03 dezembro 2015

13º Domingo de Lucas


PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910 - Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 29 de novembro de 2015.
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13º Domingo de Lucas

(26º depois de Pentecostes - Modo 1)

Santos Paranomos († c.250) e Filomenos
e seus 370 cc. mártires em Bitínia († c. 272)



Matinas

Tropário – Modo 1 - (1º tom):
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu que És o único filantropo.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu que És o único filantropo.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Gabriel te trouxe a notícia da salvação. Ó Virgem, e, em nome do Senhor de todas as coisas a saudou, ao escutar sua voz, o Senhor de todos se encarnou em Ti, Ó Santa Nave, com proclamou o Justo Davi; e apareceste mais ampla que os céus carregando o teu Criador. Glória ao que habitou em ti! Glória ao que veio nascer por meio de ti! Glória aquele que nos libertou ao nascer de ti!

Katisma – Modo 1 - (1º tom):
1ª Katisma:
Oh Salvador, os saldados que guardavam Teu Sepulcro, quedaram como mortos, pelo resplendor do Anjo que anunciou às mulheres Tua Ressurreição. Te glorificamos a Ti, que acabaste com a corrupção; prosternamo-nos ante a Ti, oh Ressuscitado do sepulcro, oh único Deus nosso.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Oh piedoso, foste cravado sobre a Cruz por Tua vontade e foste colocado no Sepulcro como morto, oh Doador da Vida, Tu que destruíste a morte com Tua morte. Oh Poderoso ante Ti abalaram-se os guardiões do Hades, quando Ressuscitaste os mortos com Tua Ressurreição, Oh Único Amante da humanidade.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Todos nós te conhecemos como Mãe de Deus, e que depois de Teu parto
permaneceste verdadeiramente Virgem. Nós refugiamos com amor em Tua
Bondade, porque a Temos, nós os pecadores, com amor em Tua Bondade, porque a temos, nós pecadores, como intercessora e salvadora, nas tentações, oh Imaculada.

2ª Katisma:
As mulheres que vieram muito cedo ao Teu Sepulcro, ao verem a imagem angelical tremeram; ao surgir a Vida do Sepulcro, quebraram assombrados; por isso se dirigiram aos Teus Discípulos para anunciar-lhes Tua Ressurreição, dizendo: Cristo submeteu o Hades, porque és o Único Onipotente; e junto com Ele, Ressuscitou a todos os mortos; e com a força de sua Santa Cruz dissolveu o temor do juízo.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espirito Santo.
Oh Vida de todos, foste cravado na Cruz, e contado entre os mortos, oh Senhor Imortal; ressuscitaste ao terceiro dia, oh Salvador, e liberaste a Adão da corrupção. Por isso os coros angelicais exclamaram, oh Doador da Vida: Glória à Tua Paixão, oh Cristo! Glória a Tua Ressureição! Glória a Tua Condescendência, oh Único Amante da humanidade!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Theotokion:
Oh Maria, Venerável Morada do Senhor, levanta-nos a nós os caídos no fundo da desesperação, da tristeza e do pecado, porque que deste como salvação dos pecadores, apoio e poderosa intercessora que salvas teus servos.

Ypakoí – Modo 1 - (1º tom):
Obediência:
O arrependimento do ladrão obteve o Paraíso e as lágrimas das Mirróforas anunciaram com alegria que Tu ressuscitaste, oh Cristo Deus dando ao mundo a grande misericórdia.

Anabtmo:
1ª Antífona:
Oh Senhor, a Ti clamo em meus sofrimentos, escuta em minha dor.
O desejo divino toca sempre aos habitantes do deserto, por seu distanciamento do mundo mal.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
A glória e a honra são dignos do Espírito Santo com do Pai e do Filho, por isso louvamos a Trindade, dona do único poder.


2ª Antífona:
Deus meu, quando me elevas à montanha de Tua leis, ilumina-me e faz-me brilhar com as virtudes para louvar-te.
Oh Verbo, sustenta-me com Tua destra, conserva-me e protege-me, para que não me queime no fogo do pecado.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Toda a criação se renova com o Espírito Santo e volta ao seu primeiro estágio, porque Ele é igual ao Pai e ao Filho em poder.

3ª Antífona:
Minha alma se alegrou com os que me disseram vamos à “casa de Deus”, e meu coração se encheu de alegria.
Grande temor há na casa de Davi, donde estão colocados os tronos para julgar a todas as tribos e as línguas de terra.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
O oferecimento da glória, o poder, a honra e a adoração são devidos ao Espírito Santo, igual ao Pai e ao Filho, porque a Trindade é única em sua natureza e não a suas Pessoas.

