07 fevereiro 2015

17º Domingo de Lucas

PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910 - Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 08 de fevereiro de 2015.
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17º Domingo de Lucas

DOMINGO DO FILHO PRÓDIGO

9º antes da Páscoa

Comemoração de São Teodoro, o General, Megalomártir († 319); Profeta Zacarias (c. 520 a.C.); São Savas II, Arcebispo da Sérvia († 1269)




Matinas
Tropário:
Quando desceste até à morte, tu que és a Vida Imortal, então destruíste o inferno com o resplendor da tua divindade. E quando ressuscitaste os mortos do fundo da terra, todas as potestades celestes exclamaram: Cristo Deus, fator da vida, glória a ti!
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo,

Quando desceste até à morte, tu que és a Vida Imortal, então destruíste o inferno com o resplendor da tua divindade. E quando ressuscitaste os mortos do fundo da terra, todas as potestades celestes exclamaram: Cristo Deus, fator da vida, glória a ti!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Ó Mãe de Deus, Teu mistério é glorioso, Teu mistério está acima de todo entendimento, Tua pureza permanece selada e Tua virgindade intacta, Tu que Te fizeste conhecer como verdadeira Mãe, tendo dado à luz ao verdadeiro Deus. Intercedei por nós a Deus para salvar nossas almas.

Katisma:
Verdadeiramente, o nobre José desprega Teu puríssimo corpo do madeiro, envolve-o em pano de linho puríssimo e com aromas, Te deposita em um sepulcro novo. Mas, ao terceiro dia, Senhor, ressuscitaste para dar ao mundo a grande misericórdia.
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo,

O anjo apareceu no túmulo e disse para as santas mulheres: "os perfumes são bons para os mortos, mas Cristo mostrou ser estranho a toda corrupção. Ide e clamai: "O Senhor ressuscitou para dar ao mundo a grande misericórdia."
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Ó Virgem Mãe de Deus tu estás acima de toda a glória, e nós cantamos: pela cruz de teu Filho, o inferno foi abatido, a morte foi destruída pela morte, e nós, os mortos, ressuscitados para a vida, restituindo-nos a bem-aventurança primeira do paraíso.



Evangelho:                                                                                               Mc 16, 1-8
Evangelho de Nosso Senhor Jesus + Cristo, segundo o Evangelista Marcos.

Naquele tempo, passado o sábado, Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo. E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do sol. E diziam umas às outras: Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro? E, olhando, viram que já a pedra estava revolvida; e era ela muito grande. E, entrando no sepulcro, viram um jovem assentado à direita, vestido de uma roupa comprida, branca; e ficaram espantadas. Ele, porém, disse-lhes: Não vos assusteis; buscais a Jesus Nazareno, que foi crucificado; já ressuscitou, não está aqui; eis aqui o lugar onde o puseram. Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis, como ele vos disse. E, saindo elas apressadamente, fugiram do sepulcro, porque estavam possuídas de temor e assombro; e nada diziam a ninguém porque temiam.

Kondakion:
Senhor, todo poderoso, ressuscitaste do túmulo. O inferno diante deste milagre tremeu e os mortos se levantaram.
Contigo a criação se rejubila, Adão também exulta e o mundo, Ó meu salvador, canta a Ti, sem fim.

Ikós:
Tu és a luz dos que estão cobertos de trevas, Tu és a ressurreição de todos e a vida dos mortais.
Ó Salvador, ressuscitaste contigo os fiéis, saqueaste o império da morte.
Ó verbo, quebraste as portas do inferno.
Os mortais diante desta maravilha ficaram maravilhados e toda a criação se rejubilou pela Tua ressurreição ó amigos dos homens.
Todos nós glorificamos e celebramos Tua humilhação, e,o mundo, ó meu Salvador, canta a Ti sem cessar.

Exapostilárion:
As portadoras de mirra quando viram a pedra removida e um jovem sentado no túmulo, se alegraram ao ouvi-lo dizer: “O Cristo ressuscitou; ide, pois, dizer a seus discípulos e a Pedro para irem ao monte da Galiléia, pois, lá, Ele apascentará a todos os seus amados como prometera”.



