24 dezembro 2015

Natividade, segundo a carne, de Nosso Senhor, Deus e Salvador Jesus Crist


PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910 - Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 25 de dezembro de 2015.
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Natividade, segundo a carne, de Nosso Senhor, Deus e Salvador Jesus Cristo

(Modo Próprio)

Comemora-se também neste dia a Adoração dos Magos: Melchior, Gaspar e Baltazar; os Pastores de Belém que vigiavam seus rebanhos e vieram para ver o Senhor.


Matinas

Tropário:
Seu Natal Ó Cristo nosso Deus, fez raiar a luz do saber no mundo, os adoradores das estrelas aprenderam das estrelas adorar-Te, o Sol da Justiça, e saber que Tu das altas nascentes vieste. Glória a Ti!
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,

Seu Natal Ó Cristo nosso Deus, fez raiar a luz do saber no mundo, os adoradores das estrelas aprenderam das estrelas adorar-Te, o Sol da Justiça, e saber que Tu das altas nascentes vieste. Glória a Ti!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Seu Natal Ó Cristo nosso Deus, fez raiar a luz do saber no mundo, os adoradores das estrelas aprenderam das estrelas adorar-Te, o Sol da Justiça, e saber que Tu das altas nascentes vieste. Glória a Ti!

Katisma:
1ª: Oh fieis, vinde ver aonde nasceu Cristo; seguimos o astro para onde trilha, com os reis do oriente. Lá os anjos louvam, sem interrupção e pastores clamam uma magnifica canção: Glória a Deus nas alturas, aquele que nasceu, hoje, da virgem, a Mãe de Deus, em Belém da Judéia.

Glória ao Pai , ao Filho e ao Espirito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Oh fieis, vinde ver aonde nasceu Cristo; seguimos o astro para onde trilha, com os reis do oriente. Lá os anjos louvam, sem interrupção e pastores clamam uma magnifica canção: Glória a Deus nas alturas, aquele que nasceu, hoje, da virgem, a Mãe de Deus, em Belém da Judéia.

2ª: Porque estás estranhando, Maria e te assustas intimamente? Ela responde dizendo: Porque eu estava a dar à luz, num tempo conhecido, a um filho que não tem tempo determinado. E não sei como é a gravidez de um ser nascido, eu não conhecia um homem e com dar à luz a um filho? Quem viu um nascimento sem semente? Mas, quando Deus quer a lei natural se muda, como foi escrito: Cristo nasceu de uma virgem, em Belém na Judéia, agora, sempre e pelos séculos dos séculos.

Glória ao Pai , ao Filho e ao Espirito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Porque estás estranhando, Maria e te assustas intimamente? Ela responde dizendo: Porque eu estava a dar à luz, num tempo conhecido, a um filho que não tem tempo determinado. E não sei como é a gravidez de um ser nascido, eu não conhecia um homem e com dar à luz a um filho? Quem viu um nascimento sem semente? Mas, quando Deus quer a lei natural se muda, como foi escrito: Cristo nasceu de uma virgem, em Belém na Judéia, agora, sempre e pelos séculos dos séculos.

3ª: Aquele que não teve lugar para o conter, como foi abrigado nas entranhas virginais? E aquele que está no colo paterno como pode ser carregado nos braços de uma mãe? Tudo aquilo foi determinado com Ele conhecia e quis. Por que, como Ele sem corpo, foi encarnado por boa vontade. E o existente; por nossa causa será diferente e associou em nossa natureza, continuando inseparável de sua origem. Cristo nasceu em duas naturezas, desejando completar o mundo celestial.

Glória ao Pai , ao Filho e ao Espirito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Aquele que não teve lugar para o conter, como foi abrigado nas entranhas virginais? E aquele que está no colo paterno como pode ser carregado nos braços de uma mãe? Tudo aquilo foi determinado com Ele conhecia e quis. Por que, como Ele sem corpo, foi encarnado por boa vontade. E o existente; por nossa causa será diferente e associou em nossa natureza, continuando inseparável de sua origem. Cristo nasceu em duas naturezas, desejando completar o mundo celestial.