Prokimenon:
Agora eu me levanto, diz o Senhor, realizo a salvação e a proclamo. (2 x).

Stichos:
A Palavra de Deus é palavra pura.
Agora eu me levanto, diz o Senhor, realizo a salvação e a proclamo.

Kondakion – Modo 1 - (1º tom):
Na Tua glória, ressuscitaste do túmulo, porque és Deus; o mundo ressuscita contigo e os homens Te celebram como Deus; a morte desaparece, Senhor; Adão, livre dos entraves, se rejubila; Eva, na sua alegria clama: "Ó Cristo, dá a Tua ressurreição aos homens".

Ikós:
Cantemos o ressuscitado do terceiro dia o Deus Todo-Poderoso, aquele que destrói as portas do inferno e eleva o túmulo os santos, seus fiéis! Benevolentemente,
Ele apareceu as santas mulheres, dizendo: "Alegrai-vos", e revelou a alegria aos apóstolos, Ele é o único doador da vida.
As mulheres clamavam, anunciando aos discípulos a boa nova, os sinais
da vitória. O inferno geme, a morte se lamenta e o universo se rejubila. Ó
Cristo, toda criação se alegra, pois, Tu deste a todos a ressurreição.

Evangelho:                                                                             Lc        24, 1-12
Evangelho de Nosso Senhor Jesus  Cristo, segundo o Evangelista São Lucas.

Naquele tempo, no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado, e algumas outras com elas. E acharam a pedra revolvida do sepulcro. E, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus. E aconteceu que, estando elas muito perplexas a esse respeito, eis que pararam junto delas dois homens, com vestes resplandecentes. E, estando elas muito atemorizadas, e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia, dizendo: Convém que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressuscite. E lembraram-se das suas palavras. E, voltando do sepulcro, anunciaram todas estas coisas aos onze e a todos os demais. E eram Maria Madalena, e Joana, e Maria, mãe de Tiago, e as outras que com elas estavam, as que diziam estas coisas aos apóstolos. E as suas palavras lhes pareciam como desvario, e não as creram. Pedro, porém, levantando-se, correu ao sepulcro e, abaixando-se, viu só os lençóis ali postos; e retirou-se, admirando consigo aquele caso.

Exapostilário – 4º:
Brilhemos na virtude e veremos os homens de pé vestidos de luz resplandecente dentro do sepulcro mudou a dor da vida, os mesmo que apareceram às Mirróforas que temerosas inclinaram seus rostos até a terra e entenderemos a ressurreição do Senhor do Céu. Corramos com Pedro até o sepulcro, maravilhemo-nos com o acontecimento e esperamos ver a Cristo nossa vida.

Theotokion – 4º:
Senhor, quando exclamaste: “Alegrai-vos, compensaste a tristeza de nossos primeiros pais e com Tua ressurreição introduziste a alegria ao mundo”. Tu agora, oh Doador da Vida, envia-nos, pela intercessão de Tua Mãe, a luz que ilumina nossos corações, a luz da piedade, para que exclamemos: Oh amante da humanidade, Deus encarnado, glória à Tua ressurreição.
Laudes - Modo 1 - (1º tom):
1 – Esta glória será para todos os Justos.
Oh Cristo, louvamos Tua paixão salvadora e glorificamos Tua ressurreição.

2 – Louvai a Deus em seu santuário, louvai na magnificência de seu firmamento!
Tu que suportaste a crucificação, aniquilaste a morte, e ressuscitaste dentre nos mortos, salva nossa vida, oh Senhor, porque és o único Todo poderoso.

3 – Louvai por suas proezas, louvai conforme Sua imensa grandeza!
Oh Cristo, Tu que esvaziaste o Hades, ressuscitaste o homem com Tua ressurreição, faz-nos dignos de louvar-Te e glorificar-Te com um coração limpo.

4 – Louvai ao som da trombeta, louvai com saltério e a harpa!
Oh Cristo, te louvamos glorificando Tua humildade digna de Deus; a Ti, que nasceste da Virgem e não te separaste do regaço do Pai, que

5 – Louvai com pandeiro e a dança; louvai com cordas e flautas!
Quando foste cravado sobre a Cruz, morreu a força do inimigo e, por temor à Ti a criação temeu e com Teu poder quedou vazio o Hades, levantaste os mortos dos sepulcros abriste o paraíso ao ladrão. Oh Cristo nosso Deus, glória a Ti!

