14 junho 2013

48º aniversário da Comunidade Grega de Brasília (17/07/2013)

48º ANIVERSÁRIO DA 
COMUNIDADE GREGA DE BRASÍLIA 
(17 de junho)
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
No dia 17 de junho de 2013, a Comunidade Grega de Brasília completa seus 48 anos. Para lembrar essa data e homenagear os pioneiros e fundadores da comunidade, reeditamos uma história verídica contada pelo primeiro e atual Presidente de nossa instituição, o Senhor Elias Grintzos.
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Cheguei a Brasília em janeiro do ano de 1959. A minha história em Brasília é muito longa. Sobre os primeiros gregos imigrantes, posso dizer que aqui, no início de Brasília, chegaram mais de 2.000.
A vida não era fácil, mas tinha trabalho e várias opções de emprego. A maior parte dos jovens que aqui chegaram começou a trabalhar nas construções: como técnicos, engenheiros, eletricistas, bombeiros, pedreiros, etc. Outra parte como mascates nas próprias construtoras, outros como comerciantes lojistas na Cidade Livre, Vila Amauri e Vila Planalto (eu particularmente passei pelas três categorias). Nossa vida era só trabalho e o relacionamento entre nós era muito amigável (mais de 80% éramos jovens e solteiros). A minha primeira impressão foi das melhores e bastante segura, me sentia em casa porque o povo brasileiro é bastante hospitaleiro e amigo.
Sobre a criação e fundação da nossa comunidade, quero dizer que a maioria de nós tinha o pensamento e a vontade de ter um lugar de todos para nos encontrar e continuar a cultura e a nossa religião ortodoxa. Em abril de 1963 foi tomada a iniciativa por quatro amigos: Konstantino Detzortzis, Nikolaos Hatzinicolau, Roberto Diacopouolos e eu, Elias Grintzos. A primeira etapa seria adquirir um terreno para fundar a nossa sede.
Fomos atrás das autoridades competentes da época e com muita vontade e luta conseguimos esse maravilhoso terreno que temos hoje. Inicialmente foi passado no nome do Senhor Konstantino Detzortzis.
Iconostase da Igreja 
Assim, com grande entusiasmo, começamos a grande luta para reunir e transmitir para nossos compatriotas residentes nessa cidade. Passaram mais de dois anos de luta quando conseguimos reunir pela primeira vez em 17 de junho de 1965 mais de duzentos compatriotas no Núcleo Bandeirante, no restaurante ADELLI. Nesta data, foi eleita a primeira diretoria provisória para elaborar o estatuto e legalizar a nossa sociedade.
A primeira diretoria da Comunidade foi à seguinte: Elias Grintzos (Presidente), Atanasio Spanopoulos (1º Vice-Presidente), Vassilios Lemonis (2º Vice-Presidente), Roberto Diakopoulos (1º Secretário), Pascual Floridis (2º Secretário), Joannis Tsiamis (1º Tesoureiro), Dimitrios Papathanassiu (2º Tesoureiro), Thomas Moutropoulos (Procurador) e Hipocrtaes Tacopoulos (Procurador).
Em seguida essa diretoria trabalhou com muitas reuniões para elaborar e registrar o primeiro estatuto como também arrecadar recursos para arcar o terreno e construir uma igrejinha de madeira. Aproximadamente, em dois meses, conseguimos essa primeira etapa. Convidamos o Excelentíssimo Senhor Embaixador da Grécia Dimitriu no Rio de Janeiro para que ele  viesse à Brasília para nomear um Cônsul entre nós para atender nossas necessidade. Para o cargo de Cônsul Honorário indicamos o Senhor Spillios Tzemos, o qual foi aceito pelo Senhor Embaixador.
Em seguida nós preparamos os trabalhos para a Pedra Fundamental que foi realizada em 9 de janeiro de 1966. Nesta comemoração foram convidadas muitas autoridades governamentais e eclesiásticas locais como também participou por parte do Governo Grego o Excelentíssimo Cônsul de São Paulo. Da Igreja Ortodoxa participou o nosso Bispo Aristias Meletios de Buenos Aires.