Theotokion:
Um anjo de paz apareceu à Virgem antes de ficar grávida de Ti, ó Cristo. Também um anjo removeu a pedra do túmulo. O primeiro anunciou a indescritível alegria em troca da tristeza.
O segundo anunciou aos Teus eleitos e às mulheres a Tua ressurreição dentre os mortos, louvando-Te, ó doador da vida.

Laudes:
1º Que toda a criatura e todo o vivente Te louve, Senhor, porque destruíste a morte pela Tua cruz, revelaste aos povos a Tua ressurreição de entre os mortos, pois és o único amigo do homem.

2º Ó juízes, dizei-nos: como os soldados deixaram fugir o Rei que eles guardavam? Como a pedra não conservou o rochedo da vida? Mostrai-nos o sepultado, ou então, adorai o ressuscitado.
Exclamando conosco: “Glória à multidão de Tuas misericórdias, Senhor, glória a Ti!”.

3º Alegrai-vos, povos e permanecei na alegria!
Um anjo sentou-se sobra a pedra do sepulcro e ele nos anunciou a boa nova: Cristo ressuscitou dos mortos, Ele o Salvador do mundo, e seu perfume encheu o Universo.
Alegrai-vos, povos e permanecei na alegria!

4º Senhor, antes de Tua concepção, um anjo trouxe esta mensagem: Alegra-Te, ó cheia de graça. Na Tua ressurreição rolou a pedra do Teu glorioso sepulcro. O primeiro, em lugar de tristeza, deu o final da alegria. O segundo, em lugar da morte, nos anuncia o Senhor da vida.
Ó Senhor, benfeitor de todos os seres, glória a Ti.

5º As santas mulheres derramaram sobre a Tua tumba perfumes misturados com lágrimas; mas seus lábios se encheram de alegria ao dizer: “O Senhor ressuscitou!”.

6º Povos e nações, louvai o Cristo, nosso Deus, que quis padecer na cruz por nós, que padeceu três dias no inferno; adorai a ressurreição dentre o mortos que iluminou os confins do Universo.

7º Ó Cristo, foste crucificado e foste sepultado, segundo a Tua vontade. Despojaste a morte, ó nosso verdadeiro Deus e Senhor. Ressuscitaste, em glória, para dar ao mundo a vida eterna e a grande misericórdia.


8º Ó transgressores da lei, selando a pedra, restituíste para nós o mais refulgente milagre. Os guardas conhecem a verdade e anunciam: “Hoje Ele ressuscitou do túmulo!”.
Mas vós lhes destes a ordem de dizer: “Enquanto dormíamos, os discípulos vieram e O levaram”.
Quem, pois, iria querer um morto, ainda mais um morto nu? Foi Ele que ressuscitou por Seu próprio poder divino, abandonando seus lençóis no túmulo. Ó Jesus, vinde e vede: Ele não violou os selos. Ele pisou com os pés a morte, dando ao mundo a vida sem fim e a grande misericórdia.

Eothinon:
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
As mulheres que estavam com Maria e levaram aromas ficaram satisfeitas por terem conseguido o seu desejo de ir ao Sepulcro; ficaram espantadas quando viram a pedra do túmulo rolar; um divino jovem acalmou a perturbação de suas almas, dizendo: “O Cristo Deus já ressuscitou e anunciai aos discípulos para irem a Galiléia, para vê-Lo ressuscitado, porque Ele, o Senhor, é o doador da vida”.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus, em cujo seio se encarnou Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da maldição, destruindo a morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em qualquer tempo, e sempre o Seu louvor estará em minha boca (2 vezes).

Divina Liturgia

Anunciação - Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”

Tropário da Ressurreição – 2º tom:
Quando desceste até a morte, Tu que És a vida imortal, então destruíste o inferno com o resplendor da Tua divindade. E quando ressuscitaste os mortos do fundo da terra, todas as potestades celeste exclamaram: Cristo Deus, fator da vida, glória a Ti.

Kondakion – 2º tom:
Glória ao Pai +, ao Filho e ao Espírito Santo.
Tu te levantaste da tumba, ó Salvador onipotente, e o inferno, vendo esta maravilha, estremeceu de medo, e os mortos ressuscitaram de seus túmulos. Adão e toda a Criação se alegram contigo, e o mundo, ó Salvador meu, te louva para sempre.

