11 dezembro 2015

11º Domingo de Lucas


PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910 - Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 13 de dezembro de 2015.
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11º Domingo de Lucas

(Domingo dos Ancestrais do Senhor)

(28º depois de Pentecostes - Modo 3)

Santos Tirso, Léucio, Calinico, Apolônio,
Ariano e Filêmon, mártires († séc. III).


No domingo entre 11 e 17 de dezembro comemora-se a memória dos antepassados de Cristo Jesus, segundo a carne, e de todos os justos do Antigo Testamento que têm relação com o Salvador, desde Adão até a Virgem Maria.


Matinas

Tropário – Modo 3 - (3º tom):
Exultem os seres celestes e alegrem-se os terrestres, pois o Senhor demonstrou o poder de Seu braço, pisou a morte com a morte, tornando-Se o primogênito dos que morreram, nos livrou do seio do inferno e deu ao mundo a grande misericórdia.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,

Exultem os seres celestes e alegrem-se os terrestres, pois o Senhor demonstrou o poder de Seu braço, pisou a morte com a morte, tornando-Se o primogênito dos que morreram, nos livrou do seio do inferno e deu ao mundo a grande misericórdia.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Nós Te cantamos, virgem Mãe de Deus, pois permitiste a salvação de nosso povo. O Senhor, nosso Deus, Teu filho segundo a carne que recebeu de Ti, sofreu a paixão sobre a cruz e nos libertou da corrupção, por que ele é amigo do homem.

Katisma – Modo 3 - (3º tom):

1ª Katisma:
Cristo ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que dormem, primogênito dá a criação e criador de tudo; ele mesmo renovou a natureza do nosso gênero corrupto. Oh morte, jamais voltarás a dominar, porque o Senhor de todos exterminou e dissolveu seu poder.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.

Senhor, tu provaste a morte com o corpo, porém com tua ressureição a aniquilaste, concedeste a vitória ao homem e deste o triunfo sobre a maldição. Oh apoio e defensor de nossa vida, glória a Ti.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Quando Gabriel se maravilhou de tua fulgurante virgindade e do brilho da tua pureza te saudou dizendo: Oh Mãe de Deus!, Que louvores devidos te oferecerei e como te chamarei? Estou surpreendido e atônito; mas como me foi ordenado exclamo: Alegra-te oh cheia de graça.


2ª Katisma:
Senhor, quando o Hades contemplou Tua Divindade imutável e Tua paixão voluntaria, se estremeceu em seu seio e chorou clamando: Temos a este Corpo incorruptível; o Invisível me combate misteriosamente, e aquele eu estou debaixo de meu poder proclamam: Glória Tua Ressureição, oh Cristo!
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espirito Santo.

Nós os fiéis falamos Teologicamente sofre o mistério de Tua Crucificação e inefável Ressureição; porque tanto a morte como o Hades, hoje foram derrotados e o gênero humano se revestiu de incorrupção; por isso, agradecemos, exclamamos: Glória a Tua Ressurreição, oh Cristo!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Theotokion:
Oh Mãe de Deus, em tuas entranhas, coube misteriosamente o Incontível, o Consubstancial com o Pai e o Espirito Santo. E com teu parto temos aprendido no mundo a louvar a obra inconfundível da Santa Trindade, por isso, agradecidos, exclamamos: Alegra-te oh cheia de graça!

Ypakoí – Modo 3 - (3º tom):
Obediência:
O belo anjo com doces palavras disse as Mirróforas: “Por quê buscais o vivo no sepulcro? Ele ressuscitou e esvaziou os sepulcros! O imutável mudou a morte. Dizei ao Senhor: Quão maravilhosas são tuas obras porque salvaste a humanidade!”

Anabtmo:
1ª Antífona:
Oh Verbo, Tu salvastes a Sion do exilio na Babilônia; assim livra-nos dos sofrimentos da vida.
Os que semeiam com lágrimas divinas, colherão com alegria as espigas da vida eterna.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Do Espirito Santo desce todo o bem porque ilumina com o Pai e o Filho toda a criação.