Ypakoí:
Obediência:
Desde a minha juventude, numerosas são as paixões que assaltam, mas Tu, Oh meu Salvador, protege-me e salva-me.

Anabtmo:
Antífona:
Oh que odeias a justiça, sede confundidos pelo Senhor. Pois como a erva pelo fogo, sereis dissecados.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.

Pelo Espírito Santo, toda a alma viva, pela pureza se eleva e pelo mistério sagrado da unidade Trinitária, ela se ilumina.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Pelo Espirito Santo, transbordam as correntes da graça e irrigam o universo pela vida vivificante.

Prokimenon:
Eu te gerei do seio, antes do luzeiro, jurou o Senhor e não se arrependerá. (2 vezes).

Stichos:
Disse o Senhor, para meu Deus. Eu te gerei do seio, antes do luzeiro, jurou o Senhor e não se arrependerá.

Kondakion:
Hoje a virgem vem a gruta para dar à luz o verbo que, antes dos séculos, era um nascimento indiscutível. Alegra-te, oh universo e glorifica, com os anjos e pastores, o aparecido que pela Sua vontade, tornou-se criança e nosso Deus, antes dos séculos.

Ikós:
Venham, vamos olhar como Belém abriu o Éden. Temos encontrado alegria em um lugar secreto; venham, vamos pegar as riquezas do paraíso que está dentro da caverna, há uma raiz de sequeiro apareceu surgimento perdão.
Não é a fonte não escavados, que anteriormente teve Davi desejo de beber.
Há a virgem deu à luz um filho, que cessou instantaneamente a sede de Adão e David.
Portanto, vamos apressar a este lugar, onde ele nasceu novamente criança, antes da hora de Deus

Evangelho:                                                                                         Mt 1, 18-25
Evangelho de Nosso Senhor Jesus  Cristo, segundo o Evangelista São Mateus.
Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente. Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta: Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel {Is 7, 14}, que significa: Deus conosco. Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa. E, sem que ele a tivesse conhecido, ela deu à luz o seu filho, que recebeu o nome de Jesus.

Exapostilário:
Nosso Salvador, da altura, da nascente do oriente, nos visitou. Nós os que estamos na sombra e na escuridão, encontramos a verdade. Porque o Senhor nasceu da virgem.

Laudes:
1 – Cada criatura deve louvar o nome do Senhor:
Louvai, pois, o Senhor, do alto dos céus, louvai o Senhor das alturas; porque ele merece ser louvado eternamente.
Louvai o Senhor, todos os seus anjos e sua força, pois ele merece, para sempre, ser louvado.

2 – Cantam-lhe salmos, com tambores e citaras.
Oh piedosos, alegram-se e os céus regozijam e as montanhas jubilem pelo Natal de Cristo.
A virgem sentada igual aos querubins, carregando em seu colo o Senhor, Verbo encarnado. Os pastores, ao recém-nascido, glorifiquem, os magos, ao Senhor; ofereçam os presentes e os anjos cantando e clamando: Oh Senhor, incompreensível, Gloria a Ti.

3 – Louvai com a lira, a harpa; louvai-o com adufes e danças:
O Pai ficou satisfeito. O verbo encarnou-se e a virgem deu à luz, um Senhor humano. Os astros anunciaram, os magos adoram, os pastores admiram e a criatura se alegra.

4 – Louvai-o com címbalos sonoros.
Oh Mãe de Deus, que deste à luz o Salvador; Tu anulaste a maldição da velha Eva; satisfazendo a vontade do Pai com mãe carregando em seu colo o verbo encarnado. O sacramento não pode ser examinado, mas todos nós clamamos com você, oh Senhor incompreensível, gloria a Ti.


5 – Louvai-o címbalos retumbantes.
Vinde louvar a Mãe do Salvador, a qual apareceu, após o nascimento, ainda virgem, dizendo: Alegra-te, oh preciosa cidade, para o divino Pai, a qual, quando Cristo nasceu nela, fez a salvação. Por isso, nós com Gabriel e os pastores, louvando, adorando-te e bradando: Oh Mãe de Deus, intercedei por nós, perante vosso filho, para nos salvar.