6 – Louvai com címbalos retumbantes; louvai com címbalos de júbilo. Tudo que respira louve ao Senhor!
As veneráveis mulheres correram com cuidado e lágrimas até Teu sepulcro; e quando o encontraram aberto, conheceram pelo anjo o novo milagre e correram à dizer aos Apóstolos: “O Senhor ressuscitou dando ao mundo a grande misericórdia”.

7 – Levanta-Te, Senhor meu e Deus meu, que tua mão se levante e não te esqueças para sempre de Teus pobres.
Oh Cristo Deus, nos prosternamos ante as feridas de Tua divina paixão e a grande celebração que nos últimos tempos culminou em Sion com a Tua Divina manifestação, porque, oh sol de justiça, iluminaste aos que estavam na obscuridade guiando-os até a Luz que não conhece ocaso. Oh Senhor, glória à Ti.

8 – Te confesso, Senhor, como todo meu coração e proclamo todos teus milagres.
Oh raça Judia que ama os soberbos, entende e tem cuidado. Donde estão os
que entraram com Pilatos? Que digam seus guardas: Onde estão os selos do sepulcro? Onde foi Ele sepultado? Donde se vendeu quem não se vende? Como foi roubado o Tesouro? Porquê negam a ressurreição do Crucificado, blasfemando, oh judeus transgressores da Lei? Ele ressuscitou livre dentre os mortos e deu ao mundo a grande misericórdia.

Eothinon – 4º:
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Quando Maria Madalena anunciou a boa nova da Ressurreição dentre os mortos do Salvador e Seu aparecimento, os discípulos, não acreditando, foram censurados por sua dureza de coração. Mas eles foram enviados para pregar, armados com sinais e milagres. E Tu, ó Senhor, foste elevado para Teu pai, a Arqui-Luz, enquanto eles pregavam o Verbo em todos os lugares, e demonstrando com milagres. Por isso nós, iluminados por eles, glorificamos Tua Ressurreição dentre os mortos, ó Senhor Que amas a humanidade.

Theotokion:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus, em cujo seio se encarnou Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da maldição, destruindo a morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em qualquer tempo, e sempre o Seu louvor estará em minha boca (2 vezes).
Hoje é a salvação do mundo. Louvemos Aquele que ressuscitou do túmulo, dando-nos origem a uma nova vida, porque anulou a morte com a Sua morte e nos concedeu a misericórdia de obter essa grande vitória.

Divina Liturgia

Anunciação - Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”

Tropário da Ressurreição - Modo 1 - (1º tom):
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu
que És o único filantropo.

Kondakion – Modo 1 - (1º tom):
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Tu, sendo Deus, te levantaste do túmulo, e devolveste a vida ao mundo; a natureza humana, por isso te louva: a morte foi vencida, Adão se regozija, ó Mestre, e Eva, liberta agora das cadeias da morte, com alegria exclama: Tu, Cristo, és o que a todos dá a Ressurreição!

Theotokion – Modo 1 - (1º tom):
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Quando Gabriel te saudou, ó Virgem, dizendo: "alegra-te!" E com sua voz, o Salvador encarnou-se em ti, tabernáculo santo; e, como falava o Justo Davi: "veio do céu trazendo o Criador de tudo", glória Àquele que habita em ti, glória Àquele nascido de ti e que nos libertou!

Hino à Mãe de Deus:
Ó Admirável e Protetora dos cristãos e nossa Medianeira do Criador não desprezes as súplicas de nenhum de nós pecadores, mas apressa-te em auxiliar-nos como Mãe bondosa que és, pois te invocamos com fé: roga por nós junto de Deus, tu que defendes sempre aqueles que te veneram.

Prokimenon:
Desça sobre nós, Senhor, a tua misericórdia conforme nossa esperança em Ti.
Exultai, ó justos, no Senhor, pois aos retos convém o louvor.

