PATRIARCADO ECUMÊNICO DE
CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega
de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe
de Deus
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Brasília, 17 de agosto de
2014
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10º Domingo de Mateus
10º Domingo de Mateus
17º Domingo depois da Páscoa
Matinas
Tropário
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem
Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao
mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à
Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu
que És o único filantropo.
Glória ao Pai+, ao Filho e ao Espírito Santo,
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem
Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao
mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à
Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu
que És o único filantropo.
Agora, sempre e pelos séculos dos
séculos. Amém.
Theotokion
Gabriel te trouxe a salvação, ó Virgem, o Senhor
de todas as coisas se fez carne em Ti, Tu és a arca santa de Seu poder, como
disse o justo Davi.
Ti tornaste mais vasta que os céus, porque
carregaste o Criador.
Glória àquele que fez sua morada em Ti !
Glória àquele que veio de Ti !
Glória àquele que nos libertou pelo teu parto !
Katisma:
Ó Salvador, os soldados que guardavam Teu
sepulcro, com os olhos ofuscados pelo brilho da aparição do anjo tombaram como
mortos, enquanto as Santas mulheres proclamavam a Tua ressurreição.
Ó destruidor da morte, prostrados a Teus pés,
nós Te glorificamos a Ti que ressuscitaste do sepulcro, porque és o nosso único
Deus.
Glória ao Pai+, ao Filho e ao Espírito Santo.
Ó Deus de misericórdia, livremente quiseste ser
crucificado!
Ó doador da vida, como um morto foste colocado
no sepulcro!
Ó poderoso, por Tua morte quebraste o império da
morte. Ó amigo do homem, os guardas diante
de Ti, logo que despertaste aqueles que estavam mortos há séculos!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Theotokion:
Ó Virgem Mãe de Deus tu estás acima
de toda a glória, e nós cantamos: pela cruz de teu Filho, o inferno foi
abatido, a morte foi destruída pela morte, e nós, os mortos, ressuscitados para
a vida, restituindo-nos a bem-aventurança primeira do paraíso.
Evangelho Mt 28, 16-20
Evangelho de Nosso Senhor Jesus + Cristo, segundo o Evangelista São Mateus
Os onze discípulos foram
para a Galiléia, para a montanha que Jesus lhes tinha designado. Quando o
viram, adoraram-no; entretanto, alguns hesitavam ainda. Mas Jesus,
aproximando-se, lhes disse: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide,
pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou
convosco todos os dias, até o fim do mundo.
Divina Liturgia
Tropário da
Ressurreição - 1º tom:
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem
Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao
mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à
Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu
que És o único filantropo.
Kondakion – 1º tom:
Glória ao Pai+, ao Filho e ao Espírito Santo.
Tu, sendo Deus, te levantaste do túmulo, e devolveste a vida ao
mundo; a natureza humana, por isso te louva: a morte foi vencida, Adão se
regozija, ó Mestre, e Eva, liberta agora das cadeias da morte, com alegria
exclama: Tu, Cristo, és o que a todos dá a Ressurreição!
Theotokion:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Quando Gabriel te saudou, ó
Virgem, dizendo: "alegra-te!" e com sua voz, o Salvador encarnou-se
em ti, tabernáculo santo; e, como falava o Justo Davi: "veio do céu
trazendo o Criador de tudo", glória Àquele que habita em ti, glória Àquele
nascido de ti e que nos libertou!
Hino à Mãe de Deus:
Ó Admirável e Protetora dos cristãos e
nossa Medianeira do Criador não desprezes as súplicas de nenhum de nós pecadores,
mas apressa-te em auxiliar-nos como Mãe bondosa que és, pois te invocamos com
fé: roga por nós junto de Deus, tu que defendes sempre aqueles que te veneram.
Prokimenon:
Desça sobre nós, Senhor, a tua misericórdia conforme nossa
esperança em Ti.
Exultai, ó justos, no Senhor, pois aos retos convém o louvor.
Epístola 1Cor. 4, 9-16
Leitura da 1ª Epístola de São Paulo
aos Coríntios.
Porque tenho para mim, que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos,
como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e
aos homens. Nós somos loucos por amor de Cristo, e vós sábios em Cristo; nós
fracos, e vós fortes; vós ilustres, e nós vis. Até esta presente hora sofremos
fome, e sede, e estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa,
E nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos. Somos injuriados, e
bendizemos; somos perseguidos, e sofremos; Somos blasfemados, e rogamos; até ao
presente temos chegado a ser como o lixo deste mundo, e como a escória de
todos. Não escrevo estas coisas para vos envergonhar; mas admoesto-vos como
meus filhos amados. Porque ainda que tivésseis dez mil aios em Cristo, não
teríeis, contudo, muitos pais; porque eu pelo evangelho vos gerei em Jesus
Cristo. Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores.
Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Deus assegura a minha vitória e me submete os meus adversários.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Salva maravilhosamente seu servo e usa de misericórdia com seu
ungido.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Evangelho Mt. 17,
14-23
Evangelho de Nosso Senhor Jesus + Cristo, segundo o Evangelista São Mateus:
E, quando chegaram à multidão, aproximou-se-lhe um homem, pondo-se de
joelhos diante dele, e dizendo: Senhor, tem misericórdia de meu filho, que é
lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes na água;
E trouxe-o aos teus discípulos; e não puderam curá-lo. E Jesus, respondendo,
disse: Ó geração incrédula e perversa! até quando estarei eu convosco, e até
quando vos sofrerei? Trazei-mo aqui. E, repreendeu Jesus o demônio, que saiu
dele, e desde aquela hora o menino sarou. Então os discípulos, aproximando-se
de Jesus em particular, disseram: Por que não pudemos nós expulsá-lo? E Jesus
lhes disse: Por causa de vossa pouca fé; porque em verdade vos digo que, se
tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para
acolá, e há de passar; e nada vos será impossível. Mas esta casta de demônios
não se expulsa senão pela oração e pelo jejum. Ora, achando-se eles na
Galiléia, disse-lhes Jesus: O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens;
E matá-lo-ão, e ao terceiro dia ressuscitará. E eles se entristeceram muito.
Sinaxe
Jesus cura um menino
epilético.
Jesus sempre procurou
valorizar o pequeno. Aquilo que era muitas vezes menosprezado pelos homens, ele
atribuía seu verdadeiro valor e importância. Procurava enaltecer o desprezível,
o insignificante e o diminuto. Deu-nos muitos exemplos a este respeito para que
pudéssemos aprender a rever nossa posição diante daquilo que é julgado anódino
pela maioria. A semente de mostarda, o dracma perdido, a espiga de trigo, a
ovelha perdida, o copo d”água oferecido ao sedento, são alguns exemplos que
receberam de Deus o valor devido, mostrando-nos que nem tudo o que
aparentemente é secundário para o mundo, seja assim para Deus. Ensinou que à
criança pura e sensível está destinado o Reino dos Céus; e nos instruiu a
imitá-la para que também pudéssemos ser dignos deste Reino. Jesus não era um
homem das massas, não gostava de populismos, evitava o ufanismo, procurava
orientar seus discípulos que não contassem aos outros a maioria dos milagres;
preferia a sutileza da gratidão de um humilde a ser exaltado e homenageado
pelos das camadas mais privilegiadas. Conhecia o coração das pessoas, sabia de
seus sofrimentos e de suas inquietudes, estava ciente do quanto os homens são
afligidos pelas doenças e pelas possessões do demônio.
Valorizou as viúvas
indefesas, os órfãos, os servos, os pobres, os excluídos, os marginalizados, os
doentes, os deficientes: todos eles sensibilizavam o Deus da Vida. Contudo, a
criança era a predileção de Jesus. Via nela a imagem da pureza, a imagem do
imaculado. Na criança a imagem e semelhança de Deus que nos foi dada na Criação
permanecem fidedignas, pois Deus se revela pela sua candura. Nada sensibilizava
mais seu coração quanto ver o sofrimento de uma criança inocente. Este é o
cenário no qual Jesus se encontra: trouxeram-lhe uma criança que estava
possuída por um espírito maligno e que por causa disso, sofria ataques de
epilepsia que Valorizou as viúvas indefesas, os órfãos, os servos, os pobres,
os excluídos, os marginalizados, os doentes, os deficientes: todos eles
sensibilizavam o Deus da Vida. Contudo, a criança era a predileção de Jesus.
Via nela a imagem da pureza, a imagem do imaculado. Na criança a imagem e
semelhança de Deus que nos foi dada na Criação
permanecem fidedignas, pois
Deus se revela pela sua candura.
Nada sensibilizava mais seu coração quanto ver o sofrimento de uma criança
inocente. Este é o cenário no qual Jesus se encontra: trouxeram-lhe uma criança
que estava possuída por um espírito maligno e que por causa disso, sofria
ataques de epilepsia que a levavam a cair no fogo ou na água para o desespero
de seus familiares. Jesus ouve da boca do próprio pai que seus discípulos não
foram capazes de curar seu filho que padecia de uma grave enfermidade e que por
isso estava trazendo diante dele, como ultima esperança.