Eothinon:
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Na época da sua chegada sobre a terra, aconteceu o primeiro cadastro universal, imediatamente quis registrar os nomes de seus fiéis, em teu nascimento, aquela ordem veio de César, porque o seu reinado perpétuo, renovou a sua eternidade; por isso nós oferecemos o que é mais valioso do que o tributo financeiro, que dizer, as palavras Ortodoxas Divinas, oh Salvador de nossas almas.

Theotokion:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus, em cujo seio se encarnou Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da maldição, destruindo a morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em qualquer tempo, e sempre o Seu louvor estará em minha boca (2 vezes).

Hoje Cristo nasceu da virgem, em Belém. Hoje que não tem início, inicia e o verbo se encarna. As forças angélicas se alegram e a terra se jubila com os homens.
Os magos oferecem os presentes e os pastores anunciam o milagre. Mas nós clamamos sem fraqueza: Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade.



Divina Liturgia

Anunciação - Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”

Issodikon:
Das minhas entranhas, eu te gerei antes da estrela da manhã.
O Senhor jurou e não se arrependerá:
Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.
Salva-nos, ó Filho de Deus, Tu que nasceste da Virgem, a nós que a Ti cantamos: aleluia!

Apolitikion - Modo 4 Plagal - Tropário de Natal:
Teu Nascimento, ó Cristo Deus, fez brilhar no mundo a luz do conhecimento.
Nela os adoradores dos astros aprenderam de um astro a adorar-te, Sol de Justiça, e a reconhecer-te como o Oriente vindo do alto.
Senhor, glória a Ti!

Hipacoí - Modo 4 Plagal:
Ó Menino reclinado numa manjedoura, o céu te ofereceu as primícias dos gentios, chamando os magos pela estrela.
E estes ficaram assombrados, não por cetros e tronos, mas pela pobreza extrema.
Que há, na verdade, de mais humilde que a gruta, e de mais miserável que as faixas, nas quais brilhou a riqueza de tua divindade?
Senhor, glória a Ti!

Kondakion - Modo 3:
Hoje a Virgem dá à luz o Eterno e a terra é uma gruta ao Inacessível.
Os anjos e os pastores louvam-no e os magos com a estrela avançam.
Tu nasceste para nós, ó Menino, Deus antes de todo tempo.

Triságion:
Vós que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo. Aleluia! (3 vezes)
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Vos revestistes de Cristo. Aleluia!
Vós que fostes batizados em Cristo ...

Prokimenon:
Todos os habitantes da terra te adorem e cantem em teu louvor.
Aclamai a Deus todos os habitantes da terra.

Epístola:                                                                                             [Gl 4, 4-7]
Leitura da Epístola do Apóstolo São Paulo aos Gálatas

Irmãos, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho. Ele nasceu de uma mulher, submetido à Lei para resgatar aqueles que estavam submetidos à Lei, a fim de que fôssemos adotados como filhos. A prova de que vocês são filhos é o fato de que Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho que clama: Abba, Pai! Portanto, você já não é escravo, mas filho; e se é filho, é também herdeiro por vontade de Deus.

Aleluia:
Aleluia, aleluia, aleluia!
Os céus publicam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Um dia ao outro transmite esta mensagem e uma noite à outra a comunica.
Aleluia, aleluia, aleluia!

Evangelho:                                                                                         [Mt 2, 1-12]
Evangelho de Nosso Senhor Jesus†Cristo, segundo o Evangelista São Mateus

Naquele tempo, tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judéia, no tempo do rei Herodes, alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, e perguntaram: «Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Nós vimos a sua estrela no Oriente, e viemos para prestar-lhe homenagem.»
Ao saber disso, o rei Herodes ficou alarmado, assim como toda a cidade de Jerusalém. Herodes reuniu todos os chefes dos sacerdotes e os doutores da Lei, e lhes perguntou onde o Messias deveria nascer. Eles responderam: «Em Belém, na Judéia, porque assim está escrito por meio do profeta: ‘E você, Belém, terra de Judá, não é de modo algum a menor entre as principais cidades de Judá, porque de você sairá um Chefe, que vai apascentar Israel, meu povo’».
Então Herodes chamou secretamente os magos, e investigou junto a eles sobre o tempo exato em que a estrela havia aparecido. Depois, mandou-os a Belém, dizendo: «Vão, e procurem obter informações exatas sobre o menino. E me avisem quando o encontrarem, para que também eu vá prestar-lhe homenagem.»
Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até que parou sobre o lugar onde estava o menino. Ao verem de novo a estrela, os magos ficaram radiantes de alegria.
Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e lhe prestaram homenagem. Depois, abriram seus cofres, e ofereceram presentes ao menino: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, partiram para a região deles, seguindo por outro caminho.

