PATRIARCADO ECUMÊNICO DE
CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega
de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe
de Deus
Brasília, 06 de julho de
2014
4º Domingo de Mateus
4º Domingo
depois de Pentecostes
11º Domingo
depois da Páscoa
Matinas
Tropário:
Exultem os seres celestes e
alegrem-se os terrestres, pois o Senhor demonstrou o poder de seu braço, pisou
a morte com a morte, tornando-se o primogênito dos que morreram, nos livrou do
seio do inferno e deu ao mundo a grande misericórdia.
Glória ao Pai +, ao Filho e ao
Espírito Santo.
Exultem os seres celestes e
alegrem-se os terrestres, pois o Senhor demonstrou o poder de Seu braço, pisou
a morte com a morte, tornando-Se o primogênito dos que morreram, nos livrou do
seio do inferno e deu ao mundo a grande misericórdia. Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Theotokion:
Nós Te cantamos, virgem Mãe de Deus,
pois permitiste a salvação de nosso povo. O Senhor, nosso Deus, Teu filho
segundo a carne que recebeu de Ti, sofreu a paixão sobre a cruz e nos libertou
da corrupção, por que ele é amigo do homem.
Katisma:
Cristo ressuscitou
dentre os mortos, como primícias dos que estavam adormecidos. Primogênito de toda a
criação e autor de todos os seres, Nele mesmo renovou nossa natureza arruinada
pela corrupção. Ó morte, Tu já não reinas, porque o Senhor do universo destruiu
teu reino.
Glória ao Pai+, ao
Filho e ao Espírito Santo.
Senhor, em Teu corpo
experimentaste a morte e por Tua ressurreição suprimiste a tristeza, tornaste o homem
vencedor da morte e o reergueste da antiga doença que o massacrava. Protetor de
nossa vida, Senhor, glória a Ti.
Agora, sempre e pelos
séculos dos séculos. Amém.
Theotokion:
O Esplendor da Tua virgindade, ó Mãe
de Deus, e o brilho de Tua pureza deslumbraram Gabriel que exclamou: “Que
elogio poderei oferecer que seja digno de Ti, de que nome Te chamarei? Eu estou
na incerteza e no temor, mas, seguindo a ordem recebida, eu clamo: Ave, cheia
de graça!
Evangelho:
Lc
24,1-12
Evangelho de Nosso Senhor Jesus
+ Cristo, segundo o Evangelista Lucas.
No primeiro dia da semana, muito
cedo, dirigiram-se ao sepulcro com os aromas que haviam preparado. Acharam a
pedra removida longe da abertura do sepulcro. Entraram, mas não encontraram o
corpo do Senhor Jesus. Não sabiam elas o que pensar, quando apareceram em
frente delas dois personagens com vestes resplandecentes. Como estivessem
amedrontadas e voltassem o rosto para o chão, disseram-lhes eles: Por que
buscais entre os mortos aquele que está vivo? Não está aqui, mas
ressuscitou. Lembrai-vos de como ele vos disse, quando ainda estava na
Galiléia: O Filho do Homem deve ser entregue nas mãos dos pecadores e
crucificado, mas ressuscitará ao terceiro dia. Então elas se lembraram das
palavras de Jesus. Voltando do sepulcro, contaram tudo isso aos Onze e a todos
os demais. Eram elas Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago; as outras
suas amigas relataram aos apóstolos a mesma coisa. Mas essas notícias
pareciam-lhes como um delírio, e não lhes deram crédito. Contudo, Pedro correu
ao sepulcro; inclinando-se para olhar, viu só os panos de linho na terra.
Depois, retirou-se para a sua casa, admirado do que acontecera.
Divina Liturgia
Tropário da Ressurreição - 3º tom:
Exultem os seres celestes e
alegrem-se os terrestres, pois o Senhor demonstrou o poder de Seu braço, pisou
a morte com a morte, tornando-Se o primogênito dos que morreram, nos livrou do
seio do inferno e deu ao mundo a grande misericórdia.
Kondakion – 3º tom:
Glória ao Pai +, ao Filho e ao
Espírito Santo.
