PATRIARCADO ECUMÊNICO DE
CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires
e América do Sul
Igreja Anunciação
da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910 - Módulo ‘’B’’
- CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 01 de fevereiro de 2015
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16º Domingo de Lucas
Início da Quaresma -
Triódion
DOMINGO DO PUBLICANO
E DO FARISEU
10º antes da Páscoa
Comemoração de São Trifon
(† 250)
Matinas
Tropário:
Embora a pedra fora selada pelos Judeus,
e os soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador,
dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram
glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência,
Tu que És o único filantropo.
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo,
Embora a pedra fora selada pelos Judeus,
e os soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador,
dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram
glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência,
Tu que És o único filantropo.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos.
Amém.
Theotokion:
Gabriel te trouxe a salvação, ó Virgem, o Senhor
de todas as coisas se fez carne em Ti, Tu és a arca santa de Seu poder, como disse
o justo Davi.
Ti tornaste mais vasta que os céus, porque carregaste
o Criador.
Glória àquele que fez sua morada em Ti!
Glória àquele que veio de Ti !
Glória àquele que nos libertou pelo teu parto!
Katisma:
Ó Salvador, os soldados que guardavam
Teu sepulcro, com os olhos ofuscados pelo brilho da aparição do anjo tombaram como
mortos, enquanto as Santas mulheres proclamavam a Tua ressurreição.
Ó destruidor da morte, prostrados a Teus
pés, nós Te glorificamos a Ti que ressuscitaste do sepulcro, porque és o nosso único
Deus.
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo.
Ó Deus de misericórdia, livremente quiseste
ser crucificado!
Ó doador da vida, como um morto foste
colocado no sepulcro!
Ó poderoso, por Tua morte quebraste o
império da morte. Ó amigo do homem, os guardas diante de Ti, logo que despertaste
aqueles que estavam mortos há séculos!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos.
Amém.
Theotokíon:
Nós te conhecemos como a Mãe de Deus
e após o teu parto, nós vimos brilhar tua virgindade . com amor, nós nos refugiamos
em ti, ó toda bondade . Nós, pobres pecadores, em ti encontramos, nosso único refúgio,
em ti depositamos nossa salvação em meio às provas, porque és a única sem mancha.
Ypakoí:
O arrependimento do ladrão o fez ganhar
o paraíso. O lamento das portadoras de aromas proclamou a boa nova de que tinhas
ressuscitado dando ao mundo sua grande misericórdia, ó Cristo.
Antifona:
Clamo à Ti, ó Senhor, no meu sofrer .
Presta ouvidos à minha dor.
Verdadeiramente a vida dos habitantes
do deserto é feliz, porque eles são conduzidos pela Tua divina paixão.
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo. Agora, sempre
e pelos séculos dos séculos . Amém.
Pelo Espírito Santo toda criação, visível
e invisível, é preservada, porque Ele é todo Poderoso e é verdadeiramente, uma das
Três Pessoas Divinas.
Prokimenon:
Agora eu me levantarei, diz o Senhor;
faço a salvação e a declaro. ( 2x )
Stichos:
As palavras do Senhor, são palavras puras.
( repete
a 1ª.)
Evangelho Mt
28, 16-20
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus + Cristo,
segundo o Evangelista São Mateus.
Naquele tempo, os
onze discípulos partiram para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes tinha designado.
E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. E, chegando-se Jesus, falou-lhes,
dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos
de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
e Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu
estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.
Kondakion:
Na Tua glória,
ressuscitaste do túmulo, porque és Deus; o mundo ressuscita contigo e os homens
Te celebram como Deus; a morte desaparece, Senhor; Adão, livre dos entraves, se
rejubila; Eva, na sua alegria clama: "Ó Cristo, dá a Tua ressurreição aos homens".
Ikós:
Cantemos o ressuscitado do terceiro dia o Deus Todo-Poderoso, aquele que destrói as portas do inferno e eleva
o túmulo os santos, seus fiéis! Benevolentemente,
Ele apareceu as santas mulheres, dizendo: "Alegrai-vos",
e revelou a alegria aos apóstolos, Ele é o único doador
da vida.
As mulheres clamavam, anunciando aos discípulos a boa nova,
os sinais da vitória. O inferno geme, a morte se lamenta e o universo se
rejubila. Ó Cristo, toda criação se alegra, pois Tu deste a todos
a ressurreição.