Hirmos:
Glorifica, ó minha alma, aquela que é mais venerável e mais gloriosa que os exércitos celestes.
Eu contemplo um mistério estranho e admirável: a gruta tornou-se o Céu; a Virgem, o trono dos Querubins; e a manjedoura, um lugar honroso, no qual repousa o incomensurável, Cristo Deus.
Louvemo-lo e glorifiquemo-lo!

Kinonikón:
O Senhor enviou a redenção a seu povo; estabeleceu para sempre a sua aliança.
Aleluia, aleluia, aleluia!

Obs.: Em vez de Vimos a verdadeira luz... o Apolitikion do dia.
          Na Bênção Final acrescenta-se: Que aquele que nasceu numa gruta e foi reclinado numa manjedoura para a nossa salvação, o Cristo ...


SINAXE

Tu, que maravilhosamente criaste o homem,
mais maravilhosamente ainda restabeleceste a sua dignidade

Jesus Cristo nasceu, rendei-Lhe glória!
Cristo desceu dos céus, correi para Ele!
Cristo está sobre a terra, exaltai-O!
“Cantai ao Senhor, terra inteira.
Alegria no céu; terra, exulta de alegria!” (Sl 96,1.11).

Do céu, ele vem habitar no meio dos homens;
estremecei de temor e de alegria:
de temor, por causa do pecado; de alegria, por causa da nossa esperança.

Hoje, as sombras se dissipam
e a luz se eleva sobre o mundo;
como outrora no Egito envolto em trevas,
hoje uma coluna de fogo ilumina Israel.

O povo, que estava sentado nas trevas da ignorância,
contempla hoje essa imensa luz do verdadeiro conhecimento
porque “o mundo antigo desapareceu,
todas as coisas são novas” (2 Co 5,17).

A letra recua, o espírito triunfa (Rm 7,6);
a prefiguração passa, a verdade aparece (Col 2,17).

Aquele que nos deu a existência
quer também inundar-nos de felicidade;
essa felicidade que o pecado nos havia feito perder,
a encarnação do Filho nos devolve…

Tal é esta solenidade:
saudamos hoje a vinda de Deus ao meio dos homens
para que possamos, não chegar
mas regressar para junto de Deus;
a fim de que nos despojemos do homem velho
e nos revistamos do Homem novo (Col 3,9),
a fim de que, mortos em Adão,
vivamos em Cristo (1 Co 15,22)…

Celebremos pois este dia, cheios de uma alegria divina,
não mundana, mas uma verdadeira alegria celeste.

Que festa, este mistério de Cristo!
Ele é a minha plenitude, o meu novo nascimento.

S. Gregório Nazianzeno (330-390),
« Sermão n° 38, para a Natividade»

O Verbo era Deus... O Verbo fez-se carne

Escutai, pastores, o som das trombetas…
O Verbo foi gerado, Deus manifestou-se ao mundo!
E vós, filhas de reis, entrai na alegria da Mãe de Deus (cf Sl 44,10).
Povos, digamos: “Bendito sejas,
nosso Deus recém-nascido, glória a ti!”

A Virgem, que não conhece homem (Lc 1,34),
deu ao mundo a alegria,
a tristeza ancestral acabou.
Hoje, o Incriado foi gerado,
aquele que o mundo não pode conter entra no mundo.
Hoje, a alegria manifestou-se aos homens;
hoje o erro foi lançado no abismo.
Povos, digamos: “Bendito sejas,
nosso Deus recém-nascido, glória a ti!”

