17 fevereiro 2015

Domingo do Juízo Final

PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910 - Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 15 de fevereiro de 2015.
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Domingo do Juízo Final ou «da Carne»

8º antes da Páscoa

Memória de Santo Onésimos,
apóstolo dos 70  (c. † 109).




Matinas

Tropário:
Exultem os seres celestes e alegrem-se os terrestres, pois o Senhor demonstrou o poder de Seu braço, pisou a morte com a morte, tornando-Se o primogênito dos que morreram, nos livrou do seio do inferno e deu ao mundo a grande misericórdia.
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo,

Exultem os seres celestes e alegrem-se os terrestres, pois o Senhor demonstrou o poder de Seu braço, pisou a morte com a morte, tornando-Se o primogênito dos que morreram, nos livrou do seio do inferno e deu ao mundo a grande misericórdia.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Nós Te cantamos, virgem Mãe de Deus, pois permitiste a salvação de nosso povo. O Senhor, nosso Deus, Teu filho segundo a carne que recebeu de Ti, sofreu a paixão sobre a cruz e nos libertou da corrupção, por que ele é amigo do homem.

Katisma:
Cristo ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que estavam adormecidos. Primogênito de toda a criação e autor de todos os seres, Nele mesmo renovou nossa natureza arruinada pela corrupção. Ó morte, Tu já não reinas, porque o Senhor do universo destruiu teu reino.
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo.

Senhor, em Teu corpo experimentaste a morte e por Tua ressurreição suprimiste a tristeza, tornaste o homem vencedor da morte e o reergueste da antiga doença que o massacrava.
Protetor de nossa vida, Senhor, glória a Ti.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
O Esplendor da Tua virgindade, ó Mãe de Deus, e o brilho de Tua pureza deslumbraram Gabriel que exclamou: “Que elogio poderei oferecer que seja digno de Ti, de que nome Te chamarei? Eu estou na incerteza e no temor, mas, seguindo a ordem recebida, eu clamo: Ave, cheia de graça!



Ypakoí:
O anjo resplandecente fez com que as portadoras de aromas se maravilhassem quando o contemplaram, e o orvalho de suas palavras caiu sobre elas quando ele dizia: porque procurais o Vivo no túmulo? Ele Que esvaziou os túmulos ressuscitou. Sabei que Ele que mudou a corrupção é sem mudança! Cantai a Deus: Quão maravilhosas são as Tuas obras! Pois Ele salvou a humanidade.

Antífona:
Arrancaste da Babilônia, cativos de Sião. Quanto a mim, do fundo de minha paixão, ó verbo tirai-me para a vida. Aqueles que em pleno meio-dia semeiam entre lágrimas divinas, colherão com alegria as espigas e a vida sem fim.
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
No Espírito Santo, brilhante da sabedoria e santidade, é Ele que dá existência a toda a criatura. Adoremo-Lo, porque Ele é Deus, adoremo-Lo com o Pai e o Verbo.

Prokimenon:
Clamai as nações: o Senhor reina. Ele estabeleceu o mundo que não será mais abalado. (2 vezes).

Stichos:
Cantai ao Senhor um cântico novo (repete a primeira).

Evangelho:                                                                                                                                     Mc 16, 9-20
Evangelho de Nosso Senhor Jesus + Cristo, segundo o Evangelista São Marcos.

Naquele tempo, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu Jesus primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios. E, partindo ela, anunciou-o àqueles que tinham estado com ele, os quais estavam tristes, e chorando. E, ouvindo eles que vivia, e que tinha sido visto por ela, não o creram. E depois manifestou-se de outra forma a dois deles, que iam de caminho para o campo. E, indo estes, anunciaram-no aos outros, mas nem ainda estes creram. Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados juntamente, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já ressuscitado. E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão. Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus. E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém.

Kondakion:
Ó Deus de misericórdia, ergueste-Te hoje do túmulo e nos livraste das portas da morte. Neste dia, Adão se alegra, Eva se rejubila, os patriarcas e os profetas não cessam de cantar o divino poder de Tua grandeza.