A primeira missa da nossa Igreja foi realizada pelo reverendo Padre Joseph Ohmse Hanna Elias da Igreja Ortodoxa Antioquina de Anápolis.
A maioria dos patrícios naquele tempo morava no Núcleo Bandeirante assim como também sete dos nove membros da Diretoria e como conheciam o pessoal da Administração local conseguiram doação de um terreno de mil metros quadrados na 3ª Avenida da Cidade. O Senhor Atanásio Spanopoulos, como 1º Vice-Presidente, convocou uma reunião com única pauta o assunto de aceitar este terreno de mil metros quadrados. No entanto, para isso, era necessário cancelar o terreno de vinte mil metros da Asa Norte. A questão foi colocada em votação e o resultado foi de 6 votos a favor e 2 contra (eu e o Senhor Joannis Tsiamis). O Secretário Roberto Diacopoulos, por motivo de viagem, ausentou-se da reunião, e o livro de atas estava com ele. Por esse motivo não foi lavrada a ata sobre a decisão.
No dia seguinte, eu e o Senhor Joannis Tsiamis procuramos um amigo que era contador de alguns patrícios, o Senhor George Abraam, e pedimos a ele uma orientação. Ele imediatamente chamou um advogado vizinho o qual nos orientou para derrubar a atual diretoria para convocar eleições para eleger uma nova diretoria.
As eleições para a nova diretoria foi marcada para o dia 14 de janeiro de 1966.
Nesta data foi eleita a nova diretoria, composta por: Elias Grintzos (Presidente), Elefterios Caralis (1º Vice-Presidente), Petros Passalidis (2º Vice-Presidente), Crsitos Cristacos (1º Secretário), Andreas Koutsoris (2º Secretário), Joannis Tsiamis (1º Tesoureiro), Joannis Polizopoulos (2º Tesoureiro), Pantelis Georgalas (Procurador) e Dimitri Luizos (Procurador).
Os Sacerdotes que por aqui passaram foram: 1º) Pe. Christos Stratis, 2º) Pe. Georgios, de São Paulo, 3º) Pe. Georgios, da Igreja Antioquina do Rio de Janeiro, 4º) Pe. Dimitrios Contonicolau, 5º) Arquimandrita Dionisios Petrakis, 6º) Pe. Evangelos Kotsis, 7º) Pe. Emanuel Moscolidakis e 8º) Ecônomo Pe. Emmanuel Sofoulis, conosco desde 1983.
Sobre a importância da Igreja a minha avaliação é fundamental e importantíssima para a Comunidade de Brasília.
Posso dizer que a antiga geração colocou alicerces bem firmes para garantir a união, harmonia e o entendimento entre nós e tenho certeza que as novas gerações continuarão com os mesmo valores que nós trouxemos da nossa Terra Natal.
Os projetos para o futuro da nossa comunidade posso dizer que são muito prósperos. Para finalizar, quero agradecer todos os patrícios e amigos pelo apoio e colaboração e principalmente ao Pe. José Homsi Hanna Elias como também a todos os amigos da Comunidade Sírio-Libanesa, muitos amigos brasileiros e várias autoridades que até hoje continuam participando e colaborando para a melhoria de nossa Comunidade. A nossa intenção inicial não era fazer algo com grande beleza material e sim cultural.
Espero que os mais jovens e as novas gerações façam o possível para que a Comunidade Helênica de Brasília seja um centro da divulgação da cultura grega.
Elias Grintzos

* Texto extraído da revista Mensagens Cristã-Ortodoxas, editada pela Igreja Anunciação da Mãe de Deus (Ano II, vol. 4, n. 3, mar-abr 2008, pp. 10-12). 

A Comunidade Grega de Brasília é uma associação privada, nos termos do Código Civil, registrada sob o nome de Sociedade Beneficente Cristã Ortodoxa Grego-Brasileira do DF

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