01 novembro 2013

5º Domingo de Lucas (03/11/2013)

5º DOMINGO DE LUCAS
(MATINAS: Jo. 20, 11-18 | LITURGIA: 2Cor. 11, 31-33; 12, 1-9 e Lc. 16, 19-31)*
rico opulento e o mendigo Lázaro
Envolto em tormentas, o homem rico provou pela primeira vez algo parecido com o amor. Ao pensar em seus cinco irmãos, ele suplicou a Abraão para enviar Lázaro de volta à Terra para avisá-los sobre o que o destino lhes reservava, acaso não corrigissem suas vidas. Ele disse a Abraão: “Peço-te, então, Pai, que ao menos o mandes à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos. Que Lázaro os advirta, a fim de que não venham também eles para este lugar de sofrimento.

Não é o verdadeiro amor que leva o homem rico pensar em seus irmãos. Ele insinua que ele próprio não fora devidamente advertido, pelo que isso é uma tentativa de justificar-se, acusando Deus de ser injusto. Em outras palavras é como se dissesse: “Se eu tivesse sido suficientemente avisado, se eu soubesse que este lugar seria o fim da minha vida mundana, eu não teria vindo para cá. Mas agora, ao menos, permita que meus irmãos sejam avisado.
Não”, disse Abraão, “eles têm Moisés e os Profetas. Que os escutem."
Não é isso, Pai”, disse o homem rico, “é que se algum dos mortos fosse até lá, eles se converteriam
Mas Abraão disse: “se não ouvem Moisés e os Profetas, tampouco acreditarão se um morto ressuscitar.”
A maravilha de tudo isso é que, depois de Moisés e dos profetas, Deus enviou alguém dentre os mortos para nos avisar. Ele enviou Cristo. Como Lázaro, Cristo foi desprezado e rejeitado entre os homens. Como Lázaro, Ele esteve deitado na “porta dos fundos do mundo” quando nasceu na gruta de Belém. Como Lázaro, Seu corpo foi coberto de feridas. Ele foi ferido e injuriado por nossas iniquidades. Ele veio como um de nós – um irmão – para advertir e salvar a nós, que somos seus cinco irmãos. Não espere que Deus lhe dê um sinal maior do que este, pois não há nenhum maior: “Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho único, para que todo aquele que Nele crer não morra, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3, 16).
Ouça com atenção como Cristo lhe fala a palavra de Deus. Olhe para a sua vida para enxergar onde se encontra o “seu Lázaro negligenciado”. Deus o colocou bem à frente de sua porta para ajudá-lo a alcançar o céu!
Pe. Anthony M. CONIARIS
Prof. emérito da Holy Cross Greek Orthodox 
School of Theology, em Brookline, MA (EUA).
Traduzido do livro: "Gems from the Sunday and Feasts Gospels"

Boletim n. 41, 03.11.2013: 
5º Domingo de Lucas (Download)

OFÍCIO MEMORIAL | ΜΝΗΜΌΣΥΝΟ
Após a Divina Liturgia deste domingo, realizar-se-á o Ofício Memorial (Μνημόσυνοpela passagem de 1 ano de falecimento do Sr. Galinos Kontoyannis.
† Sua memória seja eterna!

PENSAMENTO
 São Tiago (Tg. 1, 19-21).
Já o sabeis, meus caríssimos irmãos: todo homem deve estar pronto para ouvir, lento para falar e tardo para se irritar. A ira do homem não realiza a justiça de Deus. Rejeitai, pois, toda impureza e todo vestígio de malícia e recebei com mansidão a palavra em vós semeada, que pode salvar vossas almas.

Tom da semana: 2º Tom
(χος β΄ – ωθινόν Η ΄)
† MATINAS
8º Eothinon (ωθινόν Η΄)
EVANGELHO SEGUNDO SÃO JOÃO
Aparição à Maria Madalena
(Jo. 20, 11-18)
Naquele tempo, Maria ficou do lado de fora, chorando junto ao sepulcro. Enquanto chorava, inclinou-se para o sepulcro e viu dois anjos vestidos de branco, sentados no lugar onde estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. Eles perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Porque levaram o Senhor e não sei onde O puseram”. Depois de dizer isso, ela virou-se para trás e viu Jesus que ali estava, mas não O reconheceu.
Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Crendo que era o jardineiro, ela disse: “Senhor, se foste Tu que O levaste, dize-me onde O puseste e eu irei buscá-Lo”. Respondeu Jesus: “Maria”. Ela, virou-se e disse em hebraico: “Rabuni” – que quer dizer Mestre. Jesus disse: “Não me retenhas porque ainda não subi ao Pai. Vai aos meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”.
Maria Madalena foi anunciar aos discípulos que tinha visto o Senhor. E contou o que Jesus tinha dito.
† DIVINA LITURGIA
SEGUNDA EPÍSTOLA DE SÃO PAULO AOS CORÍNTIOS
Dons divinos e fraquezas humanas
(2Cor. 11, 31-33; 12, 1-9)
Irmãos, O Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é bendito pelos séculos, sabe que não minto. Em Damasco, o governador do rei Aretas pôs guarda na cidade dos damascenos, para me prender, mas através de uma janela, por uma cesta, fui descido pelo muro e escapei às suas mãos.
É preciso contar vantagens? Embora não convenha, passarei às visões e revelações do Senhor. Conheço um homem em Cristo que há quatorze anos foi arrebatado até ao terceiro céu. Se foi no corpo, não sei, se fora do corpo, também não sei, Deus sabe. Sei que esse homem – se no corpo, se fora do corpo, não sei, Deus sabe – foi arrebatado ao paraíso e lá ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito proferir. Disso me gloriarei, mas de mim mesmo não me gloriarei, a não ser de minhas fraquezas. Pois ainda que me quisesse gloriar, não seria insensato, porque diria a verdade. Mas abstenho-me para que ninguém me julgue acima do que em mim vê e do que de mim ouve.

