15 abril 2014

Terça-feira santa (15/04/2014)

TERÇA-FEIRA SANTA
Ofício do Noivo: às 17h
(MATINASMt. 22, 15-46; 23, 1-39 | LITURGIA: Mt. 24, 36-51; 25, 1-46; 26, 1-2)*
O Esposo (Cristo)Na Terça-feira Santa, a Igreja lembra duas parábolas que estão relacionadas com a 2ª Vinda: a primeira é a parábola das dez virgens (Mt. 25, 1-13) [que, aliás, é de onde se extrai o nome Ofício do Noivo que a Igreja realiza nesses dias]; a outra a parábola dos talentos (Mt. 25, 14-30). Estas parábolas apontam para a inevitabilidade da chegada e presença de Cristo (“παρουσία”) e também para o enfrentamento de assuntos como a vigilância espiritual, a pró-atividade, a prestação de contas e o julgamento.
   A partir dessas parábolas, nós aprendemos, no mínimo, duas coisas básicas. Primeiro: o Dia do Juízo será como aquele em que se encontravam as noivas (ou virgens) da parábola: algumas prontas, outras não.
   O tempo de se decidir por Deus é agora, e não em algum momento indefinido no futuro. Se “o tempo e maré não esperam por ninguém”, certamente a chegada de Cristo não será uma exceção.
   A tragédia de encontrar a porta fechada acontece porque as próprias pessoas é que a fecham, e não Deus. A exclusão da festa do casamento, do reino, é de nossa própria responsabilidade.
   Em segundo lugar, neste dia, lembramos que a vigilância e a prontidão não significam a observância enfadonha e sem vigor de obrigações formais e inócuas. Certamente que não significa inatividade e preguiça.
   Vigilância significa estabilidade interior, sobriedade, tranquilidade e alegria. Significa um estado de alerta espiritual, de atenção e de diligência. A vigilância é a profunda determinação pessoal de encontrar e fazer a vontade de Deus, de abraçar todos os mandamentos e todas as virtudes, e preservar o intelecto e o coração de maus pensamentos e ações. A vigilância é o intenso amor de Deus.
* Fonte: Arquidiocese da América
(tradução livre)
† MATINAS
EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS
O tributo a César; Ressurreição dos mortos; O mandamento máximo; 
Questão da origem do Messias; Hipocrisia dos fariseus; Lamento sobre Jerusalém.
(Mt. 22, 15-46; 23, 1-39)
Naquele tempo, os fariseus se retiraram e convocaram um conselho para ver como o poderiam pegar em alguma palavra. Enviaram-lhe discípulos, juntamente com os herodianos, para lhe dizer: “Mestre, sabemos que és sincero, pois com franqueza ensinas o caminho de Deus, sem te comprometeres com ninguém, nem olhar a aparência de pessoas. Dize-nos, pois, o que te parece: É justo pagar imposto a César ou não?
   Conhecendo-lhes a malícia, Jesus falou: “Por que me testais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do imposto”. Eles lhe apresentaram um denário. E Jesus lhes perguntou: “De quem é essa imagem e inscrição?” Responderam eles: “De César!” Então Jesus lhes disse: “Pois dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Ao ouvirem isto, ficaram maravilhados e, deixando-O, foram embora. 
A ressurreição dos mortos. Naquele dia, alguns saduceus, que negam a ressurreição, aproximaram-se de Jesus e Lhe perguntaram: “Mestre, Moisés disse: Se um homem morrer sem deixar filhos, case-se com ela o irmão dele para dar descendência ao morto. Ora, havia entre nós sete irmãos. O primeiro casou, mas morreu sem filhos e deixou a mulher para seu irmão. Do mesmo modo o segundo, o terceiro, até o sétimo. Por fim, depois de todos, morreu a mulher. Na ressurreição, de qual dos sete será ela mulher, se todos a tiveram?
   Jesus lhes respondeu: “Estais enganados e não conheceis nem as Escrituras, nem o poder de Deus. Porque na ressurreição, as pessoas não se casam, nem se dão em casamento, mas são como os anjos no céu. E quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que Deus disse: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó? Ele não é Deus de mortos mas de vivos”. Ouvindo isso, o povo se maravilhava de sua doutrina. 