2ª Antífona:
Se o Senhor não construísse a casa da virtude, em vão nos casaríamos. Se Ele protege nossas almas, nada poderá dominar nossa cidade.
Os Santos são a recompensa do fruto do ventre e, no Espírito, continuam
sendo filhos para Ti, oh Cristo, e Tu para eles, Pai.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Pelo Espírito Santo se tem visto toda Santidade e sabedoria, porque ele é o criador de tudo por isso o adoramos, porque é Deus como o Pai e o Verbo.

3ª Antífona:
Os que temem a Deus são bem-aventurados, porque seguem os caminhos de seus mandamentos e comem o fruto da vida eterna.
Alegra-te, oh chefe dos pastores, quando vires os filhos de teus filhos ao redor de tua mesa oferecendo-te boas obras.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Toda riqueza de honra é do Espírito Santo. Dele é a graça e a vida para toda a criação, por isso se louva juntamente com o Pai e o Verbo.

Prokimenon:
Dizei aos povos: “O Senhor é o rei” Ele fixou o universo inamovível. (2x).

Stichos:
Cantai ao Senhor um cântico novo
Dizei aos povos: “O Senhor é o rei” Ele fixou o universo inamovível.

Kondakion – Modo 3 - (3º tom):
Ó Deus de misericórdia, ergueste-Te hoje do túmulo e nos livraste das portas da morte. Neste dia Adão se alegra, Eva se rejubila; os Patriarcas e os Profetas não cessam de cantar o divino poder da Tua grandeza.

Ikós:
Neste dia, as profundezas do abismo do inferno tremeram diante da unidade da Trindade. A Terra estremeceu; os guardas das portas infernais permaneceram terrificados ao vê-Lo. E toda a criação se rejubilou cantando com os Profetas um cântico de vitória a Ti, nosso Deus libertador, que destruístes as forças da morte. Possamos clamar de alegria e bradar a Adão e seus filhos: O madeiro da cruz te fez entrar no paraíso, saí fiéis à frente da ressurreição.

Evangelho:                                                                             Lc 24, 36-53
Evangelho de Nosso Senhor Jesus  Cristo, segundo o Evangelista São Lucas.

Naquele tempo, Jesus se apresentou no meio deles, e disse-lhes: Paz seja convosco. E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito. E ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que sobem tais pensamentos aos vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois, um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. E, dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, não o crendo eles ainda por causa da alegria, e estando maravilhados, disse-lhes: Tendes aqui alguma coisa que comer? Então eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado, e um favo de mel; o que ele tomou, e comeu diante deles. E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos. Então abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras. E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos, e em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. E destas coisas sois vós testemunhas. E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. E levou-os fora, até Betânia; e, levantando as suas mãos, os abençoou. E aconteceu que, abençoando-os ele, se apartou deles e foi elevado ao céu. E, adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para Jerusalém. E estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a Deus. Amém.

Exapostilário – 6º:
Ó Salvador, quando ressuscitaste do túmulo Te mostraste aos Teus discípulos como homem comum, pois comeste com eles e os ensinaste o batismo da penitência, logo subiste ao Teu Pai celestial, prometendo enviar-lhes o Consolador; ó divino Senhor encarnado, glória a Ti.

Theotokion – 6º:
Ó Santa Virgem, o Deus de todos nos tomou o corpo humano do Teu puro sangue, e assim renovou a nossa corrupta natureza, conservando-Te da mesma forma como era antes do Seu nascimento. Por isso todos nós Te louvamos com fé e clamamos: “Alegra-Te, ó Senhora do mundo!”.


Laudes - Modo 3 - (3º tom):
1 – Esta glória será para todos os Justos.
Vinde de todos os povos e conhecei a força do terrível mistério, porque Cristo nosso Salvador, o Verbo eterno, foi crucificado por nós e sepultado por sua vontade, ressuscitou dentre os mortos salvando a todos; prosternemo-nos diante de Ele.

2 – Louvai a Deus em seu santuário, louvai na magnificência de seu firmamento!
Oh Senhor, os guardas publicaram e anunciaram todos os teus milagres, porém o sinédrio da maldade encheu suas mãos com o suborno crendo que assim esconderiam Tua ressureição, a que todo mundo louva. Tem piedade de nós.

3 – Louvai por suas proezas, louvai conforme Sua imensa grandeza!
Toda a criação se encheu de alegria quando recebeu o anúncio de Tua ressureição. Maria Madalena chegou a Teu sepulcro e encontrou o anjo sentado sobre a pedra com vestes luminosas, dizendo: “Porque buscai o vivo entre os mortos? Ele não está aqui, porém ressuscitou como havia predito e as precederá na Galileia”.