Ikós:
Neste dia, as profundezas do abismo do inferno tremeram diante unidade da trindade.
A terra estremeceu, os guardas das portas infernais permaneceram terrificados ao vê-lo.
E toda a criação se rejubilou cantando com os profetas um cântico de vitória a Ti, Nosso Deus libertador, que destruístes as forças da morte.
Possamos clamar de alegria e bradar a Adão e seus filhos: O madeiro da cruz te fez entrar no paraíso, saí fiéis a frente da ressurreição.

Exapostilário:
Cristo ressuscitou e disto ninguém deve duvidar pois Ele apareceu a Maria e aos que estavam pescando, depois a seus onze eleitos, quando estavam sentados à mesa; apareceu também para autorizar o batismo. Subiu aos céus e continuou confirmando a sua presença através de muitos sinais.

Theotokion:
Ó Sol, tendo levantado do túmulo hoje como um Noivo da câmara nupcial, tendo despojado o Inferno e derrubado a morte, pela intercessão daquela que Te deu à luz, Tu nos enviaste luz — luz que iluminou nossos corações e nossas almas, luz que dirigiu a nós todos a andar nos caminhos de Teus comandos, e nas vias de paz.

Laudes:
1º Vinde todas as nações e aprendei a virtude do mistério insondável. O Verbo que existia desde o início, o Cristo nosso Salvador, foi crucificado por nós. Ele quis ser sepultado e ressuscitou dos mortos a fim de salvar todos o seres. Vinde e adoremo-Lo.
2º Todas a maravilhas, Senhor, foram contadas pelos guardas; mas o sinédrio de verdade encheu suas mão de dinheiro, a fim de ocultar a Sua ressurreição que o mundo glorifica. Senhor, tem piedade de nós.
3º Toda a criação se encheu de alegria, quando ela conheceu Tua ressurreição. Pois, Maria Madalena foi ao Teu túmulo e ela encontrou um anjo com vestes luminosas que lhe disse: “Porque procurais o vivo entre os mortos? Ele não está aqui, Ele ressuscitou, como havia pretendido, Ele sem pecado, tem piedade de nós!”.
4º Ó Senhor bondoso, na Tua Luz veremos a Luz porque ressuscitaste dos mortos e concede a salvação ao gênero humano. A Ti o único sem pecado, tem piedade de nós!
5º Como um hino matinal, as Santas mulheres Te trouxeram suas lágrimas. Elas correram ao Teu Sepulcro com as mãos repletas de perfume. Elas se apressaram para embalsamar Teu corpo sem mancha. Um anjo sentado sobre a pedra anunciou a elas a boa nova: “Porque procurai os vivos entre os mortos? Ele pisou com os pés a morte, e ressuscitou como Deus, a todos Ele dá a grande misericórdia”.
6º Sobre Teu túmulo, fonte de vida, um anjo estava sentado e disse às Santas mulheres: “O Libertador esvaziou os túmulos e despojou o inferno, ressuscitou ao terceiro dia, pois Ele é o Deus único e todo poderoso”.
7º Na manhã de sábado Maria Madalena Te procurava no túmulo. Ela não Te encontrou e, gemendo e chorando, bradava: “Valha-me ó meu Salvador, eles Te raptaram, Rei de todas as coisas”.
Mas do interior do sepulcro, dois anjos mensageiros da vida, clamavam: “Porque choras mulher?”
Eu choro, dizia ela, porque eles levaram meu Senhor e eu não sei para onde eles o conduziram. Mas, virando-se ela, Te viu e exclamou: “Meu Senhor e meu Deus, glória Ti!”.
8º Os hebreus haviam encerrado a Vida no túmulo; mas o bom ladrão abriu a boca para anunciar a alegria: “Aquele que foi crucificado comigo e por mim, suspenso amigo sobre o madeiro, me apareceu sobre o Seu Trono, sentado à direita do Pai”.
Ele é o Cristo, nosso Deus, e a Ele a grande misericórdia.

Eothinon:
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Quando Maria Madalena anunciou a boa nova da Ressurreição dentre os mortos do Salvador e Seu aparecimento, os discípulos, não acreditando, foram censurados por sua dureza de coração. Mas eles foram enviados para pregar, armados com sinais e milagres. E Tu, ó Senhor, foste elevado para Teu pai, a Arqui-Luz, enquanto eles pregavam o Verbo em todos os lugares,e demonstrando com milagres. Por isso nós, iluminados por eles, glorificamos Tua Ressurreição dentre os mortos, ó Senhor Que amas a humanidade.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus, em cujo seio se encarnou Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da maldição, destruindo a morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em qualquer tempo, e sempre o Seu louvor estará em minha boca (2 vezes).