O mandamento máximo. Quando os fariseus souberam que Jesus fizera calar os saduceus, juntaram-se em bloco. E um deles, doutor da Lei, perguntou, para o testar: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” 
   Jesus lhe respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o coração, com toda a alma e com toda a mente. Este é o maior e o primeiro mandamento. Mas o segundo é semelhante a este: Amarás o próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”. 
A origem do Messias. Estando os fariseus reunidos, Jesus perguntou-lhes: “O que pensais do Cristo? De quem ele é filho?” Eles responderam: “De Davi”. Jesus tornou a perguntar: “Como então Davi, pelo Espírito, o chama Senhor, quando fala: Disse o Senhor a meu Senhor: senta-te à minha direita, até que ponha teus inimigos como apoio de teus pés? Se, pois, Davi o chama de Senhor, como pode ser ele seu filho?” Ninguém soube responder-Lhe nada. E, desde então, ninguém mais ousou perguntar-Lhe coisa alguma.
Escribas e fariseus hipócritas. Então Jesus falou às multidões e a seus discípulos: “Os escribas e os fariseus estão sentados na cátedra de Moisés. Portanto, fazei e observai tudo o que eles vos disserem, mas não os imiteis nas ações, porque eles dizem e não fazem. Amarram pesadas cargas e as põem nas costas dos outros, e eles mesmos nem com o dedo querem tocá-las. Praticam todas as suas ações para serem vistos pelos outros. Por isso alargam as faixas de pergaminho e alongam as franjas de seus mantos. Gostam dos primeiros lugares nos banquetes e das primeiras cadeiras nas sinagogas. Gostam de ser chamados de mestre pelo povo. Mas vós, não vos deixeis chamar de mestre, porque um só é vosso mestre, e todos vós sois irmãos. A ninguém chameis de pai na terra, porque um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. Nem vos façais chamar doutores, porque um só é vosso doutor, o Cristo. O maior entre vós seja vosso servo. Aquele que se exaltar será humilhado; e quem se humilhar será exaltado. 
   Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que fechais o reino dos céus aos outros! Não entrais vós nem permitis que entrem os que o desejam. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que percorreis mar e terra a fim de converter uma só pessoa para, depois de convertida, a tornar merecedora do inferno, duas vezes mais do que vós mesmos! Ai de vós, guias cegos , que dizeis: ‘Se alguém jurar pelo Santuário, não é nada, mas se jurar pelo ouro do Santuário, fica obrigado’. Insensatos e cegos! O que vale mais, o ouro ou o Santuário que santifica o ouro? E dizeis também: ‘Se alguém jurar pelo altar, não é nada, mas se jurar pela oferta que está no altar, fica obrigado’. Cegos, o que é mais, a oferenda ou o altar que santifica a oferenda? Pois, quem jura pelo altar, jura por ele e por tudo o que está sobre o altar. E quem jura pelo Santuário, jura por ele e por quem o habita. E quem jura pelo céu, jura pelo trono de Deus e por aquele que nele está sentado.
   Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que pagais o dízimo da hortelã, da erva-doce e do cominho, mas não vos preocupais com o mais importante da Lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade! É isso o que importa fazer, sem contudo omitir aquilo. Guias cegos, que filtrais um mosquito e engolis um camelo!
   Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que por fora limpais o copo e o prato mas por dentro estais cheios de roubo e cobiça. Fariseu cego, limpa primeiro o copo por dentro, para que fique limpo também por fora. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que sois semelhantes a sepulcros caiados, vistosos por fora mas por dentro cheios de ossos dos mortos e de toda sorte de podridão. Assim também vós, por fora pareceis justos aos outros, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e maldade.
   Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que construís os sepulcros dos profetas e enfeitais os monumentos dos justos, e dizeis: ‘Se nós tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos sido cúmplices no sangue dos profetas’. Com isso afirmais que sois filhos dos que mataram os profetas. Acabai, pois, de encher a medida de vossos pais. Serpentes, raça de víboras, como escapareis ao castigo do inferno? É por isso que vos envio profetas, sábios e escribas. Deles matareis e crucificareis alguns, a outros açoitareis nas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade.