4 – Louvai ao som da trombeta, louvai com saltério e a harpa!
Oh Senhor, amante da humanidade, com Tua luz vemos a luz. E porque ressuscitaste dentre os mortos dando a salvação ao gênero humano, te louva toda criação, oh único isento de pecado.

5 – Louvai com pandeiro e a dança; louvai com cordas e flautas!
Senhor, as Mirróforas te ofereceram as lágrimas como louvores matutinos, levando à Teu sepulcro mirra de bom aroma e correndo para ungir Teu corpo limpo do mal. E o anjo, sentado sobre a pedra, lhes anunciou dizendo: “Porque buscais o vivo entre os mortos? Pisoteou a morte e ressuscitou como Deus, outorgando a todos a grande misericórdia”.

6 – Louvai com címbalos retumbantes; louvai com címbalos de júbilo. Tudo que respira louve ao Senhor!
O Anjo resplandecente sobre Teu sepulcro Doador da Vida, disse às Mirróforas; “O Salvador esvaziou os sepulcros e acabou com o Hades, ressuscitando ao terceiro dia porque é o único Deus Todo-poderoso”.

7 – Levanta-Te, Senhor meu e Deus meu, que tua mão se levante e não te esqueças para sempre de Teus pobres.
Maria Madalena, no primeiro dia da semana foi buscar-Te no sepulcro e, não
O encontraste chorou com suspiros dizendo: Pobre de mim, Salvador meu, como foste roubado, oh Rei de todos? Dois dos Anjos, cheios de vida lhes disseram dentro do sepulcro: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Choro porque levaram, o meu Senhor, do sepulcro e não sei onde o puseram.” E ao voltar seu resto Te viu e exclamou: Senhor meu e Deus meu, glória a Ti.

8 – Te confesso, Senhor, como todo meu coração e proclamo todos teus milagres.
Os Hebreus selaram o sepulcro sobre a Vida, mas o ladrão abriu o paraíso com sua língua quando clamou dizendo: Oh Tu que foste crucificado por mim e comigo, colocado sobre o Madeiro da Vida e te manifestaste sentado sobre o Trono junto com o Pai, Tu que és, oh Cristo e Deus nosso o dono da grande misericórdia.

Eothinon – 6º:
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Ó Cristo, és a verdadeira paz divina para os homens. Concede a Teus discípulos, após a Tua ressurreição, a Tua paz, mostrando-Te aos atemorizados que pensavam estarem vendo um espírito, as Tuas mãos e o Teu lado; continuando em dúvida, ao comer com eles, lhes lembraste as Tuas palavras, lhes abriste a capacidade de entender os livros sagrados e a promessa divina. Abençoando-os, subiste aos céus. Nós, como eles, Te adoramos, ó Senhor da glória.

Theotokion:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus, em cujo seio se encarnou Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da maldição, destruindo a morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em qualquer tempo, e sempre o Seu louvor estará em minha boca (2 vezes).

Hoje é a salvação do mundo. Louvemos Aquele que ressuscitou do túmulo, dando-nos origem a uma nova vida, porque anulou a morte com a Sua morte e nos concedeu a misericórdia de obter essa grande vitória.


Divina Liturgia

Anunciação - Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”

Tropário da Ressurreição – Modo 3 - (3º tom):
Exultem os seres celestes e alegrem-se os terrestres, pois o Senhor demonstrou o poder de Seu braço, pisou a morte com a morte, tornando-Se o primogênito dos que morreram, nos livrou do seio do inferno e deu ao mundo a grande misericórdia.

Tropário da Festa:
Pela fé justificaste os Antepassados e por eles desposaste a Igreja que é dos gentios. Os santos se ufanam da glória, porque da sua semente nasceu o fruto glorioso o que te gerou sem semente. Pelas suas orações, ó Cristo Deus, salva as nossas almas!

Kondakion – Modo 3 - (3º tom):
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Hoje te levantaste da tumba, ó Compassivo, e nos conduziste para fora das portas da morte, Hoje Adão dança e Eva se regozija e com eles os Profetas e os Patriarcas louvam sem cessar o divino poder de tua autoridade.

