19 outubro 2016

3º Domingo de Lucas



PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA

Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e América do Sul
Igreja Anunciação da Mãe de Deus
SGAN - Quadra 910 - Módulo ‘’B’’ - CEP: 70.790-100 - Brasília-DF
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Brasília, 09 de outubro de 2016.
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«3º Domingo de Lucas»

(16º depois de Pentecostes – Modo Grave)

Memória de São Tiago, filho de Alfeu, apóstolo (séc. I).



MATINAS

Apolitikion (Tropário) – Modo Grave - (7º tom):
Destruístes com a Tua Cruz a morte, abristes ao ladrão o paraíso, transformaste o luto das mirróforas e ordenaste, aos Teus Apóstolos pregarem que Tu ressuscitaste, ó Cristo Deus, dando ao mundo a grande misericórdia.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,

Destruístes com a Tua Cruz a morte, abristes ao ladrão o paraíso, transformaste o luto das mirróforas e ordenaste, aos Teus Apóstolos pregarem que Tu ressuscitaste, ó Cristo Deus, dando ao mundo a grande misericórdia.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Virgem gloriosa, tesouro de nossa ressurreição, arrancai dos abismos do pecado aqueles que colocam a sua esperança em Ti, pois salvaste os pecadores subjugados às suas faltas, Tu que destes nascimento à nossa salvação, Tu que permanecestes virgem no parto, durante o parto e após o parto.

Katisma – Modo Grave - (7º tom):
1ª Katisma:
A vida foi posta no sepulcro e o selo sobre a pedra. Os soldados custodiaram a Cristo como ao rei que dorme; os anjos o glorificaram como rei imortal; e as mulheres proclamaram dizendo: “Ressuscitou o Senhor dando ao mundo grande misericórdia!”
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.

Oh Cristo Deus, derrotaste a morte com a Tua sepultura de três dias, e Ressuscitaste, com Tua vivificadora Ressureição, o homem corrompido. Glória a Ti, oh Único amante da humanidade.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.

Theotokion:
Oh Virgem Mãe de Deus, intercede sem cessar ante Cristo Deus, quem por nós foi crucificado e ressuscitou destruindo o poder da morte para salvar nossas almas.

2ª Katisma:
Estando selado o sepulcro ressurgiste resplandecente, oh Vida! E estando as portas cerradas vieste a teus Discípulos, oh Cristo Deus, ressureição de todos, e com eles nos renovaste o Espírito reto conforme a grande misericórdia.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espirito Santo.

As mulheres correram a teu sepulcro levando aromas mesclados com lágrimas; e ao ver os soldados vigiando, oh Rei de todos, disseram entre si: “Quem removerá a pedra?” Mas o grande enviado Ressuscitou, pisoteando a morte. Onipotente Senhor, glória a Ti!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Theotokion:
Alegra-te, oh Virgem Mãe de Deus cheia de graça, porto e intercessora do gênero humano, porque em ti encarnou o Salvador do mundo, sendo tu única Mãe e Virgem. Intercede a Cristo nosso Deus, para que conceda a paz ao mundo, oh Bendita e para sempre glorificada.

Ypakoí – Modo Grave- (7º tom):
Obediência:
Tu que tomaste nossa imagem e semelhança e que suportaste a crucificação em seu corpo, salva-me com Tua ressureição, oh Cristo Deus, porque és amante da humanidade.

Anabtmo:
1ª Antífona:
Oh Salvador, Tu que salvaste a Sion do engano durante o exílio, salva-me da escravidão das paixões e reviva-me.
O semeador, que em sua semeadura padece e derrama lágrimas, colherá a alegria vivificante que sempre alimenta.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
O Espírito Santo é a fonte dos tesouros divinos, porque dele é a sabedoria, o respeito e o entendimento. Para Ele o louvor, a glória, a força e toda honra.

2ª Antífona:
Se o Senhor não construísse a casa da alma, em vão nos cansaríamos porque sem ele jamais se realizará o dito feito.

Os Santos são a recompensa do fruto do ventre, e amadurecem em quanto o Espírito os move a crer na adoção paternal.

Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Pelo Espírito Santo se deu existência a toda criação, porque ele tem o senhorio desde sempre. Ele é a Luz inacessível, Deus é vida de todos.