Divina Liturgia


Anunciação - Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”

Tropário da Ressurreição – 3º tom:
Exultem os seres celestes e alegrem-se os terrestres, pois o Senhor demonstrou o poder de Seu braço, pisou a morte com a morte, tornando-Se o primogênito dos que morreram, nos livrou do seio do inferno e deu ao mundo a grande
misericórdia.

Tropário da Festa:
Quão grandiosos são os efeitos da fé! Por ela, os três santos jovens, deliciaram-se na fonte das chamas como em água fresca; e Daniel, o profeta, apascentou os leões como ovelhas. Pelas suas orações, ó Cristo Deus, salva as nossas almas!

Kondakion - 3º tom:
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo.
Hoje te levantaste da tumba, ó Compassivo, e nos conduziste para fora das portas da morte, Hoje Adão dança e Eva se regozija e com eles os Profetas e os Patriarcas louvam sem cessar o divino poder de tua autoridade.


Theotokion - 3º tom:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Tu, que te preocupavas com a salvação do gênero humano a ti cantamos, Virgem Mãe de Deus! Teu Filho e nosso Deus, com o puríssimo corpo recebido de ti, padecendo os sofrimentos da cruz livrou-nos da iniqüidade, Ele, o amigo dos seres humanos.

Kondakion da Festa:
Alegra-te, Belém, prepara-te, Éfrata! Eis que a ovelha apressa-se para dar à luz o grande Pastor que ela leva em suas entranhas. Ao vê-lo, os padres revestidos de Deus se rejubilam e louvam com os pastores a Virgem amamentando.

Kondakion Próprio:
Quando vieres em glória sobre a terra, ó Deus, toda a Criação tremerá e um rio de fogo fluirá diante do tribunal; os livros serão abertos e os segredos dos corações serão descobertos, então, ó Justo Juiz, livra-me do fogo que não se apaga e torna-me digno de ser colocado à tua direita.

Prokimenon:
Cantai salmos ao nosso Deus, cantai; cantai salmos ao nosso Rei, cantai!
Nações, aplaudi todas com as mãos, clamai a Deus com vozes alegres.

Epístola                                                                                                                           1Cor 8,8-9,2
Leitura da Epistola do Apóstolo São Paulo aos Coríntios.

Irmãos, não é uma comida que nos torna agradáveis a Deus. Se não a comemos, nada temos a perder, ou se a comemos nada a ganhar. Mas cuidai de que essa vossa faculdade não seja tropeço para os fracos. Porque, se alguém te vir, a ti, que tens conhecimento, sentado à mesa de um santuário de ídolos, na fraqueza de sua consciência não se julgará induzido a comer as carnes sacrificadas aos ídolos? Então, por causa do teu conhecimento perecerá o irmão fraco por quem Cristo morreu. E, assim, pecando contra os irmãos e ferindo-lhes a consciência fraca, pecais contra Cristo. Pelo que, se a comida vai escandalizar meu irmão, nunca jamais comerei carne, para não fazê-lo pecar. Não sou livre? Não sou apóstolo? Não vi Jesus Nosso Senhor? Não sois vós minha obra no Senhor? Se para outros não sou apóstolo, ao menos para vós o sou, pois sois o selo do meu apostolado no Senhor.



Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Junto de Ti, Senhor, me refugiei; não seja eu confundido para sempre. Por tua justiça, livra-me.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Sê para mim um Deus protetor e uma casa de refúgio para me salvar.
Aleluia, aleluia, aleluia!

Evangelho                                                                                                                     Mt 25, 31-46
Evangelho de Nosso Senhor Jesus + Cristo, segundo o Evangelista São Mateus.