Pastores, cantai o Mestre que nasceu em Belém…,
aquele que resgata o mundo.
Eis que a maldição de Eva foi anulada,
graças àquele que nasceu da Virgem…
“Batamos palmas em aclamações” (Sl 46,2);
formemos um coro com os anjos.
O Senhor nasceu da Virgem Maria
para “levantar os que tinham caído
e erguer os abatidos” (Sl 144,14),
aqueles que gritam com fé:“Bendito sejas,
nosso Deus recém-nascido, glória a ti!”

O autor da Lei encarnou sob a Lei (Ga 4,4),
o Filho intemporal nasceu da Virgem,
o Criador do universo está deitado no presépio.
Aquele que o Pai gera eternamente, sem mãe nos céus,
nasceu da Virgem, sem pai sobre a terra.
Povos, digamos: “Bendito sejas,
nosso Deus recém-nascido, glória a ti!”

Na verdade, a alegria acaba de nascer no estábulo.
Hoje os coros angélicos rejubilam;
todas as nações celebram a Virgem imaculada;
o nosso antepassado Adão dança de alegria,
porque hoje nasceu o Salvador.
Povos, digamos: “Bendito sejas,
nosso Deus recém-nascido, glória a ti!”
S. Romano o Melódio (? - cerca de 560)
Hino 13, «A Natividade»

A Festa da Natividade do Senhor, celebrada nas Igrejas do Oriente e do Ocidente, marca o nascimento de Jesus, o Verbo de Deus feito homem, em Belém. Tal festa é antecedida por um tempo de preparação e jejum que se encerra na noite de 24 de dezembro. O jejum é substituído pelo banquete da festividade e da alegria pela Encarnação do Verbo. O Menino recém nascido, impossibilitado ainda de falar, é a encarnação da Palavra Divina.
O que os Patriarcas, Profetas, Justos e Reis desejaram ver e não viram, contemplamos hoje: a realização do plano salvífico que, ao fazer-se homem, glorifica nossa natureza humana, fazendo-nos partícipes da natureza divina. A encarnação do Filho de Deus reconcilia os opostos e aproxima os polos diversos da criação: reúne o Céu e a Terra, o tempo e a eternidade, anjos e pastores, astros e animais, a virgindade e a maternidade, pois Maria é verdadeiramente Virgem fecunda e Mãe intacta [...].
«O povo que caminha nas trevas
viu uma grande luz. Sobre os que habitam o país
da sombra da morte, uma luz resplandece».                (Is 9,1)
Na noite se manifesta a luz divina; mas para que Deus receba a vida humana é necessário que a humanidade aceite dar à luz na carne e no mundo obscuro. Por isso o menino pequeno não ocupa o centro do ícone. O SIM das bodas de Deus com a humanidade, a porta aberta à encarnação de Deus, é Maria, filha de Israel, mãe humana de Deus, coberta com a sombra do Espírito Santo, envolta num véu de cor púrpura do Espírito Santo, o Espírito dos sete dons, das sete chamas do fogo incriado.
A Virgem Mãe repousa no centro do ícone sobre a encosta de uma montanha. Representação da montanha messiânica, a que Deus dignou-se escolher como morada sua:
«Montanha Divina, Montanha de Basham,
Montanha escarpada, Montanha de Basham [...],
a montanha eleita de Deus como morada sua.
O Senhor habitará nela para sempre»                (Sl 68,16-17)