Epístola:                                                                                             Ef 5, 8b-19
Leitura da Primeira Epístola do Apostolo São Paulo aos Efésios:

Irmãos, andai como filhos da luz. O fruto da luz manifesta-se em toda a bondade, e justiça e verdade. Procurai o que é agradável ao Senhor, e não tenhais cumplicidade nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, condenai-as abertamente. Porque as coisas que tais homens fazem ocultamente é vergonhoso até falar delas. Mas tudo isto, ao ser reprovado, torna-se manifesto pela luz. E tudo o que se manifesta deste modo torna-se luz. Por isto {a Escritura} diz: Desperta, tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará {Is 26,19; 60,1}! Vigiai, pois, com cuidado sobre a vossa conduta: que ela não seja conduta de insensatos, mas de sábios que aproveitam ciosamente o tempo, pois os dias são maus. Não sejais imprudentes, mas procurai compreender qual seja a vontade de Deus. Não vos embriagueis com vinho, que é uma fonte de devassidão, mas enchei-vos do Espírito. Recitai entre vós salmos, hinos e cânticos espirituais. Cantai e celebrai de todo o coração os louvores do Senhor.

Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Deus assegura a minha vitória e me submete os meus adversários.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Salva maravilhosamente seu servo e usa de misericórdia com seu ungido.
Aleluia, aleluia, aleluia!

Evangelho:                                                                             Lc 18, 18-27
Evangelho de Nosso Senhor Jesus  Cristo, segundo o Evangelista São Lucas:

Naquele tempo, um certo príncipe, perguntou a Jesus: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna? Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é Deus. Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe. E disse ele: Todas essas coisas tenho observado desde a minha mocidade. E quando Jesus ouviu isto, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa; vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no céu; vem, e segue-me. Mas, ouvindo ele isto, ficou muito triste, porque era muito rico. E, vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Porque é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus. E os que ouviram isto disseram: Logo quem pode salvar-se? Mas ele respondeu: As coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus.


SINAXE

«Sobre a Salvação dos Ricos»