Hoje te levantaste da tumba, ó
Compassivo, e nos conduziste para fora das portas da morte, Hoje Adão dança e
Eva se regozija e com eles os Profetas e os Patriarcas louvam sem cessar o
divino poder de tua autoridade.
Theotokion – 3º tom:
Agora, sempre e pelos séculos dos
séculos. Amém.
Tu, que te preocupavas com a
salvação do gênero humano a ti cantamos, Virgem Mãe de Deus! Teu Filho e nosso
Deus, com o puríssimo corpo recebido de ti, padecendo os sofrimentos da cruz
livrou-nos da iniqüidade, Ele, o amigo dos seres humanos.
Hino à Mãe de Deus:
Ó Admirável e Protetora dos cristãos
e nossa Medianeira do Criador não desprezes as súplicas de nenhum de nós
pecadores, mas apressa-te em auxiliar-nos como Mãe bondosa que és, pois te
invocamos com fé: roga por nós junto de Deus, tu que defendes sempre aqueles
que te veneram.
Prokimenon:
Cantai salmos ao nosso Deus, cantai;
cantai salmos ao nosso Rei, cantai! (Sl 47,7)
Nações, aplaudi todas com as
mãos, clamai a Deus com vozes alegres. (Sl 47,1)
Epístola
Rm 6,18-23
Leitura da Epistola de São Paulo aos
Romanos.
Irmãos, libertados do pecado, vos
tornastes servos da justiça. Vou-me servir de linguagem corrente entre os
homens, por causa da fraqueza da vossa carne. Pois, como pusestes os vossos
membros a serviço da impureza e do mal para cometer a iniqüidade, assim ponde
agora os vossos membros a serviço da justiça para chegar à santidade. Quando
éreis escravos do pecado, éreis livres a respeito da justiça. Que frutos
produzíeis então? Frutos dos quais agora vos envergonhais. O fim deles é a
morte. Mas agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes por
fruto a santidade; e o termo é a vida eterna. Porque o salário do pecado é a
morte, enquanto o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Junto de Ti, Senhor, me refugio, não
seja eu confundido para sempre, por tua justiça, livra-me.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Sê
para mim um Deus protetor e uma casa de refúgio que me abrigue.
Aleluia,
aleluia, aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Aleluia, aleluia,
aleluia!
Evangelho
Mt
8,5-13
Evangelho de Nosso Senhor Jesus
+ Cristo, segundo o Evangelista São Mateus:
E, entrando Jesus em Cafarnaum,
chegou junto dele um centurião, rogando-lhe, E dizendo: Senhor, o meu criado
jaz em casa, paralítico, e violentamente atormentado. E Jesus lhe disse: Eu
irei, e lhe darei saúde. E o centurião, respondendo, disse: Senhor, não sou
digno de que entres debaixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra, e o
meu criado há de sarar. Pois também eu sou homem sob autoridade, e tenho
soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele
vem; e ao meu criado: Faze isto, e ele o faz. E maravilhou-se Jesus, ouvindo
isto, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel
encontrei tanta fé. Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente,
e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus; E os
filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e
ranger de dentes. Então disse Jesus ao centurião: Vai, e como creste te seja
feito. E naquela mesma hora o seu criado sarou.
Kinonikon
Louvai o Senhor nos Céus, louvai-O
nas alturas.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Sinaxe
Centurião, era um oficial do
exército romano que comandava uma legião de cem soldados, formando com ele uma
pequena base militar em locais estratégicos para assegurar a ordem e bom
andamento do Império. Vale notar que todos os centuriões mencionados nos
Evangelhos e no Livro dos Atos dos Apóstolos eram pessoas de boa índole, que se
comoviam diante das necessidades e dos flagelos. Por exemplo: o Centurião que
comandava os soldados que crucificaram Jesus reconheceu e confessou que Ele era
o Filho de Deus (Mt 27,57) e inocente das acusações que lhe eram atribuídas.
(Lc 23, 47).