Eu consagrarei a meu Rei sobre Sião,]
meu santo Monte.                                                      (SL 2,6)
Mas esta Montanha se entrecruza com outras duas, formando uma estrutura que domina toda a cena. É uma expressão simbólica do Mistério da Santíssima Trindade, fundamento de nossa fé. A Virgem Mãe está recostada sobre uma magnífica tela vermelha amarrada nos extremos. Esta tela tem às vezes a forma do número oito horizontal que traçam os matemáticos como sinal de infinito. Assim representa o mundo transfigurado do Oitavo dia, o Dia Pascal.
Como um trono de púrpura , levas o Criador,
Como um leito vivente recebes o Rei, o plena de Graça.
(Salmo Eclesiástico de Vésperas do dia 20/12)
Maria está sempre recostada como jovem Mãe, as vezes sentada como Rainha. Na decadência do Ocidente Cristão, pinta-se Maria ajoelhada e adorando seu filho. Mas não estamos diante de um mistério de adoração, se não ante o nascimento de Deus pela divina maternidade da Virgem Maria. A perda desta contemplação deu uma nota sentimental aos presépios, distanciando-a da presença do mistério divino-humano [...]
A Virgem está adornada com três estrelas: "Maria, joia da virgindade, deve permanecer Virgem antes do parto, virgem durante o parto, virgem depois do nascimento, única sempre virgem de espírito, de alma e de corpo . (São João Damasceno)
O seio virginal cresce com sua porta intacta
A potência resplandece
pois Deus habita em seu templo.                             (Hino de Natal)
Maria evoca a sarça ardente que não se consome nas chamas, o templo onde Deus habita, a câmara nupcial, e representa a Igreja. Maria guarda todas as coisas e as medita em seu coração. (Lc 2,19 e Lc 2, 51)
O menino esta recostado em um presépio que tem forma de sepulcro. O Cordeiro de Belém é já o Cordeiro eucarístico. Os lençóis, sinal de reconhecimento que o Anjo deu aos pastores, prefiguram os lençóis mortuários que o envolveram em seu sepulcro e que as mulheres portadoras de aromas encontraram no túmulo vazio na manhã da Páscoa.

Está envolto em panos,
e já os laços do inferno se desatam.                   (Prefácio de Natal)
O menino está deitado mais acima que sua mãe; segundo uma tradução do texto grego de Lucas, que não está presente em algumas outras traduções:
Ela o envolveu em panos
e o recostou acima, em um presépio.                                   (Lc 2,7)
Gesto de oferenda, gesto sacrifical que recorda o do diácono quando eleva os santos dons do pão e do vinho diante o altar celeste. "Oferecer" significa etimologicamente "levar a cima", e o presépio é o altar onde o Senhor se oferece a si mesmo, e se dá em alimento, como Pão da Vida na cidade de Belém, que em hebraico se diz "Beith-lejem", Casa do Pão. A gruta simboliza a profundidade do silêncio e do abismo no qual Deus se encontra. Representa os infernos que se abrem como as faces de um monstro disposto a engolir o menino, tal como a baleia de Jonas. Mas o Menino é já um Vencedor: sobre Ele desce um faixo de Luz, pois o Céu, em inimaginável descida, inclina-se até o mais profundo.
Venham, gozemos do Paraíso nesta gruta.
Ali está o poço que nenhuma mão humana cavou,
o poço do qual Davi desejou beber.
Ali a Virgem ao dar a luz a seu menino,
saciou a sede de Adão e de Davi.     (Responsório da Noite de Natal)

Resplandece teu presépio,
da escuridão da noite, nasce uma luz,
que nenhuma sombra apaga:
é a vela da fé.                                                        (Hino de Natal)
Atrás do menino, dois animais o cercam. Não estão indicados no Evangelho, mas são uma recordação da palavra de Isaías [...]:
O boi conhece seu amo,
o asno o presépio de seu Senhor,
mas meu povo não me conhece.                                           (Is 1,3)
A cada lado do centro do ícone, aparecem as outras testemunhas, os pastores, e os magos. Os primeiros chamados a contemplar o Cristo são os pastores, homens humildes, simples, naturais, que representam a grande espera do povo que caminhava nas trevas.
A quem esperais, pastores que velais na noite?
Esperamos o Bom Pastor.                               (Salmo eclesiástico)
A eles se dirige, em primeiro lugar, a "Benevolência" divina.
Os magos representados como três cavalheiros que sobem ao monte, apontam a estrela anunciadora da Vida Nova. Reis e astrólogos, sábios pagãos chegados do Oriente, representam todas as nações chamadas a sentar-se, com Israel, à mesa do banquete do Senhor. Portadores de dons, prefiguram as mulheres que iam ao sepulcro com aromas. Tem sobre sua cabeça uma espécie chapéu e por cima uma pequena esfera da sabedoria.
Teu nascimento oh Cristo nosso Deus,
fez brilhar no mundo a luz da sabedoria;
e , graças a uma estrela,
aqueles que adoravam os astros,
aprenderam a adorar-te, Sol de justiça,
e a conhecer em Ti, o Oriente que vem do Alto.
Glória a Ti, Senhor!                                        (Tropário de Natal)
A parte superior do ícone representa as realidades celestiais: no centro, um semicírculo , como um sol azul, se abre de diversas maneiras segundo os ícones. As vezes está ali a estrela de oito raios:
Eu, Jesus, sou a luz resplandecente da manhã.              (Ap. 22,16)