Exapostilarion:
Vamos com os discípulos para o Monte
da Galiléia para ouvir o Cristo dizer: "Toda autoridade me foi dada no céu
e na terra"; e aprender a batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo;
e ouvir a promessa de que Ele estará com seus eleitos até a consumação do mundo.
Theotokion:
Ó Virgem Mãe de Deus, tu que te alegraste
quando viste com os discípulos, o Cristo se levantar do túmulo, após três dias,
como Ele havia predito; e aparecer-lhes para ensinar os bons atos; e ordenar o batismo
em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Fazendo-te acreditar na Sua ressurreição
e glorificando-te.
Laudes:
1º - Cada criatura deve louvar o nome do Senhor. Louvai, pois, o Senhor,
do alto dos céus.
Louvai o Senhor das alturas; porque Ele merece ser louvado eternamente.
2º - Louvai o Senhor, todos os seus anjos e sua força, pois Ele merece,
para sempre ser louvado. Esta glória será para todos os seus justos.
Ó Cristo, nós cantamos Tua paixão salutar e glorificamos Tua ressurreição.
3º - Cantem-lhe salmos com tambores e cítaras.
Tu que padeceste na cruz, venceste a morte e ressuscitaste dos mortos,
preserva nossas vidas, ó Senhor que És o único Todo-Poderoso.
Louvai-O com a lira e a harpa; louva-O com adufes e danças.
4º - Ó Cristo que despojaste o inferno e elevaste o homem, por Tua
ressurreição, concede-nos um coração puro para cantar para Ti e glorificar-te.
Louvai-O com címbalos sonoros.
5º - Ó Cristo, nós cantamos a Ti e glorificamos Tua divina humilhação.
Tu que nasceste da Virgem sem Te separar do Pai, sofreste como um mortal,
por Tua própria vontade, padeceste na Cruz, ressurgiste do túmulo como de um leito
nupcial para salvar o mundo.
Glória a Ti Senhor !
6º - Louvai-o com címbalos retumbantes.
Na hora em que foste pregado no madeiro da Cruz as forças inimigas
foram condenadas à morte; a criação tremeu de temor e Teu poder despojou o inferno;
ressuscitaste os fiéis de seus túmulos e abristes as portas do paraíso.
Ó Cristo, nosso Deus, glória a Ti.
7º - Todo ser que respira, louve o Senhor.
As Santas mulheres, portando mirra, dirigiram-se, às pressas, ao Teu
sepulcro, chorando.
Elas encontraram a porta aberta e aprenderam do anjo, a história do
novo e maravilhoso milagre;
Elas anunciaram a boa nova aos discípulos: O Senhor ressuscitou e concedeu
ao mundo a grande misericórdia.
8º - Louvai-O com instrumentos de corda e de sopro. Louvai-O com címbalos
sonoros.
Ó Cristo, nosso Deus, nos adoramos as chagas de Tua divina paixão.
E este grande sacrifício que celebraste em Sião, onde Deus se manifesta
até o fim dos tempos.
Porque Tu, ó Sol da Justiça, brilhaste sobre aqueles que dormiam nas
trevas para levá-los à luz que não se acaba.
Ó Senhor, glória a Ti.
9º - Confesso a Ti, ó Senhor, de todo coração e observo todos os Teus
milagres.
Escutai, ó judeus e dizei-nos: Onde estão os selos do túmulo? Onde
estão as muralhas?
Como vendeste aquele que não tem preço? Como roubaste o tesouro?
Judeus sem fé, porque caluniar a ressurreição do crucificado?
Ele ressuscitou, livre entre os mortos, concedendo ao mundo sua grande
misericórdia.
Eothino:
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito
Santo.
Para os discípulos que foram ao Monte
que Ele designara, o Senhor se fez presente, antes de se desprender das coisas terrenas;
ao verem O adoraram, entenderam toda autoridade de que o Senhor estava investido,
receberam a missão de anunciar a Sua ressurreição dentre os mortos e Sua ascensão
ao céu.
Receberam a promessa da presença divina
entre eles, como Salvador de nossas almas, até a consumação dos séculos.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos.
Amém.
Theotokion:
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus,
em cujo seio se encarnou Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da
maldição, destruindo a morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em qualquer
tempo, e sempre o Seu louvor estará em minha boca (2 vezes).
Hoje é a salvação do mundo. Louvemos
Aquele que ressuscitou do túmulo, dando-nos origem a uma nova vida, porque anulou
a morte com a Sua morte e nos concedeu a misericórdia de obter essa grande vitória.
Divina Liturgia
Anunciação
- Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação
do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e
Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”
Tropário da Ressurreição
- 1º tom:
Embora a pedra fora selada pelos Judeus,
e os soldados guardassem Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador,
dando a vida ao mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram
glória à Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência,
Tu que És o único filantropo.
Kondakion – 1º tom:
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo.
Tu, sendo Deus, te levantaste do túmulo,
e devolveste a vida ao mundo; a natureza humana, por isso te louva: a morte foi
vencida, Adão se regozija, ó Mestre, e Eva, liberta agora das cadeias da morte,
com alegria exclama: Tu, Cristo, és o que a todos dá a Ressurreição!
Theotokion:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos.
Amém
Quando Gabriel
te saudou, ó Virgem, dizendo: "alegra-te!" e com sua voz, o Salvador encarnou-se
em ti, tabernáculo santo; e, como falava o Justo Davi: "veio do céu trazendo
o Criador de tudo", glória Àquele que habita em ti, glória Àquele nascido de
ti e que nos libertou!
Kondakion do Publicano e
do Fariseu:
Fujamos da soberba do Fariseu e aprendamos a humildade
do Publicano manifestada pela sua compunção clamando ao Salvador:«Perdoa-nos Tu,
ó único Clemente!»
Prokimenon:
Desça sobre nós, Senhor, a tua misericórdia
conforme nossa esperança em Ti.
Exultai, ó justos, no Senhor, pois aos
retos convém o louvor.
Epístola 2Tm 3,10-15
Leitura da 2ª Epistola do
Apóstolo São Paulo a Timóteo.
Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo
de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência, perseguições e aflições
tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio, e em Listra; quantas perseguições
sofri, e o Senhor de todas me livrou; e também todos os que piamente querem viver
em Cristo Jesus padecerão perseguições. Mas os homens maus e enganadores irão de
mal para pior, enganando e sendo enganados. Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste,
e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, e que desde a tua meninice
sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé
que há em Cristo Jesus.
Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Deus assegura a minha vitória e me submete
os meus adversários.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Salva maravilhosamente seu servo e usa
de misericórdia com seu ungido.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Evangelho Lc 18,10-14
Evangelho de Nosso Senhor Jesus + Cristo,
segundo o Evangelista São Lucas.
Naquele tempo, Jesus
contou esta parábola: «Dois homens subiram ao Templo para rezar; um era fariseu,
o outro era cobrador de impostos. O fariseu, de pé, rezava assim no seu íntimo:
'Ó Deus, eu te agradeço, porque não sou como os outros homens, que são ladrões,
desonestos, adúlteros, nem como esse cobrador de impostos. Eu faço jejum duas vezes
por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda'. O cobrador de impostos ficou
à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu, mas batia no peito,
dizendo: 'Meu Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!' Eu vos declaro: este último
voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva, será humilhado, e
quem se humilha, será elevado».
Sinaxe
Três semanas antes dos quarenta dias (Quaresma) que
antecedem a Páscoa, a Igreja Ortodoxa inicia o «Triódion» . Este nome é originado
de uma coleção de livros litúrgicos que preparam os fiéis por meio de orações solenes
para a Festa das festas do cristianismo: a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Neste tempo, as leituras, as orações e as súplicas enfatizam a importância da oração,
do jejum e da penitência como importantes ingredientes do amadurecimento espiritual.
Iniciamos o «Triódion» com o «Domingo do Fariseu
e do Publicano», onde refletimos sobre a sinceridade de nossa oração dirigida a
Deus. Para isso, Jesus elabora uma parábola usando dois personagens que tinham em
comum o desafeto do povo: o fariseu e o publicano, mas que se distinguem por ter
ou não a humildade, ser ou não, humilde.