Theotokion – Modo 3 - (3º tom):
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Tu, que te preocupavas com a salvação do gênero humano a ti cantamos, Virgem Mãe de Deus! Teu Filho e nosso Deus, com o puríssimo corpo recebido de ti, padecendo os sofrimentos da cruz livrou-nos da iniquidade, Ele, o amigo dos seres humanos.

Kondakion da Festa:
Ó três vezes bem-aventurados, não adoraste ídolo feito pela mão do homem, mas, escudando-vos na essência indescritível permaneceste de pé no meio de um fogo insuportável e clamastes a Deus dizendo: «Vem ó Compassivo, apressa-te em nos auxiliar, Tu que és bondoso e podes tudo o que queres!»



Kondakion da Vigília do Natal:
Hoje a Virgem vem à gruta para dar à luz, de modo inefável, o Verbo que existiu antes dos séculos. Rejubila-te, ó terra, ao ouvir esta boa nova, e glorifica com os Anjos e os pastores, aquele que quis se fazer criança. Ele, o Deus anterior aos séculos.

Prokimenon:
Cantai salmos ao nosso Deus, cantai; cantai salmos ao nosso Rei, cantai!
Nações, aplaudi todas com as mãos, clamai a Deus com vozes alegres.

Epístola da festa:                                                                              Cl 3, 4-11
Leitura da Epístola do Apostolo São Paulo aos Colossenses:

Irmãos, quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória. Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a fornicação, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria; pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência; nas quais, também, em outro tempo andastes, quando vivíeis nelas. Mas agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca. Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos, e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou; onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo, e em todos.

Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Junto de Ti, Senhor, me refugiei; não seja eu confundido para sempre. Por tua justiça, livra-me.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Sê para mim um Deus protetor e uma casa de refúgio para me salvar.
Aleluia, aleluia, aleluia!


Evangelho do dia:                                                                 Lc 14, 16-24
Evangelho de Nosso Senhor Jesus  Cristo, segundo o Evangelista São Lucas:

Naquele tempo, o Senhor disse esta parábola: Alguém deu um grande banquete e convidou muitas pessoas. Na hora do banquete, mandou seu servo dizer aos convidados: Vinde! Tudo está pronto. Mas todos, um a um, começaram a dar desculpas. O primeiro disse; comprei um campo e preciso ir vê-lo. Peço que me desculpes. Um outro disse: comprei cinco juntas de boi e vou experimentá-las. Peço que me desculpes. Um terceiro disse: acabo de me casar e, por isso não posso ir. O servo voltou e contou tudo a seu Senhor. Então o dono da casa ficou irritado e disse: Sai depressa pelas ruas e praças da cidade. Traze para cá os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos. O servo disse: Senhor, o que mandaste fazer foi feito e ainda há lugar. O Senhor disse ao servo: sai pelas estradas e pelos cercados e faze com que as pessoas venham aqui para que minha casa fique cheia. Pois eu vos digo: nenhum daqueles que foram convidados provará do meu banquete. Com efeito muitos são chamados, mas poucos os escolhidos.


SINAXE


Nesta parábola de hoje, Jesus dá aos críticos e inimigos de sua conduta, a razão de sua predileção pelos pobres e marginalizados de seu tempo. O Reino de Deus é comparado ao banquete que um rei celebra por ocasião das bodas de seu filho. Para esta festa são convidadas pessoas importantes que fazem parte do primeiro escalão da sociedade. Por razões diversas se escusam de comparecer e tomar parte na festa, menosprezando um convite tão seletivo. O rei então, estende seu convite a todos que por ali passam ocasionalmente. Assim, a sala onde se realiza a festa, em pouco tempo, fica ocupada pelos que pertencem às classes mais inferior da sociedade: pobres, aleijados, coxos, viúvas, desempregados, entre outros. O anfitrião entra na sala e apresenta seu Filho aos que ali se encontram.


