14 junho 2013

Ascensão de Cristo (13/06/2013)

QUINTA-FEIRA DA ASCENSÃO DE CRISTO 
6ª Quinta-feira após a Santa Páscoa
(At. 1: 1-12 e Lc. 24: 36-53)
Enfim, é chegada a hora de comemorar a Festa da Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Chegamos ao último dia da presença física de Cristo na Terra. Isto marca o cumprimento de todas as profecias – desde a sua concepção pela Anunciação à Virgem Maria, seu nascimento e todos os acontecimentos da sua vida terrena – tudo lembrado por nós, conforme as narrações dos Santos Evangelhos.
Cristo desceu do céu, a fim de extirpar o poder das trevas sobre a humanidade. Cristo foi crucificado e ressuscitou dentre os mortos, a fim de vencer a morte. Cristo ascendeu ao céu, a fim de elevar a natureza humana às alturas.
Mas Ele não ascendeu do mesmo modo que Ele desceu. Ele ascendeu levando consigo um corpo humano, a alma humana, a mente humana, a vontade humana, todos os atributos da natureza humana, exceto o pecado; pois a natureza humana de Cristo é a natureza humana como foi concebida por Deus.
Devemos notar, porém, que todas essas vitórias de Cristo sobre as trevas foram realizados com humildade.
Em seu nascimento não houve nenhuma festa, comemoração, exaltação ou, como diríamos hoje, nenhuma mídia. Tudo aconteceu com discrição, humildade e sem riqueza ou luxo, eis que Salvador da humanidade nasceu entre animais em um estábulo.
Em sua crucificação também não houve glória; pelo contrário, morreu cercado de ladrões, foi injuriado e zombado. A morte do corpo de Cristo foi uma morte solitária.
Na sua ressurreição, ninguém viu nada. As mulheres que viram o sepulcro vazio sequer acreditaram. Apenas algumas dezenas de fiéis passaram a acreditar na ressureição nas primeiras semanas após a Sua Ressurreição.
Em sua Ascensão no Monte das Oliveiras, fora da cidade de Jerusalém, as únicas testemunhas foram sua Mãe e os onze discípulos.
Podemos observar que a humildade sempre acompanhou todos os grandes eventos, todas as grandes vitórias da vida de Cristo. Assim sucedeu porque na Igreja, a vitória é a humildade. Cada ato da humildade é uma vitória sobre a soberba daquele que foi aprisionado nas trevas.
E, a fim de nos conceder a oportunidade da humildade, no último acontecimento da sua presença física entre nós, Cristo nos dá duas coisas:
Primeiro, Ele conforta seus discípulos e a nós com a promessa do Espírito Santo no Pentecostes, Que nos guiará a toda a verdade, a toda a humildade.
Segundo, por meio de Seus santos anjos, Ele nos lembra de que, assim como ele ascendeu ao céu, um dia Ele retornará à Terra com seus anjos sob uma nuvem de glória. Ele nos lembra de que Ele voltará em sua segunda e gloriosa vinda para julgar toda a Terra.
Quando Cristo ascende ao céu, Ele nos promete o Espírito Santo.
Quando ele descer em sua Segunda Vinda, Ele virá com glória, como a vitória sobre a morte, para julgar todos os atos impuros, i.e., todos os pecados, pois como escreve o Apóstolo, “Porque o salário do pecado é a morte, enquanto o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm. 6: 23).
Assim, Deus é vitorioso na humildade. Portanto, a Igreja Ortodoxa e os fiéis cristãos ortodoxos também são vitoriosos; porém, apenas quando há humildade.
Deus é o Salvador misericordioso, é o Justo Juiz entre nós, concedendo-nos o Espírito Santo para nos guiar em nosso caminho para a vitória da humildade. Como temos cantado neste dia: "Eu estou convosco e ninguém é contra vós.”
Glória a Ti, ó Senhor, Glória a Ti!
Amém.
Boletim n. 20, 13.06.2013: 
Ascensão de Cristo (Download)


PARA REFLETIR
v  A eterna presença de Cristo.
v  A festa da Ascensão de Jesus Cristo.
v A gloriosa segunda vinda de Jesus Cristo.

PENSAMENTO
† São Gregório do Sinai.
136. A inteira dogmática da Ortodoxia consiste na verdadeira doutrina sobre Deus e no infalível conhecimento espiritual de tudo que foi criado. Se somos ortodoxos, devemos render glória a Deus assim: “Glória a Ti, Cristo, nosso Deus, glória a Ti, porque para nossa salvação Tu, o Verbo Divino, que transcende todas as coisas, tornaste homem. Grande é o mistério de Tua encarnação, ó Salvador: glória a Ti.”

Sobre os mandamento... in: Philokalia, Vol. 4, p. 251

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