07 fevereiro 2015

Comportamento Cristão

Estimados filhos em Cristo,
 
Vivemos no mundo mas não somos do mundo, nosso destino é a pátria celeste. Aqui estamos por um designio Divino e nunca disto devemos nos esquecer. Nossa presença na Terra nada mais é que uma palha do que será nossa vida e existência futura. Nas palavras do Santos Padres somos chamados à deificação, a nos elevarmos para o alto, a partilhar da Glória de Deus que nos é dada por Sua infinita misericórdia.

Mas isto não faz de nossas vidas, vidas sem sentido ou compromisso. Aqui estamos para nos tornarmos santos, separados do mundo, mas no mundo vivendo. Separados não como os fariseus, que tinham na letra da lei a palavra de suas bocas, mas que não habitava seus corações. Ter a lei é te-la no coração, vivencia-la, pratica-la. É saber que o que temos nos foi dado por obra, graça e bondade de Deus e com humildade e sabedoria devemos assim administrar e viver o que nos foi dado. O zelo, a humildade, o constante e atento olhar para o fato de que somos pó e que ao pó retornaremos não deve desaparecer de nossas mentes, corações e atos.

Para o dia de hoje encaminho um trecho da Carta de São Paulo a Tito, um pedaço do Salmo 36 e versículos do capítulo 17 do Evangelho de São Lucas. Todas estas leituras nos falam do comportamento que deve guiar o cristão, que seja exemplo para os seus na observancia dos mandamentos, no zelo de atitudes e de humildade sincera. Por fim, para nosso regozijo encaminho um comentário de Santo Agostinho, doutor da Igreja e bispo de Hipona, que depois de anos vivendo errante no mundo descobriu as maravilhas da fé em Deus.

Em Cristo Jesus,

Pe. Emanuel Sofoulis. 
 
 
Carta a Tito 2,1-8.11-14.
Caríssimo: Ensina o que é conforme à sã doutrina. 
Os anciãos sejam sóbrios, dignos, prudentes, firmes na fé, na caridade e na paciência. 
Do mesmo modo, as anciãs tenham um comportamento reverente, não sejam caluniadoras nem escravas do vinho, mas mestras de virtude, 
a fim de ensinarem as jovens a amar os maridos e os filhos, 
a serem prudentes, castas, boas donas de casa e dóceis aos maridos, de modo que a palavra de Deus não seja difamada. 
Exorta igualmente os jovens a serem moderados, 
apresentando-te em tudo a ti próprio como exemplo de boas obras, de integridade na doutrina, de dignidade, 
de palavra sã e irrepreensível, para que os adversários fiquem confundidos, por não terem nada de mal a dizer de nós. 
Com efeito, manifestou-se a graça de Deus, portadora de salvação para todos os homens, 
para nos ensinar a renúncia à impiedade e aos desejos mundanos, a fim de vivermos no século presente com sobriedade, justiça e piedade, 
aguardando a bem-aventurada esperança e a gloriosa manifestação do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo. 
Ele entregou-se por nós, a fim de nos resgatar de toda a iniquidade e de purificar e constituir um povo de sua exclusiva posse e zeloso na prática do bem. 
 
Livro de Salmos 37(36),3-4.18.23.27.29.
A salvação dos justos vem do Senhor.

Confia no Senhor e faz o bem; 
habitarás a terra e viverás tranquilo. 
Procura no Senhor a tua felicidade,  
e Ele satisfará os desejos do teu coração. 

O Senhor conhece os dias do homem honesto 
e a herança dele será para sempre. 
O Senhor assegura os passos do homem
e compraz se nos seus caminhos.

Afasta-te do mal e pratica o bem
e permanecerás para sempre.
Os justos possuirão a terra
e nela habitarão para sempre

Evangelho segundo S. Lucas 17,7-10.

Naquele tempo, disse o Senhor: «Qual de vós, tendo um servo a lavrar ou a apascentar gado, lhe dirá, quando ele regressar do campo: 'Vem cá depressa e senta-te à mesa'? 
Não lhe dirá antes: 'Prepara-me o jantar e cinge-te para me servires, enquanto eu como e bebo; depois, comerás e beberás tu'? 
Deve estar grato ao servo por ter feito o que lhe mandou? 
Assim, também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: 'Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer.'» 


Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
Sermões sobre o Evangelho de João, 14,5; CCL 36, 143-144 

O serviço humilde

Antes da vinda do Senhor Jesus, os homens gloriavam-se de si próprios. Ele veio como homem para que diminuísse a glória do homem e crescesse a glória de Deus. Porque Ele veio sem pecado e nos encontrou a todos pecadores. Se Ele veio para perdoar os pecados, é porque Deus é misericordioso: compete ao homem reconhecê-lo. Porque a humildade do homem está nesse reconhecimento, e a grandeza de Deus na sua misericórdia.

Se Ele veio perdoar ao homem os seus pecados, que o homem tome consciência da sua pequenez e de que Deus exerce a Sua misericórdia. «Ele deve crescer e eu diminuir» (Jo 3,30). Ou seja: é necessário que Ele dê e que eu receba; que Ele tenha a glória e que eu a reconheça. Que o homem entenda qual é o seu lugar, que reconheça Deus e escute o que o apóstolo Paulo diz ao homem soberbo e orgulhoso que pretendia superiorizar-se: «Que tens tu que não hajas recebido? E, se o recebeste, porque te glorias como se não o tivesses recebido?» (1 Cor 4,7). Que o homem que queria chamar seu ao que não era dele compreenda pois que o recebeu e se faça pequenino, porque é bom para ele que Deus seja glorificado nele. Que se diminua pois em si mesmo, para que Deus cresça nele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário