02 setembro 2014

14º Domingo depois da Páscoa

PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA
Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
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Brasília, 27 de julho de 2014
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7º Domingo de Mateus
7º Domingo depois de Pentecostes
14º Domingo depois da Páscoa

Matinas

Tropário:
As potestades angélicas apareceram no teu venerado sepulcro e os guardas ficaram como mortos. E Maria colocou-se junto do sepulcro, procurando o teu puríssimo corpo; entretanto, subjugaste o inferno, sem ser molestado por ele e encontraste a Virgem, revelando a vida. Senhor, que ressurgiste dos mortos, glória a ti!
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
As potestades angélicas apareceram no teu venerado sepulcro e os guardas ficaram como mortos. E Maria colocou-se junto do sepulcro, procurando o teu puríssimo corpo; entretanto, subjugaste o inferno, sem ser molestado por ele e encontraste a Virgem, revelando a vida. Senhor, que ressurgiste dos mortos, glória a ti!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Ó Tu que chamaste Tua Mãe bendita e voluntariamente assumiste a paixão, brilhaste sobre a cruz para reencontrar Adão, dizendo aos Teus anjos: alegrai-vos comigo pois encontrei a dracma perdida. Ó nosso Deus, que com sabedoria ordenaste todas as coisas, glória a Ti.

Katisma:
O sepulcro está aberto, o inferno se lamenta e Maria exclama aos apóstolos prostrados: "Saí, operários da vinha, proclamai a nova da ressurreição. O Senhor ressuscitou e deu ao mundo a grande misericórdia."
Glória ao Pai , Filho e Espírito Santo.
Ao lado de Teu sepulcro, Senhor, Maria Madalena chora e se lamenta: Ela Te fala e, pensando que eras o jardineiro, e diz: "Onde colocaste a vida eterna? Onde colocaste aquele que se assenta sobre o trono dos querubins?" E quando ela viu os guardas gelados, caírem como mortos, exclamou: "Dai-me o meu Senhor, ou então clamai comigo: glória a Ti que desceste até os mortos, glória a Ti que ressuscitaste dos mortos."
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos.

Theotokion:
Ó Mãe de Deus, Gedeão anuncia tua concepção e profetiza teu parto. Porque o verbo do Pai desceu ao teu seio como a chuva na lã das ovelhas e tu, ó santa terra, e cheia de graça fizeste germinar para nós, sem semente, este fruto, a salvação do mundo, o Cristo nosso Deus.

Evangelho                                                                              Jo 20, 19-31
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Evangelista São João.
Naquele tempo, chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco. E, dizendo isto, mostrou-lhes as suas mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor. Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. «queles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos. Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o meu dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei. E oito dias depois estavam outra vez os seus discípulos dentro, e com eles Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco. Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram. Jesus, pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.

Divina Liturgia

Tropário da Ressurreição - 6º tom:
As potestades angélicas apareceram no Teu venerado Sepulcro, e os guar-das ficaram como mortos, e Maria colocou--se junto do Sepulcro, procurando o Teu puríssimo Corpo. Entretanto, subjugaste o inferno, sem ser tentado por ele, e encontraste a Virgem, revelando a vida, Senhor, que ressuscitaste dos mortos, glória a Ti

Kondakion – 6º tom:
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Levantando com sua vivificante mão todos os mortos dos vales tenebro-sos, Cristo Deus, Doador da vida, quis conceder a Ressurreição ao gênero humano; pois Ele é o Salvador, a Ressurreição, a Vida e o Deus de todos.

Theotokion – 6º tom:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Clamando com a tua bendita Mãe, voluntariamente, viste padecer, irradiando na cruz, desejaste encontrar Adão, dizendo aos anjos: Alegrem-se comigo, porque foi encontrado o dracma perdido, Deus nosso, que com sabedoria tudo consolidaste, glória a Ti!

Hino à Mãe de Deus:
Ó Admirável e Protetora dos cristãos e nossa Medianeira do Criador não desprezes as súplicas de nenhum de nós pecadores, mas apressa-te em auxiliar-nos como Mãe bondosa que és, pois te invocamos com fé: roga por nós junto de Deus, tu que defendes sempre aqueles que te veneram.

Prokimenon:
Salva, Senhor, o teu povo e abençoa a tua herança. (Sl 28, 9)
Clamo a Ti, Senhor, meu rochedo presta ouvido aos meus rogos. (Sl 28, 1)

Epístola                                                                                           2Tim. 2, 1-10
Leitura da 2ª Epístola de São Paulo a Timóteo.
Tu, portanto, meu filho, procura progredir na graça de Jesus Cristo. O que de mim ouviste em presença de muitas testemunhas, confia-o a homens fiéis que, por sua vez, sejam capazes de instruir a outros. Suporta comigo os trabalhos, como bom soldado de Jesus Cristo. Nenhum soldado pode implicar-se em negócios da vida civil, se quer agradar ao que o alistou. Nenhum atleta será coroado, se não tiver lutado segundo as regras. É preciso que o lavrador trabalhe antes com afinco, se quer boa colheita. Entende bem o que eu quero dizer. O Senhor há de dar-te inteligência em tudo. Lembra-te de Jesus Cristo, saído da estirpe de Davi e ressuscitado dos mortos, segundo o meu Evangelho, pelo qual estou sofrendo até as cadeias como um malfeitor. Mas a palavra de Deus, esta não se deixa acorrentar. Pelo que tudo suporto por amor dos escolhidos, para que também eles consigam a salvação em Jesus Cristo, com a glória eterna.

Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Quem habita ao abrigo do Altíssimo e vive à sombra do Senhor Onipotente (Sl 91, 1)
Aleluia, aleluia, aleluia!
Diz ao Senhor, sois meu refúgio e proteção sois o meu Deus no qual confio inteiramente. (Sl 91, 2).
Aleluia, aleluia, aleluia!

Evangelho Mt: 9, 27-35
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Evangelista São Mateus:
E, partindo Jesus dali, seguiram-no dois cegos, clamando, e dizendo: Tem compaixão de nós, filho de Davi. E, quando chegou à casa, os cegos se aproximaram dele; e Jesus disse-lhes: Credes vós que eu possa fazer isto? Disseram-lhe eles: Sim, Senhor. Tocou então os olhos deles, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé. E os olhos se lhes abriram. E Jesus ameaçou-os, dizendo: Olhai que ninguém o saiba. Mas, tendo eles saído, divulgaram a sua fama por toda aquela terra. E, havendo-se eles retirado, trouxeram-lhe um homem mudo e endemoninhado. E, expulso o demônio, falou o mudo; e a multidão se maravilhou, dizendo: Nunca tal se viu em Israel. Mas os fariseus diziam: Ele expulsa os demônios pelo príncipe dos demônios. E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.