3ª Antífona:
Os que temem ao Senhor são sempre bem-aventurados, pois encontraram o caminho da vida e a glória eterna.
O Chefe dos pastores, quando viu os filhos de seus filhos como plantas ao redor de Sua mesa, alegrou-se, regozijou-se e ofereceu-os à Cristo.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
O Espírito Santo é a fonte dos dons, a riqueza da glória, e o fundamento dos grandes mandamentos; por isso é adorado juntamente com o Pai e o Filho na glória.

Prokimenon:
Levanta-te, Senhor e Deus meu, estende Tua mão!
Não Te esqueça de Teus pobres para sempre! (2 vezes).

Stichos:
Te confesso, Senhor, como todo o meu coração.
Levanta-te, Senhor e Deus meu, estende Tua mão! Não Te esqueça de Teus para sempre!

Kondakion – Modo Grave - (7º tom):
O império da morte não pode mais reter os homens, porque o Cristo para quebrar e destruir seu poder.
O inferno está acorrentado, o coro dos profetas se rejubila. Dizei aos fiéis: Eis o Salvador, saí à frente da ressurreição.

Ikós:
Neste dia, as profundezas do abismo do inferno tremeram diante da Unidade da Trindade.
A terra estremeceu, os guardas das portas infernais permaneceram terrificados ao vê-lo.
E toda a criação se rejubilou, cantando com os profetas um cântico de vitória a Ti, nosso Deus libertador, que destruíste as forças da morte.
Possamos clamar de alegria e bradar a Adão e seus filhos: O madeiro da cruz te fez entrar no paraíso, saí fiéis à frente da ressurreição.

Evangelho:                                                                           Lc 24, 13-35
Evangelho de Nosso Senhor Jesus  Cristo, segundo o Evangelista São Lucas:
 
Naquele tempo, dois discípulos iam para um povoado, chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. Conversavam a respeito de tudo o que tinha acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou, e começou a caminhar com eles. Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram. Então Jesus perguntou: «O que é que vocês andam conversando pelo caminho?» Eles pararam, com o rosto triste. Um deles, chamado Cléofas, disse: «Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que aí aconteceu nesses últimos dias?» Jesus perguntou: «O que foi?» Os discípulos responderam: «O que aconteceu a Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em ação e palavras, diante de Deus e de todo o povo. Nossos chefes dos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte, e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele o libertador de Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que tudo isso aconteceu! É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo, e não encontraram o corpo de Jesus. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos, e estes afirmaram que Jesus está vivo. Alguns dos nossos foram ao túmulo, e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas ninguém viu Jesus.» Então Jesus disse a eles: «Como vocês custam para entender, e como demoram para acreditar em tudo o que os profetas falaram! Será que o Messias não devia sofrer tudo isso, para entrar na sua glória?» Então, começando por Moisés e continuando por todos os Profetas, Jesus explicava para os discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele. Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: «Fica conosco, pois já é tarde e à noite vem chegando.» Então Jesus entrou para ficar com eles. Sentou-se à mesa com os dois, tomou o pão e abençoou, depois o partiu e deu a eles. Nisso os olhos dos discípulos se abriram, e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. Então um disse ao outro: «Não estava o nosso coração ardendo quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?» Na mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém, onde encontraram os Onze, reunidos com os outros. E estes confirmaram: «Realmente, o Senhor ressuscitou, e apareceu a Simão!» Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus quando ele partiu o pão.

Exapostilário – 5º:
Cristo que és o caminho e a vida, depois de sua ressurreição dentre os mortos, acompanhaste a Lucas e Cléofas, que o reconheceram em Emaús ao partir o pão, e cujos corações arderam quando lhes falou no caminho, explicando-lhes tudo que está escrito sobre seu sofrimento. Exclamemos com eles: Em verdade o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão Pedro.

Theotokion – 5º:
Oh Criador meu, louvo Tua piedade incontenivel. Tu que te rebaixaste para vestir a natureza humana, e sendo Deus, aceitaste por mim, encarnaste na donzela pura de Deus, desceste ao Hades e quiseste salvar-me pela intercessão de Tua Mãe, oh Senhor, todo piedade.

Laudes - Modo Grave - (7º tom):
Tudo que respira louve ao Senhor! Louvai o Senhor do Céu, louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o todos os seus exércitos! A ti pertence l louvor o Deus!

1 – Esta glória será para todos os Justos.
Cristo ressuscitou dentre os mortos rompendo as cadeias da morte. Anuncia, oh Terra, a grande alegria, e louvem, oh céus, a glória de Deus.

2 – Louvai a Deus em seu santuário, louvai na magnificência de seu firmamento!
Vimos a ressurreição de Cristo, prosternemo-nos ante o Santo Senhor Jesus, Ele o único isento de pecado.

3 – Louvai por suas proezas, louvai conforme Sua imensa grandeza!
Não sejamos tíbios em prosternamo-nos ante a ressurreição de Cristo, porque nos salvou de nossos pecados. Santo é o Senhor Jesus que nos mostrou Sua ressurreição.

4 – Louvai ao som da trombeta, louvai com saltério e a harpa!
Com que recompensaremos o Senhor por tudo que nos tem dado? Porque Deus, por nós, convivem com os humanos, e por nossa natureza corrupta o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Ele é o Benfeitor dos ingratos e Salvador dos cativos. Sol da justiça para os que estão nas trevas. Ele impassível sobre a Cruz. A luz no Hades, a Vida na morte, e a ressurreição para os caídos. Por isso clamamos: oh Deus nosso glória a Ti.

5 – Louvai com pandeiro e a dança; louvai com cordas e flautas!
Senhor, destruíste as portas do Hades e, com Teu poder, acabaste com a força da morte. Com Tua divina e gloriosa ressurreição levantaste os mortos, que estavam na obscuridade desde o princípio, porque és Rei de todos, Deus Todo-poderoso.

6 – Louvai com címbalos retumbantes; louvai com címbalos de júbilo. Tudo que respira louve ao Senhor!
Vinde, alegramo-nos com o Senhor e regozijemo-nos com Sua ressurreição, porque com Ele ressuscitou os mortos livrando-os das cadeias do Hades, e com Deus outorgou ao mundo a Vida eterna e a grande misericórdia.

7 – Levanta-Te, Senhor meu e Deus meu, que tua mão se levante e não te esqueças para sempre de Teus pobres.
O Anjo brilhante, sentado sobre a pedra, anunciou às Mirróforas: “O Senhor ressuscitou como havia predito, dando ao mundo a grande misericórdia. Anunciai aos Seus Discípulos que Ele os precederá na Galileia”.

8 – Te confesso, Senhor, como todo meu coração e proclamo todos teus milagres.

Oh judeus transgressores, porque recusaste a Pedra Angular? Esta é a Pedra que Deus pôs em Sion, que fez brotar a água da pedra e que fez brotar do seu lado a imortalidade. Esta é a pedra que foi cortada da montanha virginal, sem a vontade do homem. O Filho do Homem veio sobre as nuvens do céu, como disse Daniel na antiguidade, e seu reino é eterno.

Eothinon – 5º:
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.

Ó Cristo, como é admirável a Tua justiça e Teu arbítrio. Ao conceder a Pedro o entendimento de Tua ressurreição, pelo simples olhar do Teu Santo Sudário!

Porém, acompanhando e conversando com Lucas e Cleófas não deixaste que eles Te reconhecessem; por isso eles menosprezaram-Te, considerando-Te o único, estando em Jerusalém, que não sabia o que tinha acontecido. Mas, de acordo com o entendimento deles, lhes explicaste tudo o que foi dito pelos Profetas sobre Ti!

Ao partires o pão, se lhes abriram os olhos e Te reconheceram, pois estavam aflitos para isso. Voltaram, porém, para Jerusalém, onde se achavam reunidos os discípulos e anunciaram claramente a Tua ressurreição. É confiando nela, ó Senhor, que nós Te pedimos: tem piedade de nós.
 
Theotokion:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus, em cujo seio se encarnou Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da maldição, destruindo a morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em qualquer tempo, e sempre o Seu louvor estará em minha boca (2 vezes).

Apolitikion (Tropário):
Hoje se realizou a salvação do mundo. Louvemos Aquele que ressuscitou do sepulcro, a essência de nossa vida. Porque pisou a morte com a morte, dando-nos a vitória e a grande misericórdia.

Extraído do site ecclesia.com.br
 Divina Liturgia

Anunciação - Modo 4:
É hoje o começo da nossa salvação e a manifestação do mistério eterno.
O Filho de Deus torna-Se Filho da Virgem e Gabriel anuncia a graça.
Por isso, cantamos com ele à Mãe de Deus:
“Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!”

Apolitikion (Tropário) da Ressurreição - Modo Grave - (7º tom):
Destruístes com a Tua Cruz a morte, abristes ao ladrão o paraíso, transformaste o luto das mirróforas e ordenaste, aos Teus Apóstolos pregarem que Tu ressuscitaste, ó Cristo Deus, dando ao mundo a grande misericórdia.

Kondakion – Modo Grave - (7º tom):
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
O domínio da morte já não pode submeter o homem pois Cristo, descendo, aboliu e destruiu o seu poder, o Hades está vencido, e os profetas se alegram, clamando em uníssono: "O Salvador apareceu àqueles que têm fé! Corram, fiéis, para a Ressurreição!"

Theotokion – Modo Grave - (7º tom):
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Como templo da nossa ressurreição, ó Toda-gloriosa retira do túmulo e da desolação aqueles que esperam em ti, tu nos salvaste da escravidão do pecado, gerando a nossa Salvação, permanecendo sempre virgem.
Tudo consolidaste, glória a Ti!

Prokimenon:
O Senhor dará poder a seu povo O Senhor abençoará seu povo com a paz.
Oferecei ao Senhor, ó filhos de Deus, oferecei ao Senhor tenros cordeiros.

Epístola:                                                                                2Cor 6, 1-10
Leitura da Segunda Epístola do Apostolo São Paulo aos Coríntios:

Irmãos, visto que somos colaboradores de Deus, nós exortamos vocês para que não recebam a graça de Deus em vão. Pois Deus diz na Escritura: «Eu escutei você no tempo favorável, e no dia da salvação vim em seu auxílio.» É agora o momento favorável. É agora o dia da salvação. De nossa parte, evitamos dar qualquer motivo de escândalo, para que o nosso ministério não seja criticado. Pelo contrário, em tudo nos recomendamos como ministros de Deus: pela grande perseverança nas tribulações, necessidades, angústias, açoites, prisões, desordens, fadigas, vigílias e jejuns; pela pureza, ciência, paciência e bondade, pela atuação do Espírito Santo, pelo amor sem fingimento, pela palavra da verdade, pelo poder de Deus, pelas armas ofensivas e defensivas da justiça; na glória e no desprezo, na boa e na má fama; tidos como impostores e, no entanto, dizendo a verdade; como desconhecidos e, no entanto, conhecidos; como agonizantes e, no entanto, estamos vivos; como castigados e, no entanto, livres da morte; como tristes e, no entanto, sempre alegres; como indigentes e, no entanto, enriquecendo a muitos; nada tendo, mas tudo possuindo.

Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!

É bom exaltar o Senhor e cantar louvores ao teu Nome, ó Altíssimo (Sl 92, 1).
Aleluia, aleluia, aleluia!

Proclamar pela manhã o teu amor e a tua fidelidade pela noite (Sl 91, 2).
Aleluia, aleluia, aleluia!

Evangelho:                                                                                       Lc 7, 11-16
Evangelho de Nosso Senhor Jesus  Cristo, segundo o Evangelista São Lucas:

Naquele tempo, dirigiu-se Jesus a uma cidade chamada Naim. Iam com ele diversos discípulos e muito povo. Ao chegar perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva; acompanhava-a muita gente da cidade. Vendo-a o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: «Não chores!» E aproximando-se, tocou no esquife, e os que o levavam pararam. Disse Jesus: «Moço, eu te ordeno, levanta-te». Sentou-se o que estivera morto e começou a falar, e Jesus entregou-o à sua mãe. Apoderou-se de todos o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: «Um grande profeta surgiu entre nós: Deus voltou os olhos para o seu povo».

Extraído do site ecclesia.com.br
 
SINAXE

Pe. Paulo A. Tamanini

«Moço, eu te ordeno, levanta-te»

A ressurreição do jovem da cidade de Naím, para o Evangelista São Lucas, é um sinal da chegada dos tempos messiânicos, é uma amostra do que aconteceria após a consumação dos tempos, quando Jesus passaria pela experiência da morte, ressuscitando ao terceiro dia. Lucas é o único Evangelista a narrar este milagre.
Em Jesus se verificam todos os sinais messiânicos contidos nas profecias: "Então, se abrirão os olhos dos cegos e os ouvidos dos surdos; então o coxo saltará como o cervo, e a língua dos mudos gritará de alegria" (Is 35,5-6). O próprio Jesus, como testemunho de sua missão messiânica, mandava dizer ao Batista: "Ide dizer a João: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam" (Lc 7,22). Era o que acontecia à sua passagem. Nem a morte lhe punha resistência!
Nas proximidades de Naím, encontrou Jesus um cortejo fúnebre onde uma pobre viúva chorava a morte do seu único filho. De um lado seguia o cortejo da morte; do outro, a caravana da vida. Jesus foi ao encontro da morte, do sofrimento, para restaurar a vida que estava perdida. Diante daquele cenário moveu-se o Senhor de compaixão dizendo à mulher que já havia perdido seu marido e agora estava a sepultar seu único filho: "Não chores'" Lc 7,14 .
Jesus era extremamente sensível ao sofrimento humano. Todo o seu ministério foi pontilhado de experiências de compaixão. Não lhe passava despercebida nenhuma situação de dor e angústia. Sua sensibilidade era ainda mais aguçada quando se tratava de pessoas cuja condição social as tornava vulneráveis, vítimas da exploração e da marginalização.

Sem esperar ser solicitado, Jesus tomou a iniciativa de devolver a esperança ao coração daquela mulher, pois teve compaixão dela. Não se limitou, porém, a simples palavras de consolação. Restituiu a vida ao filho que era levado para a sepultura. Não esperou que aquela mãe ou outro familiar lhe suplicasse por um milagre ou declarasse publicamente sua fé - como quase sempre acontecia antes de um milagre - mas, movido de compaixão, diz: "Jovem, eu te ordeno, levanta-te!" Lc 7,15. Só o Senhor da Vida e da morte pode falar assim, e com palavras que produzem o que exprimem. "E sentou-se o morto e começou a falar. E o Senhor o entregou à sua mãe" Lc 7,16
Na época de Jesus, uma viúva ocupava uma situação social difícil. Aliás, toda mulher era vista como alguém dependente do marido ou do seu pai. Quando tornava-se viúva ficava a mercê de seu filho mais velho, pois quem herdava os bens deixados era o filho varão e nunca a esposa. Neste episódio do Evangelho, o filho era sua única herança, cuja proteção, moradia e bem-estar, dele provinham.
A viúva deveria ainda vestir-se com trajes que a identificassem como tal. Por causa disso era taxada na sociedade como alguém indefesa, desprotegida, pobre e, por isso, vítima fácil de enganadores, agiotas, credores etc. A Igreja primitiva suplicava pela assistência prática às viúvas, providenciava-lhes alimentos e roupas (At 6,1). São Tiago diz que a assistência aos órfãos e às viúvas demonstra que grau de compreensão e adesão à Boa Nova de Jesus as pessoas viviam. (Tg 1,27). Ciente de toda esta situação, o Senhor deixa revelar sua dupla natureza: Ele é verdadeiramente homem, sensível ao sofrimento e às dores humanas; Ele é verdadeiramente Deus, o que perdoa os pecados e tem poder sobre a morte, operando o milagre da vida.
O milagre da ressurreição do jovem é pré-anúncio da Ressurreição do Senhor. Ao vê-lo, as pessoas que ali estavam e presenciaram a manifestação direta de Deus na história humana exclamavam: "Alegremo-nos, pois Deus visitou o seu povo". Hoje podemos afirmar que Deus já não somente nos visita, mas habita em nós. Cada cristão é uma tenda onde o Santo dos Santos faz sua morada. Ele está em nosso meio. O respeito pelo outro, no qual também Deus habita, também se fará mais visível quando de fato crermos nesta verdade.
Nosso Deus é o Deus da vida, e vida em plenitude. A ressurreição daquele jovem foi operada por Jesus que era Deus-homem. Nós, como filhos de Deus em Jesus Cristo, podemos contribuir para que o milagre da vida se faça, na recuperação, por exemplo, da dignidade de muitos jovens de nosso tempo que, aparentemente, estão como "mortos". Uma palavra, um encontro, um diálogo, a amizade, podem significar o início de uma grande experiência de revivificação, de "ressurreição".

BIBLIOGRAFIA:
STORNIOLO, Ivo. Como Ler o Evangelho de Lucas. São Paulo: Ed. Paulus.
MACKENZIE, John. Dicionário Bíblico. São Paulo: Ed. Paulinas, 1983.