Homilia de São Clemente de Alexandria

Formula-se ao Senhor e Mestre uma pergunta que a ninguém mais conviria senão a ele. Pergunta-se à Vida acerca da vida, ao Salvador sobre a salvação, ao Mestre sobre a síntese de seus ensinamentos, à Verdade sobre a verdade, à Imortalidade sobre a imortalidade, à Palavra sobre a palavra do Pai, ao Perfeito sobre o perfeito descanso, ao Incorrupto sobre a verdadeira incorrupção. Formula-se ao Senhor uma pergunta sobre aquilo mesmo pelo que ele descera ao mundo, e que constituía o objeto de seu ensino: a vida eterna. Ora, como Deus, ele sabia o que ia ser perguntado e qual a resposta que ele próprio, ao interrogar por sua vez, haveria de receber. Quem, mais do que ele, era profeta dos profetas e senhor de todo espírito profético? Quando o chamam bom, faz desta palavra a ocasião para começar o ensinamento, levando o discípulo ao Deus bom, primeiro e único dispensador da vida eterna, da vida que o Filho comunica, recebida do Pai.
Assim, o maior dentre os ensinamentos sobre a vida eterna deve ser imediatamente impresso na alma, a saber: o reconhecimento do Deus eterno, a compreensão de que Deus é o primeiro, o supremo, o único, o bom. O princípio inabalável e fundamental para a vida, é a ciência de Deus, do Deus eterno que nos doa o eterno, do Ser do qual tudo recebe o ser e a permanência no ser. A ignorância de Deus é a morte. O conhecimento de Deus, o relacionamento com ele, seu amor: eis a única coisa que é vida.
A primeira recomendação que Jesus faz a quem busca a verdadeira vida é a de conhecer àquele que ninguém conhece, exceto o Filho e exceto quem recebe a revelação do Filho. (Mt 11, 17) Trata-se, portanto, de conhecer a grandeza do Salvador e a nova graça, a qual sendo dada pelo Filho, supera a dada pelo servo, conforme diz o Apóstolo: “a lei nos foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade por obra de Jesus Cristo”. (Jo 1, 17). Realmente, se a lei de Moisés fosse capaz de proporcionar a vida, teria sido inútil a descida do Salvador, sua paixão por nossa causa, seu itinerário percorrido do nascimento ao fim. E inútil teria sido que o jovem rico, após ter observado desde cedo todos os mandamentos, se viesse a prostrar ante outra instância para solicitar o prêmio da vida imortal.
Ele não só cumprira a Lei, mas a cumprira desde a infância… Que há de especial se a velhice não se entrega ao pecado? O lutador admirável é o que, desde o verão da existência, se mostra amadurecido como se já vivesse precocemente a idade provecta. Contudo, por grande que fosse tal lutador, estaria bem consciente de que, se quanto à justiça nada lhe faltava, quanto à vida tudo lhe faltava. E então pede-a ao único capaz de concedê-la. Quanto à Lei, estava seguro desde muito tempo; ei-lo, porém súplice ante o Filho de Deus. De uma fé passa a outra. Como alguém que não se sente seguro na barca da Lei, como o viajante que navega, ele busca o Salvador.
Jesus não o repreende, por não ter de fato cumprido toda a Lei, antes o ama e felicita por seguir fielmente a instrução recebida. Entretanto, no que concerne a vida eterna, declara-o imperfeito, por não ter realizado o que a perfeição requer. Operário da Lei, sem dúvida, mas ainda deficiente quanto à vida eterna. Ninguém contesta que a Lei era boa, pois “o mandamento é santo” (Rm 7, 12), no sentido de uma função de pedagogia e de instrução prévia (Gl 3, 24), a caminhar para a culminância da lei de Jesus e para a graça. Mas a plenitude da Lei é Cristo, que justifica tudo o que crê. E Jesus, não sendo escravo, não faz escravos, mas filhos, irmãos, co-herdeiros seus, todos os que cumprem a vontade de seu Pai.
 “Se queres ser perfeito” (Mt 19, 21): logo, ainda não o era, pois o perfeito não se aperfeiçoa. E disse divinamente “se queres”, indicando a faculdade de livre arbítrio daquele com quem falava. Ao homem, enquanto livre, cabia a escolha; a Deus cabe dar, como Senhor e Juiz que é. Ele dá aos que querem, se esforçam e pedem, a fim de que sua salvação brote deles mesmos. Deus não força a ninguém, a violência lhe é inimiga. Ele atende aos que buscam, dá aos que pedem, abre aos que batem à porta (Mt 7, 7).
Assim, se queres, se realmente, sem te enganares a ti mesmo, queres obter o que te falta, “uma coisa te falta”, a única coisa que permanece, aquilo que é bom e está acima da Lei, o próprio dos que vivem.
Infelizmente o jovem que desde a infância observava a Lei, e tão alto proclama sua observância, não foi capaz de comprar a Única coisa própria do Salvador, para assim chegar à desejada vida eterna. E retirou-se triste, pesaroso pelo mandamento daquela vida que viera suplicar.
Ora, que o moveu à fuga e o fez deixar o Mestre, deixar a súplica, a esperança e os esforços já iniciados? A palavra “vende tudo o que tens!” E que quer dizer ela? Não o que levianamente pensam alguns. O Senhor não nos manda lançarmos fora os bens e nos afastarmos de toda riqueza. O que ele deseja é desterrarmos da alma os vãos juízos sobre as riquezas, a cobiça desenfreada, a avareza, as solicitudes, os espinhos do século, que sufocam a semente da verdadeira vida.