O Senhor expôs para
todos a fraqueza e a pequenez da fé que seus seguidores mais próximos tinham; e
denunciou que esta fé vulnerável era o motivo pelo qual a cura não tinha sido
alcançada. A falta de uma fé consistente em Deus da parte dos discípulos fez o
Senhor falar de um jeito mais enérgico beirando o desabafo e a rispidez: “Ó
gente de pouca fé! Até quando deverei ficar convosco? Até quando terei que vos
suportar?” Jesus estava se referindo a pouca fé dos apóstolos que, apesar de
sempre estarem em sua companhia, pareciam não aprender muito com ele.
Imediatamente após esta
censura, Jesus curou o menino. Bastou um gesto, bastou um toque. Sem
espetáculos, sem alardes, sem ostentação, como lhe era peculiar, Jesus expulsou
e venceu outra vez o demônio, e a cura foi imediata. Os discípulos ficaram
atônitos diante da simplicidade do gesto de cura realizada pelo Senhor e se
questionaram: “Por que nós não conseguimos expulsar o espírito?”.
O Senhor revelou que
aquela “espécie de demônios não podia ser expulsa de nenhum outro modo, a não
ser pela oração”. A oração nos faz íntimos com Deus e, por isso, conhecedores
de sua vontade. A fé inquebrantável em Deus é resultante do contínuo diálogo
com Deus. A comunicação diária com o Senhor estreita os laços de nossa filiação
e nos faz sensíveis a esta realidade. Verdadeiramente, somos filhos de Deus em
seu Filho, por isso faz a experiência desta comunhão quem de fato eleva sua
alma e ora.
Muitos seguidores de
Jesus, hoje e naquele tempo, queriam experimentar esta comunhão em suas vidas.
A causa do insucesso era e continua sendo a falta de esforço e de persistência
na oração. Sem oração não há fé inabalável. Sem um mínimo de fé não há como persistir
na oração sincera. A fé é dom de Deus; para se tê-la é necessário pedi-la e
para pedi-la é imperioso orar. A fé nos é dada à medida de nosso esforço em
persistir na petição. Ela nos é oferecida aos poucos, para que da mesma maneira
possamos contemplar a abundante graça divina que nos é ofertada.
Jesus diz a seus
discípulos que se tivéssemos fé do tamanho de uma semente de mostarda
transportaríamos uma montanha de um lado ao outro; e que faríamos obras maiores
do que as dele. Esta constatação estampa a fragilidade da nossa fé em Deus,
revela nossa falta de perseverança na oração. Talvez a montanha primeira que
teremos que transpor seja nossa própria resistência na freqüência da oração.
Quem reza aceita
obediente à vontade de Deus. Aceita seus desígnios. Não questiona as
dificuldades impostas pelo transcorrer dos acontecimentos, não atribui ao
Criador responsabilidades que lhe são alheias; enxerga em cada instante o atuar
incessante de sua providência nos caminhos da história. Enche-se de coragem e
de entusiasmo e enfrenta as barreiras, pois sabe que Deus não lhe faltará.
Outro fruto da oração é
a obediência à sua Palavra. Jesus, sinal da perfeita comunhão entre o homem e o
Pai, entre o humano e o Divino, foi obediente à vontade de Deus. Predisse a
seus discípulos, após curar aquela criança, que iria padecer e morrer mas
ressuscitaria no terceiro dia. Seus seguidores não compreenderam aquelas
divinas palavras, não sabiam do que ele falava. compreenderiam mais tarde,
quando o Divino Paráclito lhes foi enviado. É imprescindível que o
Espírito Santo norteie
nossos passos, que
ele dirija nossos caminhos para
que possamos compreender as palavras, os ensinamentos de Jesus nos dias atuais.
As palavras são eternas, não mudam. Nossas atitudes diante delas é que precisam
ser transformadas pelo Espírito Santo.
Nossa fé ainda permanece
pequena mas há quem a tenha muito maior do que o tamanho de uma semente de
mostarda. Talvez, estes, para não ganhar o aplauso vil do mundo, não estejam
transportando montanhas, mas fazem a santidade de vida ser uma realidade
possível. Vivem no anonimato servindo seu próximo no silêncio, procurando curar
as pessoas das novas doenças deste século. São santos agindo no meio da
multidão de maneira despercebida mas atuante, como fermento levedando a massa.
Homens de jejum, oração, que se entregam todos os dias à obediência e à escuta
da Palavra de Deus; agem assim movidos pela fé e sabem que é pela candura, pela
simplicidade e pela humildade do servir que recuperaremos a imagem da criança
adormecida em nós e tão amada e valorizada por Jesus.
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