   Por isso cairá sobre vós o castigo pelo assassinato de todos os inocentes, desde Abel, o justo, até Zacarias filho de Baraquias, a quem matastes entre o Santuário e o altar. Eu vos garanto: tudo isto virá sobre esta geração. 
Lamento sobre Jerusalém. Jerusalém, Jerusalém! Tu que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, e tu não quiseste! Por isso vossa casa ficará abandonada. Eu vos digo: Não me vereis mais até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor ”.
† LITURGIA
Tropário de Noivo (8º Tom)
Ιδοὺ, ὁ Νυμφίος ἔρχεται ἐν τῷ μέσῳ τῆς νυκτός· καὶ μακάριος ὁ δοῦλος ὄν εὐρήσει γρηγοροῦντα· ἀνάξιος δέ πάλιν, ὄν εὑρήσει ῥαθυμοῦντα βλέπε οὗν, ψυχή μου, μὴ τῷ ὔπνῳ κατενεχθῇς, ἴνα μὴ τῷ θανάτῳ παραδοθῇς, καὶ τῆς βασιλείας ἔξω κλεισθῇς· ἀλλὰ ἀνάνηψον κράζουσα· Ἄγιος, Ἄγιος, Ἄγιος εἶ ὁ Θεός ἡμῶν· προστασίαις τῶν Ἀσωμάτων σῶσον ἡμᾶς.
Eis que o Noivo vem no meio da noite, e bem-aventurado o servo que for encontrado vigilante. Infeliz, porém, do que Ele encontrar dormindo! Vê, pois, ó minha alma, que não te deixes vencer pelo sono, a fim de não seres entregue à morte e ficares fora das portas do Reino; mas vigilante, clama: Santo, Santo, Santo, és tu, nosso Deus!
EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS
Vigilância; Parábola das dez virgens; 
Parábola do talento; O Juízo Final.
(Mt. 24, 36-51; 25, 1-46; 26, 1-2)
Disse o Senhor aos seus discípulos: Quanto a esse dia e a essa hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai. Porque a vinda do Filho do homem será como nos dias de Noé. Nos dias que antecederam o dilúvio, as pessoas comiam, bebiam, casavam-se e se davam em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Elas nem se deram conta, até que veio o dilúvio e as arrastou a todas. Assim será a vinda do Filho do homem. Estarão dois na lavoura, um é levado e o outro é deixado. Duas mulheres estarão moendo trigo no moinho, uma é levada e a outra é deixada. 
   Vigiai, pois, porque não sabeis o dia em que chegará o Senhor. Vós bem sabeis que, se o pai de família soubesse em que hora da noite viria o ladrão, estaria de vigia e não deixaria arrombar-lhe a casa. Por isso estai vós também preparados, porque na hora em que menos pensais virá o Filho do homem. Quem será, pois, o escravo fiel e prudente que o senhor pôs à frente dos outros escravos para lhes dar comida no momento oportuno? Feliz o escravo que, ao voltar, o senhor o encontrar agindo desta forma. 
   Eu vos garanto: Confiará a ele a administração de todos os seus bens. Mas se o escravo mau disser consigo: ‘Meu senhor está demorando’, e começar a bater nos companheiros, a comer e beber com os bêbados, virá o senhor desse escravo no dia em que menos esperar e numa hora imprevista; ele o afastará do cargo, destinando-lhe a sorte dos hipócritas. Ali haverá choro e ranger de dentes.
A parábola das dez virgensO reino dos céus será semelhante a dez virgens que saíram com suas lâmpadas ao encontro do noivo. Cinco eram tolas e cinco prudentes. Pegando as lâmpadas, as tolas não levaram óleo consigo. Mas as prudentes levaram reservas de óleo junto com as lâmpadas. Como o noivo demorasse, todas cochilaram e adormeceram. À meia-noite, ouviu-se um grito: ‘Lá vem o noivo! Saí-lhe ao encontro’. Todas as virgens acordaram e se puseram a preparar as lâmpadas. As tolas disseram às prudentes: ‘Dai-nos um pouco de vosso óleo, porque nossas lâmpadas estão se apagando’. Mas as prudentes responderam: ‘Não temos o suficiente para nós e para vós; é melhor irdes aos vendedores comprar’. Enquanto elas foram comprar, chegou o noivo. As que estavam prontas entraram com ele para a festa do casamento, e a porta foi fechada.