Não é grande façanha, digna de emulação, carecer dos bens, mas não ter a tendência para a vida eterna. Se o caso fosse este, os que nada possuem, os destituídos de todo auxílio, que diariamente passam mendigando pelos caminhos, sem conhecimento de Deus e de sua justiça, seriam, pelo simples fato da extrema indigência, os mais felizes e amados por Deus, os únicos que alcançariam a vida eterna. Aliás, nem é novidade o renunciar às riquezas em prol dos necessitados e pobres, pois também isto foi feito por muitos antes da vinda do Salvador: por uns, com o fim de se dedicarem às letras e por amor da sabedoria morta; por outros, com o fim de obtenção da fama e da vã glória: Anaxágoras, Demócrito, Crates…
Portanto, que diz o Senhor como coisa nova, própria de Deus, como única coisa que vivifica e difere do que não salvou antes os homens? Que nos indica e ensina o novo homem, o Filho de Deus? Não nos manda o que simplesmente dá na vista e outros já fizeram, mas algo maior, mais divino e mais perfeito, aí significado, a saber: desnudarmos a alma das paixões, arrancarmos e projetarmos longe o que é alheio ao espírito. Eis o ensinamento próprio do crente, eis a doutrina digna do Salvador! Assim, os que antes do Senhor depreciaram os bens exteriores, sem dúvida abandonaram e perderam suas riquezas, mas as paixões de suas almas, penso eu que ainda as aumentaram. Porque, imaginando terem feito algo de sobre-humano, vieram a cair na soberba, na petulância, na vã glória e no menosprezo dos demais.
Como então haveria o Salvador de recomendar aos que irão viver para sempre algo nocivo à vida, que ele santamente promete? Pode acontecer que alguém, embora renunciando ao peso dos bens e riquezas, mantenha o desejo de tudo isso na alma. Desprendeu-se dos bens, mas ao sentir falta deles e ao desejá-los de novo, está duplamente atormentado: por tê-los deixado e por desejá-los. Porque na verdade é impossível carecer do necessário e não estar preocupado para obtê-lo; mas com isto o espírito se desvia das coisas mais importantes.
Quão mais proveitoso é o contrário! Possuir, de um lado, o suficiente, não ter que se angustiar para procurá-lo, e de outro lado poder ajudar aos que precisam. Se ninguém tivesse nada, como haveria comunhão de bens entre os homens? Não é claro que essa doutrina do abandono de tudo iria contrariar outros ensinamentos do Senhor? “Fazei amigos com as riquezas da iniquidade, a fim de que, quando precisardes, vos recebam nos eternos tabernáculos”. (Lc, 16, 9) ” Tende tesouros nos céus, onde as traças e a ferrugem não os consomem nem os ladrões podem roubar”. (Mt 6, 19). Como dar de comer ao que tem fome, de beber ao que tem sede, vestir o nu, acolher o desamparado, coisas todas que devem ser feitas sob a ameaça do fogo eterno e das trevas exteriores – se não se tem com que fazê-lo?
Ademais, o próprio Senhor, hospedando-se na casa de Zaqueu e Mateus, que eram ricos e publicanos, não lhes ordena desfazerem-se das riquezas, mas – impondo um justo juízo e rechaçando a injustiça – termina por dizer: “hoje veio a salvação a esta casa, porque também este homem é filho de Abraão”. (Lc 19, 9). Elogiava assim o uso das riquezas, enquanto mandava que servissem à comunicação – a dar de beber ao que tem sede, de comer ao faminto, à acolhida do peregrino, à vestição do nu. Se não é possível obviar a tais necessidades sem haveres, e se o Senhor ordena o despojamento dos haveres, está então mandando que se dê e não se dê, se dê de comer e não se dê de comer, etc., o que seria absurdo pensar.
Portanto, não há que abandonar os bens capazes de ser úteis a nosso próximo. Aliás, as posses se chamam “bens” porque com elas se pode fazer o bem, e foram previstas por Deus em função da utilidade dos homens. São coisas que aí estão, destinadas, como matéria ou instrumento, ao bom uso nas mãos de quem sabe o que é um instrumento. Se se usa o instrumento com arte, ele vale; do contrário, não presta, embora sem culpa disto.
Instrumento assim é a riqueza. Se usada corretamente, presta serviço à justiça. Se usada incorretamente, serve à injustiça. Por natureza está destinada a servir, não a mandar. Não há que acusá-la do que não lhe cabe, isto é, do não ser nem boa nem má. A riqueza não tem culpa. Toda a responsabilidade cabe ao que pode usá-la bem ou mal, conforme a escolha que estabelece, isto é, segundo a mente e o juízo do homem, ser livre e capaz de manejar por próprio arbítrio o que recebe em mãos. O que importa destruir não são as riquezas, mas as paixões da alma que impedem o bom uso das mesmas. Tornado bom e nobre, o homem pode empregá-las bem e generosamente. Assim, a renúncia a tudo que possuímos, a venda de todas as posses, há de ser isto entendido no sentido das paixões da alma.