Theotokion – 2º tom:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Teus méritos são glorificados acima de toda a razão, ó Mãe de Deus, na pureza selada, preservaste a tua virgindade, verdadeiramente mãe, és reconhecida que deste à luz o verdadeiro Deus roga a Ele que salve as nossas almas!

Kondakion Próprio:
Quando abandonei com insensatez a glória paterna, eu desperdicei no mal a fortuna que me deste. Por isso, eu te clamo como o filho pródigo: «Pequei contra Ti, ó Pai Misericordioso! Recebe-me arrependido e faze-me um de teus servos!»

Prokimenon:
O Senhor é a minha força e o meu louvor e tornou-se a minha salvação.
O Senhor castigou-me duramente, mas, à morte, não me entregou.

Epístola:                                                                                                                          1Cor 6,12-20
Leitura da Epistola do Apóstolo São Paulo aos Coríntios.

Irmãos, tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma. Os alimentos são para o estômago e o estômago para os alimentos: Deus destruirá tanto aqueles como este. O corpo, porém, não é para a impureza, mas para o Senhor e o Senhor para o corpo: Deus, que ressuscitou o Senhor, também nos ressuscitará a nós pelo seu poder. Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, então, os membros de Cristo e os farei membros de uma prostituta? De modo algum! Ou não sabeis que o que se ajunta a uma prostituta se torna um só corpo com ela? Está escrito: Os dois serão uma só carne (Gn 2,24). Pelo contrário, quem se une ao Senhor torna-se com ele um só espírito. Fugi da fornicação. Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o impuro peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprados por um grande preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo.

Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
O Senhor te ouça no dia da tribulação; te proteja o nome do Deus de Jacó!
Aleluia, aleluia, aleluia!

Salva, Senhor, o teu povo e abençoa a tua herança!
Aleluia, aleluia, aleluia!


Evangelho:        Lc 15,11-32
Evangelho de Nosso Senhor Jesus + Cristo, segundo o Evangelista São Lucas.

Naquele tempo, Jesus contou esta parábola: «Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, me dá a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu, e partiu para um lugar distante. E aí esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome nessa região, e ele começou a passar necessidade. Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para a roça, cuidar dos porcos. O rapaz queria matar a fome com a lavagem que os porcos comiam, mas nem isso lhe davam. Então, caindo em si, disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome... Vou me levantar, e vou encontrar meu pai, e dizer a ele: - Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço que me chamem teu filho. Trata-me como um dos teus empregados’. Então se levantou, e foi ao encontro do pai. Quando ainda estava longe, o pai o avistou, e teve compaixão. Saiu correndo, o abraçou, e o cobriu de beijos. Então o filho disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço que me chamem teu filho’. Mas o pai disse aos empregados: ‘Depressa, tragam a melhor túnica para vestir meu filho. E coloquem um anel no seu dedo e sandálias nos pés. Peguem o novilho gordo e o matem. Vamos fazer um banquete. Porque este meu filho estava morto, e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado’. E começaram a festa. O filho mais velho estava na roça. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados, e perguntou o que estava acontecendo. O criado respondeu: ‘É seu irmão que voltou. E seu pai, porque o recuperou são e salvo, matou o novilho gordo’. Então, o irmão ficou com raiva, e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. Mas ele respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua; e nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Quando chegou esse teu filho, que devorou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho gordo!’ Então o pai lhe disse: ‘Filho, você está sempre comigo, e tudo o que é meu é seu. Mas, era preciso festejar e nos alegrar, porque esse seu irmão estava morto, e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado’.»

Sinaxe

Na parábola do Filho Pródigo, o Senhor revela, de maneira forte e eloquente, o perdão e a misericórdia de Deus, contextualizando personagens tão próximos em uma situação fácil de ser compreendida; por isso esta parábola é uma das mais conhecidas e meditadas pelos cristãos. Com muita frequência é o texto mais lido no tempo da Grande Quaresma da Igreja.

A parábola mostra a imensa misericórdia de Deus para com o homem pecador, mas também as disposições do pecador para encontrar a misericórdia. Deus é misericórdia, mas não invade a liberdade de seus filhos.