Naquele tempo, o Senhor disse: «Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, ele se assentará em seu trono glorioso. Todas as nações da terra serão reunidas diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos, à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo. Pois, eu estava com fome, e me destes de comer: estava com sede. e me destes de beber eu era estrangeiro, e me recebestes em casa; estava nu e me vestistes; doente e cuidaste de mim, na prisão e foste me visitar então os justos me perguntarão: Senhor quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede, e te demos de beber? Quando foi que te vimos como estrangeiro, e recebemos em casa, sem roupa, e vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar? Então o Rei lhes responderá: Em verdade vos digo todas as vezes que fizestes isso a um destes pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes! Depois, o Rei dirá a que estiverem à sua esquerda: Afastai-vos. de mim, malditos! Ide para o fogo eterno preparado para o diabo e para os seus anjos. Pois eu estava com fome, e não me destes de comer; com sede, e não me destes de beber; eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; nu, e não me vestistes; doente e na prisão, e não foste me visitar. E estes responderão: Senhor quando foi que te vimos com fome ou sede, estrangeiro ou nu, doente ou preso e não te servimos. Então, o Rei lhe responderá: Em verdade, vos digo. Todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequenos, foi a mim que o deixaste de fazer! E estes irão para o castigo eterno enquanto os justos irão para a vida eterna»


Sinaxe

«A Quaresma e o Amor»
«Em verdade vos digo: tudo o que fizeste a
um destes meus pequeninos a Mim o fizeste»

Neste Terceiro Domingo do Triódion, nossa Igreja comemora o Dia do Juízo, ou seja, a Segunda Vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. Comemorar é fazer presente na Igreja o evento que se recorda. A leitura do Evangelho de hoje nos recorda o Dia do Juízo Final e põe ênfase na medida pela qual seremos julgados. Na maioria dos ícones do Juízo Final, vemos sobre a mesa uma balança que pesará nossas obras, junto à Bíblia Sagrada. Hoje a Igreja abre as Escrituras Sagradas para ler esta passagem do Último Juízo. E o que escutamos está claro: seremos julgados segundo a medida de nossa misericórdia, isto é, de nosso amor.

A palavra amor é, muitas vezes, manipulada ou mal entendida. A passagem bíblica destaca as palavras de Nosso Senhor Jesus quando diz: "Tudo quanto fizestes a um destes pequeninos..." A palavra amor, não tem um significado abstrato, mas de ação concreta. As palavras da Sagrada Escritura nos separam entre ovelhas e cabritos segundo nossas obras de amor. A medida é, pois, fazer ou não fazer as obras de amor.

É um erro comum limitar o amor ao afeto, tão somente, à emoção ou, muitas vezes até, a muito menos do que isso, à palavras e opiniões. Este último tipo de «amor» é muito comum nos dias atuais, está em todas as partes e é muito barato. A obra de amor, no entanto, está livre de tudo isto. Podemos até ter sentimentos de ódio para com alguma pessoa, porém, se agimos com ela com delicadeza e amor, acabamos por transformar nosso ódio. Por outro lado, podemos ter em nosso interior o mais delicado sentimento para com alguém, até sentir-nos emocionalmente dependentes desta pessoa e, ainda assim, não lhe oferecer nenhuma obra de amor.

Amor significa, sem dúvida alguma, ceder aos demais o primeiro lugar. O egoísmo é exatamente o contrário disto. É tomar para mim o primeiro lugar e pôr os demais para os últimos lugares. Que eu ame a alguém não quer dizer que eu tenha sentimentos especiais para com esta pessoa, mas que quero e desejo dar a ela o primeiro lugar, amá-la mais do que a mim mesmo e desejar o bem a ela antes mesmo que a mim. Esta é a verdadeira obra do amor , o critério pelo qual seremos classificados e separados.

Na passagem do Evangelho de hoje, tanto as ovelhas como os cabritos escutaram as mesmas palavras do Senhor e passaram pelas mesmas situações existenciais: pobreza, cárcere, fome, sede etc.. O raro é que ambos os grupos se dirigem a Deus com as mesmas palavras: «Oh, Senhor ...». O que distingue um grupo do outro, no entanto, é o que fizeram ou deixaram de fazer, se cuidaram ou não de seus irmãos. De fato, o Evangelho quer dizer com «amor» as «obras do amor», posto que não podemos amar a Deus se não servimos os irmãos, sobretudo os mais necessitados. Ofereça a Deus uma obra de amor! Deus, que está nos céus não necessita de nada! Manifestamos nosso amor verdadeiro na medida em que oferecemos nossas obras de amor por Ele. Deus acolhe nosso amor se nos colocamos à serviço daqueles que Ele ama e por quem morreu e ressuscitou, ou seja, os nossos irmãos. Por isso, disse São João, o Apóstolo e Evangelista: «Quem diz que ama a Deus e não ama (serve) o seu irmão é um mentiroso».