«Ao ouvir estas palavras, retirou-se pesaroso»

São Basílio, o Grande (c. 330-379),

O caso do jovem rico e dos seus semelhantes faz-me pensar no de um viajante que, pretendendo visitar uma cidade, chega junto das muralhas, encontra aí uma estalagem, hospeda-se nela e, desencorajado pelos últimos passos que ainda lhe falta dar, perde o benefício das fadigas da sua viagem e acaba por não ir visitar as belezas da cidade. Assim são estes que cumprem os mandamentos, mas se revoltam com a ideia de perderem os seus bens. Conheço muitos que jejuam, rezam, fazem penitência e praticam todo o tipo de obras de caridade, mas não dão uma esmola aos pobres. De que lhes servem as outras virtudes?
Eles não entrarão no Reino dos Céus porque «é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus». São palavras claras e o seu Autor não mente, mas raros são aqueles que se deixam tocar por elas. «Como viveremos quando estivermos despojados de tudo?» Exclamam. «Que existência levaremos quando tudo for vendido e já não tivermos propriedades?» Não me perguntem qual é o desígnio profundo que está subjacente aos mandamentos de Deus. Aquele que estabeleceu as nossas leis conhece igualmente a arte de conciliar o impossível com a lei.

Homilia 7, sobre a riqueza; PG 31, 278
(a partir da trad. coll. Icthus, t. 6, p. 82 rev.)

«Não acumuleis tesouros na terra (...),
acumulai tesouros no céu»

Santo Ambrósio (c. 340-397)

Tu és guardião dos teus bens, e não proprietário, tu que escondes o teu ouro na terra (Mt 25,25); e tornas-te servo deles, e não senhor. Cristo disse: «Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração»; ora, o teu coração está no ouro que enterraste. Vende o ouro e compra a salvação; vende o que é da terra e adquire o Reino de Deus; vende o campo e recupera a vida eterna.
Dizendo isto digo a verdade, porque me apoio na palavra daquele que é a Verdade: «Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu» (Mt 19,21). Não te entristeças ao ouvir estas palavras, com medo que te seja dito o mesmo que ao jovem rico: «Dificilmente entrará um rico no reino dos céus» (v. 23). Mais ainda, quando lês esta frase, considera que a morte pode arrancar-te esses bens, que a violência de alguém mais forte que tu tos pode tirar. E, no fim de contas, terias preferido bens menores em lugar de grandes riquezas, e trocos em vez de tesouros de graça. Pela sua própria natureza, esses bens são perecíveis e não permanecem para sempre.
Nabaot, o pobre, 58


24 de Novembro: Ss. Clemente, papa de Roma († 100) e Pedro, Patriarca de Alexandria († 312), hieromártires



É Santo Irineu quem nos conta que, na Cátedra de Roma, o terceiro sucessor se chamava Clemente. São Clemente I (também conhecido como Clemente Romano) ocupou o Trono da Sé de Roma entre os anos de 88 a 97. Nascido em Roma, de família hebraica, foi o sucessor de Anacleto I (ou Cleto) e autor da Epístola de Clemente Romano (segundo Clemente de Alexandria e Orígenes), o primeiro documento de literatura cristã, endereçada à Igreja de Corinto. Discípulo de São Pedro, após eleito restabeleceu o uso da Crisma, seguindo o rito de São Pedro e iniciou o uso da palavra Amém nas cerimônias religiosas. É conhecido pela carta que escreveu para atender a um pedido da comunidade de Corinto, na qual rezava uma convincente censura à decadência daquela igreja, devida, sobretudo, às lutas e invejas internas entre os fiéis (consta que os presbíteros mais jovens teriam usurpado as prerrogativas dos mais velhos), estabelecia normas precisas referentes à ordem eclesiástica hierárquica (bispos, presbíteros, diáconos). O tempo em que São Clemente esteve à frente da Igreja de Roma (92-102) foi marcado por uma relativa paz e tolerância por parte dos imperadores Vespasiano e Tito.
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25 de Novembro: Santa Catarina de Alexandria, Megalomártir (início do séc. IV)




Catarina vem da junção: “Catha”, que significa total, e “ruin” que significa ruína: portanto, “ruína total”. Realmente, o prédio do diabo foi totalmente demolido dentro de Santa Catarina: o edifício do orgulho, destruído pela sua humildade, aquele da concupiscência carnal, pela virgindade que ela preservou, e aquele da cobiça terrestre, pelo menosprezo a todo tipo de bens mundanos. O nome Catarina pode vir ainda de “catenula”, uma pequena corrente: através de seus bons trabalhos, ela formou para si uma corrente pela qual subiu até o Céu. Esta corrente ou escada, possui quatro degraus, que são: a inocência de ação, pureza de coração, desprezo pela vaidade e a verdade. As propostas destes degraus, um a um são: — «Quem subirá à montanha do Senhor?…o que tem mãos limpas e puro de coração, que não conduziu em vão sua alma, nem testemunhou em falso enganando seu próximo». Como estes quatro degraus estavam presentes na santificada vida de Catarina, tornar-se-á claro, à medida que lemos sua história. Catarina, a filha do Rei Costus, foi bem instruída em todos estudos liberais [*]. Quando Catarina tinha dezoito anos, o imperador Maxentius convocou a todas pessoas, tanto ricos como os pobres a irem a Alexandria a fim de oferecer sacrifícios aos ídolos, e perseguia os cristãos que se recusavam a fazê-lo. Nesta época, Catarina morava sozinha num palácio repleto de tesouros e com muitos criados, ouviu os berros dos animais e as aclamações dos cantores e depressa enviou um mensageiro para descobrir o que se passava […] Leia mais…
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28 de Novembro: Santo Estevão, o Jovem, monge († 764)