Os fariseus formavam um grupo de religiosos e, normalmente,
são descritos pelos exegetas como pessoas que procuravam cumprir as normas e seguir
a Lei de Moisés. Demonstravam grande zelo pelas suas tradições teológicas, cumpriam
meticulosamente as práticas exteriores do culto e das cerimônias, ostentando uma
devoção e um fervor religioso nem sempre autênticos. Entre os fariseus, muitos usavam
a tradição para aparentar virtudes entre os demais, ocultando, no entanto, costumes
dissolutos, mesquinhez, secura de coração e, sobretudo, muito orgulho. A espiritualidade
era apenas aparente. Em Mateus, 23, o próprio Jesus chama estes fariseus de «sepulcros
caiados», que, por fora se mostravam belos, mas interiormente estavam cheios de
podridão!
Os fariseus eram os seguidores de uma das mais influentes
ramificações
do
Judaísmo. Os Publicanos, já mencionados no Evangelho de Zaqueu, eram os arrecadadores
de impostos públicos, exigidos do povo judeu pelos romanos, que, cobrando sempre
acima do que era devido, recolhiam para si dos impostos obtidos. Os judeus, que
mal podiam suportar a dominação romana e não se conformavam com o pagamento de impostos,
pois julgavam ser contra a lei, fizeram do caso uma questão religiosa. Abominavam,
pois, esses agentes do fisco, considerando os publicanos como traidores e evitavam
por isso qualquer contato com eles. Em suma, eram, os publicanos, renegados como
gente da pior espécie.
Jesus se utiliza deste contexto sócio religioso díspare
para semear sua mensagem carregada de misericórdia para com os humildes de coração.
Novamente, a parábola é o recurso que usa para levar a Boa-Nova aos que necessitavam.
«Dois homens subiram ao templo, a fim de orar; um
era fariseu e o outro publicano. O fariseu, estando em pó, orava assim consigo mesmo:
'Meu Deus, eu vos rendo graças porque não sou como os outros homens, que são ladrões,
injustos e adúlteros, nem mesmo como esse publicano. Jejuo duas vezes por semana
e dou o dízimo de tudo o que possuo'» (Lc 18,10-12).
O fariseu, na parábola, demonstra uma atitude em
que o orgulho e a soberba se deixam revelar pela postura que usa estando num lugar
sagrado. Ele estava de pó. Não somente estava de pó, mas, como Jesus o descreve:
«orava de si para si mesmo». Ele estava mais preocupado em lembrar-se de suas virtudes
do que em falar com Deus. Esta atitude era também demonstrada pela própria oração.
Não havia demonstração de reverência a Deus. Não havia manifestação de humildade.
Não havia reconhecimento de sua posição em relação àquele a quem estava se dirigindo.
Não havia petição. A única coisa que é ressaltada é sua postura convencida, orgulhosa
de suas virtudes em relação aos outros.
Nesta parábola narrada pelo Divino Mestre, o fariseu,
com sua petulância e arrogância, parece não precisar de Deus, pois confia em si
mesmo e ainda despreza as pessoas. Era um homem cheio de justiça própria e usa o
pronome «eu», pelo menos, quatro vezes em sua oração na qual está ausente a confissão
de seus pecados, pois confiava em suas obras e afirmava que jejuava duas vezes por
semana; a Lei prescrevia um dia de jejum por ano, mas «ele se julgava tão bom» que
jejuava duas vezes por semana, isto é, 48 vezes por ano. «O publicano, ao contrário,
mantendo-se distante, não ousava sequer erguer os olhos ao céu; mas batia no peito
dizendo: Meu Deus, tende piedade de mim que sou um pecador.» (Lc 18, 13)
O publicano foi ao templo para orar, mas não se atrevia
a levantar os olhos para os céus, apenas ergueu as mãos em oração. Quando nossos
olhos se constrangem de olhar a para o Senhor face-a-face por causa de nossos pecados,
resta-nos elevarmos os braços e pedir ajuda para o Deus-Amor.
A humildade não impediu que o publicano reconhecesse
seus erros. A ausência do orgulho naquele coração cedeu lugar à Graça. Proferiu
uma oração curta, simples, precisa, esmerada na verdade e honestidade e que continha
todos os ingredientes necessários para que Deus a ouvisse. Nestes versículos estão
presentes o reconhecimento do pecado, a consciência de que se necessita do perdão
de Deus e a ação da Graça Divina. Eram estas as considerações que o levaram a baixar
sua cabeça, bater em seu peito e humilhar-se sob a poderosa mão de Deus.