A misericórdia Divina é diferente da do homem.
«Os homens exercem a misericórdia na medida que podem. Em troca recebem-na de Deus de maneira copiosa. Pois não há comparação entre a misericórdia humana e divina. Entre elas há uma grande distância.»
(S. João Crisóstomo)

Jesus dá inicio a uma reveladora face do Pai que está pronto a perdoar. João Batista, preparava o povo insistindo que houvesse o arrependimento e a conversão, pois haveria um terrível juízo sobre a terra. No entanto, Jesus veio «não para condenar o mundo, mas para salvá-lo» e «veio não para os justos mas para os pecadores.» (Jo 12,47)

Os destinatários desta misericórdia são os pobres, os estrangeiros, os miseráveis e os repudiados pela sociedade, aqueles que eram tidos como os mais pecadores entre os filhos de Israel. Para Jesus, o filho pródigo está sempre sendo esperado para ser acolhido. Deus espera-nos como o pai da parábola, estendendo para nós os braços. Mas é necessário que lhe abramos o coração, que tenhamos saudades do lar paterno, que nos maravilhemos e nos alegremos perante o dom que nos fez seus filhos. É preciso que nos deixemos, aconchegar pelo abraço misericordioso do Pai.
«Não podemos conhecer a Deus segundo sua grandeza, mas podemos conhece-Lo segundo seu amor e sua misericórdia. O amor é identificado pela gratuita filiação e a misericórdia revela-se pelo ininterrupto perdão que nos é oferecido a cada queda.»
(Santo Irineu)

A vida humana é um constante voltar à casa do nosso Pai, pois somos pecadores e necessitamos deste retorno. «Levantar-me-ei e irei ter com meu pai... E lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.» (Lc 15,18)

Quando tomamos a decisão de retornar a casa do Pai, movidos pelo arrependimento, damos o primeiro passo para alcançar o perdão que nos é oferecido. A certeza deste perdão, só a teremos quando já estivermos dentro dos limites territoriais da casa. O perdão sacramental, que é a certeza absoluta do perdão divino, é dado quando já estivermos com nossos pés em solo familiar, isto é, na comunidade eclesial.

«Senhor misericordioso,
recebe a confissão do teu servo
e não leves em consideração os seus pecados,
mas o arrependimento e a contrição de seu coração
absolve suas culpas e apaga suas iniquidades,
pois, Tu disseste, ó Senhor:
«não desejo a morte do pecador,
mas que se converta e viva»;
e, também: que os pecados devem ser perdoados
até setenta vezes sete.
Tu, de majestade incomparável e misericórdia infinita,
se te fixares em cada transgressão à tua Lei,
quem poderia subsistir?
Pois, Tu és o Deus dos que se arrependem
e nós te glorificamos, Pai , Filho e Espírito Santo,
agora e sempre, pelos séculos dos séculos. Amém.»
(Oração do rito bizantino da Penitência).

A revelação que Jesus nos trouxe, mostrando um Pai que perdoa, tem sua continuidade na Igreja, através do sacramento da Reconciliação. «Tudo quanto ligares na terra será ligado no céu.»

O perdão divino continua a ser exercido na Igreja por iniciativa e vontade de Deus e pelo poder que lhe deu o próprio Cristo.

«A Igreja, corpo místico do Ressuscitado, abraça todos os filhos pródigos que voltam à casa paterna, oferecendo-lhes a roupa nova da reconciliação, o anel da filiação e a dignidade de sentar-se à mesa do Cordeiro.»
(S. Agostinho de Hipona)

Participando das riquezas da casa paterna, mas desejando uma completa independência, o mais novo dos filhos achou melhor dirigir sua própria vida, apossando-se do dinheiro que lhe pertencia, gastando com festas, amizades e alegrias vãs. O pecado do filho mais novo, não foi sair de casa, nem tomar a herança que legalmente era sua. O erro consistiu em gastar a sua herança, desfrutando de prazeres mundanos, desprezando sua família, pois achava que ela não tinha mais nada a lhe oferecer. Ele queria ser seu próprio senhor e se transformou em escravo. Ele desejava a liberdade e se transformou em prisioneiro das paixões mundanas. Quando o homem se deixa iludir pelas tentações, toma decisões equivocadas, pois seu coração se enche de orgulho e vaidade.