Extraído do site ecclesia.com.br

09 de Outubro: São Tiago, filho de Alfeu, apóstolo (séc. I)




I – São Tiago, dito «o Menor», um dos doze apóstolos, era filho de Alfeu e primo de Jesus. É identificado nos Evangelhos como «irmão do Senhor», termo esse usado pelos povos semitas para designar um grau de parentesco próximo (Mc 6,3 e Mt 13,55). Teve muita influência na comunidade de Jerusalém. Foi testemunha da Ressurreição de Jesus (I Cor 15,7) e é o provável autor da «Epístola de Tiago»; foi com ele que Paulo, depois de convertido, se foi encontrar em Jerusalém (Gl 1,18). São Tiago teve um papel importante no Concílio de Jerusalém (At 15,13-29). Morreu mártir por volta do ano 62.
II – Apóstolo de Cristo nascido em Nazaré, primo de Jesus e irmão de Judas Tadeu, também conhecido como o Desconhecido, que o evangelista Marcos chamou de o Menor para distingui-lo de Tiago, irmão de João, entra em cena como bispo de Jerusalém, após o martírio de Tiago, o Maior (42), e após o afastamento de Pedro de Jerusalém. Agricultor, era filho de Alfeu, um irmão de São José, e de Maria Cleófas, prima-irmã de Maria Santíssima.
Tornou-se um membro altamente respeitado da recém-nascida comunidade cristã em Jerusalém e é considerado o primeiro bispo de Jerusalém, cuja igreja dirigiu por cerca de vinte anos (42-62). Também chamado de o Justo pelos primeiros cristãos devido à sua grande piedade, sua imagem austera sobressai pela Epístola que dirigiu, como uma encíclica, a todas as comunidades cristãs. Pertencem a ele as tradições Judaico-Cristã preservadas no Evangelho dos Ebionitas, Evangelho dos Hebreus, Elevações de Tiago, na última Epístola Canônica de Tiago e possivelmente em outras obras associadas a seu nome como o Protevangelium, embora haja dúvidas sobre isso. A sua epístola (carta dos Apóstolos e comunidades cristãs primitivas) apresenta autênticos ensinamentos preservados na tradição apostólica oral, com fortes expressões de admoestações e cujo texto continua atualíssimo. Foi um observador das normas judaicas, defendendo que estas normas deveriam fazer parte do cristianismo. Com isso, tornou-se adversário de Paulo de Tarso nesta questão, mas também foi conciliador e um pregador fervoroso do ensino de Jesus. Seus ensinamentos deram origem à sucessão apostólica Cristã-Judaica de Jerusalém, que contribuiu para a sucessão Síria, Jacobita, Armênia e Georgiana. A sua Liturgia, que se assemelha àquela do Bispo Cyrilo de Jerusalém (386), parece ser um desenvolvimento de 5 séculos através das tradições apostólicas de Jerusalém e é ainda usada por certos ramos da ortodoxia. Durante a perseguição dos cristãos na Palestina, segundo os historiadores Hegesipo, Clemente de Alexandria e o hebreu Flavius Josephus, o apóstolo teria sido condenado por se recusar a denunciar os cristãos, sendo apedrejado até a morte, por ordem do corpo religioso do Templo, dirigido pelo sumo sacerdote Ananias.

Tropário – tom 4º

Como o Apóstolo de Deus, ó glorioso Tiago
recebestes a graça do Espírito em tua alma
brilhaste no mundo como a estrela da manhã
acabando com a politeísta noite da idolatria
agora, oras sem cessar por nossas almas.!

Kondakion – tom 4º

Revelandote-te como o mais prodigioso na conquista das nações
e como o companheiro mais honorável dos discípulos
Ó Tiago, tu renunciaste a riqueza e as coisas deste mundo
e proteges os que te louvam.
Por isso, a uma só voz nós te clamamos
intercede a Deus por nossa salvação, ó Apóstolo!

Megalinarion

Ó Tiago, grande apóstolo e profeta de Deus,
tu ensinaste às nações e levaste a elas a Luz.
Como o discípulo divino e bendito do Mestre
vela por nós, que honramos a tua santa memória!