Deus é este Anfitrião que chama a todos para participar das bodas de seu Filho com a natureza humana, iniciada com a sua Encarnação e consumada com a sua Ressurreição. É Ele o Rei que apresenta ao mundo o seu Filho Unigênito, o Esposo da Nova Aliança, o Esposo da Igreja anunciado pelos Profetas, mas, rejeitado pelos "primeiros convidados". O convite à salvação assume, nesta analogia, uma fisionomia nova, a nupcial: o rei é Deus; o banquete é a Salvação que seu Filho, Deus feito homem, nos trouxe; os servos são os Profetas e os Apóstolos; os convidados que rejeitaram o convite são aqueles que, não acolhendo a mensagem do Reino, crucifixaram o Senhor. Finalmente, os que foram arrebanhados para a festa, nas ruas e encruzilhadas, são todos os destinatários da Boa-Nova, os pobres, os marginalizados, os rejeitados etc.

O Reino de Deus se abre a todos, bons e maus, pecadores e santos, gentios e pagãos, puros e impuros. O banquete de bodas é, portanto, o sinal do amor gratuito de Deus ao homem. Os que rejeitam este convite fecham-se ao amor misericordioso de Deus. É a atitude dos que pensam não necessitar da salvação.

O banquete está pronto. Encarnou-se o Filho de Deus e se oferece em sacrifício perpetuamente, em cada celebração litúrgica, pela salvação da humanidade. Eis porque Deus continua renovando o seu convite: “Ide pelas encruzilhadas dos caminhos e a todos que encontrardes, convidai-os para as bodas”. A sala da festa está cheia: bons e maus ali se encontram. É a imagem da Igreja aberta a todos.

A Eucaristia é o grande sinal do banquete do Reino que antecipa o eterno festim messiânico. Somos felizes, pois somos convidados para as bodas do Cordeiro. (cf Ap.19,9) Agora, pertencemos à Nova Jerusalém, a Jerusalém celeste.

Lamentavelmente, muitos ainda são os que continuam a recusar tal convite com as justificativas mais diversas. E, recusar o convite divino é fechar-se à Graça, é escusar-se de participar do banquete do amor e da fraternidade. O banquete não é exclusivo, mas é para todos os irmãos e, por isso, é festa.

São João Crisóstomo, na sua Homilia da noite da santa Ressurreição, presenteia-nos com uma das mais belas formulações do convite para o banquete celestial:


«[...] Entrai, pois, todos no gozo de nosso Senhor; primeiros e últimos recebei a recompensa; ricos e pobres, alegrai-vos juntos; justos e pecadores, honrai este dia; vós que jejuastes e vós que não jejuastes, regozijai-vos uns com os outros; a mesa é farta, saciai-vos à vontade; o vitelo é gordo, que ninguém se retire com fome; tomai todos parte no banquete da fé; participai todos da abundância da graça; que ninguém se queixe de fome, porque o reino universal foi proclamado; que ninguém chore por causa de seus pecados, porque o perdão jorrou do túmulo; que ninguém tema a morte, porque a morte do Salvador nos libertou a todos».

Hoje é um dia feliz para nós que escutamos o convite que brota deste Evangelho. Deus nos chama a todos para a festa de seu Filho. Vamos à Igreja com os irmãos celebrar a vitória da Cruz sobre a morte. Acolhamos ao convite do Rei que nos chama a tomar lugar no banquete de seu Filho. Vinde, exultemos de alegria no Senhor!

BIBLIOGRAFIA:
KONINGS, J. Espírito e Mensagem da Liturgia. Petrópolis: Ed. Vozes.
CARVAJAL, F. F. Falar com Deus. São Paulo: Ed. Quadrante.

«Parábola das Bodas»

Nesta parábola, Cristo trata da transferência do Reino de Deus do povo judeu a outros povos, na qual, os "convidados" representam o povo judeu, e os servos — os apóstolos e pregadores da fé cristã. Da mesma maneira que os "convidados" não quiseram entrar no Reino de Deus, a propagação da fé fora transferida "na encruzilhada" — a outros povos. Possivelmente, alguns destes povos não possuíam qualidades religiosas tão elevadas, contudo, manifestaram grande devoção nos serviços a Deus.