E para que a grandeza das revelações não me levasse ao orgulho, foi-me dado um espinho na carne, um anjo de Satanás, que me esbofeteia e me livra do perigo da vaidade. Três vezes supliquei ao Senhor que o afastasse de mim. Mas Ele me respondeu: “Basta minha graça porque é na fraqueza que a força chega à perfeição”. Portanto prefiro gloriar-me das minhas fraquezas para que habite em mim a força de Cristo.
EVANGELHO SEGUNDO SÃO LUCAS
Parábola do rico opulento e do mendigo Lázaro

(Lc. 16, 19-31)
Disse o Senhor: Havia um homem rico que se vestia com roupas de púrpura e linho finíssimo. Todos os dias dava esplêndidos banquetes. Um pobre, de nome Lázaro, coberto de feridas, ficava deitado junto ao portão do rico. Desejava tanto matar a fome com o que caía da mesa do rico. Em vez disso eram os cães que vinham lamber-lhe as feridas! Aconteceu que o pobre morreu e foi levado pelos anjos para junto de Abraão. Também o rico morreu e foi sepultado. E na morada dos mortos, em meio aos tormentos, levantou os olhos e viu de longe Abraão e Lázaro ao seu lado.
Ele então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim. Manda que Lázaro molhe a ponta do dedo e venha refrescar-me a língua, porque sofro nestas chamas’. Respondeu Abraão: ‘Filho, lembra-te de que em vida recebeste teus bens e Lázaro seus males. Agora ele aqui é consolado e tu, atormentado. Ademais, entre nós e vós há um grande abismo. Os que quiserem passar daqui para aí não podem, nem tampouco daí para cá’.
O rico disse: ‘Peço-te, então, Pai, que ao menos o mandes à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos. Que Lázaro os advirta, a fim de que não venham também eles para este lugar de sofrimento’. Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas. Que os escutem’. Disse ele: ‘Não é isso, Pai, é que se algum dos mortos fosse até lá, eles se converteriam’. Ele respondeu-lhe: ‘Se não ouvem Moisés e os Profetas, tampouco acreditarão se um morto ressuscitar’.
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Jo. 20, 11-18:
  1. Cap. 20, V. 17Não me toques [não me retenhas]: pelo texto original percebe-se melhor que Jesus diz a Maria (já abraçada a seus pés) que O deixe ir levar logo a notícia (da ressurreição e da próxima ascensão) aos apóstolos, pois ainda terá ocasião de O ver outras vezes antes da ascensão.
2Cor. 11, 31-33; 12, 1-9:
  1. Cap. 12, V. 1Ao falar de seus privilégios, S. Paulo hesita, pois isto repugna à sua humildade, mas por outro lado sente a necessidade de assim fazer. Não fossem estas desinteligências na comunidade de Corinto talvez ficássemos desconhecendo estas visões de S. Paulo (cf. Gl. 1, 12).   
  2. V. 2: Um homem em Cristo, i.e., o próprio S. Paulo que passa a falar de si em terceira pessoa. Há quatorze anos, i.e., em 43 ou 44 d.CTerceiro céu: segundo a concepção judaica mais antiga, o primeiro céu é a atmosfera terrestre, o segundo a região dos astros e o terceiro a habitação do próprio Deus, onde os justos gozarão a "vida eterna", cf. Mt. 25, 46
  3. V. 3: Se foi no corpo...: ignora se foi arrebatado ao céu, só em espírito ou de corpo e alma.
  4. V. 7: permitiu Deus que eu sentisse na carne um estímulo [foi-me dado um espinho na carne]...: provavelmente uma enfermidade crônica. Comparando esta indicação tão vaga com outras, parece poder se concluir tratar-se de uma oftalmia oriunda da poeira e excesso de luz, não rara no Oriente e que provoca fortes dores de cabeça além de deixar o paciente com aspecto repugnante.     
 Lc. 16, 19-31:
  1. Cap. 16, VV. 19-31. Outra advertência de Jesus sobre a salvação: as atuais situações de vantagem e desvantagem poderão se inverter na outra vida. Da parábola de Lázaro segue-se que: 1º) devemos usar sabiamente os bens terrenos, em vista da outra vida; 2º) haverá um castigo na outra vida para os maus e gozadores desta, e um prêmio para os bons e pacientes sofredores desta; 3º) o acatamento que devemos dar aos enviados de Deus, i.e., aos ministros da Igreja.  
Mons. José Castro PintoNotas in: Bíblia Sagrada,
Novo Testamento. Barsa: 1967, p. 67, 98 e 163.

* Leituras conforme o Typikon do Patriarcado Ecumênico (Τυπικν τς Μεγάλης το Χριστο Εκκλησίας): Typikon 3-nov-2013. 

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