Uma estrela avança em Jacó,
um astro se levanta em Israel.                                      (Nm 24,17)
Mais próximo do relato evangélico, outra tradição vê no Anjo inclinado, o Anjo da encarnação, o Anjo guardião dos homens, com sua ternura, sua proteção e sua vigilância. Os outros três Anjos em atitude de adoração, estavam junto à gruta, assombrados por ver o Deus oculto na carne e prolongando na terra a eterna Liturgia Celestial. Todos clamam: «Glória a Deus nas alturas, e na terra paz aos homens de boa vontade!» Lc 2,7)
Na parte inferior do ícone há duas mulheres que banham o Menino. Segundo narra o proto-evangelho de São Tiago, uma delas é chamada Eva como nossa primeira mãe.
Eva, por seu pecado,
introduziu no mundo a maldição.
Mas tu, ó Virgem Mãe de Deus,
pela excelência de tua fecundidade,
fizeste florescer no mundo a bênção.
(Estrofe do salmo lucernário, 20 de dezembro)
O banho do Menino antecipa o Banho batismal da Teofania e sublinha a humanidade de Cristo. Prefigura a morte, a descida aos infernos e a Ressurreição, pois como diz São Paulo,
"Fomos sepultados com Ele pelo batismo, na morte,
para que, como o Cristo ressuscitou de dentre os mortos
pela glória de seu Pai,
vivamos também nós uma vida nova.                               (Rm 6, 4)
Na parte inferior esquerda, estão dois homens: um deles é José, que aparece sentado meditando, com a cabeça apoiada nas mãos. Personifica o homem atônito ante o Mistério.
Com o coração tumultuado e cheio de dúvidas,
o prudente José se debatia.
Sabe que és virgem intacta,
e suspeita secretos esponsais.
conhecendo-te, Mãe, pela ação do Espírito Santo
exclama: aleluia!      (3ª Antífona da 1ª Estação do Hino Akathistos)
Diante dele está, de pé, um velho pastor com um bastão que, segundo a tradição se chama Tirso, e seu bastão é o de Dionísios, utilizado pelos pagãos nas festas báquicas. Representado de perfil é a figura do tentador.
A terra está, quase sempre, cheia de arbustos e plantas e povoada de ovelhas e cordeiros do rebanho. Assim, toda a Criação, angélica, mineral, vegetal, astral, animal e humana,
«se maravilha com o nascimento de Deus,
e canta ao Senhor,
Menino pequeno e Deus antes dos séculos».

«Senhor, a Terra se alegra
e se estremece ante tua bênção,
pois o Verbo se faz carne» [...]

Que saltem as montanhas,
que os mares se estremeçam,
que as árvores e os bosques exultem,
pois Deus se faz homem.

Da raiz de Jessé,
cresce para a imortalidade a árvore da Vida,
da escuridão da terra surge o Sol da Justiça
que atravessa o céu espiritual
oculto em Maria como uma gruta.
(Oração Coleta 19 de dezembro)

O Ofício da Noite da Natividade termina com esta admirável recapitulação do mistério:
"Hoje nasce da Virgem
O que sustenta com sua mão o Universo.
Ele que é invisível por essência,
está envolto em panos como um mortal.
Ele que firmou os céus no princípio do mundo,
está deitado num presépio.
Ele que fez chover o maná no deserto sobre seu povo,
se alimenta com o leite de sua Mãe.
O Esposo da Igreja é visitado pelos magos,
o Filho da Virgem aceita os dons.

Adoramos teu nascimento, ó Cristo,
concede-nos ver também a tua santa Teofania.