«O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho; e enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas; e estes não quiseram vir. Depois enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas. Porém eles, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, outro para o seu tráfico. E os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram. E o rei, tendo notícias disto, encolerizou-se e, enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade. Então diz aos servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos. Ide, pois, às saídas dos caminhos, e convidai para as bodas a todos os que encontrardes. E os servos, saindo p elos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e a festa nupcial foi cheia de convidados. E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com vestido de núpcias. E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo vestido nupcial? E ele emudeceu. Disse então o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores: ali haverá pranto e ranger de dentes. Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos» (Mt. 22:2-14).
No contexto de tudo o que foi dito, e das duas parábolas anteriores, esta parábola não exige explicações especiais. Como sabemos a partir da história, o Reino de Deus (Igreja) passou dos judeus aos povos pagãos, difundiu-se com êxito entre os povos do antigo império Romano, e iluminou-se na plêiade infinita dos fiéis a Deus.
O final da parábola dos convidados para as bodas, onde menciona-se o homem que não estava trajado com vestido de núpcias, parece um pouco obscuro. Para compreender esta passagem, deve-se conhecer os hábitos daquela época. Naqueles tempos, os reis, ao convidarem pessoas a uma festa, por exemplo, para uma festa de casamento de um filho do rei, ofertavam-lhes vestes próprias para que todos estivessem trajados de maneira limpa e bela durante o festejo. Mas, de acordo com a parábola, um dos convidados rejeitou o traje real, dando preferência às próprias vestes. Conforme se observa, ele fez isto por orgulho, considerando suas roupas melhores que as reais. Ao rejeitar as vestes reais, ele conturbou o bom andamento da festa e magoou o rei. Devido ao seu orgulho, foi enxotado da festa para as "trevas externas." Nas Escrituras Sagradas, as vestes simbolizavam o estado da consciência. Roupas claras, brancas, simbolizam a pureza e retidão da alma, que são ofertadas como dádivas de Deus, por Sua misericórdia. O homem que rejeitou as vestes reais representa os cristãos orgulhosos que rejeitam a bem-aventurança e a consagração de Deus, ofertadas nos mistérios bem-aventurados da Igreja. A estes "fiéis" jactanciosos podemos comparar os modernos sectários que rejeitam a confissão, a comunhão, e outros meios bem-aventurados oferecidos por Cristo para a salvação das pessoas. Considerando-se santos, os sectários depreciam a importância da quaresma cristã, do celibato voluntário, da vida monástica etc. , apesar das Sagradas Escrituras ressaltarem estes feitos. Estes fiéis imaginários, como escrevia o Apóstolo Paulo, "tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela" (2 Tim. 3:5). Pois a força da piedade não está no exterior, e sim nos feitos pessoais.

Extraído de «Parábolas Evangélicas»
do Bispo Alexander (Mileant),
tradução de Marina Tschernyschew