   Mais tarde, chegaram as outras virgens e gritaram: ‘Senhor, senhor, abre-nos a porta’. Mas ele respondeu: ‘Na verdade, não vos conheço’. Vigiai, pois, porque não sabeis nem o dia nem a hora. 
A parábola dos talentosSerá também como um homem que, tendo de viajar para o exterior, chamou os seus escravos e lhes confiou os bens. A um deu cinco talentos, a outro dois e ao terceiro um, segundo a capacidade de cada um. Depois partiu. Imediatamente, o que recebeu cinco talentos saiu e negociou com eles, ganhando outros cinco. Do mesmo modo, o escravo que recebeu dois talentos ganhou outros dois. Mas o que recebeu um, saiu, cavou um buraco na terra e escondeu o dinheiro de seu senhor. 
   Passado muito tempo, voltou o senhor daqueles escravos e lhes pediu as contas. O que tinha recebido cinco talentos aproximou-se e apresentou outros cinco: ‘Senhor, disse, confiaste-me cinco talentos; aqui tens outros cinco que ganhei’. O senhor disse-lhe: ‘Muito bem, escravo bom e fiel; foste fiel no pouco, eu te confiarei muito; vem alegrar-te com teu senhor’. Chegou o escravo dos dois talentos e disse: ‘Senhor, dois talentos me deste, aqui tens outros dois que ganhei’. O senhor lhe disse: ‘Muito bem, escravo bom e fiel; foste fiel no pouco, eu te confiarei muito; vem alegrar-te com teu senhor’. Aproximou-se também o que tinha recebido apenas um talento, e disse: ‘Senhor, sei que és homem duro, que colhes onde não semeaste e recolhes onde não espalhaste. Por isso tive medo e fui esconder teu talento na terra; aqui tens o que é teu’. Respondeu o senhor: ‘Escravo mau e preguiçoso, sabias que colho onde não semeei e recolho onde não espalhei. Devias, pois, depositar meu dinheiro em banco para, na volta, eu receber com juros o que é meu. Tirai-lhe o talento e dai-o ao que tem dez. Pois ao que tem muito, mais lhe será dado e ele terá em abundância. Mas ao que não tem, até mesmo o que tem lhe será tirado. Quanto a este escravo inútil, jogai-o lá fora na escuridão. Ali haverá choro e ranger de dentes’. 
Juízo finalQuando o Filho do homem vier em sua glória com todos os seus anjos, então se assentará no seu trono glorioso. Em sua presença, todas as nações se reunirão e ele vai separar uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos, à esquerda. E o rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, abençoados por meu Pai! Tomai posse do Reino preparado para vós desde a criação do mundo. Porque tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, fui peregrino e me acolhestes, estive nu e me vestistes, enfermo e me visitastes, estava na cadeia e viestes ver-me’. 
   E os justos perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te alimentamos, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos? Quando foi que te vimos enfermo ou na cadeia e te fomos visitar?’ 
   E o rei dirá: ‘Eu vos garanto: todas as vezes que fizestes isso a um desses meus irmãos menores, a mim o fizestes’. Depois dirá aos da esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Porque eu tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber, fui peregrino e não me destes abrigo; estive nu e não me vestistes, enfermo e na cadeia e não me visitastes’. 
   E eles perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos faminto ou sedento, peregrino ou enfermo ou na cadeia e não te servimos?’ 
   E ele lhes responderá: ‘Eu vos garanto: quando deixastes de fazer isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes’. E estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos, para a vida eterna.
Conclusão e transição. Ao terminar todos esses discursos, Jesus disse aos discípulos: “Sabeis que dentro de dois dias será a Festa da Páscoa, e o Filho do homem será entregue para ser crucificado.
* Leituras conforme o Typikon do Patriarcado Ecumênico (Τυπικν τς Μεγάλης το Χριστο Εκκλησίας): Typikon 15-abr-2014.

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