20 junho 2013

Domingo de Pentecostes (23/06/2013)

DOMINGO DE PENTECOSTES
Κυριακή τς Πεντηκοστής 
(MAT.: Jo. 20, 19-23 | LIT.: At. 2: 1-11 e Jo. 7: 37-52; 8:12)
Hoje nós comemoramos a Festa do Espírito Santo. O que sabemos sobre Ele? No Ofício de Vésperas, belas palavras são proclamadas nas orações ao Espírito Santo. Mas pensemos N’ele, no nome que a Ele é dado no Evangelho: Paráclito (gr. Παράκλητος), que é traduzido como “Consolador” ou como “Defensor” (cf. Jo. 14:16).
Deveras, Ele é Aquele Que é Consolador; Aquele que nos consola por nossa separação de Cristo, nós que somos órfãos, que desejamos estar com Cristo nosso Deus, nosso Salvador,
e que sabemos que, enquanto estivermos sob o domínio da carne – e estas são as palavras de São Paulo –, estaremos separados de Cristo (cf. Rm. 8:7).
Mas, para que Ele seja nosso Consolador, primeiro devemos estar cientes do fato de que estamos separados de Cristo. Eis a primeira pergunta que devemos nos fazer: estamos cientes disso, ou vamos viver na ilusão de que estamos em Deus e que Deus está em nós, e que nada mais é necessário? Na verdade, carecemos de muito mais!
Ele é também Aquele Que, sendo o Consolador, nos dá força, a força para viver – apesar da separação –, a força para permanecer firme e realizar a Vontade e Desígnios de Deus e cumprir Seus mandamentos. Ele é Aquele que nos dá vigor à alma, determinação e poder de agir. Mas ele é tudo isso apenas quando nos voltamos para Ele, com sinceridade, e dizemos: Vem! Vem e habita em nós! Purifica-nos! Seja não apenas nosso Consolador, mas também nossa força!
Por fim, Ele é Aquele Que nos concede, ainda hoje, a alegria de saber o quão próximos estamos de Deus, apesar da infinita distância que parece haver entre nós e o Pai; Aquele Que, por sussurros inaudíveis, revela a Deus o íntimo de nossos corações, nós que somos o próprio povo de Cristo, Seus irmãos e irmãs na humanidade, pois somos filhos de Deus-Pai. Eis a nossa alegria, nossa dignidade e também nossa responsabilidade...
Se pensarmos em nosso mundo, que é a tão grande quanto Deus, o Espírito Santo já é o começo para nossa vida eterna. Sua presença é um fato decisivo. Ele bate contra as rochas, assim como mar, quebrando tudo que demonstra resistências. Ele é a alegria da eternidade que bate em nossa porta, que entra em nossas vidas, lembrando-nos de Deus, nosso Pai, de Cristo, nosso Salvador, e da grandeza e dignidade de Deus, mostrando-nos que todas as coisas são possíveis ao poder de Cristo Quem sustenta e alimenta nossa alma.
Comemoremos, portanto, esta Festa com amor, gratidão e responsabilidade. E que o Espírito de Deus Que desceu em línguas de fogo sobre os Apóstolos, também desça sobre nós, tornando-nos incandescentes sem nos consumir, como uma “sarça ardente” (cf. Ex. 3:2-3; At. 7:30), e tocando-nos com Sua voz mansa e pacífica, lembrando-nos da humildade de Cristo, de sua entrega por nós e de Seu amor por nós.
Amém.
Por: Metropolita Anthony de Sourozh
Catedral da Dormição da Mãe de Deus (Londres)


Boletim n. 22, 23.06.2013: 
Domingo de Pentecostes (Download)
Tropário, 8º Tom
Ελογητς ε, Χριστ Θες μν, πανσόφους τος λιες ναδείξας, καταπέμψας ατος τ Πνεμα τ γιον, κα δι᾿ ατν τν οκουμένην σαγηνεύσας, Φιλάνθρωπε, δόξα σοι.

Bendito sejas Tu, ó Cristo nosso Deus, que fizeste de simples pescadores mestres em sabedoria, enviando-lhes o Espírito Santo e por eles conquistando todo o mundo. Ó Tu, que amas a humanidade, glória a Ti!

Kontákion, 8º Tom
τε καταβς * τς γλώσσας συνέχεε,* διεμέ ριζεν θνη ψιστος· * τε το πυρς * τς γλώσσας διένειμεν, * ες νότητα πάντας κάλεσε· * κα συμφώνως δοξάζομεν * τ πα νάγιον Πνεμα.


Quando, outrora, Ele desceu à terra, o Altíssimo confundiu as línguas e dispersou os povos. Mas, quando distribuiu as línguas de fogo, Ele chamou todos os homens à unidade. Glorifiquemos, a uma só voz,
o Espírito Santo.

PARA REFLETIR
v O Espírito Santo em nossas vidas.
v O Espírito Santo nos ofícios da Igreja.
v  O tempo devotado à celebração da Festa de Pentecostes.

PENSAMENTO
Bartolomeu I, Patriarca Ecumênico.



“Na liturgia, os Cristãos Ortodoxos sentem que são parte de um mundo que simultaneamente transcende e contém este mundo, pois eles são uma parte de nada menos que o Céu (...).De acordo com a Ortodoxia, na vida espiritual tudo tem sua origem e essência na conexão e dependência com a Divina Liturgia.” 

(Encountering the mystery: understanding Orthodox Christianity today. Doubleday, 2008, p. 35)





* Leituras conforme o Typikon do Patriarcado Ecumênico (Τυπικν τς Μεγάλης το Χριστο Εκκλησίας): Typikon 23-jun-2013.

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