A permanência do filho mais velho na casa de seu pai, no entanto, não lhe dava garantia de que seu coração fosse bom. Não bastou permanecer na casa do Pai para ser digno de participar do Banquete; era preciso saber perdoar. Não bastou nada ter feito de reprovável; era necessário esperar e desejar a volta daqueles que se afastaram. A Igreja não é a Comunidade daqueles que não erram, dos que não caem. Ela é a casa dos pecadores que se reconciliam com o Pai. È a casa daqueles que sentem imensa alegria em acolher os que retornam à convivência dos irmãos.
«Alegrai-vos comigo,
pois teu irmão estava morto e reviveu;
estava perdido e foi achado.»
(Lc 15,32)

A alegria é uma característica do cristão, uma vez que nossa fé está alicerçada na Ressurreição de Jesus. Esta alegria é sinônimo de júbilo quando vemos que um irmão se reconcilia com o outro e quando nos reconciliamos com Deus, através do sincero arrependimento, pela sacramento da Confissão.

Sabemos o quanto este Sacramento, nos dias atuais, não é devidamente procurado por nós cristãos. A Igreja Bizantina empenha-se, principalmente neste tempo de preparação para a Páscoa, em proclamar o valor e a eficácia do sacramento da Reconciliação na vida dos fiéis. "É um verdadeiro tesouro da Igreja", diz-nos São João Damasceno. Tesouro este que deve ser redescoberto.

O segundo domingo do «Triodion Quaresmal» nos relembra a face misericordiosa de Deus e da necessidade de nosso arrependimento para que possamos ser merecedores desta Divina Misericórdia. Que saibamos, então, «trilhar os caminhos que nos levarão a alegria que nos reconciliar com Deus, por meio de orações e súplicas, pois Ele já está a caminho com seus braços abertos para nos acolher em seu divino coração.» (Santo Atanásio)

FONTES DE CONSULTA:
GOMES, C. Folch, «Antologia dos Santos Padres». São Paulo: Ed. Paulinas. (3ª Ed.)
SCHOKEL, Luis Alonso «Bíblia do Peregrino - Novo Testamento». São Paulo: Ed. Paulus, 2000.


08 de Fevereiro: São Teodoro, chefe militar, megalomártir (†319)


São Teodoro era natural da cidade de Evjait (na Ásia Menor, atualmente Turquia) e governava a cidade de Heracleia, próximo ao Mar Negro. Com uma vida piedosa e uma administração pública pautada pela bondade, conquistou os cidadãos e, vendo sua vida exemplar, muitos pagãos se convertiam à fé cristã. Quando rumores sobre sua vida chegaram ao imperador Licínio (208-323), que era co-regente de Constantino, este veio a Heracléia. Tratou logo de persuadir Teodoro a inclinar-se ante os ídolos, mas percebendo a firmeza de suas convicções, indignado ordenou que Teodoro fosse submetido a cruéis martírios. Primeiro, seu corpo foi estendido no chão e golpeado com barras de ferro; depois, riscaram seu corpo com ferro pontiagudo; queimavam-no com fogo e, finalmente, o crucificaram, arrancando fora seus olhos. Durante a noite apareceu-lhe um anjo que o retirou da cruz e lhe sarou todas as suas feridas.Quando, pela manhã, os servos de Licínio que tinham sido enviados para retirar seu corpo da cruz e jogá-lo ao mar, viram Teodoro completamente curado, creram em Cristo e, muitos outros pagão, presenciando este maravilhoso milagre, tornaram-se também cristãos. Ao tomar conhecimento do fato, Licínio ordenou que São Teodoro fosse Decapitado, o que aconteceu no ano 319. Seus martírios foram registrados por seu servo e escrivã Uar, que foi testemunha ocular de todos estes acontecimentos.
Tradução e publicação neste site com permissão de: Ortodoxia.org
Trad.: Pe. André


Folheto Dominical da Igreja Anunciação da Mãe de Deus


Responsável

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Editoração e Diagramação

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Atualização da Página na internet

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