O Evangelho desta semana nos mostra
justamente este lado humano daqueles que a princípio eram vistos como frios
soldados a serviço de um império que massacrava. Mateus e Lucas narram este
episódio.
A cura do criado do Centurião romano
que pede a Jesus por ele, verifica que podemos e devemos rezar por nossos
irmãos e não somente por nossas próprias necessidades. São Teófilo de Antioquia
um dos primeiros célebres da Patrística (II século), enaltece o coração
daqueles que sentem que o seu próximo está necessitado de ajuda espiritual.
Segundo o relato admirável de Lucas,
um Centurião romano tinha enfermo de morte um criado a quem estimava muito. Ao
ouvir falar de Jesus, enviou-lhe servos, pedindo-lhe que fosse curar o seu
criado. Os enviados foram até o Senhor. Quando este já estava se aproximando da
casa, envia uma segunda delegação por meio de uns amigos:
"Senhor, não precisas
incomodar-te, porque eu não sou digno de que entres em minha casa; por isso
também não me julguei digno de ir ter contigo; mas dize uma só palavra e o meu
criado será salvo".
Se vale de um argumento de acordo
com sua psicologia militar: "pois até eu que sou um subalterno
tenho soldados à minha disposição e digo a um: vá, e ele vai; e a outro: venha,
e ele vem; e, ao meu empregado: faça isso, e ele faz".
Ao ouvir isto, Jesus se admirou dele
e, voltando-se para a gente que o seguia, disse: "nem em Israel encontrei
tanta fé". Ao voltar para casa os enviados encontraram o criado são.
Embora menhum dos dois
interlocutores do colóquio à distância, - Jesus e o Centurião - se conhecesse
um ao outro, há, não obstante, um diálogo muito próximo, porque a fé do
suplicante e a palavra eficaz de Jesus encurtam
o espaço físico. O Centurião romano admira a pessoa e o poder
sobrenatural de Jesus, e o Senhor por sua vez faz elogios à sua fé. Grande
maturidade humana em ambas as personalidades, pois uma das qualidades que
engrandecem uma pessoa é sua capacidade de reconhecer os gestos nobres dos
outros, demonstrando assim sensibilidade para apreciar os valores.
O Evangelista São Mateus relata que
o próprio Centurião foi ao encontro do Senhor. Embora haja diferenças na
narrativa, os escritores sagrados concordam em ressaltar a fé do Centurião que
fez o Senhor proferir palavras de admiração. Sem duvidas um grande elogio, mas
também uma triste constatação. E um alerta para todos nós!
Para o Centurião não era necessário
que o Senhor fosse à sua casa, bastava uma palavra sua. Nós muitas vezes não
confiamos desta maneira exemplar na Providencia. Somos mais exigentes e tal
exigência revela nossa "pouca fé". É preciso ser humildes para pedir
e grandes no confiar.
O centurião de Cafarnaúm é modelo de
ambas as virtudes. Todos os grandes cristãos da história foram profundamente
humildes diante de Deus e dos homens, embora fossem grandes personalidades,
grandes sábios ou grandes santos. De fato, são duas virtudes que vão unidas.
Aquele que crê em Deus santo e misericordioso, quando se vê a si mesmo pecador
e mesquinho, não pode exclamar senão com sinceridade: "Senhor, eu não sou
digno!" Assim rezava também o Publicano da parábola: "Tem compaixão
de mim". Ele mereceu o favor de Deus, pois seu amor e salvação são sempre
gratuitos e não se devem a nossos méritos. O fato de pedir pelo outro mostra a
grandeza do coração humilde.
Na Divina Liturgia de São João
Crisóstomo os momentos de súplicas são recorrentes, pontuando seu
desenvolvimento, do início ao final. Uns em favor dos outros, desde aqueles que
ocupam cargos mais elevados aos mais humildes dos servos, não excetuando as
almas dos falecidos para quem sempre devemos pedir o descanso eterno.
Elevemos, então nossos corações aos
Céus e, com humildade, não nos cansemos de repetir com os mais piedosos e
santos monges de todos os tempos:
Kyrie eleison!, Kyrie
eleison! Kyrie eleison!
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