Sinaxe
O evangelho do VII domingo de Mateus evoca em palavras sucintas, mas dinâmicas, a chegada ao mundo do profeta que anuncia a instauração do Reino de Deus: Jesus de Nazaré. Para isso percorria as cidades e povoados, pregava o amor e o perdão, proclamava a Boa Nova, curava os enfermos, revelando em cada gesto, o amor misericordioso e a ternura do Pai.
É recorrente a situação de cura de deficiências físicas e outras enfermidades no Evangelho proclamado nas últimas semanas e nas que seguem. Jesus é o Divino Médico que, movido pela compaixão , restaura a integridade da pessoa humana.
Neste domingo, Jesus opera a recuperação da visão a dois cegos e solta a voz a um mudo que imploram por sua compaixão. Estes gestos revelam a origem do poder em nome do qual age. O texto parece mais revelador em Mt 11,20-24 quando o Senhor constata a incredulidade do povo face ao descaso e indiferença para com a manifestação de Deus naquele lugar. "Ai de Ti... porque se em Tiro ou em Sidônia tivessem sido realizados os milagres que em vós se realizam, muitos teriam se arrependido..."
Os milagres e as curas são um convite ao arrependimento e a conversão, tema central de sua mensagem: "Arrependei-vos porque está próximo o Reino de Deus" (Mt 4,17). Há uma estreita conexão entre as curas e a pregação do Reino de Deus.
A admiração do povo simples e dos discípulos diante da poderosa palavra do pregador e taumaturgo de Nazaré contrasta com a dos teólogos (escribas) vindos de Jerusalém (pois lá se encontravam e podiam ser estudados em profundidade os rolos completos da S. Escritura de Israel) que levantam discussão acerca da origem diabólica ou não do poder de Jesus (w. 22-30).
Dizem que Jesus mantém aliança com Belzebu, chefe dos demônios, e recebe deste o poder de mandar nos maus espíritos. Jesus ridiculariza tal "explicação" (que provavelmente foi repetida pelos adversários de Jesus muitos anos depois de sua morte). Será que Satanás se expulsa a si mesmo? Um reino internamente dividido está fadado a se dissolver! Ou será que alguém pode saquear a casa de um homem valente sem amarrá-lo? Dá assim a a entender que seu poder não é do diabo, mas de quem é mais forte que este, e os ouvintes sabem que "Forte" é um título divino e messiânico. Jesus deixa os ouvintes tirarem a conclusão.
Quem tem o olhar puro e objetivo vê que Jesus está dominando Satanás. Mas a alguns falta o olhar puro para reconhecer isso. Os que criticam Jesus têm as vistas viciadas. Por isso, Jesus acrescenta: "Em verdade, tudo pode ser perdoado às pessoas humanas, pecados e mesmo as blasfêmias que proferirem, mas quem blasfema contra o Espírito Santo (= o Espírito de Deus que age em Jesus) não recebe perdão nunca. Ele é réu de pecado para sempre". Pelo menos, enquanto não retrai sua "blasfêmia", sua má vontade, incompatível com a graça e o perdão de Deus.
A libertação do mal, as curas das enfermidades são sinais reveladores do mundo futuro anunciado por Jesus, onde as pessoas totalmente de Deus "farão milagres como Jesus os fez ou até mesmo maiores".
Aos incrédulos e aos de coração duro, por mais que a glória de Deus se lhes manifeste, encontrarão sempre razões para justificar a resistência à fé, a incredulidade. Aos que se deixam mover pelo Espírito de Deus, porém, os acontecimentos mais simples do cotidiano são sinais do Reino já instaurado neste mundo. Somente os olhos inocentes vêem aquilo que se oculta aos soberbos: a presença de Deus que caminha do nosso lado, que é Emanuel (Deus conosco) e e que é libertação de todo o mal.
O Espírito Santo nos faz livres da possessão do mal. "O Espírito comunica a vida, e onde se acha o Espírito do Senhor, aí está a liberdade" 2Cor 3,6- 17 .
Na leitura dos Apóstolos, São Paulo exorta à Comunidade de Roma daquele tempo e também às nossas comunidades cristãs de hoje, para que haja unanimidade, que os mais fortes suportem as fraquezas dos mais fracos e cooperem na sua edificação. A unanimidade (unidade), é característica fundamental da comunidade cristã. E lembra-nos que, em tudo, devemos ser imitadores do Senhor: na concórdia, na fidelidade, na paz e na harmonia.
Como cristãos é dever proclamar com a vida o Reino que anunciamos com palavras. Diz-nos São João Crisóstomo que [...] Cristo deixou-nos na terra para que sejamos faróis que iluminam, doutores que ensinam; para que cumpramos o nosso dever como o fermento [...]. Nem sequer seria necessário expor a doutrina se a nossa vida fosse tão radiante, nem seria necessário recorrer às palavras se as nossas obras dessem tal testemunho. Já não haveria nenhum pagão, se nos comportássemos como verdadeiros cristãos. (Homilias sobre a primeira Epístola a Timóteo, 10)




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