No final da parábola, Jesus disse que o publicano
desceu justificado para sua casa, mas o fariseu não. Deus ouviu e respondeu ao grito
angustiado do pecador em agonia espiritual. «Eu vos declaro que este retornou, entre
os seus, justificado, e não o outro; porque todo aquele que se eleva será humilhado,
e todo aquele que se humilha, será exaltado.» (Lc 18,14)
O fariseu saiu sentindo-se justificado. Ele tinha
acabado de falar com Deus. Ele tinha cumprido sua responsabilidade e, em sua mente,
tinha-a cumprido muito bem. O coletor de impostos, por outro lado, saiu justificado
por Deus, porque se humilhou. Há uma diferença essencial em se sentir santo e ser
santo. Ele saiu justificado porque possuía a chave do oferecimento de uma oração
que é aceitável a Deus. Ele demonstrava as qualidades da verdadeira grandeza no
Reino do Céu como é descrita em Mateus 20:26-28. «Quem quiser ser o primeiro entre
vos será vosso servo.» Este homem foi para sua casa justificado porque percebia
que, quem quer que se humilhe será exaltado (Mt 23:12).
Encontramos publicanos e fariseus em nós mesmos e
entre nós. Vez por outra a hipocrisia se instala em nossas vidas, e a humildade
também. Que possamos agir como o publicano desta parábola, reconhecendo nossos pecados,
buscando a misericórdia de Deus e deixando de lado a pseudo-santidade. Não basta
que nos abstenhamos do mal e nos mostremos rigorosos no cumprimento de determinadas
regras de bom comportamento social; mais que isso, é necessário reconhecer que somos
todos irmãos, não nos julgarmos superiores aos nossos semelhantes, por mais culpados
e miseráveis que pareçam ser, nem tampouco desprezá-los, porque isso constitui,
sempre, falta de caridade. A humildade sincera é o melhor agente de uma autêntica
conversão.
FONTES DE CONSULTA:
GOMES,
C. Folch, Antologia dos Santos Padres. São Paulo: Ed. Paulinas. (3a. Ed.)
STORNIOLO, Ivo, Como Ler o Evangelho de Lucas. São Paulo: Ed. Paulus (4a. Ed)
STORNIOLO, Ivo, Como Ler o Evangelho de Lucas. São Paulo: Ed. Paulus (4a. Ed)
São Tryfon de Nicéia,
mártir (†251)
São Tryfon era natural de Lampsako,
na Frígia (antiga região da Ásia Menor) e viveu na época em que reinava Giordiano
(238-244), Philippos e Décio. São Tryfon era muito pobre e, desde pequeno se dedicava
ao cuidado de animais do campo para poder viver. Enquanto realizava seu humilde
trabalho, refletia sobre as Sagradas Escrituras e com muito zelo cumpria com seus
deveres religiosos. Entre os versículos que sempre repetia, este se destacava: «A
bênção do Senhor repousa sobre a habitação do justo. Se ele escarnece dos zombadores,
concede a graça aos humildes» (Prov. 3, 33b.-34). Realmente, o humilde e piedoso
Tryfon, com perseverança, não só conheceu as Sagradas Escrituras em profundidade
como a ensinou. Estava tão pleno da graça divina que operava milagrosas curas. A
notoriedade de Tryfon chegou aos ouvidos do rei Gordianos que mandou chamá-lo porque
sua filha estava muito doente. De fato, Tryfon a curou; e o pai, agradecido, quis
pagá-lo, porém Tryfon se negou aceitar qualquer valor e se retirou com a gratidão
do rei. Contudo, na época de Decio (249-251), Tryfon foi preso por admitir sua fé
em Jesus Cristo e fervorosamente expressar sua oposição à idolatria. Por causa disso,
o prefeito oriental Aquilino, em Nikia, ordenou que o torturassem violentamente.
Foi amarrado a um cavalo e arrastado pelas ruas. Em seguida, completamente nu, em
pleno inverno, foi amarrado sobre pregos e queimado com tochas acesas. Finalmente,
foi decapitado, mas antes disso, já havia entregue seu espírito nas mãos de Deus.
Tradução e publicação
neste site com permissão de Ortodoxia.org
Trad.: Pe. Pavlos
Folheto Dominical da Igreja Anunciação da Mãe de Deus
Responsável
Reverendo Ecônomo Padre Emanuel Sofoulis
Editoração
e Diagramação
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Atualização
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