninguém saberá de onde vem”).    
Mons. José Castro PintoNotas in: Bíblia Sagrada,
Novo Testamento. Barsa: 1967, p. 13.

* Leituras conforme o Typikon do Patriarcado Ecumênico (Τυπικν τς Μεγάλης το Χριστο Εκκλησίας): Typikon 23-out-2013. 

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