Tradução e publicação neste site
com permissão de: www.ortodoxia.org
Trad.: Pe. André

08 de Outubro: Santa Pelágia, a penitente (II metade do séc. V)




Pelágia, a penitente, era uma belíssima bailarina de Antioquia, que encantava os homens com sua dança e os ornamentos luxuosos que usava e que ostentava sua riqueza e sua vida promíscua. Numa ocasião, o patriarca de Antioquia convocou o Sínodo dos Bispos ante a Basílica de São Juliano, o mártir, onde costumava a pregar o honorável bispo de Edessa, São Nono. Pelágia passou pelo pórtico naquela ocasião, cavalgando um cavalo branco, rodeada de admiradores, com os braços e ombros descobertos, como se vestiam as cortesãs daquela época, e lançando olhares provocativos. São Nono interrompeu sua pregação, enquanto os outros bispos baixaram discretamente seus olhos, e fixou seu olhar em Pelágia até que desaparecesse de sua vista. Perguntou, em seguida, aos outros bispos: «Não vos parece muito bela esta mulher?» Os bispos, sem saber o que dizer, permaneceram calados. Nono acrescentou: «A mim, me pareceu muito bela, e creio que é uma lição de Deus para nós. Esta mulher faz o impossível para manter sua beleza e aperfeiçoar-se na dança. Quanto a nós, não realizamos por nossas dioceses e por nossas almas, sequer a metade do que ela faz». Naquela mesma noite São Nono se viu, em sonho, celebrando a Liturgia, enquanto um grande e estranho pássaro, sujo e agressivo, tentava impedi-lo. Quando o Diácono despediu os catecúmenos, a criatura partiu com eles, mas pouco tempo depois retornou e São Nono conseguiu então apanhá-lo e mergulhá-lo na fonte do átrio. A ave saiu da água branca como a neve, desaparecendo entre as nuvens.

No dia seguinte, um domingo, todos os bispos que assistiram a Divina Liturgia celebrada pelo Patriarca, pediram a ele que pregasse. Pelágia, que sequer era catecúmena, sentiu-se impelida a ir à Igreja naquele dia e, ouvindo a pregação do Patriarca, sentiu suas palavras caírem fundo em seu coração. Tempos depois, escreveu uma carta a São Nono rogando-lhe que permitisse falar com ele. São Nono concordou em lhe conceder uma audiência, na condição de que isto acontecesse na presença de outros bispos. Ao aproximar-se de São Nono, Pelágia caiu de joelhos diante dele pedindo-lhe o batismo e suplicando para que se interpusesse entre ela e seus pecados para que o espírito do mal não tivesse mais domínio sobre sua alma. A pedido de Pelágia o Patriarca nomeou como sua madrinha Romana, a mais velha das diaconisas, e São Nono batizou Pelágia, conformando-a na fé e lhe dando a comunhão. Oito dias depois de seu batismo, Pelágia, que já havia renunciado a todos os seus bens em favor dos pobres, despojou-se da túnica branca dos batizados e, à noite, vestida como um homem, abandonou Antioquia e seguiu solitária, a pé, para Jerusalém onde se instalou numa gruta fechada, no Monte das Oliveiras. Logo ficou conhecida como «Pelágio, o monge sem barba». Três ou quatro anos mais tarde, Jacob, um diácono de São Nono, foi visitá-la e, durante sua permanência em Jerusalém, Pelágia entregou sua alma a Deus. Ao sepultá-la, descobrindo seu verdadeiro sexo, exclamaram: «Glória a ti Senhor, Jesus Cristo, porque tens na terra muitos tesouros escondidos».

Tradução e publicação neste site
com permissão de: www.ortodoxia.org
Trad.: Pe. Pavlos

Extraído do site ecclesia.com.br

06 de Outubro: São Tomé, apóstolo (séc. I)

 

Era um dos doze apóstolos do Senhor e pertencia a uma família de pescadores. Após ter ressuscitado, Cristo apareceu aos discípulos e Tomé não estava presente. Tomé desconfiava, por não ter visto o Senhor, de que fosse verdade a aparição. O Evangelho de São João relata: Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei. E oito dias depois estavam outra vez os seus discípulos dentro, e com eles Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco. Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram. (Jo 20,24-29). A tradição diz que conduzido pelo Espírito Santo, Tomé foi à Pérsia pregar o Evangelho e lá foi martirizado, sendo alvejado por lanças.

Tradução e publicação neste site
com permissão de: www.ortodoxia.org
Trad.: Pe. Pavlos

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