9 de Dezembro de 2015: Concepção da Theotokos por Sant’Anna, a Avó do Senhor



Festa da Concepção da Santa Mãe de Deus por Sant’Ana, muito comentada pelos Santos Padres da Igreja dos primeiros séculos, entre os quais Santo Efrém (370), teve sua primeira celebração litúrgica na Palestina, no início do século VIII. Aos poucos a Festa estendeu-se a muitas Igrejas do Oriente e, no século X, já constava como celebração obrigatória em todos os calendários da Igreja Bizantina.
O abraço e o afeto que Joaquim e Ana trocam, é a representação iconográfica da grande Festa que a Igreja celebra.
Maria, descendia da família de Abraão e Davi da qual deveria nascer o Redentor, segundo a promessa de Deus, após a queda. Ela é o primeiro e mais belo fruto da Redenção, a obra-prima da Criação e concebida plenamente humana para dar à luz ao Senhor plenamente humano e plenamente Divino. As duas naturezas do Senhor (divina e humana) encontram fundamento teológico no pensamento da Igreja Oriental, porque Maria, a Mãe de Jesus, é filha da raça humana e por isso herdou dela a sua humanidade e por ser Filho de Deus, é de natureza divina.
Tirar de Maria as características que a fazem humana é tirar do Senhor a sua humanidade; é cair no monofisismo.
De acordo com o Terceiro Concílio Ecumênico, Concílio de Éfeso (431), consideramos também Maria a Mãe de Deus, a Theotokos. Ela é próxima de Deus e supera em dignidade todos os seres criados e os espíritos celestes. Esta é a razão porque a Igreja Ortodoxa venera a Mãe de Deus como sendo superior aos Querubins e Serafins. Nas celebrações da Divina Liturgia cantamos o hino que nos faz recordar esta verdade: «Verdadeiramente é digno e justo ...» (ver Hirmós acima)
Mesmo a Igreja prestando veneração a "Teotokos", Maria não é adorada como deusa e nem assim pode ser confundida pelos cristãos.
Sobre a sua mãe, Sant’Ana, a Tradição nos informa pouco. Ela é mais uma das santas mulheres que participa do grande enredo dos planos de Deus com o seu silêncio e humildade; não diminuindo, no entanto, sua importância.
Diz-nos a Tradição que Joaquim e Ana não tinham filhos. Eram, por isso, vistos como não agraciados por Deus. Joaquim não podia oferecer sacrifícios no Templo; Ana, por sua vez, sofria silenciosamente a exclusão que a sociedade lhe impunha por não poder dar continuidade à raça eleita de Israel. Joaquim era pastor e retirou-se para o deserto enquanto Ana ficou em sua casa. Tempos depois voltaram, pois sentiam em seus corações que Deus cumpriria sua promessa e lhes daria um filho. Esta criança foi Maria, nascida porque "os laços da esterilidade de Ana foram soltos por Deus" que ouviu seus clamores.
A Menina escolhida pelo Eterno para ser a Mãe do Filho de Deus é do Oriente. Lá viveu toda sua vida e por isso é compreensível que o amor e a devoção dedicados a ela tenham saído dali por primeiro em relação ao Ocidente. Foi no Oriente que, desde muito cedo, Maria foi piedosamente honrada pelos fiéis com devoção e entusiasmo. A introdução ou o desenvolvimento das festas marianas na Igreja do Ocidente muito se deve a São Sérgio I, de família Síria, oriunda de Antioquia, nascido em Palermo, Bispo e Papa de Roma em 687.
De todas as Igrejas Orientais a Igreja Copta é a que possui em seu calendário litúrgico maior número de festas em louvor à Maria, mas é nas Igrejas de rito bizantino onde estão os mais belos textos que superam ou transcendem a magnitude das liturgias a ela dedicadas.

Fontes Consultadas:
ABBUD, Pe. Issaia. Doutrina Cristã Ortodoxa. São Paulo: 1957
JUNG Helene Hoerni. Maria, Imagem do Feminino. São Paulo: Ed. Pensamento
THOMAS, P.C. Os Concílios da Igreja. São Paulo: Ed. Santuário, 2000

13 de Dezembro: Santos Eustrácio, Auxêncio, Eugênio, Mardário e Orestes, mártires († início do séc. IV)
Estes mártires viveram na época em que as perseguições aos cristãos, impetradas pelo imperador Diocleciano, eram frequentes. Eustrácio, um oficial superior, foi aprisionado pelo Duque de Lysia que, após torturá-lo cruelmente, o enviou ao prefeito Agricola, conhecido por sua crueldade aos cristãos. Este, por sua vez, submeteu Eustrácio a novas formas de torturas, ordenando depois que se fossem calçados em seus pés sapatos de ferro com lâminas afiadas, obrigando-o a caminhar. Por fim, ainda vivo, foi jogado ao fogo. Auxêncio era sacerdote, conterrâneo de Eustrácio. O monarca tentou, com muitas promessas, persuadi-lo a renegar a fé cristã. O digno sacerdote de Cristo, porém, contestou: «Não é necessário que eu lhe diga muitas palavras, caro Lysia. Nesta vida sou de Cristo e o serei até a morte. E, nem com inumeráveis castigos e feridas, nem com fogo ou ferro, conseguirás me fazer mudar minha fé porque Cristo é onipotente e sua cruz invencível» – isto é, o homem Auxêncio pode ser frágil, mas o cristão Auxêncio e sua fé são indestrutíveis. O monarca, muito irritado com a resposta de Auxêncio, ordenou que fosse decapitado. Mardário, após ter sido perfurado no tornozelo, foi pendurado de cabeça para baixo e depois queimado. O oficial Eugênio, após ter sua língua e mãos cortadas, quebraram-lhe as pernas e faleceu. O soldado Orestes foi queimado sobre uma pilha de madeira. Que Deus os tenha em seus braços, estes santos mártires e confessores, exemplos de fé.
Tradução e publicação neste site com permissão de: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. Pavlos/Pe. André

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