Um dos mais célebres mártires da perseguição iconoclasta, Santo Estevão, o Jovem, nasceu em Constantinopla. Aos 15 anos foi confiado por seus pais aos monges do Monastério de Santo Auxencio, não muito distante de Calcedônia. Lá recebeu o ofício de comprar as provisões para o monastério. Quando seu pai faleceu, Estevão precisou ir à Constantinopla. Lá, aproveitou para vender todas as suas posses, repartindo com os pobres o dinheiro resultante da venda. Uma de suas irmãs já era religiosa. A outra partiu para Bitínia com sua mãe, retirando-se, ambas, num monastério. Ao morrer o abade João. Estêvão, com apenas 30 anos, foi eleito para sucedê-lo em seu posto. O monastério era constituído por uma série de celas isoladas, espalhadas pela montanha. O novo bade se estabeleceu numa caverna localizada em seu topo. Ali, uniu trabalho e oração, ocupando-se em copiar livros e confeccionar redes. Alguns anos mais tarde, Estevão renunciou ao cargo e, num lugar ainda mais retirado construiu uma cela tão pequena que, sequer podia estar de pé em seu interior nem deitar-se sem encostar-se em suas paredes. Encerrou-se nesta espécie de sepulcro até seus 42 anos de idade.
O imperador Constantino Coprônimo, seguiu com as perseguições que se pai Leo havia declarado às imagens. Como já era de se esperar, encontrou nos monastérios a oposição mais forte que podia esperar, e contra eles, portanto, adotou as medidas mais rigorosas. O imperador estava tentando assinar o decreto promulgado pelos bispos no sínodo iconoclasta de 754 dC. Patrício Calixto fez uma tentativa de convencer o santo a assiná-lo, mas fracassou na empresa. Constantino, furioso ao ver a assinatura de Santo Estêvão, enviou Calixto com um grupo de soldados para que arrancassem o santo de sua cela e o conduzisse à prisão. Estêvão achava-se já tão exausto, que os soldados tiveram de carrega-lo até o topo da montanha. Algumas testemunhas acusaram Santo Estêvão de ter vivido com sua filha espiritual, a santa viúva Anna. Anna protestou, afirmando sua inocência e, tendo negado a testemunhar contra o santo, como lhe pedia o imperador, foi encarcerada num monastério onde morreu pouco depois em decorrência dos maus tratos sofridos.
O imperador, que buscava um novo pretexto para condenar Estêvão à morte, surpreendeu-lhe quando conferia o hábito a um noviço, o que estava proibido. Imediatamente os soldados dispersaram os monges e incendiaram o monastério e a igreja. Igreja foi aprisionado e conduzido num navio a um monastério de Crisópolis onde foi julgado por Calixto e alguns outros bispos. No início, foi tratado com cordialidade, não tardando, porém, a ser maltratado com brutalidade. O santo lhes perguntou como se atreviam qualificar de ecumênico um concílio não aprovado por outros patriarcas, defendendo com coragem e firmeza a veneração das imagens sagradas. Por isso, foi desterrado para a Ilha de Proconeso de Propôntide. Dois anos mais tarde, Constantino Coprônimo mandou que fosse transferido para uma prisão em Constantinopla. Alguns dias depois São Estêvão comparecia diante do imperador que lhe perguntou se acreditava mesmo que pisotear uma imagem era o mesmo que pisotear Cristo. Estevão respondeu: «Claro que não!» E tomando uma moeda perguntou ao imperador que castigo merecia o que pisoteasse a imagem do imperador que havia nela. Só pensar num crime desta natureza provocou visível indignação no imperador. Então, Estêvão voltou a perguntá-lo: «De modo que, é crime insultar a imagem do rei da terra, mas não o é atear fogo às imagens do Rei do Céu?» O imperador então ordenou que Estêvão fosse açoitado, o que seus carrascos cumpriram com violência extrema. Sabendo que Estêvão não tinha morrido no suplício, Constantino exclamou: «Será que não existe quem seja capaz de me livrar desse monge?» Imediatamente um dos que estavam presentes correu ao cárcere e arrastou o santo pelas ruas da cidade, sendo apedrejado e açoitado pela multidão, até que um homem atingiu sua cabeça, destrocando-a mortalmente.
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