O que nos proíbe de fazer as obras do amor? Por que não podemos dar de comer ao faminto? Somos tão ambiciosos que, mesmo as sobras de alimentos que podiam matar a fome de um faminto, queremos conservar para nós mesmos? Por que não dar de beber ao que tem sede? Será que precisamos armazenar a água, quando podíamos compartilhar com quem dela necessita mais do que nós? Por que não podemos vestir ao que está desnudo e acolher ao que está desamparado? Acaso nossas preocupações são exclusivamente com o que nós mesmos vestimos e com o mundo da moda que nos escraviza, nos leva à vaidade e nos impede de pensar nos demais? Por que não visitamos os que estão prisioneiros? Será que pensamos que o amor a compaixão que sentimos por eles nos desincumbem de visitá-los? A nós nos bastam os cuidados mundanos de cada dia, a preocupação em atender nossos próprios interesses pessoais e, não tem lugar em nós o cuidar dos que necessitam de nosso amor? Por que?

São muitas as perguntas que o Evangelho de hoje nos põe e, a realidade da vida as repete constantemente. A resposta é sempre a mesma: vivemos para as obras de amor ou fechados em nós mesmos a fazer as obras do egoísmo?

Na obra «Cem Ditos Sobre o Amor» de São Máximo, o Confessor, seremos surpreendidos ao ver que ele define o amor como o estado de não-paixão. A paixão destrói o amor. As paixões são o amor-próprio, amor por si mesmo, a auto-satisfação dos interesses e desejos próprios etc. Tudo isto nos impede de fazer as obras do amor e nos encaminha para junto dos «cabritos».

A Quaresma vem com um apelo à abstinência, a abandonar nosso egoísmo, purificando o homem velho e transformando-o em Homem o Novo. É uma mudança de direção, é arrependimento.

Vemos assim como a Quaresma vai de mão com as obras de misericórdia, as quais se manifestam de diferentes formas. Foi instituída para que possamos aprender a amar; é instrumento que nutre em nós o sentimento de sacrifício e reconhecimento do direito do outro, acolhimento de sua existência no amor. O objetivo da Quaresma é nos fazer ver os demais com nossos próprios olhos, não ignorando sua maravilhosa presença; é o retorno ao paraíso real. O homem egoísta define o paraíso em base a seus interesses egoístas. A Quaresma, no entanto, nos leva a reconhecer que o serviço aos irmãos é a vida do verdadeiro paraíso.

Nesta Quaresma, deixemos para trás todos os nossos maus desejos, abstendo-nos dos interesses que nos levam à perdição e aprendendo as obras do amor, libertando-nos assim da tirania das paixões e dos desejos.

Que esta Quaresma nos conduza ao verdadeiro Amor e nos ensine as «obras do Amor»! Amém.

FONTE:
Sermões do Arcebispo Paulo Yazigi, Metropolita de Alepo (Síria)

15 de Fevereiro: Santo Onésimos, apóstolo [dos 70] (séc. I)


Santo Onésimos era escravo de Filêmon, homem importante de Colossos, na Frigia, que se converteu à fé cristã através do apóstolo São Paulo. Quando fugia da justiça, acusado de roubar seu senhor, Onésimo entrou em contato com São Paulo que se achava em Roma. São Paulo o converteu, o batizou e o enviou à casa deFilêmon com uma carta de recomendação. Filêmon perdoou então seu escravo arrependido e o reenviou a São Paulo. São Jerônimo e outros autores escrevem que Onésimo e Tiquio foram os portadores da carta que São Paulo escreveu aos colossenses. Os dois foram sempre orientados pelo Apóstolo Paulo e se transformaram em pregadores do Evangelho e, mais tarde, foram consagrados bispos. Onésimo foi consagrado Bispo de Éfeso por São Paulo. Após o episcopado de Timóteo, afirma-se que o antigo escravo e Bispo de Efeso, Onésimo, foi levado prisioneiro à Roma e lá morreu apedrejado. Suas relíquias posteriormente foram trasladadas para Éfeso onde são veneradas até hoje.
Tradução e publicação neste site
com permissão de: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. Pavlos



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