FONTE:
Revista Fuentes – «Las doce Fiestas» — Buenos Aires - Argentina


25 de Dezembro: Nascimento, segundo a carne, de Nosso Senhor Jesus Cristo




Homilia de Natal de São João Crisóstomo


Surpreende-me um novo e maravilhoso mistério!
Meus ouvidos ressoam ante o hino dos pastores,
que não entoam uma melodia suave,
mas um hino celestial ensurdecedor.

Os anjos cantam!
Os Arcanjos unem suas vozes em harmonia!
Os Querubins entoam cheios de alegria os seus louvores!
Os Serafins exaltam a sua glória!
Todos se unem para louvar, nesta santa festividade,
surpreendendo-se ante o mesmo Deus aqui na terra,
e o homem no céu.
Aquele que está acima,
repousa aqui embaixo pela nossa salvação;
e nós, que estávamos abaixo,
somos exaltados pela divina misericórdia


Hoje Belém se torna semelhante aos céus
escutando, lá das estrelas,
os cânticos das vozes angelicais
e, no lugar do sol,
presencia o surgimento do Sol da Justiça.

Não perguntem como isto é possível,
pois quando Deus quer,
a ordem da natureza é alterada.
Porque Ele quis,
teve o poder para descer.
Ele salvou.
Tudo se moveu em obediência a Deus.

Hoje, Aquele que é, nasce.
E, Aquele que é,
converte-se no que não era.
Pois, quando era Deus,
se fez homem sem deixar de ser Deus…

E assim os reis chegaram,
vendo o Rei celestial que veio a terra,
sem trazer anjos nem arcanjos,
nem tronos nem dominações,
nem poderes nem principados,
mas iniciando um novo e solitário caminho,
a partir de um seio virginal.
E, não obstante,
não se esqueceu de seus anjos,
não os privou de seu cuidado,
porque, por sua encarnação,
não deixou de ser Deus.

E, vejam só:
os reis chegaram para servir o chefe dos exércitos celestiais;
as mulheres vieram para adorá-Lo,
pois Ele nasceu de uma mulher,
para que as dores do parto se tornassem alegria;
as virgens, ao filho da Virgem…



Os pequeninos vêm adorá-Lo,
pois se fez pequeno,
e da boca dos pequeninos
sai o perfeito louvor;
as crianças, à criança que levantou mártires
pela matança de Herodes;
os homens, Àquele que se faz homem
para curar as misérias de seus servos.

Os pastores, ao Bom Pastor que dá a vida por suas ovelhas;
os sacerdotes, Àquele que se faz Sumo Sacerdote
segundo a ordem de Melquisedec;
os servos, Àquele que tomou a forma de servo
para abençoar nosso trabalho com a recompensa da liberdade (Fil 2,7);
os pescadores, ao Pescador da humanidade;
os publicanos, Àquele que, estando entre eles,
os escolheu e nomeou evangelistas;
as mulheres pecadoras,
Àquele que entregou seu pesas lágrimas da mulher pecadora arrependida,
e para que eu também, assim, pudesse abraçá-los;
todos os pecadores vieram para ver o Cordeiro de Deus
que carrega sobre Si os pecados do mundo.
Por isso, todos se regozijam,
e eu também quero regozijar-me.

Desejo participar desta dança e deste coro para celebrar esta festa.
Tomo, porém, meu lugar,
não tocando uma harpa nem trazendo uma lâmpada,
mas abraçando o madeiro de Cristo.

Porque este é a minha esperança!
Este é minha vida!
Este é a minha salvação!
Este é meu canto, minha harpa!
E, trazendo-o em meus braços,
venho diante de vós,
tendo recebido o poder e o dom da palavra,
e com os anjos e os pastores, canto:




Glória a Deus nas alturas,
paz sobre a terra, benevolência entre os homens!

Tropário da festa da Natividade


Teu Nascimento, ó Cristo Deus,
fez brilhar no mundo a luz do conhecimento.
Nela os adoradores dos astros
aprenderam de um astro a adorar-te, Sol de Justiça,
e a reconhecer-te como o Oriente vindo do alto.
Senhor, glória a Ti!
Tradução e publicação neste site
com permissão de: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André


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